Relatório
da Skynet sobre jornalista do Qatar
Por Leonardo Müller
Segundo noticiou o jornal
norte-americano The Intercept, a agência de espionagem dos EUA, a NSA, criou e
tem usado um programa chamado “Skynet”, em referência à inteligência artificial
de mesmo nome que dominou o planeta e mata seres humanos indiscriminadamente no
mundo ficcional dos filmes da franquia O
Exterminador do Futuro.
Apesar de não ser de fato
uma inteligência artificial, a Skynet da NSA pode ser encarada com temor
semelhante ao da sua homônima da ficção. O programa é uma ferramenta que
analisa metadados de milhões de pessoas e determina quais delas são terroristas
em potencial.
Se a Skynet da vida real
identifica alguém limpando dados de um chip SIM com certa frequência, ou apenas
recebendo chamadas curtas com sem nunca realizar ligações, a vigilância sobre
ela aumenta. Se mais pontos suspeitos forem detectados, os indivíduos
espionados podem ser levados para interrogatório.
Jornalista da TV Al Jazeera erroneamente acusado de terrorista com base em metadados
Contudo, a Skynet
norte-americana está longe de ser eficiente. O último grande erro do programa
foi identificar o conhecido jornalista da TV Al Jazeera, Ahmad Muaffaq Zaidan,
como integrante da organização terrorista Al Qaeda. Ele firmemente nega a
acusação, que a própria NSA já descreditou.
Processamento de metadados aos assassinatos
O problema de a Skynet
cometer erros grosseiros como esse não é simplesmente levantar dúvidas sobre a
índole de pessoas inocentes. Um antigo diretor da NSA, Michel Hayden, já
admitiu que a agência mata pessoas baseando suas escolhas apenas em
processamento de metadados, como os feitos pela Skynet.
Contudo, o funcionamento de
sistemas como esses podem estar com os dias contados nos EUA. Uma decisão
judicial tomada ontem considerou ilegal a coleta de metadados em grande escala.
Com isso, a agência terá que encontrar novas formas de definir alvos através da
Skynet para destruir com seus drones teleguiados.