Mostrando postagens com marcador ANTIGUIDADE. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ANTIGUIDADE. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Arqueólogos descobrem cemitério filisteu em Israel



Pesquisadores em Israel afirmam ter descoberto um cemitério filisteu - seria, segundo eles, o primeiro a ser encontrado na história. O achado, ocorrido em 2013 e tornado público no domingo (10), pode trazer respostas sobre o antigo mistério em torno da origem do povo. A descoberta marcou o fim da escavação realizada pela Expedição Leon Levy na região do Parque Nacional de Ashkelon, no sul de Israel. Os trabalhos duraram 30 anos. Os líderes da pesquisa dizem ter encontrado 145 conjuntos de restos mortais em várias câmaras fúnebres, algumas cercadas por perfume, comida, joias e armas. As ossadas são originárias do período compreendido entre os séculos 11 a.C. e 8 a.C. Os filisteus são mencionados na Bíblia como arqui-inimigos dos antigos israelitas. Acredita-se que eles tenham migrado para as terras de Israel por volta do século 12 a.C., vindos de áreas do oeste.

O filisteu mais famoso é Golias, guerreiro gigante que, segundo o Livro sagrado, foi vencido pelo jovem Davi antes de ele se tornar rei.

“Após décadas estudando o que os filisteus deixaram para trás, nós finalmente ficamos cara a cara com essas pessoas”, afirmou Daniel M. Master, um dos líderes da escavação. “Com essa descoberta, estamos próximos de desvendar o segredo em torno de suas origens.”

O achado foi mantido em segredo por três anos, até que os trabalhos fossem finalizados. O objetivo era evitar atrair a atenção de ativistas judeus ultraortodoxos, que já haviam feito atos contra escavações. Os manifestantes acusavam os arqueólogos de perturbar locais de sepultamento. “Tivemos que segurar nossas línguas por um longo tempo”, disse Master.

Especialistas que estudaram o período divergem sobre a origem geográfica dos filisteus - Grécia, sua ilha Creta, Chipre e Anatólia, na Turquia, são apontados.

A equipe da expedição está agora fazendo exames de DNA, de datação por radiocarbono e outros testes nos restos mortais em uma tentativa de apontar com precisão sua ascendência.

A maioria dos corpos não foi enterrada com itens pessoais, afirmam os pesquisadores, mas perto de alguns havia utensílios onde eram guardados perfumes, jarras e pequenas tigelas.

Poucos indivíduos foram sepultados com pulseiras e brincos. Outros, com armas. “É assim que filisteus tratavam seus mortos, e esse é o ‘livro de códigos’ para decifrar tudo”, disse o arqueólogo Adam Aja, um dos participantes da escavação.

Nota: E mais um aspecto da história bíblica é confirmado pela pá dos arqueólogos, o que faz da Bíblia Sagrada o livro antigo mais respaldado por descobertas arqueológicas. [MB]


terça-feira, 5 de julho de 2016

Templo megalítico de Mnajdra



Mnajdra é um templo megalítico localizado na costa sul de Malta. Localiza-se a cerca de 500 metros de Haġar Qim. Mnajdra foi construído em cerca de 6 mil anos atrás, e os templos megalíticos de Malta estão entre os centros culturais mais antigos do mundo, tendo sido descritos pelo comitê de Sítios do Patrimônio Mundial como "grandes peças de arquitetura únicas"

Em Malta podem ser encontrados os primeiros indícios de construções monumentais com engenharia arquitetônica muito desenvolvida para o período anterior ao egípcio, além de muita precisão matemática. Pesquisas indicam que Malta foi construída antes da invenção da roda e das ferramentas de metal.

Ao sul da Itália, no norte da África, no mar Mediterrâneo há um arquipélago constituído por 5 ilhas que juntas formam a República de Malta, destas, somente às 3 menores são habitadas, elas são: Malta, Gozo e Comino. Malta está na região central do mediterrâneo e possui uma história milenar pelas convergências (e mistérios) de suas civilizações. Segundo estudos ela é habitada desde cerca de 5200 A. C. e foi uma área importante para uma civilização pré-histórica anterior aos fenícios, os sicilianos.



Mnajdra (Complemento em espanhol)

Mnajdra es un templo megalítico que se encuentra e la costa sur de Malta, a 500 m de la estructura homóloga de Ħaġar Qim. Se encuentra cerca de un acantilado y desde ella es posible ver el islote de Filfla. Mnajdra fue construido en el 3000 a. C. y es por consiguiente una de las más antiguas estructuras autónomas del mundo, anterior incluso a las pirámides de Egipto y a Stonehenge.

Está compuesta por piedra caliza de origen coralino, la cual es mucho más fuerte que la del vecino Ħaġar Qim. En 1992, la Unesco declaró el conjunto de Mnajdra, junto a otros cuatro sitios megalíticos en el archipiélago de Malta, Patrimonio de la Humanidad.



El primero de los dos templos en la parte superior de los acantilados que visitamos fue Hagar Qim (se pronuncia "Hajareem"). Unos 500 metros de ella, cuesta abajo hacia el mar, es el templo Mnajdra. Los dos templos tienen mucho en común, pero también tienen diferencias significativas. Mnajdra es más complicada, siendo quizás una amalgama de tres estructuras individuales. Cada estructura se compone de un camino recto de la "puerta de entrada" a una cámara circular u oval en la parte posterior del templo. Fuera de este camino hay cámaras simétricas laterales, tal vez dos (uno a cada lado), o cuatro. La "puerta de entrada" tiene dos grandes piedras laterales bien vestidos, y está coronado por piedras horizontales dintel. Puertas internas, por otro lado, son a menudo agujeros rectangulares cortadas a través de una gran piedra vestido rectangular.


Interior do templo megalítico de Mnajdra na ilha de Malta

Muchas objetos decorados se encuentran en los templos. Algunos hemos visto en el sitio una y otra vez en el Museo Arqueológico, así que obviamente uno u otro debe ser una réplica. No hay indicios de que es el original, y son tan parecidos como para ser indistinguibles para el ojo inexperto. Replica u original, el "Árbol de la Vida" altar es una notable pieza de trabajo, cualquiera que sea la fecha, pero la más notable dada su fecha prevista de alrededor de 3500 aC, la época de las primeras ciudades sumerias. Gran parte de la superficie del altar es punteada. Lo mismo es punteado en varias piedras talladas. Claramente se hace con cuidado, dentro de un límite prescrito, incluso un área enmarcada, pero su propuesta es un misterio.



Mnajdra está a pocos pasos de Hagar Qim lo largo de una calzada construida, presumiblemente construido para mantener a los turistas fuera del terreno frágil. El templo está bien camuflada contra el fondo de piedra caliza bastante árido, pero cuando se construyó, la isla estaba cubierta de bosques, probablemente, y el templo podría haber sido en un claro, con miras a la salida del sol sobre el mar. Tenía que haber un punto de vista la salida del sol, porque las alineaciones solares parecen haber sido muy importante para los constructores del templo.



sábado, 2 de julho de 2016

Os Templos megalíticos de Ggantija


Vista aérea do templo

Há um folclore interessante sob sua construção. O povo local afirma que um gigante que viveu na área teve um filho com um homem mortal. Segundo a lenda, a própria gigante e a criança construíram o templo, daí o nome Ggantija que pode ser traduzido como “Torre dos Gigantes.”

Ggantija ("Torre dos Gigantes") é um complexo neolítico, de templos megalíticos na ilha Mediterrânica de Gozo. Os templos Ggantija são os primeiros de uma série de Templos megalíticos de Malta. Seus construtores erigiram os dois templos de Ggantija durante o neolítico (c. 3600-2500 aC), o que torna esses templos velhos de mais de 5500 anos e umas das mais antigas estruturas religiosas humanas do mundo. Templos megalíticos de Malta, juntamente com outras estruturas semelhantes, foram designados Património Mundial da UNESCO.


 Interior do templo Megalítico de Ggantija, Ilha de Gozo

Como o nome sugere, megalítico quer dizer “pedra grande”, ou seja, esses templos malteses sao estruturas feitas com enormes pedras colocadas verticalmente no terreno de modo a criar uma construçao muito particular. Sao todos formados por um muro externo que abriga “celulas” dispostas ao redor de um corredor.


Planta dos templos Ġgantija

Os templos megalíticos de Malta e Gozo foram construídos aproximadamente a partir do ano 3800 antes de Cristo. Isso quer dizer que há mais de mil anos antes da construção das pirâmides do Egito, em Malta já existiam pessoas carregando pedras de mais de 20 toneladas para seus templos.


 Muros de Ġgantija feitos com pedras megalíticas.

E como os malteses primitivos carregavam todo esse peso? Alguns dizem que eles usavam um plano inclinado e um sistema de alavancas, mas por causa de umas bolas de pedras encontradas por ali, outros acreditam que as pedras grandes para os templos eram transportadas sobre elas.

Os templos foram, provavelmente, o seio dum culto da fertilidade; os arqueólogos acreditam que as figuras e numerosas estátuas encontradas no local estão ligadas a esse culto. Segundo o folclore Gozitano local, gigantes construíram esses templos e usaram-nos como locais de culto.


Uma vista dos muros exteriores de Ġgantija

Um dado curioso sobre os malteses primitivos è que logo apos a construção do ultimo templo eles simplesmente desapareceram do mapa. Não existem traços de habitantes em Malta entre os anos de 2500 e 2000 antes de Cristo e ninguém sabe dizer o motivo. Talvez eles tenham sido exterminados por alguma doença ou simplesmente emigraram em busca de terras mais férteis… A partir de 2000 a.C. reaparecem vestígios de presença humana, mas um povo muito diverso do primeiro, inclusive com conhecimentos técnicos considerados inferiores.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Las primeras puertas automáticas de la Historia



Ya conocíamos a Herón de Alejandría por el ser creador de la 1ª máquina expendedora de la Historia, pero no sólo ha pasado a la Historia por ello. También fue el primero en idear un sistema para crear las primeras puertas automáticas de la Historia.

Este famoso inventor greco-egipcio del siglo I recogió en su tratado de ingeniería “La Neumática” un sistema para que las puertas de los templos se abrieran solas, sin intervención humana.

El mecanismo utilizaba el vapor de agua que obtenía al calentar fuego en un altar. Esta energía era aprovechada por un sistema de poleas que permitían abrir las puertas.

La verdad es que tuvo que sorprender a propios y extraños sobre todo porque consiguió, no solo abrir las puertas, sino que a la vez sonasen trompetas.


Heron de Alejandria

quarta-feira, 15 de junho de 2016

O computador mais antigo do mundo: um dispositivo de 2.100 anos de idade usado como um "Guia Galáctico".



Os pesquisadores foram capazes de concluir que o Mecanismo de Antikythera foi usado a mais de 2.000 anos atrás como um calendário informatizado do sol e da lua. O dispositivo também ilustrou as fases da lua, a posição do sol e da lua no zodíaco, bem como a posição dos planetas e eclipses.

Nova pesquisa tem ajudado os cientistas a desvendar o mistério por trás do Mecanismo de Antikythera, computador mais antigo do mundo, que pode ter sido usado para "prever o futuro" dos eventos astronômicos.

O dispositivo enigmático tem sido estudado há cem anos desde que foi descoberto. Segundo os pesquisadores, o dispositivo de 2100 anos de idade foi o computador mais antigo do mundo.

Este artefato sofisticado e engenhoso, é completamente a frente do seu tempo de origem, foi descoberto em um velho navio naufragado na costa da Grécia a cem anos. Por mais de um século, a função exata do dispositivo permaneceu um mistério profundo desde que os pesquisadores não foram capazes de decifrá-lo devido à falta de textos que o descrevem. A pequena quantidade de textos que sobreviveram no dispositivo em si não ajudou em nada os pesquisadores.


No entanto, novos estudos têm ajudado a compreender mais sobre o mais antigo computador mecânico do mundo. Graças às poucas palavras impressas nos fragmentos corroídos em engrenagens e placas, os pesquisadores teorizaram que o Mecanismo de Antikythera era usado como um dispositivo astronômico.

No entanto, grande parte da história do antigo dispositivo permaneceu um mistério para os pesquisadores.

Mas a tecnologia tem seus caminhos, e graças aos seus esforços e a utilização de dispositivos de digitalização de ponta, um grupo internacional de pesquisadores conseguiu ler 3.500 caracteres de texto "explicativo", que se acredita ser um quarto do texto original, nas "entranhas" do computador antigo.



Segundo os pesquisadores, ele foi usado como uma espécie de "guia da galáxia" (leia-se astronômia).

"Agora temos os textos que vocês podem realmente ler como um "grego antigo", o que tínhamos antes era algo no rádio com um monte de estática", disse o membro da equipe Professor Alexander Jones, professor de história da ciência antiga da Universidade de Nova Iorque.

"É muito detalhe para nós, porque se trata de um período da qual sabemos muito pouco sobre astronomia grega e, essencialmente, nada sobre a tecnologia, exceto o que nós recolhemos a partir daqui", disse ele. 'Então, esses pequenos textos são uma coisa muito grande para nós. '

Os pesquisadores foram capazes de concluir que o Mecanismo de Antikythera foi usada a mais de 2.000 anos atrás como um calendário informatizado do sol e da lua. O dispositivo também ilustrou as fases da lua, a posição do sol e da lua no zodíaco, bem como a posição dos planetas e eclipses.

O dispositivo tem fascinado pesquisadores por décadas, já que nada do tipo era conhecido  feito pela humanidade há milhares de anos. Isso era único, e indescritível!

"Não foi uma ferramenta de pesquisa, algo que um astrônomo usaria para fazer cálculos, ou mesmo um astrólogo para fazer prognósticos, mas algo que você usaria para ensinar sobre o cosmos e nosso lugar no cosmos", disse o professor Jones.

"É como um livro de astronomia, como era entendida então, que ligava os movimentos do céu e os planetas com a vida dos antigos gregos e seu meio ambiente."

Os fragmentos do Mecanismo Antikythera foram levantadas a partir de um naufrágio em meados do século, na costa da Grécia. Era quase impossível de decifrar o mecanismo desde que os pesquisadores não sabiam ler mais do que algumas centenas de cartas que foram enterrados dentro do instrumento.

A busca para decifrar o mecanismo começou há cerca de 12 anos atrás, quando pesquisadores usaram varredura de raios-x e tecnologia de imagem para analisar 82 peças espalhadas do dispositivo.

"O inquérito inicial foi destinado para ver como o mecanismo funciona, e que foi muito bem sucedida", disse o professor Edmunds.

"O que nós não havíamos percebido era que as técnicas modernas que estavam sendo usados nos permitia ler os textos melhor do que se havia imaginado, tanto na parte externa do mecanismo e no interior dele também."

Segundo os pesquisadores, com base no estilo do texto, que foi muito formal e detalhado, o computador antigo não foi usado como um dispositivo comum.

Os cientistas especulam que o Mecanismo de Antikythera foi inventado na Grécia em algum momento entre 200 e 70 aC.  No entanto, isso não pode ser confirmado como não há textos que mencionam isso, porem é o mais provável.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Por dentro dos zigurates.


Plano do zigurate de Ur construído por Ur-Nammu. Construído com tijolo de adobe seco ao sol, tinha uma grossa camada externa de tijolo cozido. Conservaram-se partes dos níveis inferiores. O aspecto geral foi reconstruído a partir das figuras encontradas em relevos e em selos.

Os zigurates eram um dos elementos mais característicos da antiga Mesopotâmia. Em muitas cidades o templo do deus tutelar compreendia um zigurate que constava de uma série de plataformas sobrepostas, em cima dos quais havia um templo. Os templos erigidos sobre plataformas já se encontram no período Ubaid em Eridu, por volta do quinto milênio a.C. os primeiros zigurates verdadeiros foram construídos por Ur-Nammum (2112-2095 a.C.),  primeiro rei da Terceira Dinastia de Ur, em Ur, Eridu, Uruk e Nippur. A planta era semelhante em todos eles, com uma base retangular, três escalinatas que se cruzavam em ângulo reto e que conduziam ao templo alto. Esta é a lanta do zigurate mais famoso de todos, o do deus Marduk, na Babilônia, que deu origem à história da Torre de Babel. Tinha o nome de Etemenanki, que significa “o templo da fundação do céu e da terra”, e foi começando no século XVII a.C.

Não se conhece a natureza exata das cerimônias que se desenvolviam no alto santuário. O historiador grego Heródoto, que descreveu em pormenor o zigurate da Babilônia, dizia que ali se celebravam as núpcias sagradas de uma sacerdotisa com o deus (que talvez estivesse representado na pessoa do rei ) nu ritual destinado a assegurar a prosperidade futura do país.



Os restos de zigurates foram encontrados em 16 jazigos; outros são conhecidos pelos textos (como o de Agadé, que não se sabe exatamente onde estava) ou pela forma das ruínas. Havia dois tipos principais de zigurate: um tipo do S., mais antigo, que tinha uma plataforma retangular e três escalinatas, e um tipo de nortenho, posterior, sem escalinatas, em que o templos costumava ser parte de um grande complexo. A construção do zigurate no jazigo elamita de Al-Untas-Napirisa (meados do séc. XIII a.C.) é excepcional. Encheu-se um pátio quadrado (com salas à volta) para construir um zigurate alto. As escadas dos quatros lados estavam dentro da estrutura.



A forma dos zigurates era parecida com as pirâmides do Egito, como a pirâmide escalonada de Saqqara (acima, figura), mas a sua função era diferente. As pirâmides eram túmulos, onde a câmara mortuária estava oculta no centro do monumento, sem estrutura por cima. Os zigurates eram sólidas construções de tijolo coroadas por um templo; parecem-se mais aos templos da América Central, como o de Chichén Itzá (figura inferior). É possível, contudo, que a ideia de uma grande estrutura piramidal tivesse vindo do Egito.


Plano reconstruído do templo e zigurate de Tell al-Rimah, provavelmente a antiga Qatara. É provável que fosse construído em tempos de Samsi-Adad I(por volta de 1800 a.C.). ao contrário do tipo anterior do S., que tinha três escalinatas, o zigurate formava parte do edifício do templo e do santuário mais alto chegara até ao teto do templo do pátio.



Em cima: O zigurate da capital assíria de Dur-Sarrukin foi um dos que forma descobertos anteriormente. Julgava-se que um caminho em espiral conduzia até à cúspide e que os três níveis inferiores estavam pintados de branco, negro e vermelho. Os níveis superiores não foram conservados, mas, segundo a combinação normal de cores, teriam sido azul, laranja, prateada e dourada.

sábado, 28 de maio de 2016

Cirurgias e mumificação no antigo Egito



A mumificação

Um dos melhores exemplos da engenhosidade dos antigos egípcios é a mumificação, que ilustra o conhecimento profundo que tinham de inúmeras ciências, como a física, a química, a medicina e a cirurgia. Esse conhecimento era resultado do acúmulo de uma longa experiência. Por exemplo, à descoberta das propriedades químicas do natrão – encontrado em certas regiões do Egito, em particular no Uadi El-Natrum – seguiu-se a utilização das mesmas no cumprimento prático das exigências da crença na vida além-túmulo. Preservar o corpo humano era uma forma de dar realidade à crença. Análises recentes revelaram que o natrão se compõe de uma mistura de carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, sal e sulfato de sódio. Os antigos egípcios conheciam portanto, as funções químicas dessas substâncias. No processo de mumificação, o corpo era embebido em natrão durante setenta dias. O cérebro era extraído pelas narinas, e os intestinos removidos através de uma incisão num dos lados do corpo. Operações desse tipo exigiam um acurado conhecimento de anatomia, queé e ilustrado pelo bom estado de conservação das múmias.

A Cirurgia

Foram sem dúvida os conhecimentos adquiridos com a prática da mumificação que permitiram aos egípcios o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas desde os primeiros tempos de sua história. A cirurgia egípcia é, com efeito, bastante conhecida graças ao Papiro Smith, cópia de um original escrito durante o Antigo Império, entre – 2600 e – 2400, um verdadeiro tratado sobre cirurgia dos ossos e patologia externa. Quarenta e oito casos são examinados sistematicamente. Em cada um deles, o autor do tratado começa o estudo com um título geral: “Instruções acerca de {tal e tal caso}”. Segue-se então uma descrição clínica:  “Se observares [tais sintomas]”. As descrições são invariavelmente precisas e incisivas, seguidas de um diagnostico: “Em relação a isso, dirás: um caso de [tal e tal lesão]”, e, dependendo do caso, “um caso que poderei tratar” ou “um caso que não tem remédio”. Se o cirurgião pode tratar o paciente,o tratamento a ser administrado é então explicado em detalhes; por exemplo:  “no primeiro dia, deves usar um pedaço de carne como bandagem; depois, deves colocar duas tiras de tecido de modo a juntar os lábios da ferida...”
Ainda hoje são aplicados vários tratamentos indicados no Papiro Smith.
Os cirurgiões egípcios sabiam suturar ferimentos e curar fraturas empregando talas de madeira ou de cartonagem. Algumas vezes, o cirurgião simplesmente recomendava que se permitisse à natureza seguir os seu próprio curso. Em dois exemplos, o Papiro Smith instrui o paciente a manter sua dieta normal.

Dos casos estudados pelo Papiro Smith, a maioria se refere a lacerações superficiais do crânio ou da face. Há também casos de lesão dos ossos ou das juntas, como contusões das vértebras cervicais ou espinhais, luxações, perfurações do crânio ou do esterno, e diversas fraturas que afetam o nariz, o maxilar, a clavícula, o úmero, as costelas, o crânio e as vértebras. Exames nas múmias revelaram vestígios de cirurgia, como é o caso do maxilar (datado do Antigo Império) em que foram praticados dois orifícios para drenar um abscesso, ou do crânio fraturado por golpe de machado ou espada e recomposto com sucesso. Existem também indícios de tratamentos dentários, como obturações feitas com um cimento mineral; há uma múmia que apresenta uma espécie de ponte feita de ouro ligando dois dentes pouco firmes.

Por sua abordagem metódica, o Papiro Smith serve como testemunho  da habilidade dos cirurgiões do antigo Egito, habilidade que, supõe-se, foi transmitida pouco a pouco à África, à Ásia e à Antiguidade clássica pelos médicos que acompanhavam as expedições egípcias aos países estrangeiros.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

A mulher na sociedade egípcia



A rainha Ahmose Merit-Amon. Esta escultura de Madeira (da qual se vê aqui um detalhe) representa a esposa de Amenófis I. O rosto é bem individualizado, os olhos são realçados por incrustação de pedras coloridas. Os lábios são orlados com perfeição. A touca é constituída de uma peruca cujas tranças são representadas em relevo e realçadas pela cor.

O lugar da mulher no Egito Antigo é essencial. Para convencer-se disso é suficiente estudar a documentação desse período: desde estatuetas de terra ocre do Neolitico até os relevos que exaltam a beleza de Nefertiti, ou o encanto matizado de helenismo de Cleópatra. Os Traços físicos sublinham as origens afro-asiáticas da população; as representações, os objetos e as inscrições comprovam o interesse atribuído à beleza, aos penteados, às vestimentas, aos cuidados do corpo e do gosto pelos perfumes preciosos.

A mulher tem um estatuto próximo ao do homem. Os textos jurídicos tratam do casamento, da gestão dos bens, sem esquecer o divórcio, o futuro do patrimônio dos filhos e as questões de herança. Mas, qualquer que seja sua posição social, a mulher é primeiramente uma dona de casa, que administra o cotidiano com seus imprevistos, vela pela manutenção corrente da casa, ocupa-se dos filhos, sem esquecer os pais idosos. Na alta sociedade, as esposas de funcionários administram a vida doméstica e, eventualmente, acolhem os hóspedes e preparam as festas, como nas áreas rurais, a casa possui um bom número de criadas, cujos vínculos são bem diversos: da liberdade à completa servidão.

O Colosso de Rodes



Foram necessários 12 anos para construir a estátua

por Maria Carolina Cristianini

A palavra “colosso” não dá nome a uma das Sete Maravilhas da Antiguidade por acaso. Estátua de Hélios, o deus grego do Sol, o Colosso de Rodes tinha 32 metros de altura, o mesmo que um prédio de dez andares. O monumento foi construído para comemorar a vitória dos gregos da ilha de Rodes contra o rei macedônico Demétrio I, que tentou invadi-la em 305 a.C.

A estátua levou provavelmente 12 anos para ficar pronta – sua construção começou em 294 a.C. O escultor Chares, da cidade de Lindos, idealizou o projeto usando como referência outras estátuas do mesmo deus. Todo feito em bronze, o monumento foi erguido nas proximidades do porto e permaneceu em pé pouco tempo, até 225 a.C., quando um terremoto o destruiu. Ali ficou em ruínas até que os árabes invadiram Rodes, no ano de 654, desmontaram as peças quebradas e as venderam.

Vida breve

Monumento ficou em pé menos de 60 anos

1. Pé no mármore

O Colosso foi construído sobre uma base de mármore de 3 metros de altura. As primeiras partes a serem fixadas da estátua, claro, foram os pés, que eram ocos, e os tornozelos. De acordo com relatos do matemático Philon de Bizâncio, 8 toneladas de ferro foram usadas na construção – as vigas do material sustentavam a estrutura interna.

2. Caneleira de pedra

A estrutura da estátua era também mantida por colunas de pedra, que envolviam as vigas de ferro das pernas. Cada um dos pilares de pedra tinha cerca de 1,5 metro de diâmetro. O escultor queria evitar que o Colosso perdesse o equilíbrio e tombasse – por isso adicionou mais peso às porções mais baixas da estátua.

3. Montanha artificial

Para facilitar a construção, os operários fizeram rampas de terra e madeira ao redor da estátua. Cerca de 13 toneladas de bronze foram usadas no revestimento do monumento. Cada placa de bronze tinha que ser cuidadosamente fundida e martelada no formato certo. Elas eram então levadas até a posição correta na estátua por cordas e um sistema de roldanas.

4. Ajuda dos inimigos

O ferro e o bronze utilizados na construção da estátua foram provavelmente obtidos com a fundição e venda dos armamentos deixados pelos inimigos na invasão frustrada. Há também a possibilidade de existirem na ilha minas de cobre, estanho (base para o bronze) e ferro – a maior parte deste material foi usada em vigas nas pernas do monumento e em barras diagonais colocadas a partir da barriga da estátua.

5. Braço de ferro

Partes ocas da estátua, como os braços, foram preenchidas com uma mistura de entulho e pedras. Embora não exista registro preciso sobre a aparência do Colosso, ele provavelmente segurava um manto com a mão esquerda, usava uma coroa e tinha a mão direita sobre os olhos (que representava o direcionamento de seus raios de luz).

6. Operário padrão

Por causa da altura do monumento, é provável que grande parte do bronze tenha sido esculpida nas rampas de terra construídas pelos operários. Não há registro sobre o número de trabalhadores – calcula-se que centenas foram contratados também com o dinheiro da venda dos armamentos e objetos abandonados pelos invasores.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Sofistas


Os sofistas eram considerados mestres da retórica e da oratória, acreditavam que a verdade é múltipla, relativa e mutável. Protágoras foi um dos mais importantes sofistas.

Na Grécia Antiga, haviam professores itinerantes que percorriam as cidades ensinando, mediante pagamento, a arte da retórica às pessoas interessadas. A principal finalidade de seus ensinamentos era introduzir o cidadão na vida política. Tudo o que temos desses professores são fragmentos e citações e, por isso, não podemos saber profundamente sobre o que eles pensavam. Aquilo que temos de mais importante a respeito deles foi aquilo que disseram seus principais adversários teóricos, Platão e Aristóteles.

Eles eram chamados de sofistas, termo que originalmente significaria “sábios”, mas que adquiriu o sentido de desonestidade intelectual, principalmente por conta das definições de Aristóteles e Platão. Aristóteles, por exemplo, definiu a sofística como "a sabedoria (sapientia) aparente mas não real”. Para ele, os sofistas ensinavam a argumentação a respeito de qualquer tema, mesmo que os argumentos não fossem válidos, ou seja, não estavam interessados pela procura da verdade e sim pelo refinamento da arte de vencer discussões, pois para eles a verdade é relativa de acordo com o lugar e o tempo em que o homem está inserido.

O contexto histórico e sociopolítico é importante para que se compreenda o papel e o pensamento dos sofistas para a sociedade grega. Embora Anaxágoras tenha sido o filósofo oficial de Atenas na época do regime de Péricles, não havia um sistema público de ensino superior, então jovens que podiam pagar por instrução recorriam aos sofistas a fim de se prepararem para as dificuldades que enfrentariam na vida adulta. Uma delas, imposta pelo exercício da democracia, era a dificuldade de resolver divergências pelo diálogo tendo em vista um interesse comum. O termo “sofista” não corresponde, portanto, a uma escola filosófica e sim a uma prática. Mesmo assim, podemos elencar algumas caracterizações comuns aos sofistas:

a) Oposição entre natureza (phýsis) e cultura (nómos): Pelo que sabemos, podemos dizer que a maior parte dos sofistas tinha seu interesse filosófico concentrado nos problemas do homem e da natureza. Isso significa que aquilo que é dado por natureza não pode ser mudado, como a necessidade que os homens têm de se alimentar. O que é dado por cultura pode ser mudado, como, por exemplo, aquilo que os homens escolhem como alimento. Ou seja, todos nós precisamos da alimentação para continuarmos vivos, mas na China, a carne dos cães pode fazer parte do cardápio e, na Índia, o homem não pode se alimentar da carne bovina, pois a vaca é considerada um animal sagrado.

b) Relativismo. Para os sofistas, tudo o que se refere à vida prática, como a religião e a política, era considerado fatores culturais, logo podiam ser modificados. Dessa forma, colocavam as normas e hábitos em dúvida quanto à sua pertinência e legitimidade. Como eles eram relativistas, suas questões podiam ser levadas para o seguinte sentido: as leis estabelecidas são pertinentes para essa cidade ou precisam ser mudadas?

c) A existência dos deuses. Para os sofistas, é mais provável que os deuses não existam, mas eles não rejeitam completamente a existência, como Platão, por exemplo. Portanto, eles são mais próximos do agnosticismo do que do ateísmo. A diferença entre os sofistas e aqueles que acreditavam nos deuses – e a educação grega esteve, no início, ligada à existência e interferência dos deuses nos destinos da humanidade – é que eles preferiam não se pronunciar a respeito. Mas, se os deuses existissem, eles não teriam formas e pensamentos humanos.

d) A natureza da alma. A definição de alma para os sofistas é de uma natureza passiva e podia ser modelada pelo conhecimento que vem do exterior. Isso é muito importante para a prática que eles exerciam, pois, se as pessoas possuem almas passivas, elas podem ser convencidas de qualquer discurso proferido de forma encantadora. Por isso, era preciso lapidar a técnica a fim de levar as pessoas a pensarem de um modo que favoreça o orador, ou seja, aquele que está falando para o público. A resistência que alguma pessoa oferece a algo que é dito não seria proveniente da capacidade de refletir ou questionar e sim era decorrência da inabilidade discursiva do orador.

e) Rejeitam questões metafísicas. Os sofistas estavam bastante empenhados em resolver questões da vida prática da pólis. Aquilo que contribuiria para uma vida melhor com os outros ou para atender às necessidades imediatas era o centro de suas preocupações. Por concentrarem seus esforços para pensar naquilo que consideravam útil, questões como a origem do seres, a vida após a morte e a existência dos deuses, ou seja, questões de ordem metafísica, eram rejeitadas.

f) A habilidade de argumentar, mesmo se as teses fossem contraditórias, também era um de seus fundamentos. Apesar da dura crítica feita a eles, o trabalho dos sofistas respondia a uma necessidade da época: com o desenvolvimento e a consolidação da democracia na Atenas do século V a.C., era imprescindível desenvolver a habilidade de argumentar em público, defender suas próprias ideias e convencer a maior parte da assembleia a concordar com aquilo que os beneficiaria individualmente.

g) Antilógica. Uma estratégia de ensino comum aos sofistas era ensinar os jovens a defenderem uma posição para, em seguida, defenderem seu oposto. Essa técnica argumentativa foi chamada de antilógica e foi criticada por Platão e Aristóteles por corromper os jovens com a prática da mentira. Historiadores contemporâneos, no entanto, consideram essa técnica como uma atividade característica do espírito democrático por respeitar a existência de opiniões diferentes (cf. CHAUÍ, Marilena).

Os mais conhecidos sofistas foram Protágoras de Abdera (c. 490-421 a.C.), Górgias de Leontinos (c. 487-380 a.C.), Hípias de Élis, Isócrates de Atenas, Licofron, Pródicos e Trasímaco. Vamos agora conhecer um dos mais importantes, Protágoras.
Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”

Um dos responsáveis para que Protágoras se tornasse um dos mais conhecidos sofistas foi Platão, que dedicou a ele uma obra, o que mostra que o filósofo, mesmo sem concordar com o sofismo, respeitou o pensamento de Protágoras ao ponto de se dedicar a elaborar objeções. Além de ensinar a arte do debate aos jovens em suas muitas visitas a Atenas (lembre-se de que os sofistas eram professores itinerantes, isto é, não residiam em um lugar específico), foi nomeado por Péricles para redigir a constituição de uma colônia ateniense (cf. KENNY, Anthony).

No diálogo Teeteto, Platão traz um importante pensamento de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são”. Isso significa, em outras palavras, que se uma pessoa pensa que uma coisa é verdade, tal coisa é a verdade para ela. Ou seja, a verdade é subjetiva e relativa, não objetiva e absoluta. Por exemplo, se uma pessoa está com febre, ela pensa que a temperatura do ambiente está baixa, mesmo que ela esteja em Fortaleza e os termômetros apontem 38 graus.

Como não há uma verdade objetiva a ser considerada, a verdade sempre seria relacionada aos indivíduos. Em relação à crença nos deuses (como sabemos, a sociedade grega era politeísta), o relativismo tem a consequência de que não há uma crença mais correta do que a outra, todas devem ser respeitadas, pois o homem não pode saber nada a respeito dos deuses, se existem ou como são. Quando diz isso, Protágoras se aproxima do agnosticismo. Em suas palavras, que chegaram a nós por Diogenes Laertios:

“No que diz respeito aos deuses, não posso ter a certeza de que existem ou não, ou de como eles são; pois entre nós e o conhecimento deles há muitos obstáculos, quer a dificuldade do assunto, quer a pouca duração da vida humana”.

Diogenes Laertios, ao criticar Protágoras, nota que sua obra foi queimada em praça pública por atenienses que acreditavam que ele corrompia a juventude e ironiza, dizendo que ele foi o primeiro homem a dizer que em relação a qualquer assunto há duas afirmações contraditórias. Depois, Platão objetou que se todas as crenças são verdadeiras, a crença de que nem todas as crenças são verdadeiras também é verdadeira.