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sábado, 3 de novembro de 2018

O que os nazistas copiaram de Marx




O marxismo afirma que a forma de pensar de uma pessoa é determinada pela classe a que pertence.  Toda classe social tem sua lógica própria.  Logo, o produto do pensamento de um determinado indivíduo não pode ser nada além de um "disfarce ideológico" dos interesses egoístas da classe à qual ele pertence.  A tarefa de uma "sociologia do conhecimento", segundo os marxistas, é desmascarar filosofias e teorias científicas e expor o seu vazio "ideológico".  A economia seria um expediente "burguês" e os economistas são sicofantas do capital.  Somente a sociedade sem classes da utopia socialista substituirá as mentiras "ideológicas" pela verdade.
Este polilogismo, posteriormente, assumiu várias outras formas.  O historicismo afirma que a estrutura lógica da ação e do pensamento humano está sujeita a mudanças no curso da evolução histórica. O polilogismo racial atribui a cada raça uma lógica própria.
O polilogismo, portanto, é a crença de que há uma multiplicidade de irreconciliáveis formas de lógica dentro da população humana, e estas formas estão subdivididas em algumas características grupais.
Os nazistas fizeram amplo uso do polilogismo.  Mas os nazistas não inventaram o polilogismo.  Eles apenas criaram seu próprio estilo de polilogismo.
Até a metade do século XIX, ninguém se atrevia a questionar o fato de que a estrutura lógica da mente era imutável e comum a todos os seres humanos.  Todas as interrelações humanas são baseadas nesta premissa de que há uma estrutura lógica uniforme.  Podemos dialogar uns com os outros apenas porque podemos recorrer a algo em comum a todos nós: a estrutura lógica da razão.
Alguns homens têm a capacidade de pensar de forma mais profunda e refinada do que outros.  Há homens que infelizmente não conseguem compreender um processo de inferência em cadeias lógicas de pensamento dedutivo.  Mas, considerando-se que um homem seja capaz de pensar e trilhar um processo de pensamento discursivo, ele sempre aderirá aos mesmos princípios fundamentais de raciocínio que são utilizados por todos os outros homens.  Há pessoas que não conseguem contar além de três; mas sua contagem, até onde ele consegue ir, não difere da contagem de Gauss ou de Laplace. Nenhum historiador ou viajante jamais nos trouxe nenhuma informação sobre povos para quem A e não-A fossem idênticos, ou sobre povos que não conseguissem perceber a diferença entre afirmação e negação.  Diariamente, é verdade, as pessoas violam os princípios lógicos da razão. Mas qualquer um que se puser a examinar suas deduções de forma competente será capaz de descobrir seus erros.
Uma vez que todos consideram tais fatos inquestionáveis, os homens são capazes de entrar em discussões e argumentações.  Eles conversam entre si, escrevem cartas e livros, tentam provar ou refutar.  A cooperação social e intelectual entre os homens seria impossível se a realidade não fosse essa. Nossas mentes simplesmente não são capazes de imaginar um mundo povoado por homens com estruturas lógicas distintas ente si ou com estruturas lógicas diferentes da nossa.
Mesmo assim, durante o século XIX, este fato inquestionável foi contestado.  Marx e os marxistas, entre eles o "filósofo proletário" Dietzgen, ensinaram que o pensamento é determinado pela classe social do pensador.  O que o pensamento produz não é a verdade, mas apenas "ideologias".  Esta palavra significa, no contexto da filosofia marxista, um disfarce dos interesses egoístas da classe social à qual pertence o pensador.  Por conseguinte, seria inútil discutir qualquer coisa com pessoas de outra classe social.  Não seria necessário refutar ideologias por meio do raciocínio discursivo; ideologias devem apenas ser desmascaradas, denunciando a classe e a origem social de seus autores. Assim, os marxistas não discutem os méritos das teorias científicas; eles simplesmente revelam a origem "burguesa" dos cientistas.
Os marxistas se refugiam no polilogismo porque não conseguem refutar com métodos lógicos as teorias desenvolvidas pela ciência econômica "burguesa"; tampouco conseguem responder às inferências derivadas destas teorias, como as que demonstram a impraticabilidade do socialismo.  Dado que não conseguiram demonstrar racionalmente a validade de suas idéias e nem a invalidade das idéias de seus adversários, eles simplesmente passaram a condenar os métodos lógicos.  O sucesso deste estratagema marxista foi sem precedentes.  Ele tornou-se uma blindagem contra qualquer crítica racional à pseudo-economia e à pseudo-sociologia marxistas. Ele fez com que todas as críticas racionais ao marxismo fossem inócuas.
Foi justamente por causa dos truques do polilogismo que o estatismo conseguiu ganhar força no pensamento moderno.
O polilogismo é tão inerentemente ridículo, que é impossível levá-lo consistentemente às suas últimas consequências lógicas. Nenhum marxista foi corajoso o suficiente para derivar todas as conclusões que seu ponto de vista epistemológico exige.  O princípio do polilogismo levaria à inferência de que os ensinamentos marxistas também não são objetivamente verdadeiros, mas sim apenas afirmações "ideológicas".  Mas isso os marxistas negam.  Eles reivindicam para suas próprias doutrinas o caráter de verdade absoluta.  
Dietzgen ensina que "as idéias da lógica proletária não são idéias partidárias, mas sim o resultado da mais pura e simples lógica".  A lógica proletária não é "ideologia", mas sim lógica absoluta.  Os atuais marxistas, que rotulam seus ensinamentos de sociologia do conhecimento, dão provas de sofrerem desta mesma inconsistência.  Um de seus defensores, o professor Mannheim, procura demonstrar que há certos homens, os "intelectuais não-engajados", que possuem o dom de apreender a verdade sem serem vítimas de erros ideológicos.  Claro, o professor Mannheim está convencido de que ele mesmo é o maior dos "intelectuais não-engajados".  Você simplesmente não pode refutá-lo. Se você discorda dele, você estará apenas provando que não pertence à elite dos "intelectuais não-engajados", e que seus pensamentos são meras tolices ideológicas.
Os nacional-socialistas alemães tiveram de enfrentar o mesmo problema dos marxistas.  Eles também não foram capazes nem de demonstrar a veracidade de suas próprias declarações e nem de refutar as teorias da economia e da praxeologia.  Consequentemente, eles foram buscar abrigo no polilogismo, já preparado para eles pelos marxistas.  Sim, eles criaram sua própria marca de polilogismo.  A estrutura lógica da mente, diziam eles, é diferente para cada nação e para cada raça.  Cada raça ou nação possui sua própria lógica e, portanto, sua própria economia, matemática, física etc.  Porém, não menos inconsistente do que o Professor Mannheim, o professor Tirala, seu congênere defensor da epistemologia ariana, declara que a única lógica e ciência verdadeiras, corretas e perenes são as arianas.  Aos olhos dos marxistas, Ricardo, Freud, Bergson e Einstein estão errados porque são burgueses; aos olhos dos nazistas, estão errados porque são judeus.  Um dos maiores objetivos dos nazistas é libertar a alma ariana da poluição das filosofias ocidentais de Descartes, Hume e John Stuart Mill.  Eles estão em busca da ciência alemã arteigen, ou seja, da ciência adequada às características raciais dos alemães.
Como hipótese, podemos supor que as capacidades mentais do homem sejam resultado de suas características corporais.  Sim, não podemos demonstrar a veracidade desta hipótese, mas também não é possível demonstrar a veracidade da hipótese oposta, conforme expressada pela hipótese teológica.  Somos forçados a admitir que não sabemos como os pensamentos surgem dos processos fisiológicos. Temos vagas noções dos danos causados por traumatismos ou por outras lesões infligidas em certos órgãos do copo; sabemos que tais danos podem restringir ou destruir por completo as capacidades e funções mentais dos homens.  Mas isso é tudo.  Seria uma enorme insolência afirmar que as ciências naturais nos fornecem informações a respeito da suposta diversidade da estrutura lógica da mente.  O polilogismo não pode ser derivado da fisiologia ou da anatomia, e nem de nenhuma outra ciência natural.
Nem o polilogismo marxista e nem o nazista conseguiram ir além de declarar que a estrutura lógica da mente é diferente entre as várias classes ou raças.  Eles nunca se atreveram a demonstrar precisamente no quê a lógica do proletariado difere da lógica da burguesia, ou no quê a lógica ariana difere da lógica dos judeus ou dos ingleses.  Rejeitar a teoria das vantagens comparativas de Ricardo ou a teoria da relatividade de Einstein por causa das origens raciais de seus autores é inócuo.  Primeiro, seria necessário desenvolver um sistema de lógica ariana que fosse diferente da lógica não-ariana.  Depois, seria necessário examinar, ponto por ponto, estas duas teorias concorrentes, e mostrar onde, em cada raciocínio, são feitas inferências que são inválidas do ponto de vista da lógica ariana mas corretas do ponto de vista não-ariano.  E, finalmente, seria necessário explicar a que tipo de conclusão a substituição das erradas inferências não-arianas pelas corretas inferências arianas deve chegar.  Mas isso jamais foi e jamais será tentado por ninguém.  Aquele gárrulo defensor do racismo e do polilogismo ariano, o professor Tirala, não diz uma palavra sobre a diferença entre a lógica ariana e a lógica não-ariana. O polilogismo, seja ele marxista ou nazista, jamais entrou em detalhes.
O polilogismo possui um método peculiar de lidar com opiniões divergentes.  Se seus defensores não forem capazes de descobrir as origens e o histórico de um oponente, eles simplesmente taxam-no de traidor.  Tanto marxistas quanto nazistas conhecem apenas duas categorias de adversários.  Os alienados — sejam eles membros de uma classe não-proletária ou de uma raça não-ariana — estão errados porque são alienados.  E os opositores que são de origem proletária ou ariana estão errados porque são traidores.  Assim, eles levianamente descartam o incômodo fato de que há divergências entre os membros daquela que dizem ser sua classe ou sua raça.
Os nazistas gostam de contrastar a economia alemã com as economias judaicas e anglo-saxônicas.  Mas o que chamam de economia alemã não difere em nada de algumas tendências observadas em outras economias.  A economia nacional-socialista foi moldada tendo por base os ensinamentos do genovês Sismondi e dos socialistas franceses e ingleses. Alguns dos mais velhos representantes desta suposta economia alemã apenas importaram idéias estrangeiras para a Alemanha.  Frederick List trouxe as idéias de Alexander Hamilton à Alemanha; Hildebrand e Brentano trouxeram as idéias dos primeiros socialistas ingleses.  A economia alemã arteigen é praticamente igual às tendências contemporâneas observadas em outros países, como, por exemplo, o institucionalismo americano.
Por outro lado, o que os nazistas chamam de economia ocidental — e, portanto, artfremd [estranho à raça] — é em grande medida uma conquista de homens a quem que nem mesmo os nazistas podem negar o termo 'alemão'. Os economistas nazistas gastaram muito tempo pesquisando a árvore genealógica de Carl Menger à procura de antepassados judeus; não conseguiram.  É um despautério querer explicar o conflito que há entre a genuína teoria econômica e o institucionalismo e o empiricismo histórico como se fosse um conflito racial ou nacional.

domingo, 28 de outubro de 2018

Perón e o Terceiro Reich


Caras e caros, começamos hoje, 1 de setembro, terça-feira, aniversário número 70 do início da Segunda Guerra Mundial, uma sequência de postagens diárias sobre a guerra e a Argentina, nazistas, neonazistas & congêneres.
Hoje, veremos Perón e os nazistas.
- Na quarta-feira, teremos a peculiar Guia Turístico Nazista de um importante centro de esqui argentino e o boom de livros que ocorre há anos na Argentina sobre o Terceiro Reich.

- Na quinta-feira, veremos os neonazistas argentinos que adoram os strunfs (sim, aqueles simpáticos duendezinhos azuis…eles acreditam que são arianos) e a história de A.Biondini, o argentino que sonhava ser Führer. Na virada deste século.

- Na sexta-feira, uma entrevista feita há 10 anos com Wilfred Von Oven, o secretário de imprensa de Joseph Goebbels. Uma entrevista na qual ele devorou uma caixa de frutas de caju cristalizada.

- No sábado, breve intervalo para falar de futebol (pelo jogo Brasil versus Argentina)

E na segunda-feira, mais Segunda Guerra Mundial, com a história do plano dos EUA para bombardear Buenos Aires…desde o Uruguai.
“A luta de Hitler na paz e na guerra nos servirá de guia. As alianças serão o primeiro passo. Temos o Paraguai, temos a Bolívia e o Chile. Com a Argentina, Paraguai, Bolívia e Chile será fácil pressionar o Uruguai. Logo, os cinco países unidos vão atrair facilmente o Brasil devido a sua forma de governo e suas grandes comunidades alemãs. Quando o Brasil cair, o continente americano será nosso”.

A frase, pronunciada pelo general Juan Domingo Perón em maio de 1943, ilustrava quais eram os projetos do governo argentino de plantão para o Brasil na época. Nesse momento, a Alemanha nazista e seus aliados do Eixo estavam no apogeu de seu poderio, dominando a maioria da Europa, dos Pirineus até as estepes ucranianas, do deserto da África até os fiordes noruegueses.
Hitler e seus assessores já pensavam na extensão de seu domínio ou influência na América do Sul, para distrair as forças dos EUA que começavam à chegar à Europa e atrapalhavam os planos do Japão no Oceano Pacífico.
Seu instrumento seria Perón, na época secretário de Guerra, e a eminência parda do poder na Argentina. Perón, que não era nem um pouco tonto, também utilizou os nazistas como instrumento, e no pós-guerra, serviu-se de centenas deles, que na Argentina trabalharam em âmbitos variados: desde técnicos para fábricas militares, físicos nucleares, e até torturadores e especialistas em propaganda política.

“Duvido que os alemães pensassem seriamente em uma invasão da América do Sul, mas fizeram o possível para estimular o surgimento de governos favoráveis ao Reich, de forma a incomodar os EUA”, afirma o historiador Uki Goñi.
O então coronel Perón já vinha estabelecendo contatos e colaborações com o Terceiro Reich desde o início da Segunda Guerra Mundial. Ele liderava o Grupo Oficiales Unidos (GOU), uma agrupação de oficiais que em 1943 realizaria um golpe de Estado vitorioso.

Não são tropas alemãs na frente da Casa Rosada apesar do capacete de estilo prussiano São tropas argentinas desfilando na frente da Casa Rosada o palácio presidencial nos anos 40 Esse modelo de capacete perdurou até a segunda metade dos anos 50. Imagem:

A anterior estadia de Perón na Itália de Mussolini em 1940, sua visita à Paris ocupada e as multidões frenéticas na Piazza Venezia, deixaram o futuro presidente argentino inspirado.
“Não diria que Perón era um nazista”, me explicou o jornalista e historiador norte-americano-argentino Uki Goñi, autor de “Perón e os alemães”, onde traz à tona uma série de documentos sobre os vínculos do general argentino com o Terceiro Reich.
“Neste tema, as ideologias ou religiões não possuem nenhuma importância. A única coisa que importa é o poder. Nazistas são os que enchiam os estádios por Hitler. Peronistas são os que enchiam a Plaza de Mayo. Perón não era nazista”, diz.
No entanto, Goñi admite que “Perón admitia sua admiração pelas ideias do fascismo, e muito depois, nos anos 70, ainda criticava o Julgamento de Nuremberg, que definia como uma infâmia. Dizia que havia tentado resgatar o máximo de alemães de Nuremberg. E o conseguiu”.
O ranço fascista dos militares argentinos chamou a atenção de Goñi, e decidiu – após dois anos de investigações e a descoberta de documentos inéditos – escrever “Perón e os alemães”, já considerada a melhor obra do gênero no país.
A espionagem alemã na Argentina estava constituída principalmente pela Sicherheitsdienst (SD). A Argentina, que se manteve neutra até semanas antes da vitória dos Aliados, foi o principal centro da espionagem alemã na América do Sul, e grande parte da informação sobre os EUA passava por Buenos Aires. Com a ajuda discreta do GOU, a espionagem alemã no país manteve-se praticamente intacta até o fim da guerra.
O principal enlace entre a Argentina e o Terceiro Reich foi Juan Carlos Goyeneche, líder dos nacionalistas católicos, que viajou dezenas de vezes à Alemanha, onde reuniu-se com o chanceler Joachin Von Ribbentrop, o líder das SS Heinrich Himmler, e outros líderes fascistas europeus como Mussolini.
Sua capacidade de contatos surpreende até hoje: Goyeneche correspondia-se com Himmler ainda em março de 1945, um mês e meio antes da derrota nazista. Nas décadas posteriores, divertiu seus amigos contando características pessoais dos ministros de Hitler.

No entanto, era um enlace informal. Goñi considera que “a História da região poderia ter sido diferente se Osmar Hellmuth não tivesse sido capturado pelos ingleses”.
Hellmuth, ao contrário de Goyeneche, era um germano-argentino, colaborador da SD, e enviado como emissário especial por Perón para negociar com Hitler um apoio argentino em troca de armas.
No entanto, Hellmuth foi preso pelos britânicos no meio do caminho e permaneceu preso até o fim da guerra, impedindo as conversações oficiais de uma possível aliança argentina-germânica.
Goñi relata a supresa de um chefe da seção latino-americana da Chancelaria do Reich que em agosto de 1944, após o desembarque aliado na Normandia e com Berlim sob constante bombardeio, recebeu um telegrama de Perón dizendo que ainda acreditava na vitória alemã.
“Na verdade, os militares argentinos não acreditavam na vitória nazista, mas consideravam que Hitler poderia obter uma paz separada com os EUA e a Grã-Bretanha, e ter as mãos livres para continuar a guerra com a URSS”. Segundo Goñi, Perón acreditava que era possível uma paz condicional, e que a Argentina e o Vaticano, poderiam ser os mediadores da paz.
Durante a Guerra, Perón planejava constituir uma faixa de proteção à Argentina, constituída por países como a Bolívia e o Paraguai. Este, foi um dos primeiros alvos de Perón: em 1943, tentou seduzir o general Higino Morínigo, presidente paraguaio, com aparatosa recepção em Buenos Aires.
O mordaz jornalista Ray Joseph, do The Buenos Aires Herald, descreveu a visita de Higino Morínigo como a “dessas boas-vindas que Mussollini costumava dar a Hitler”.
Segundo Joseph, os muros portenhos foram cobertos com cartazes com a imagem de Morínigo, “uma imagem tão hollywoodiana que duvido que o próprio pudesse se reconhecer nelas”. No entanto, apesar das lisonjas, o paraguaio ficou do lado dos EUA, que lhe havia oferecido armas. Perón dedicou-se imediatamente a outro alvo: a Bolívia.
Esse país recebeu atenção especial de Perón. Ali, o GOU, o SD articularam um golpe que derrubou o governo do general Enrique Peñaranda em dezembro de 1943. No seu lugar, com apoio do magnata do estanho, o germano-bolivano Gustav Eickenberg, foi colocado o general Gualberto Villarroel. Em troca, a Argentina prometeu ajuda econômica e a construção de uma ferrovia.
Mas a armação do golpe foi descoberta pelos EUA, e o governo boliviano precisou manter um low profile até o fim da Guerra. Victor Paz Estenssoro, que mais tarde seria presidente da Bolívia em três ocasiões, também foi um dos conspiradores, e durante o governo de Villarroel, foi ministro da Fazenda.
Villarroel ficou no poder até 1946. No pós-guerra, foi difícil manter-se, e foi derrubado em uma sangrenta revolução. Como Mussolini, foi assassinado, e seu corpo pendurado de um poste. Estenssoro conseguiu fugir, e até a virada deste século, já nonagenário, evitava falar sobre o tema.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Herói improvável: Desmond Doss


Desmon Doss

Fonte: http://www.adventistaseuropa.org/heroi-improvavel/, Texto publicado originalmente em RevistaAdventista.com.br
Adaptado em 02/042018
Origens

Desmond Thomas Doss nasceu em Lynchburg, Virgínia, em 1919. Seu pai era carpinteiro e a mãe trabalhava em uma fábrica de sapatos. Durante a infância de Doss, um quadro ilustrado dos Dez Mandamentos, que ficava na sala da sua casa, mexeu muito com ele. O que mais chamava a atenção de Doss era a cena de Caim, com um grande pedaço de pau, matando Abel. Ao olhar a gravura, ele se perguntava muitas vezes: “Como alguém pode fazer isso com o próprio irmão?” (veja mais no documentário The Concientious Objector).

Quando Doss ainda era criança, viu seu pai bêbado discutir com seu tio, e depois buscar uma arma de fogo. A mãe de Desmond, prevendo uma tragédia, corajosamente entrou no meio da briga, tomou a arma do marido e, antes que ele matasse o próprio irmão, pediu que Doss levasse a arma para bem longe do pai. Ele correu por dois quarteirões e, enquanto corria, decidiu que, a partir daquele momento, nunca mais pegaria em uma arma. Aqueles foram os primeiros 200 metros do restante de uma vida. Durante as grandes batalhas da II Guerra Mundial, Doss correria muitas outras vezes desarmado em meio ao fogo cruzado, a fim de salvar, enquanto outros matavam.

Carreira militar

Em 1942, quando Doss se alistou no exército, a única arma que carregava era uma Bíblia de bolso. Ele sofreu perseguição durante os treinamentos militares devido a sua devoção à oração, por se recusar em pegar em armas, por não comer carne e também por guardar o sábado (leia mais em Dictionary of Virginia Biography). Algumas vezes, quando Doss se ajoelhava ao lado de sua cama para orar, seus colegas de exército atiravam sapatos nele. Um oficial ameaçou levá-lo para a corte marcial e até tentaram dispensá-lo do exército, sob a alegação de que ele tinha problemas mentais.

A insistência de Doss em não tocar em armas deixou irados muitos companheiros do campo de treinamento. Como publicou o site do jornal Los Angeles Times, um soldado chegou a dizer: “Doss, quando estivermos no campo de batalha, eu mesmo irei atirar em você!”

Atos heroicos

Mas, na linha de frente da guerra, tudo mudou. Como médico da 77ª Divisão de Infantaria, da 307ª Infantaria do exército americano nas batalhas do Pacífico, Doss conquistou rapidamente o respeito de seus companheiros. Combate após combate, ação após ação, havia sempre alguma história sobre Desmond T. Doss, o médico que, mesmo sob risco de morte, recusava-se a abandonar soldados feridos.
Doss segurando uma Bíblia

Mesmo em meio ao clima infernal da guerra, Doss conseguia manter a coragem, resgatando soldados sob fogo inimigo, chuva torrencial e lama. Pela constante bravura, em Guam, em 1944, e nas Filipinas, entre 1944 e 1945, ele recebeu duas estrelas de bronze (Conscientious Objector, Medical-Aid Man, Awarded Medal of Honor, Review and Herald, 1º de novembro de 1945, p. 2).

A batalha de Okinawa

O paramédico americano era o homem mais odiado pelos soldados japoneses de Okinawa. Para um soldado nipônico, matar um médico significava destruir a esperança do exército inimigo, porque se um soldado fosse ferido, não haveria mais ninguém para cuidar dele. Todos os médicos americanos que estavam naquela ilha portavam armas, menos Desmond Doss, segundo lembrou o jornal The Telegraph, em reportagem publicada recentemente. No lugar de uma pistola, ele carregava um Bíblia de bolso. Quando não estava cuidando dos feridos, Doss lia as Escrituras. Os textos da Bíblia que lhe traziam coragem eram Apocalipse 3:10 e Salmo 91. Na sua experiência de guerra, literalmente “mil caíram ao seu lado, e dez mil à sua direita, mas ele não foi atingido”, pelo menos não mortalmente (Heroes Have Backgrounds, The Youth’s Instructor, 3 de julho de 1945, p. 13).

Entre 29 de abril e 21 de maio de 1945, Desmond Doss cuidou dos soldados de Okinawa, atendendo, em algumas ocasiões, até mesmo soldados inimigos. Com determinação inflexível diante de condições desesperadamente perigosas, Doss avançou inúmeras vezes através das linhas japonesas e trouxe os homens feridos para áreas seguras (Conscientious Objector, Medical-Aid Man, Awarded Medal of Honor,Review and Herald, 1º de novembro de 1945, p. 2).

Até o último homem
Local por onde Doss, após salvar desceu 75 de seus colegas feridos.

Em 5 de maio de 1945, a unidade militar da qual Desmond Doss fazia parte, recebeu a missão de capturar a Escarpa Maeda, uma parede de 120 metros que cercava a frente da ilha de Okinawa e que servia de quartel-general para os militares japoneses. Através de escadas feitas de cordas, a companhia de 155 soldados chegou sem dificuldades até o lugar mais alto do penhasco. Mas era uma armadilha. Os japoneses conseguiram emboscar 100 soldados americanos.

Depois de uma luta terrível, o comandante da companhia deu ordem para que, aqueles que pudessem, abandonassem o cume da serra. Assim, eles recuaram para a base. Todos os que podiam fugiram, mas Doss decidiu ficar porque sabia que muitos soldados estavam gravemente feridos. Na parte de baixo ele foi procurado por vinte minutos, então alguém gritou e apontou para a serra. Doss era o único homem que permanecia de pé no alto da Escarpa Maeda. Ele gritava para que os homens que estavam na base recebessem os feridos que ele descia delicadamente através de cordas até as mãos de amigos (There’s a War to Be Won, 1997, p. 480).

Por cerca de doze horas, e totalmente desarmado, Desmond Doss enfrentou metralhadoras, rifles e morteiros japoneses, descendo soldado após soldado, até o último homem, para a base americana do penhasco. Como apoio, usou apenas um toco e uma corda. Durante esse tempo, o único pensamento de Doss era uma oração: “Senhor, ajude-me a salvar mais um. Apenas mais um!” O resgate aconteceu num sábado.

Usando uma arma, uma única vez

No dia 21 de maio, em um ataque noturno, Doss permaneceu exposto em campo aberto enquanto os demais soldados de sua companhia fugiram. Mesmo sob o risco de ser confundido com um soldado japonês infiltrado, ele cuidou dos feridos, até que a explosão de uma granada feriu gravemente suas pernas. Em vez de chamar outro médico para tirá-lo da zona de batalha, ele mesmo cuidou de seus ferimentos e esperou cinco horas até que os maqueiros o encontrassem e o levassem para uma área segura. O trio foi surpreendido por um ataque de tanque japonês, e Doss, vendo um homem com ferimentos mais graves próximo a ele, arrastou-se para fora da maca e pediu que os maqueiros cuidassem primeiro do outro homem.

Enquanto esperava o retorno da maca, ele foi novamente atingido, dessa vez por um franco-atirador, e sofreu uma fratura múltipla no braço esquerdo. Com impressionante perseverança, ele atou a coronha de um rifle ao seu braço quebrado para formar uma tala e, mesmo ferido, arrastou-se por quase 300 metros até um local seguro, onde poderia ser ajudado (Conscientious Objector, Medical-Aid Man, Awarded Medal of Honor, Review and Herald, 1º de novembro de 1945, p. 2). Esta foi a única vez em que ele usou uma arma.

O resgate da Bíblia de Doss

Alguns dias depois, num barco-hospital, próximo à costa da ilha de Okinawa, Desmond procurou sua Bíblia no bolso da camisa, mas ela não estava mais lá. A Bíblia que ele havia recebido como presente da esposa o manteve de pé durante os meses de treinamento, quando ele era ridicularizado pelos colegas de acampamento. O mesmo livro também lhe servira de conforto constantemente durante os meses de combate em Guam, Leyte e Okinawa. Provavelmente o exemplar tivesse sido perdido em algum lugar no cume do penhasco onde, com o uniforme encharcado de sangue, ele salvou dezenas de soldados. Ele implorou: “Por favor, alguém diga para os meus companheiros de batalha que eu perdi a minha Bíblia!”

Os soldados, que antes criticavam o adventista do sétimo dia, receberam a mensagem na ilha e voltaram para a Escarpa Maeda com uma nova missão: resgatar a bíblia de Desmond Doss. Eles a encontraram, e enviaram pelo correio até a casa de Doss (World War II Medal of Honor Recipients, 2010, p. 192).

Lições a ser seguidas


Doss morreu em 2006, aos 87 anos de idade.

Para Doss, a salvação vinha da oração a Deus. No fim de abril de 1945, antes que sua unidade militar subisse um penhasco em Okinawa, ele pediu ao tenente da companhia autorização para orar. Doss disse ao comandante: “A oração é a maior salvadora de vidas. Não é melhor pararmos e orar?” As palavras de Doss fizeram com que o tenente interrompesse toda a companhia militar, que estava à beira de um ataque que parecia ser a morte certa. Naquele dia, a companhia B, da qual Doss fazia parte, subiu pelo lado sul do penhasco e não houve nenhuma baixa, mas a companhia A foi dizimada pelos japoneses (Conscience Honored, Signs of the Times, 4 de dezembro de 1945, p. 2).

A lei de Deus sempre estava no coração de Doss, ele chegou a dizer que, quando criança, ao olhar para o quadro dos Dez Mandamentos, era como se Deus falasse para ele: “Desmond, se você me ama, não matará ninguém.”

Outra qualidade de Desmond Doss era sua humildade. Em novembro de 1945, ele recebeu a Medalha de Honra do Congresso, a mais alta condecoração militar dos Estados Unidos. Ainda assim, não se orgulhava do que fez, mas tinha orgulho de Deus tê-lo usado para salvar muitas vidas. Ele dizia: “Eu não queria ser um herói. Mas eu era como a mãe que corre para dentro de uma casa pegando fogo a fim de resgatar seus filhos. No campo de batalha, eu era como a mãe que não abandona seus filhos. Eu amava os meus amigos, e eles me amavam. O que eu fiz foi um serviço de amor”, publicou o jornal The Washington Post, no dia 26 de março de 2006, por ocasião da morte do herói adventista.

Foi esse amor que fez de Doss um grande missionário no tempo e no lugar mais improvável da história. Ele se tornou conhecido entre seus companheiros como o anjo da misericórdia, e sua oração, que também deve ser a nossa, era: “Senhor, ajude-me a salvar mais um. Apenas mais um!”

O Filme "Até o Último Homem"



Em Até o Último Homem,  Mel Gibson faz um filme de conciliação. Numa época em que parece um tanto feio exaltar personagens guerreiros, toma um herói de guerra que jamais segurou um fuzil em suas mãos. E, no entanto, foi condecorado por seus feitos. A história baseia-se em personagem real. E a produção está indicada em seis categorias do Oscar, incluindo melhor filme, direção e ator (Andrew Garfield).


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Fascismo e Nazismo

"Não há mal nenhum em mudar de opinião. Contanto que seja para melhor." Winston Churchill

 

Fascismo e Nazismo

O que é totalitarismo?

O totalitarismo é uma forma de organização do Estado na qual todo o poder se concentra nas mãos de um pequeno grupo de pessoas, organizadas sob a forma de partido único. Esse partido conta geralmente com uma base de massas, mas apenas seus dirigentes têm poder de decisão. Os líderes intermediários ocupam postos na hierarquia do governo, de tal forma que a máquina do partido se confunde com o aparelho do Estado. Essa superposição entre a organização partidária e a administração do Estado só é possível porque o grupo no poder suprime todas as liberdades individuais e coletivas e instala um regime de terror total contra a nação. O Estado totalitário, portanto, é um Estado policial que exerce uma vigilância permanente sobre a vida cotidiana dos cidadãos, controlando até mesmo a vida pessoal e familiar dos indivíduos. Trata-se de um caso extremo de autoritarismo. Uma de suas principais características é o grande uso dos meios de comunicação de massa para difundir a ideologia do regime, exaltar o governo e a figura do líder. O chefe de um regime totalitário é o depositário de toda a ideologia, sendo encarado como um indivíduo excepcional, dotado de qualidades quase sobrenaturais.

 

Fascismo italiano

Aliados das nações vencedoras da Primeira Guerra Mundial, os italianos ficaram insatisfeitos com os resultados do conflito. Além das perdas materiais e humanas sofridas (cerca de 670 mil mortos e 1 milhão de feridos), a Itália não obteve as compensações territoriais desejadas, não conseguiu, por exemplo, anexar nenhuma das antigas colônias alemãs na África nem mesmo regiões mais próximas nos Bálcãs. Nessas circunstâncias, difundiu-se entre a população da Itália um profundo ressentimento contra as grandes potências democrático-liberais da Europa, ao qual vinha somar-se uma crescente insatisfação social em razão da inflação, da carestia e do desemprego decorrentes da guerra. Entre 1919 e 1920 cerca de 3 milhões de trabalhadores urbanos participaram de greves. Em Turim e outras cidades industriais, os operários ocupavam fábricas e tentavam colocá-las em funcionamento. O movimento foi reprimido, mas a sensação de que o governo havia perdido o controle da situação se generalizava entre as classes médias. Em meio a essas condições, em 1919 um ex-combatente chamado Benito Mussolini (1883-1944) fundou um grupo nacionalista de extrema direita conhecido como Fascio de Combattimento. Seu símbolo, um feixe de varas (fascio) atado à lâmina de um machado, havia sido também um dos emblemas do Império Romano. Com ele, Mussolini queria dizer que era preciso reconquistar o antigo poderio de Roma. Os Fasci de Combattimento espalharam-se pela Itália divulgando suas idéias ultranacionalistas, anticomunistas e antiliberais. Eles lutavam pela instauração de um governo forte e autoritário capaz de esmagar os grupos de esquerda (comunistas e socialistas) e de pôr um fim às greves e manifestações operárias, vistas por Mussolini como desordem.

Com cerca de 320 mil adeptos no início dos anos 1920, os Fasci de Combattimento contavam com milícias armadas e uniformizadas com camisas negras, que espalhavam o terror pelo país. Os integrantes dessas milícias, conhecidos como camisas-negras, assassinavam militantes de esquerda, dissolviam manifestações operárias e intimidavam políticos de orientação democrática, tudo sob os olhares complacentes do governo. Em 1921 os Fasci di Combattimento se unificaram em torno da autoridade de Mussolini e se constituíram em Partido Nacional Fascista. Sua base de apoio era formada, sobretudo por desempregados, ex-combatentes, pessoas das classes médias, além de industriais e proprietários de terra temerosos de que a Itália se transformasse em palco de uma revolução comunista. Nas eleições parlamentares de 1921, 35 fascistas foram eleitos deputados. Entre eles, Mussolini. Em 1922, numa demonstração de força, cerca de 30 mil camisas-negras, sob a chefia de Mussolini, invadiram a capital italiana, ocupando prédios públicos e estações ferroviárias. O episódio ficou conhecido como Marcha sobre Roma. Dois dias depois, o rei Vítor Emanuel III convidou Mussolini para ocupar o cargo de primeiro-ministro. O fascismo chegava ao poder. Entre 1922 e 1925 Mussolini governou juntamente com outras forças políticas. Gradativamente, porém, ampliou seus poderes e se impôs como verdadeiro ditador. O Parlamento perdeu sua autoridade e os partidos políticos, com exceção do Partido Nacional Fascista, foram extintos. Os prefeitos e chefes locais perderam seus cargos e foram substituídos por seguidores de Mussolini. Também foi criada uma polícia política secreta para perseguir opositores do regime, o que levou 300 mil pessoas a se refugiarem no exterior; o governo implantou forte censura aos meios de comunicação e suprimiu o direito de greve. Todas as organizações que não fossem fascistas tornaram-se ilegais. No início dos anos 1930, o duce (guia), como era conhecido Mussolini, já centralizava todo o poder.

                Os fascistas acreditavam ser fundamental doutrinar as crianças e jovens. Nas escolas e universidades os professores eram obrigados a exaltar as realizações do regime e aspectos da vida do duce. Também foram criadas organizações que promoviam festas, competições, acampamentos, atividades ao ar livre e que transmitiam aos jovens a ideologia fascista. Mussolini valeu-se dos meios de comunicação de massa para conquistar o apoio da população.  Para tanto, utilizou amplamente jornais, rádios e documentários que divulgavam os feitos de seu governo e cultuavam sua figura, mostrada como a de um homem enérgico, atlético e trabalhador.

Dois outros aspectos da política fascista contribuíram para sua afirmação entre a população italiana. O primeiro foi a intervenção maciça do Estado nas atividades econômicas. Isso ocorreu principalmente após o crash da Bolsa de Nova York, em 1929. Para debelar a crise, o Estado fascista lançou um amplo programa de obras públicas (estradas, pontes, etc.) e incentivou a produção de armas. Essas medidas fizeram baixar o desemprego. O segundo aspecto dessa política foi a instituição, em 1927, da Carta del Lavoro (Carta do Trabalho), na qual se combinavam concessões aos trabalhadores com medidas de controle policial sobre eles. A Carta estabelecia, por exemplo, o seguro contra acidentes de trabalho e a jornada de oito horas, mas proibia as greves e extinguia os sindicatos. Em 1935 Mussolini ordenou a invasão da Etiópia, único país africano, ao lado da Libéria, ainda não dominado pelos europeus. No ano seguinte, interveio na Guerra Civil Espanhola, enviando tropas em apoio às forças do general Francisco Franco (veja o boxe A Guerra Civil Espanhola). Os princípios fascistas não ficaram restritos à Itália. Com a consolidação do governo de Mussolini, começaram a surgir ditaduras de direita também em outros países da Europa, como Portugal, Hungria e Polônia. Foi nesse contexto que, em 1933, o nazismo chegou ao poder na Alemanha.

 

Os princípios do fascismo

Mussolini se definia como reacionário, antiparlamentarista, antidemocrático, antiliberal e anti-socialista. A doutrina fascista tinha aspectos originais. Seus princípios básicos eram:

 

v  Estado totalitário assentado sobre a força da massa popular, encarnada na mística do chefe;

 

v  Existência do indivíduo apenas como fração do Estado, em cuja grandeza devia encontrar sua própria exaltação;

 

v  Extinção da luta de classes: o Estado promoveria a solidariedade entre patrões e empregados, visando a maior produtividade; busca da grandeza italiana, num constante apelo às glórias do Império Romano, com exaltação da importância da guerra na formação das pessoas;

 

v  Identificação entre Estado, chefe de Estado e Partido Fascista.

 

Nazismo

                Ao terminar a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha entrou em uma crise de grandes proporções. Estimulados pela consolidação da Revolução Russa de 1917, os trabalhadores alemães saíam às ruas, os soldados se amotinavam. Com a abdicação do imperador Guilherme II, dois dias antes do armistício que pôs fim ao confronto mundial, líderes da oposição proclamaram a República e constituíram um governo provisório liderado pelo Partido Social-Democrata (socialista moderado). Em janeiro de 1919, operários, soldados e marinheiros tentaram tomar o poder por meio de uma insurreição armada. A frente da rebelião colocaram-se os socialistas da Liga Espartaquista, liderados por Rosa Luxemburgo (1871-1919) e Karl Liebkenecht (1871-1919). A revolta fracassou e, os dois líderes foram presos e executados. Nesse mesmo ano realizaram-se eleições para uma Assembléia Constituinte, reunida na cidade de Weimar. Nascia, assim, a chamada República de Weimar (1919-1933), primeira experiência democrática da história da Alemanha. Os primeiros anos da nova República foram extremamente difíceis. O país não tinha dinheiro para pagar as indenizações de guerra e sofria uma das maiores inflações de todos os tempos. O preço das mercadorias subia várias vezes no mesmo dia. Em abril de 1922, por exemplo, um dólar valia mil marcos; em setembro do ano seguinte, era equivalente a 350 milhões de marcos.

                A economia alemã só voltou a se estabilizar a partir de 1924, graças à injeção de capitais norte-americanos. Entretanto, a população continuou insatisfeita com os termos dos tratados de paz que puseram fim a Primeira Guerra Mundial. Esse sentimento de orgulho nacional ferido estimulou a formação de grupos ultranacionalistas que propunham a instauração de um governo forte, capaz de unificar os alemães e lutar pela recuperação da grandeza nacional.  Um desses grupos era o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (que, em alemão, daria origem à expressão nazista), formado em 1919. Liderado pelo austríaco Adolf Hitler (1889-1945), suas fileiras eram compostas por comerciantes arruinados pela crise, desempregados, ex-militares, etc. Da mesma forma que os fascistas italianos, os nazistas alemães também se organizavam em grupos paramilitares. Suas milícias eram conhecidas como SA, sigla em alemão para “tropas de assalto”. Além de reprimir violentamente os comunistas e os socialistas, as SA garantiam a segurança dos comícios nazistas.  Em novembro de 1923, inspirado na Marcha sobre Roma de Mussolini, Hitler tentou dar um golpe de Estado na cidade de Munique. A tentativa ou putsch de Munique, como ficou conhecida, fracassou e Hitler foi preso. Na cadeia, onde ficou por um ano, escreveu o livro Mein Kampf (Minha luta), no qual sistematizou a ideologia nazista. No livro, Hitler defendia a superioridade dos povos arianos, considerados puros pelos nazistas e dos quais descenderiam os alemães, sobre judeus, eslavos, ciganos, negros e outros grupos humanos. Para Hitler, os judeus seriam, juntamente com os comunistas, culpados por quase todos os males do mundo. O livro defendia ainda o direito dos alemães a um “espaço vital” ou seja, um território na Europa que reunisse os povos germânicos num só império.

                No início, o apoio a Hitler era pequeno. A partir de 1930, porém, a Grande Depressão iniciada com o crash da Bolsa de Nova York arruinou as classes médias e causou o desemprego de milhões de trabalhadores alemães. A crise aumentou ainda mais o sentimento de humilhação que atingia a população alemã desde 1918. Muitas pessoas passaram a ansiar pelo aparecimento de um líder carismático capaz de resgatar a “honra nacional” e de colocar a Alemanha outra vez entre as grandes potências. Com sua exaltação da “raça ariana”, Hitler parecia a muitos ser esse líder predestinado. O Partido Nazista passou, então, a crescer vertiginosamente. Assim, entre 1930 e 1932, o número de deputados nazistas no Parlamento alemão aumentou de 170 para 230. No ano seguinte, o presidente da Alemanha, marechal Paul von Hindenburg, convidou Hitler para ocupar o cargo de chanceler (primeiro-ministro) de seu governo. Morto Hindenburg em agosto de 1933, Hitler o substituiu no cargo de presidente e assumiu o título de Führer (chefe), dando início ao Terceiro Reich alemão (o Primeiro Reich foi o Sacro Império Romano-Germânico; e o Segundo, o da unificação alemã conquistada por Bismarck em 1870).

               

O terror nazista

 

Senhor absoluto do poder, Hitler anulou a Constituição de 1919, instituiu a censura e suspendeu os direitos e as garantias civis. Membros da Gestapo, a polícia secreta alemã, e das SS, tropa de elite nazista, passaram a perseguir, prender e torturar líderes religiosos, ciganos, homossexuais, judeus, líderes sindicais, comunistas e opositores em geral. Alcoólatras, doentes mentais e deficientes físicos eram internados à força e submetidos a cirurgias de esterilização. Muitos intelectuais, cientistas e artistas contrários ao nazismo viram-se obrigados a exilar-se no exterior, como o físico Albert Einstein (1879-1955), o dramaturgo Bertolt Brecht (1898-1956), o escritor Thomas Mann (1875-1955), e muitos outros. Os que decidiam permanecer corriam o risco de ser enviados a campos de concentração. Em 1933 havia nesses campos 40 mil presos políticos. A partir de 1934, o anti-semitismo tornou-se política oficial do Estado. Os judeus não podiam mais trabalhar em órgãos públicos, seus bens foram confiscados e eles ficaram proibidos de se casar com pessoas consideradas arianas. Além do terror, a propaganda sob os cuidados do ministro Joseph

Goebbels (1897-1945) teve papel fundamental para a consolidação do nazismo. A ideologia nazista era transmitida por meio de documentários cinematográficos, programas de rádio, pôsteres e cartazes. Os comícios de Hitler, que reuniam milhares de pessoas, eram minuciosamente preparados para demonstrar a grandeza do Führer e do povo alemão. Essa doutrinação também envolvia as crianças na sala de aula. Desde pequenas, elas aprendiam a ter orgulho de pertencer à raça ariana e a venerar e prestar obediência ao Führer. Com a recuperação econômica do país, a popularidade do regime cresceu. Essa recuperação foi obtida pela intervenção do Estado, que promoveu a realização de obras públicas, impulsionou a indústria de armamentos e estabeleceu formas de planejamento econômico. Grandes capitalistas internacionais e nacionais também ajudaram financeiramente o governo nazista.

Entusiasmado com o crescimento econômico, Hitler passou a violar as determinações do Tratado de Versalhes, que pôs fim a Primeira Guerra Mundial: remilitarizou a Alemanha e colocou em prática uma política expansionista. Abria caminho, assim, para a Segunda Guerra Mundial.

 

Juventude doutrinada

                Os meninos eram alistados aos 10 anos de idade: depois de passar por certas provas esportivas, entravam no Deutsch Jungvolk (Jovem Povo Alemão) por um período de quatro anos, ao longo do qual seus progressos físicos e ideológicos eram registrados em cademetas. Já as meninas, aos 10 anos entravam nas Jungmädel (Jovens virgens). No primeiro ano, meninos e meninas deviam estudar os “Deuses e heróis dos germanos”; no segundo, os “grandes alemães" (de Frederico, o Grande, a Bismarck); no terceiro, "Vinte anos de combate pela Alemanha” (os “anos de luta” do nazismo) no quarta, enfim, “Adolf Hitler e seus companheiros de luta” Aos 14 anos, os jovens entravam nas Juventudes Hitleristas; aos 18, outras estruturas do partido os esperavam: Frente do Trabalho, SA ou SS. A formação ideológica dos 14 aos 18 anos prosseguia por melo de cursos versando desde"o combate pelo Reich” até a “obra do Führer: Esses temas eram difundidos também pelas transmissões radiofônicas dedicadas à juventude.

                A suástica, uma espécie de cruz com os braços voltados para a direita foi adotada como emblema oficial do partido nazista e do Terceiro Reich. Ela foi criada séculos antes de Cristo, na Índia, por uma civilização indo-européia (os arianos), da qual, na concepção do nazismo, os alemães seriam descendentes.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

História Contemporânea do século XX. Parte I.



CHH

De certa forma, o século XX começou, de fato, em 1914, com o advento da Primeira Guerra. Isso porque esse acontecimento foi um marco na história mundial e na história das guerras. A dimensão catastrófica que a “A grande guerra”, como foi chamada, assumiu era sem precedentes. Mais uma vez o mapa da Europa foi radicalmente transformado, sobretudo após o Tratado de Versalhes. Os grandes impérios nacionalistas entraram em colapso, e novas formas de organização política e militar surgiram. A Revolução Russa, completada nos últimos meses de 1917, e a consequente formação da URSS são exemplos dessas novas formas de organização política, bem como a ascensão de regimes como o Nazismo e o Fascismo.

Em pouco mais de vinte anos (de 1918 a 1939) o mundo foi abarcado por uma nova guerra mundial, ainda mais catastrófica que a primeira. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) revelou várias formas de destruição em massa de vidas humanas, desde o holocausto dos judeus (um genocídio programado e executado em escala industrial) até o uso de bombas incendiárias e, por fim, o uso das bombas atômicas. Após 1945, mais uma vez, o mapa geopolítico foi transformado.

A chamada Guerra Fria dominou o cenário mundial de 1945 a 1989. Durante esse período, vários focos de guerra de diferentes tipos e por motivos diversos espalharam-se pelo mundo. A ordem geopolítica foi dividida entre as democracias ocidentais, de orientação liberal e lideradas pelos EUA, e os países comunistas, de orientação intervencionista e antidemocrática, liderados pela URSS. Vários são os pontos que caracterizaram esse período, desde as corridas armamentista e espacial até a Construção do Estado de Israel e as guerras no Oriente Médio. Marcaram esse período também a construção do Muro de Berlim e a sua posterior queda, o esfacelamento do império soviético, a hegemonia americana e a atual ascensão da China e da Rússia como novas potências hegemônicas.

O século 20 começa com o Brasil em recuperação econômica, adotando um modelo agrário, fortemente sustentado com a exportação de café, borracha, algodão e cacau. Os Estados Unidos substitui a Inglaterra como a maior potência econômica do Planeta.

Eventos que marcaram a  Idade Contemporânea do século XX no Brasil.

1900 - A Comissão de Arbitragem de Genebra concede ao Brasil a posse do território do Amapá após conflitos territoriais com franceses, holandeses.

1902 - Toma posse o paulista Rodrigues Alves, como Presidente da República.

1903 - Incorporação do Acre. A antiga província da Bolívia, era habitada por por muitos brasileiros que exploravam a borracha. O Barão do Rio Branco negociou a incorporação do território ao Brasil mediante o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas pelo Acre e a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que daria à Bolívia uma saída para o Oceano Atlântico.

1904 –  O sanitarista Oswaldo Cruz inicia campanha para a erradicação de epidemias de varíola e febre-amarela.

1906 - Em Paris, o mineiro Santos Dumont inaugurou a era da aviação com seu 14 Bis.

Afonso Pena foi eleito presidente

1907 - O Brasil participou pela primeira vez de uma conferência mundial: a segunda Conferência de Paz, em Haia. Foi enviado o jurista baiano Ruy Barbosa.

1908 - O cientista baiano Pirajá da Silva descobriu o agente patogênico da esquistossomose.

1909 - Nilo Peçanha, vice-presidente, assume a Presidência após a morte de Afonso Pena.

1910 - O gaúcho Hermes da Fonseca disputou as eleições presidenciais com o baiano Ruy Barbosa e sai vitorioso.

1912 - O Marechal Hermes da Fonseca autoriza o Bombardeiro de Salvador, em defesa de seu ministro J. J. Seabra, candidato ao governo da Bahia. Tiros de canhões destroem vários prédios históricos da primeira capital do Brasil. A Biblioteca Pública é incendiada, imensa documentação histórica e milhares de livros transformam-se em cinzas. O saldo de mortos e feridos é incerto.

Em outubro, inicia-se a Guerra do Contestado, envolvendo disputas de território entre os estados do Paraná e Santa Catarina.

1914 - Começa a Primeira Guerra Mundial. Wenceslau Brás foi eleito Presidente.

1916 - Promulgado o primeiro Código Civil Brasileiro.

1917 - O Brasil entrou na Primeira Guerra Mundial, após o afundamento de navios brasileiros.

1918 - Rodrigues Alves foi eleito Presidente da República, mas é vítima da gripe espanhola. Delfim Moreira, tomou posse em seu lugar e permaneceu até a convocação de novas eleições, quando o paraibano Epitácio Pessoa foi eleito.

1930 - Getúlio Vargas liderou uma revolução que depôs o presidente Washington Luís. Ditadura Vargas►

1939 - A Alemanha invadiu a Polônia e começou a Segunda Guerra Mundial.

1942 - O Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial.

1945 – A Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos Aliados. Fundou-se a Organização das Nações Unidas, junto com um Conselho de Segurança para a preservação da paz.

Nas primeiras eleições, após a guerra, é eleito presidente Eurico Gaspar Dutra.

1946 – Após a instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou uma nova Constituição que restabeleceu os direitos individuais, aboliu a pena de morte, devolveu a autonomia de estados e municípios com independência dos três poderes – Legislativo, Judiciário e Executivo. Estabeleceu as eleições diretas para Presidente, com mandato de cinco anos.

1947 – Sob fortes pressões da Guerra Fria o Brasil decretou a ilegalidade do Partido Comunista Brasileiro (PCB), cassou parlamentares desse partido, fechou a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), interveio em centenas de sindicatos e rompeu relações diplomáticas com a União Soviética.

1950 – Getúlio Vargas, eleito Presidente, deu continuidade a uma política nacionalista e populista.

Setembro, 18 - A televisão é inaugurada no Brasil pelo magnata paraibano Assis Chateaubriand, dono da TV Tupi de São Paulo. Existiam apenas cerca de 200 aparelhos de TV, na data. No final do ano seguinte seriam mais de seis mil aparelhos.

1954 - Pressionado, o Presidente Vargas suicida-se. Toma posse o Vice João Café Filho.

1955 - Juscelino Kubitschek é vitorioso nas eleições para presidente.

1956 - JK envia ao Congresso Nacional o projeto para construção da nova capital brasileira, Brasília.

1961 - Jânio Quadros toma posse como presidente da república e adota, desde o inicio de seu governo, medidas anti-inflacionárias. Sua política de aproximação com o bloco comunista, no entanto, desagradou grupos que o apoiaram nas eleições; a repressão a movimentos de oposição desagradou os esquerdistas; e sua política de austeridade baseada no congelamento dos salários e restrição ao crédito desagradou a classe média. Isolado politicamente, Jânio Quadros renunciou em agosto de 1961. Uma tentativa de golpe tentou impedir que o vice-presidente João Goulart assumisse a presidência, a solução acordada foi a instauração de um governo parlamentarista.

1964 - Golpe e Ditadura Militar►

1985 - Redemocratização►

Eventos que marcaram a  Idade Contemporânea do século XX no mundo.

A corrida espacial
Uma competição tecnológica entre Estados Unidos e União Soviética, que culminou na primeira viagem extraterrena.

A Criação do Estado de Israel

Desde a criação do Estado de Israel, o Oriente Médio tornou-se cenário de conflitos desordenados entre judeus e árabes.

A Idade Contemporânea
Idade Contemporânea, Guerra entre palestinos e judeus, crise do petróleo, guerra do golfo, fim da união soviética, guerra dos seis dias, guerra do canal de Suez, guerra do Camboja, guerra do Afeganistão, queda do muro de Berlim (Alemanha), Bulgária, Polôn

A ideologia imperialista

A teoria que justificou a dominação afro-asiática.

A Iugoslávia

Com a morte de Tito, a Iugoslávia enfraqueceu-se. Esse foi um dos motivos que desencadearam uma terrível guerra civil entre as diferentes etnias que compunham o país.

A política de portas abertas

A diretriz dos EUA com relação ao imperialismo.
A queda de Ceausescu e a Revolução Romena
Conheça a Revolução Romena de 1989, exceção violenta na transição do socialismo soviético à democracia representativa.

A questão basca

Organização das Nações Unidas, ONU, mundo contemporâneo, Conferência de Yalta, Conferência de San Francisco, Conselho de Segurança, UNESCO, FAO, OIT, UNICEF, FMI, Conselho de Segurança, Guerra do Iraque, Ban Ki-Moon.

A questão da Irlanda

Um longo conflito que tomou conta da Grã-Bretanha.

A Renúncia de Fidel Castro

Fatores que implicaram na renúncia de Fidel Castro.

A Reunificação da Alemanha

A queda do muro de Berlim simbolizou a reunificação da Alemanha e o fim da Guerra Fria.

A Revolução Chinesa
A longa revolução que transformou a China em uma nação comunista.

A revolução xiita no Irã

O processo revolucionário que instituiu a hegemonia dos aiatolás no Irã.

A Unificação Italiana
Saiba mais sobre a Unificação italiana, a queda do Antigo Regime os movimentos nacionalistas.

AK-47: a arma mais versátil do mundo

Conheça um pouco da história do rifle AK-47, considerado a arma mais versátil do mundo.

Assalto ao quartel Moncada e a Revolução Cubana

O assalto ao quartel Moncada, em 1953, resultou na prisão e exílio de Fidel Castro no México, onde ele formaria a guerrilha com a qual voltaria a Cuba.

Bloco Europeu

O Bloco Europeu, bloco europeu, Plano Marshall, reconstrução da Europa Ocidental, CECA, MCE, CEE, UE, União Européia, o bloco europeu, blocos europeus, criação do bloco europeu.

Bloco Norte-Americano

Bloco Norte-Americano, o bloco americano, o bloco norte-americano, a criação do Nafta, criação do Nafta, Nafta, North American Free Trade Agreement.

Blocos Econômicos

Saiba como e por que os blocos econômicos foram organizados na Europa e em outras regiões do planeta.

Bloqueio de Berlim e a Guerra Fria
O Bloqueio de Berlim foi mais um dos episódios da Guerra Fria, acirrando os ânimos dos países das duas áreas de influência que existiam no planeta.

Breve História da televisão

Conheça a história da televisão, meio de comunicação presente em quase todas as casas ao redor do mundo.

Comuna de Paris

Veja aqui a história da Comuna de Paris (1871), primeiro governo liderado pelos trabalhadores na história da humanidade.

Comunismo

Saiba sobre o Comunismo e conheça a ideologia de Karl Marx.

Conflito na Chechênia

As origens e episódios que marcam este conflito estabelecido na região no Cáucaso.

Conflito no Quênia

Compreenda as origens desse conflito deflagrado no continente africano.

Congresso de Viena

O evento que reconstruiu o poder monárquico europeu no século XIX.
Crise de 29

A crise que causou um grande abalo no sistema capitalista.

Crise do Petróleo

As crises que mostram a situação da economia internacional pós-Segunda Guerra.

Crise dos Mísseis

Uma das mais graves crises políticas desenvolvidas durante a Guerra Fria.

Crise no Marrocos

A crise no Marrocos foi desencadeada pela ambição de várias potências colonialistas.

Darwinismo social

A teoria nascida das ideias de Charles Darwin.

Descolonização Afro-asiática

O processo e as conseqüências da formação de nações livres do julgo imperialista.

Ditaduras Latino-americanas
O processo que permitiu a instalação de ditaduras na América Latina.

Doutrina Keynesiana

As diretrizes e concepções dessa corrente de pensamento econômico.

Escândalo de Watergate

O escândalo político que abalou a integridade do cargo presidencial norte-americano.

Fascismo na Itália

O crescimento e a ascenção do fascismo na Itália.

Fim da União Soviética

As transformações e descaminhos que deram fim à União Soviética.

Franquismo

O conflituoso processo que instalou o totalitarismo na Espanha.

Grande Salto para Frente na Revolução Chinesa

O Grande Salto para Frente criou as Comunas Populares na China e pretendeu transformar culturalmente o país.

Guernica, a história de uma obra

Conheça a história de Guernica, uma das mais conhecidas obras de Pablo Picasso.

Guerra contra civis

Veja como as guerras do século XX afetaram os civis e como a inserção de novas tecnologias bélicas resultou em uma maior quantidade de mortes entre a população civil.

Guerra da Coreia

Guerra da Coreia: uma das guerras que movimentaram a chamada "Guerra Fria".

Guerra de Secessão

A guerra civil que marcou uma importante página da história dos EUA.

Guerra do Afeganistão

O conflito entre os mujahedins e as tropas soviéticas que marcou o fim da ordem bipolar.

Guerra do Golfo

O conflito que marcou as diputas pelo petróleo no Oriente Médio.

Guerra dos Seis Dias e o poder israelense

Com a Guerra dos Seis Dias, Israel conseguiu ampliar seu território e tornar ainda mais tensa a situação no Oriente Médio. Clique aqui e saiba mais!

Guerra Franco-Prussiana e os nacionalismos

Saiba mais sobre a Guerra Franco-Prussiana e o desenvolvimento do nacionalismo na França e na Alemanha.

Guerra Ultramar e a descolonização da África

Veja aqui mais sobre a Guerra Ultramar e como as colônias portuguesas (Angola, Moçambique e Guiné-Bissau) conseguiram a independência de Portugal no processo chamado de descolonização da África.

Guerrilha e terrorismo

Saiba como diferenciar um grupo terrorista de uma guerrilha armada.

Independência do Congo

Saiba como o processo de descolonização africana resultou na independência do Congo e como os Estados Unidos financiaram um golpe de Estado no Congo que durou 32 anos.

Iraque e Estados Unidos: um novo New Deal?

Saiba mais sobre a política do New Deal implantada nos EUA na década de 1930, a fim de superar a crise de 1929, e conheça as motivações que levaram a II Guerra Mundial e a Guerra do Iraque em 2003.

Ku Klux Klan

A organização racista que aterrorizou os Estados Unidos no século XIX.

Máquina Enigma

Conheça a história da criação e implementação da máquina Enigma, um dispositivo de emissão de mensagens em códigos cifrados criptográficos.

Massacre de Nanquim

Um evento genocida questionado por alguns historiadores da atualidade.

Morte de Osama Bin Laden

Saiba mais sobre o dia 02 de maio de 2011, data da morte de Osama Bin Laden, o inimigo público dos Estados Unidos, executado por forças armadas norte-americanas, no Paquistão.

Movimento Punk

Da origem sarcástica ao uso na grande mídia.

Nacionalismo

O movimento que tomou força ao longo do século XIX.

Natureza Humana e Tecnologia

Saiba dos problemas referentes à relação entre Natureza Humana e Tecnologia.

Neocolonialismo

As ações e disputas que marcaram a ação imperialista durante o século XIX.

Neoliberalismo

As diretrizes de um modelo de desenvolvimento em crise.

New Deal

New Deal, liberalismo clássico, crise de 1929, Franklin Delano Roosevelt, John Maynard Keynes, história do capitalismo, welfare state, estado de bem estar social, história econômica.

O Capitalismo Financeiro

O Capitalismo Financeiro ou monopolista desenvolveu-se a partir das transformações industriais, tecnológicas e pelo exacerbado crescimento populacional mundial.

O período romântico na literatura mundial

Estudar o período romântico na literatura implica na possibilidade de o homem reconhecer as transformações ocorridas na época.

O radicalismo islâmico do grupo terrorista EIIS

Conheça os principais aspectos do grupo terrorista Estado Islâmico e seus principais objetivos político-religiosos e ações violentas.

Ofensiva dos EUA na invasão da Baía dos Porcos

Conheça a ação militar dos EUA para tentar derrubar o governo de Castro recém-instaurado em Cuba.

ONU

A trajetória da instituição criada no pós-Segunda Guerra.

Os Novos Tigres

As nações asiáticas que vêm usufruindo de notáveis índices de crescimento econômico.

Os Panteras Negras e a luta racial nos EUA

Conheça o Partido dos Panteras Negras e suas principais características.

Perestroika e glasnost na URSS

Saiba o que foi a perestroika e glasnost, bem como o que Gorbatchev pretendia com elas.

Plano Marshall

O plano econômico que visou recuperar o capitalismo europeu após a Segunda Guerra Mundial.

Primavera de Praga

O movimento que buscou reformar o socialismo na República Tcheca.

Primavera dos Povos

Os levantes que mostraram o poder de mobilização das classes populares na Europa.

Primeira Guerra Árabe-Israelense, 1948-1949

Saiba mais sobre a Primeira Guerra Árabe-Israelense e o surgimento da Questão Palestina.

Programa nazista lebensborn

Saiba mais a respeito do programa lebensborn, desenvolvido pelas SS nazistas nos anos iniciais da Segunda Guerra.

Regimes Totalitários

Contextualização histórica da formação dos regimes totalitários.


República de Weimar e a ascensão do nazismo

Marcada por intensos conflitos sociais, a República de Weimar teve em seu fim a ascensão de Hitler ao poder.

Revolução Cubana

Histórico de Cuba, os principais nomes da revolução cubana e a Renúncia de Fidel Castro.

Revolução Cultural Chinesa 1966-1976

A Revolução Cultural Chinesa pretendia aprofundar as conquistas da revolução de 1949 e atacar os adversários de Mao Tsé-tung.

Revolução dos Cravos

A revolução que deu fim ao salazarismo em Portugal.

Revolução e Contra Revolução

Uma discussão sobre dois conceitos que permeiam diversas experiências históricas.


Salazarismo
O regime totalitário que dominou o Estado português.

Socialismo

O Socialismo configurou uma nova forma de enxergar a condição do homem e sua história.

Socialismo Cristão

O movimento que colocou a fé como instrumento de transformação política.

Socialismo Utópico

As teses e perspectivas defendidas pelos primeiros pensadores socialistas.

Socialismo x Anarquismo

As diferenças políticas entre estas duas correntes de pensamento.

Tchecoslovaquia
Formação da Tchecoslováquia, o comunismo na Tchecoslováquia, a divisão da Tchecoslováquia, a Tchescolováquia na Segunda Guerra Munidal.

Terrorismo nos EUA

Terrorismo nos EUA, fatos e acontecimentos terroristas nos EUA, O dia 11 de Setembro.

Terrorismo nos EUA: 11 de setembro de 2001

Saiba mais sobre o terrorismo ocorrido no dia 11 de setembro de 2001, quando terroristas conseguiram driblar a segurança de uma das principais potências militares do mundo.

Unificação Alemã

Unificação Alemã, Século XIX, política das nacionalidades, a Europa durante o século XIX, Confederação Alemã, Prússia, Áustria, Guerra Franco-Prussiana, Otto Von Bismarck.

Vida e morte de Nelson Mandela

Saiba mais sobre a vida de Nelson Mandela, importante figura política mundial do século XX.

Vietnã x Iraque

A comparação a ser feita entre esses dois conflitos envolvendo os EUA.

CHH