quarta-feira, 30 de novembro de 2016

"Divulgação" Construindo História Hoje


Sobre Jacques Lefèvre


           
Lefèvre nasceu na cidade francesa de Étaples na costa da Picardia em 1455 em uma humilde família católica, foi teólogo e humanista. Antes mesmo de entrar para a Universidade de Paris (atual Sorbonne), aonde lecionou de 1490-1508 já havia sido ordenado sacerdote. Mas ficou conhecido mesmo como um dos pioneiros na tradução das Escrituras Sagradas para o francês. Em 1509 foi responsável pela publicação de um estudo aonde comparou cinco traduções dos Salmos em latim que visava uma melhor compreensão das Escrituras pelos menos doutos.

No começo da década de 1520 em Meaux, uma cidade próxima a Paris trechos do evangelho foram lidos durante a Missa não em latim, mas em francês graças aos estudos de Lefèvre, aonde o povo pode ouvir a mesma em seu idioma natal. Publicada em 1523 sua tradução dos Evangelhos do grego Koine para o francês teve a melhor recepção pelo povo que em pouco tempo teve todo o estoque foi vendido. Graças à proteção do rei Francisco I da França suas traduções conseguiram continuar em circulação, pois naquela época a Igreja Católica tinha resistência as traduções as línguas vernáculas devido ao perigo das interpretações. Em 1524 lançou sua tradução dos Salmos para o francês e em 1530 na Antuérpia na Bélgica foi publicada sua tradução completa da Bíblia baseada na Vulgata de Jerônimo com a aprovação do imperador Carlos V. Faleceu em 1536 ou 1537 em Nérac, França deixando seu legado para toda a humanidade.

domingo, 27 de novembro de 2016

Sobre personagens


Diante das limitações encontradas pelas pessoas em suas próprias vidas, vemos que é na literatura que a explosão do espírito humano encontra por meio de grandes escritores e em seus personagens a vazão que necessita. Pois apresentam em seus personagens o que há de melhor na humanidade, mesmo que às vezes para não fugirem da realidade em demasia dão pinceladas dos defeitos de seus personagens. Mas, no mais são repletos de uma busca pelo que há de melhor em nossa natureza com o objetivo de dar esperanças, criar empatia em seus leitores. Tem sido assim desde os primeiros mitos criados pelos primeiros grupos humanos até nos mais recentes heróis da literatura ou do cinema. O sucesso desse estilo aonde o personagem principal possui grandes habilidades que podem ser desenvolvidas e um espírito de compaixão e justiça pelos seus semelhantes tem se sobressaído. O segredo é que as pessoas necessitam ser lembradas de suas qualidades, mas muitas vezes passam seus dias olhando para seus defeitos, nesse espaço entra o herói, lembrando que você também pode.


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Sobre Sherlock Holmes



Holmes foi um dos poucos personagens cujo seu nome se funde e chegada suplantar o nome de seu criador Conan Doyle. Sir Arthur Conan Doyle ficou a sombra de seu personagem ao ponto de citar em sua última estória de Holmes em 1917, que foi por culpa do personagem que suas obras sérias como o mesmo cita ficaram desconhecidas. Mas longe disso denotar uma revolta, mas sim uma competição com sua própria criação, uma competição que diante da genialidade Conan Doyle prosperou tanto com seu grande personagem como com suas próprias obras, pois o autor recebeu o título de Sir por sua obra publicada sobre a Guerra dos Bôeres, baseada em sua participação da mesma, aonde atuou como médico cirurgião. Mas suas ultimas estórias do detetive da Baker Street, Conan Doyle resolve inovar e escrever algumas estórias com base em Holmes, pois segundo a estória, Watson cobrava que Holmes escrevesse suas próprias aventuras e no caso “Um Epilogo de Sherlock Holmes”, vemos o grande detetive atuar disfarçado de um espião em meados do inicio da Primeira Guerra Mundial. Podemos concluir que o universo de Sherlock Holmes sempre terá espaço para analises e estudos de tão fantástica e envolvente ser as aventuras da dupla Holmes e Watson. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Sobre o Positivismo


O Positivismo teve sua origem nos pensamentos de Augusto Comte que por meio de suas reflexões objetivou elaborar uma filosofia que respondesse a necessidade de uma sociologia física que se afastasse de qualquer influência metafisica. E diante dessas questões, o Mestre de Montpellier elaborou o que viria a ser chamada de Religião da Humanidade. Comte não começou da estaca zero em seus trabalhos, mas teve como base as ideias do Marquês de Condorcet, um filósofo da Enciclopédia que segundo nos fala Comte não conseguiu entender a profundidade da Sociologia devido aos seus pré-conceitos estabelecidos. O Mestre de Montpellier acreditava que o Positivismo se espalharia pelo mundo rapidamente, mas nunca imaginou que seria no Brasil que ele teria seu maior desenvolvimento, vindo a ser responsável pela ascensão da República e queda da monarquia. Bem como foi uma verdadeira engrenagem da difusão da cultura e conhecimento entre os principais pensadores do século XIX e inicio do XX.  Sua influência não se restringiu a filosofia, mas atingiu desde as ciências exatas à humanas, chegando a política nacional e seus principais expoentes da época. Nomes estes que estão até hoje registrados na História de nosso país.



sexta-feira, 21 de outubro de 2016

O PORTFÓLIO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA UNIVERSITÁRIA: REFLEXÕES DE UM GRUPO DE DOUTORANDOS EM EDUCAÇÃO








Maiza Taques Margraf Althaus - UEPG


Resumo: O artigo analisa a avaliação dos processos de ensino e aprendizagem por meio de portfólios na docência universitária. A pesquisa, de natureza qualitativa, é resultado de uma intervenção realizada com seis alunos do programa de Doutorado em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, durante o segundo semestre de 2011, mediados por duas professoras coordenadoras do grupo de pesquisa Paradigmas educacionais e formação de professores – PEFOP. A temática volta-se para a formação pedagógica do professor universitário, tendo como principal objetivo analisar, do ponto de vista didático-pedagógico, as contribuições do trabalho por meio de portfólios aos processos de ensino e aprendizagem na pedagogia universitária, a partir dos textos produzidos por seis doutorandos em Educação, disponibilizados na Plataforma virtual Eureka. A problemática levantada buscou identificar quais as possibilidades e os limites da utilização de portfólios na prática pedagógica universitária, quando se concebem os processos de ensino e aprendizagem integrados à avaliação.

Palavras-chave: Formação de professores. Avaliação. Docência universitária.


Introdução


Os portfólios constituem peças únicas, cuja singularidade traduz-se no caráter particular das vivências nele descritas e refletidas, no quadro de referências pessoais que balizaram a reflexão e as interpretações feitas. (DESPREBITERIS; TAVARES, 2009, p.150).

Estudos desenvolvidos sobre os paradigmas na docência universitária têm revelado que o redimensionamento da prática pedagógica implica uma mudança epistemológica, e não somente metodológica. Frente às incertezas do mundo contemporâneo, as responsabilidades atribuídas às Universidades têm exigido dos professores uma capacidade de aprendizado permanente, que perpassa as tensões presentes no dia a dia , que envolvem desde a avaliação externa dos cursos oferecidos (da graduação até a pós-graduação), até a avaliação da aprendizagem dos estudantes universitários, foco de interesse neste artigo (VASCONCELLOS, 2009, p.131).

Com esse pensar, a prática pedagógica no ensino de graduação indica a necessidade de um processo formativo que tenha sentido e relevância, tanto para os professores quanto para os estudantes, profissionais que tão logo estarão à frente dos problemas por nós enfrentados.


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Mais do que capacitar seu quadro docente, compreendemos que a formação pedagógica dos professores universitários precisa ser trabalhada para além do aperfeiçoamento didático, sobretudo para o fortalecimento e a constituição de uma identidade profissional, que envolva a compreensão da docência universitária numa visão complexa, porque é tecida conjuntamente, porque integra sujeitos que ensinam e que aprendem, articulando e contextualizando singularidades e coletividades. Segundo Cunha (2009, p.217),

“o arcabouço histórico conceitual do entendimento da docência e da mudança paradigmática, que vem afetando a concepção de conhecimento e incluindo novas racionalidades, tem tido importante influência no campo da formação de professores.”

A frágil compreensão de que, para ser professor, basta conhecer o conteúdo do que se ensina caminha na contramão do que Zabalza (2004, p. 111) afirma “[...] a capacidade intelectual do docente e a forma como abordará os conteúdos são muito distintas de como o especialista faz”. Precisamos romper com o pensamento disjuntivo, como destacou Morin:

[...] nosso pensamento é disjuntivo e, além disso, redutor: buscamos a explicação de um todo através da constituição de suas partes. Queremos eliminar o problema da complexidade. Este é um obstáculo profundo, pois estabelece a fixação a uma forma de pensamento que se impõe em nossa mente desde a infância, que se desenvolve na escola, na universidade e se incrusta na especialização; é o mundo dos experts e dos especialistas maneja cada vez mais nossas sociedades (1996, p.275).


No tocante à prática pedagógica universitária, o pensamento redutor muitas vezes se volta aos processos de ensinar, aprender e avaliar, considerando-se que, não raras vezes, são tomados como momentos estanques e unilaterais. A retórica de que a avaliação é processo nem sempre é vivenciada na prática. Se for processo, a avaliação não ocorre alheia aos processos de ensino e de aprendizagem.

Reforçando essa ideia, Both (2005, p.55) sugere que “a aprendizagem ocorre tanto mais significativamente quanto maior for a interação de ações entre o ato de ensinar e o de avaliar.” Segundo o autor, “avaliar a aprendizagem do aluno significa, concomitantemente, avaliar o ensino oferecido. Não havendo a aprendizagem esperada, o ensino não cumpriu sua finalidade de fazer aprender.”

Frente ao exposto, o objetivo principal da presente pesquisa é analisar, do ponto de vista didático-pedagógico, as contribuições do trabalho por meio de portfólios aos processos de ensino e aprendizagem na pedagogia universitária, a partir dos textos produzidos por seis doutorandos em Educação. Para isso, foram utilizados, na coleta de informações, os textos disponibilizados na Plataforma Eureka, em que buscávamos informações sobre conceitos teóricos e práticas de avaliação por meio de portfólios na docência universitária. Trata-se de


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uma abordagem metodológica qualitativa, por meio da pesquisa-ação, desenvolvida no segundo semestre de 2011 com os interlocutores da pesquisa, alunos da disciplina de Seminário de aprofundamento: teoria e prática pedagógica na formação de professores.

O estudo em tela buscou respostas ao problema expresso na questão: quais as possibilidades e os limites da utilização de portfólios na prática pedagógica universitária, quando se concebem os processos de ensino e aprendizagem integrados à avaliação?


A avaliação com portfólios na prática pedagógica universitária: diálogo com autores


Avaliar é atividade didática de fundamental importância no contexto da prática pedagógica universitária: é preciso estudar a avaliação para compreender e aperfeiçoar esta tarefa didática tão presente em nosso cotidiano.

O bom ensino, parafraseando Zabalza (2004, p.203), não é linear, mas ocorre em círculos progressivos, como se avançasse e se retrocedesse para continuar avançando. Na avaliação, a dinâmica do trabalho pedagógico igualmente requer movimentos contínuos, visando sempre à aprendizagem do estudante.

Para Tescarolo (2005), a avaliação não pode ser analisada de forma autônoma, mas antes, constitui uma das dimensões da problemática geral das aprendizagens, assumindo a parte mais importante de sua função reguladora. Nesse sentido, precisa estar articulada ao planejamento institucional, contribuindo para a gestão dos processos e instrumentos pedagógicos, tendo por função primordial a orientação e facilitação dos processos de aprendizagem.

A verdadeira avaliação é mais do que simples mensuração, pois envolve também julgamento de valor, o que excede a pura coleta de dados e aferição de medidas. A busca da excelência exige a avaliação (JULIATTO, 2005, p.192). Compreendida desta forma, cabe perguntar: o que pretendemos quando ensinamos e avaliamos nossos alunos nas universidades? Esse questionamento permite-nos refletir que, nas universidades, professores vêm se dedicando cada vez mais no preparo sobre o que será feito no cotidiano com os alunos, na formação dos novos profissionais. Parece ser mais fácil, para alguns professores, apresentar atividades interessantes aos estudantes do que refletir a respeito das finalidades e dos objetivos que devem estar por trás dessas atividades.

Segundo Masetto (2010, p.163),



[...] para que a avaliação do desempenho do aluno colabore com sua aprendizagem, há que se planejar seu processo e suas técnicas [...] quando formos realizar o


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planejamento do semestre, no mesmo tempo em que definimos objetivos de aprendizagem, conteúdos e técnicas pedagógicas, precisaremos planejar o processo de avaliação, suas técnicas, seus critérios e seu cronograma.


O bom uso da avaliação (SORDI, 2000, p.246) deve ser levado a sério pelos educadores, “[...] sob pena de perpetuarmos um modelo de ensino que desconsidera os desafios de uma sociedade que se transforma e se desenvolve de modo acelerado”.

Compartilhamos com a autora a tese de que a alteração substantiva das práticas de avaliação pode contribuir para que a aprendizagem ganhe significado e, por se tornar significativa para os sujeitos envolvidos, consiga efetivamente gerar efeitos educativos para os egressos das universidades, os novos profissionais por quem somos responsáveis.

Como nos explica Roldão (2010, p. 30), é necessário ao exercício da função de ensinar saber analisar e avaliar como se ensinou, ou seja, ter um conhecimento reflexivo que permita ao professor reanalisar reflexivamente a sua ação, reorientando sua prática em função da análise feita.

Segundo Méndez (2005, p.98),


[...] mais que o instrumento, importa o tipo de conhecimento que põe à prova o tipo de perguntas que se formula, o tipo de qualidade (mental ou prática) que se exige e as respostas que se espera obter conforme o conteúdo das perguntas ou problemas que são formulados.

Na perspectiva formativa de avaliação, segundo Perrenoud (1999), a avaliação é tão integrada aos processos de ensino-aprendizagem que não se separa deles. Para o autor, a observação formativa possibilita guiar e otimizar aprendizagens em andamento, que estão em processo.

Reafirmando a perspectiva da avaliação no sentido contínuo, formativo, Villas Boas (2004) nos oferece uma reflexão sobre a relação entre o portfólio, a avaliação e o trabalho pedagógico. Toma por referência o entendimento de que o portfólio compreende uma coleção intencional de trabalhos do aluno, com o objetivo de contar a história dos esforços, progressos e desempenho em uma determinada área. Segundo a autora, é necessário o entendimento de três ideias básicas: “a avaliação como um processo de desenvolvimento; o papel ativo dos alunos no processo por aprenderem a identificar e revelar o que sabem e o que não sabem; e a reflexão do aluno sobre o processo de sua aprendizagem” (VILLAS BOAS, 2004, p. 37-38).

Quanto à origem da palavra portfólio, Depresbiteris e Tavares (2009, p.149) afirmam:



A palavra porta-fólio vem do latim portáre, que quer dizer portar, trazer, transportar, e folíum, que significa folha [...] O conceito de portfólio nasceu com as artes, denominando o conjunto de trabalhos de um artista [...] ou de fotos de ator ou


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modelo usado para divulgação das produções entre os clientes [...] Em educação, o portfólio é o conjunto de vários trabalhos realizados pelo aluno, com orientação do professor, que corresponde a um período curto, médio ou longo, de sua vida escolar: ano, semestre, curso ou unidade de um curso.

Ao discutir sobre a utilização de portfólios na educação superior, Alves (2006, p.106) afirmou que esta prática permite aos professores considerarem o trabalho de forma processual,

“[...] superando a visão pontual das provas e testes, integrando-o no contexto do ensino como uma atividade complexa baseada em elementos de aprendizagem significativa e relacional”.

Nesse particular, Condemarín e Medina (2005, p.23) partem do princípio de que:


O estabelecimento de acordos sobre os propósitos atribuídos ao portfólio permite dar confiabilidade e consistência à sua utilização como meio de avaliação. Assim, a partir dessa definição surgirão múltiplas possibilidades de formato [...] Deste modo, poderão ter um portfólio para trabalhos completos, para rascunhos ou trabalhos parciais, para instrumentos ou ferramentas de síntese, etc.


Com respeito à definição dos propósitos do portfólio, como pudemos observar acima, diferentes formatos ou modalidades podem ser definidos com os estudantes, conforme as necessidades avaliativas. A rigor, o maior propósito da organização dos portfólios é o de que

“[...] o aluno se auto-avalie, visualize e tome consciência do progresso de suas aprendizagens”

(Condemarín; Medina, 2005, p.88), o que permite que cada portfólio seja uma peça única de criação, não devendo ser comparado com os portfólios dos demais alunos.