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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Quem corre riscos nem sempre é compreendido

O medo de ousar tem destruído a formação de pensadores no mundo todo. Muitos estudantes têm medo de levantar as mãos, questionar seus professores, expressar seus pensamentos. O sistema educacional procura alunos quietos, mais a sabedoria procura alunos inconformados. O sistema educacional procura alunos que repetem idéias, mas a formação de pensadores procura alunos que debatam as idéias, usam o raciocínio esquemático e ousam nas provas.

Lembro-me de um aluno que tirou zero porque ousou pensar diferente. Merecia dez, mas foi completamente silenciado. Nunca mais ousou colocar seus pensamentos. Lembro-me de outro aluno que não escreveu direito uma palavra numa prova. A professora o chamou na frente da classe e o fez escrever na lousa a mesma palavra dezena de vezes.

Foi humilhado publicamente. A humilhação publica foi registrada no inconsciente dele gerando uma grave zona de conflito. Nunca mais conseguiu escrever textos para mostrar aos outros. No exato momento em que começava a construir palavras, suava frio, seu raciocínio se turvava, não conseguia pensar. Pequenos momentos mudam uma história.

Vivi essa história. Há mais de vinte e cinco anos quando era um estudante de medicina, escrevia informações de psicologia de um modo diferente do que me ensinavam. Não as escrevia assim porque as considerava melhor do que as dos meus mestres, mas porque observava e deduzia algumas coisas de modo diferente. Tal atitude era uma afronta.

Tentaram me silenciar, mas felizmente a ousadia prevaleceu. Mas quantos pensadores emudeceram para sempre porque foram proibidos de pensar diferente? Você foi emudecido em alguma área de sua personalidade por alguém ou alguma circunstância? Nunca é tarde para romper as armadilhas da mente. É tempo de superar o medo de errar. Como digo no livro Vendedor de Sonhos, é tempo de caminhar sem medo de se perder.

Você quer saber mais?

CURY, Augusto. O Código da Inteligência: a formação de mentes brilhantes e a busca pela excelência emocional e profissional, Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil/ Ediouro, 2008.

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A civilização dos megálitos

Templo de Mnajdra, Malta.
No fim do Neolítico, os habitantes da ilha de Malta sabem utilizar os megálitos para construir edifícios elaborados. A presença de ídolos femininos no interior prova que se trata de santuários. Em Mnajdra, três monólitos decorados em picotagens servem de porta de entrada para penetrar em três salas em forma de folhas de trevo. Atrás, câmaras com ressonâncias insólitas deviam servir para proferir oráculos. 3° milênio a.C..

Os megálitos (grandes pedras) são os mais antigos monumentos da humanidade. Entre o 5° e 2° milênio a.C., enormes blocos de pedra foram erigidos na Europa em locais abertos e muitas vezes sobre uma elevação. Os mais antigos megálitos estão na Espanha e em Portugal, bem como no Golfo de Lion (noroeste do mar Mediterrâneo), na Córsega, na Sardenha e em Malta. O costume de erigir “grandes pedras” segue depois ao longo da costa atlântica. A Bretanha, em particular, oferece numerosos exemplos desses monumentos. A seguir, a arte megalítica chegou à Irlanda, à Grã-Bretanha e finalmente, por volta de 1500 a.C., à Jutlândia e à Escandinávia.

Os menires, altas pedras verticais de um bloco único, podem ser isolados ou colocados em círculos (o cromlech) ou ainda alinhados. Os alinhamentos dos menires de Carnac ou os círculos de Stonehenge estão talvez ligados a um culto solar ou lunar. Os dolmens, que têm a forma de mesa, são formados por pedras verticais que sustentam um bloco único disposto horizontalmente. Abrigando geralmente câmaras funerárias, são dissimulados sob um montículo de terra ou cairns (montes de pedras). Alguns megálitos são decorados. Na França, as paredes do dólmen de Gavrinis (Morbihan) apresentam gravações de desenhos abstratos (círculos, espirais), folhas, machados e serpentes. Em Filitosa (Córsega), menires têm gravações em relevo com características antropomórficas (esboços de cabeça e braços), além de armas de guerra.

A dama de Saint-Sernin em Aveyron.
Esta estela de arenito esculpido, em forma arredondada no alto, representa de manei4a muito estilizada uma mulher. Dois buracos para os olhos, um traço para o nariz, linhas horizontais para as faces desenham o rosto do ídolo. O grande colar terminado com um pendente, os seios, a tanga que cobre o baixo-ventre e os quatro membros estão particularmente sublinhados. Mais de 20 pequenos menires com a aparência de ídolos femininos, como este, foram encontrados em Aveyron.

Stonehenge, na Grã-Bretanha.
Construído por etapas entre o 3° e o 2° milênio, o conjunto monumental de Stonehenge se compõe de círculos concêntricos de menires, de 3 a 6 metros de altura, e pesando dezenas de toneladas. As pedras verticais do círculo exterior suportam blocos horizontais. Até agora este sítio impressionante não revelou o segredo de sua finalidade.

Você quer saber mais?

SALLES, Catherine. Larousse das Civilizações Antigas: Vol. I – Dos Faráos à Fundação de Roma, 2006.

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terça-feira, 5 de abril de 2011

O latim dá sinais de vida

A Igreja, a série Harry Potter e até um delegado brasileiro redefinem o debate sobre o uso do latim nos tempos de hoje


Mariana Hilgert e Luiz Costa Pereira Junior

Missa rezada em latim na cidade de Curitiba: de frente para o altar e de costas para os fiéis

O delegado-geral de São Paulo, Marcos Carneiro, tomou posse em 2011 com a determinação de, dentre outras iniciativas para melhorar o atendimento à população nas delegacias do Estado, proibir o uso de palavras latinas nos boletins de ocorrência policial. Na primeira entrevista após assumir o cargo, em 10 de janeiro, Carneiro disse que considera obscuro para a população o uso de termos como ad cautelam (por cautela), por vezes escritos com erro ou aplicados de forma abusiva, "numa situação que exige objetividade".

O veto ao latim em boletins e memorandos policiais de São Paulo depende, para ser efetivado, de publicação de portaria no Diário Oficial do Estado. Mas já é dado como fato, embora nada impedisse a edição de portaria contrária, exigindo, simplesmente, a tradução entre parênteses de todas as expressões latinas consagradas no meio, algumas das quais usadas por esnobismo ou para exclusão dos não iniciados, mas outras tantas de aplicação precisa e tradicional.

A medida, pensada como instrumento de ampliação da cidadania, vai na contramão da discreta, mas surpreendente, valorização de que o latim tem sido alvo nos últimos tempos.

Internet

O Google, por exemplo, acaba de anunciar o latim como a mais nova língua no cardápio de seu Google Translate. Segundo o engenheiro Jakob Uszkoreit, no blog oficial do sistema de busca, é o primeiro idioma sem falantes nativos que o serviço é capaz de traduzir de forma automática. O latim, no entanto, oferece dificuldades específicas ao buscador, que depende de textos reais e traduções já feitas para usar como referência, diz Jakob. Um dos limites do sistema é a dificuldade de traduzir termos contemporâneos, que não existiam na Roma antiga. O serviço cria aproximações. Para um xingamento muito atual, como "Vai se ferrar!", o Google Translate cria o equivalente "Pedicabo ego vos". Se, em caminho inverso, pedimos versão em português para "Pedicabo ego vos", o equivalente será "Eu vou amaldiçoar você".

A preocupação em criar aproximações semânticas é compartilhada pela maior instituição a ainda usar o latim de forma oficial, a Igreja Católica. Mas, diferentemente do Google, a Igreja arvora-se de autoridade para "atualizar" o latim. Apesar das mudanças do Concílio Vaticano II, que acabaram por excluir o latim nas missas, o Vaticano vem tentando retomar o uso do idioma.

Carneiro quer proibir expressões latinas em boletins de ocorrência em São Paulo


Reação papal

O papa Paulo VI, por exemplo, criou em 1970 a Fundação Latina do Vaticano, responsável por um dicionário moderno, o Lexicon Recentis Latinitas (2003, www.alpheratz.org), em dois volumes com 15 mil palavras, adaptações latinas de termos usados nos dias de hoje.

A importância do latim para a Igreja é tão intestina que a Cidade do Vaticano tem o único caixa eletrônico do planeta com instruções em latim. A retomada do idioma, no entanto, só se sacramentou há três anos, quando o papa Bento XVI promulgou documento retomando o uso do latim nas missas, se houver interesse por parte dos fiéis.

A carta apostólica Motu Proprio, com o nome de Summorum Pontificum (dos maiores pontífices), permitiu a realização extraordinária de missas em latim, segundo livros litúrgicos anteriores ao Concílio Vaticano II, pelos padres que o desejarem, sem necessidade de autorização de bispos. O rito de São Pio V (século 16) fora usado até a reforma litúrgica de 1970, quando Paulo VI aprovou missas em vernáculo local.

Responsável pela celebração na paróquia da Imaculada Conceição, em Curitiba, o padre Paulo Iubel não acredita que o rito tradicional seja um retrocesso dentro da Igreja, já que não seria uma imposição.

- É só uma resposta ao pedido de um grupo. Ninguém seria coagido a participar - explica o sacerdote.

Para o padre, o uso do latim permitiria uma espécie de ligação com o passado à medida que preserva elementos espirituais.

- Eu me sinto pessoalmente mais realizado (após a celebração da missa). É como se o fator de mistério prevalecesse - comenta Iubel.

No mosteiro de São Bento, centro de São Paulo, o padre Jonas dos Santos Lisboa celebra missas em latim aos domingos, às 18 horas. Com túnica roxa, abençoa os fiéis, cruzando o corredor principal. Lentamente, volta ao altar e dá início à missa, que segue as normas do antigo missal romano, como genuflexões, uso do latim durante o rito (com exceção da liturgia da palavra), sucessivas anáforas (em que o padre fala e os presentes respondem), tudo regido pelo sacerdote que fica, a maior parte do tempo, de frente para o altar, de costas para os fiéis.

Invenção

Em trinta e três anos de sacerdócio, padre Jonas rezou só uma missa em português. Ele foi integrante da diocese de Campos de Goytacazes (RJ), orientada pelo bispo dom Antonio de Castro Mayer, que seguiu o ritual antigo após o Concílio Vaticano II.

- Temos DVD que ensina a celebrar a missa no rito tradicional.

Gravado pela paróquia Pessoal do Senhor Bom Jesus Crucificado e do Imaculado Coração de Maria, de Campos, o DVD é enviado a igrejas de Belo Horizonte, Nova Iguaçu, Volta Redonda e Curitiba, junto a um livro de orientação.

O latim inventado pela Igreja para termos atuais como "futebol" e "buzina" ganha contraponto ficcional na série adolescente Harry Potter, fenômeno de mídia a popularizar o latim numa escala poucas vezes vistas. Mas que latim! As palavras mágicas usadas em feitiços da franquia, em livros, filmes e games, são resultado de transliterações inventivas ou da geleia geral que a autora J. K. Rowling preparou para dar a cada encantamento um frescor artificialmente classicizante, de quem compartilha um saber esquecido.

Não raro, não há genuína derivação do latim nos termos mágicos. Para a garotada que consome o bruxo, é o que menos importa.

Invenções de Harry Potter

As soluções criadas pela franquia para dar ar de antiguidade aos feitiços do bruxo

FEITIÇO

TRADUÇÃO EXPLICAÇÃO
Accio Eu invoco Atrai objetos
Avis Pássaro Materializa bando de aves
Braquium remendo Braquius (braço) + emendus (conserto) Cura ossos do braço
Cave inimicum Cave (cuidado) + inimicum (inimigo) Cria barreira
Cistem Aperio Cistem (peito) + aperio (abro) Abre aquilo que abriga
Colloportus Colligere (colecionar) + Porta (porta) Tranca portas
Confundus
Confundere (confuso) Atordoa a pessoa
Diffindo Diffindere (dividir) Quebra ou corta coisas
Expelliarmus Expellere (expelir) + armus (arma) Desarma o oponente

O idioma do Vaticano

O latim criado pela Igreja Católica para tratar dos dias de hoje

Velivolum

Avião Immodica medicamenti stupefactivi iniectio Overdose
Globulus solanianus

Batata frita Sonorus autocineti index
Buzina
Instrumentum computatorium
Computador Astrictum sonorumque orbem
CD
Pediludium
Futebol Figura graphio exarata

Pichação
Machina linteorum lavatoria
Máquina de lavar roupa Ignivoma manuballista
Revólver
Teleorasis cum transmissione per restem tenacem
TV a cabo Fluxus interclusio
Trânsito engarrafado

O latim do dia a dia

Ab absurdo - partindo do absurdo. Ipse dixit - ele mesmo disse.
Ab irato - num impulso de cólera. Ipsis litteris - com as mesmas letras.
Ab ovo - desde o princípio. Lapsus calami - erro de escrita.
Ad hoc - para isso, para esse fim. Lapsus linguae - erro de fala.
A posteriori - de trás para diante (pela experiência). Motu proprio - por sua vontade.
A priori - da frente para trás, por dedução, independente da experiência. Obter dictum - dito de passagem.
Apud - junto a. Opere citato - na obra citada.
Circa - aproximadamente. Per se - por si, naturalmente.
Data venia - com a devida licença. Quid - o ponto difícil.
Hic et nunc - aqui e agora. Quid pro quo - uma coisa pela ou­tra, confusão.
Ibidem - no mesmo lugar. Quod vide - veja isto.
Idem - o mesmo. Res, non verba - fatos, não palavras.
Id est - isto é. Sapienti sat! - ao sábio, basta!, isto é, ao bom entendedor...
In aeternum - para sempre. Si venia verbo - desculpe-se a expressão, com perdão da palavra
In albis - em branco. Verbatim - palavra por palavra.
Inania verba - palavras vazias. Verba volant, scripta manent - as palavras voam, as escritas ficam.
In nuce - numa voz. Verbi gratia - por exemplo.
Inter alia - entre outras coisas.

Contraponto

Idioma do império romano, o latim voltou a ser tema de debates

Chega de data venia!

O novo delegado-geral de São Paulo, Marcos Carneiro, quer proibir o uso de palavras e expressões latinas nos boletins policiais de ocorrência. Por isso, um comentarista cheio de graça considerou que ele estava matando o que já estava morto, o latim. Tanto que um professor de direito alhures aproveitou para execrar o delegado e lascou em carta ao jornal um erudito ictu oculi (num piscar de olhos).

Jamais saberemos a razão da hostilidade ao delegado pela intenção de sanear a sofrível linguagem dos B.Os., em geral tortuosos, confusos e imprecisos. É provável que redatores de tais peças achem que um pouco de latim as torna eruditas e verazes. Não, não as torna.

Usos e abusos

E não se pode acusar a maioria dos delegados e escrivães de escrever sequer com mediana clareza. A conclusão é da Ordem dos Advogados do Brasil, que todo ano reprova a maioria dos recém-formados em direito, muitos deles por deficiência no domínio da língua. Por que, então, enfeitar o texto - como fazem com muita frequência também os advogados - com expressões latinas, em geral mal aplicadas?

Menos mal que delegados e escrivães não tenham aderido a palavras e expressões inglesas, como é moda na imprensa e no comércio. A propósito de latinismos e anglicismos, alguns sábios talvez se ericem por ver no mesmo caldeirão palavras ou expressões em inglês e latim, tudo apontado como estrangeirismo lamentável.

Mas não há mal em usar palavras ou expressões estrangeiras quando necessário. Em geral, quando não houver palavra ou expressão correspondente capaz de transmitir a ideia com precisão. A não ser que o repertório do redator ou falante seja insuficiente e ele tenha de recorrer a bengalas alienígenas sem mais aquela.

Os excessos em estrangeirismos ocorrem muito no economês, no administrês, no publicitês e no jornalês. A moçada recém-formada dos jornais, impressionável com a suposta erudição expressa por técnicos, embarca na terminologia híbrida e a usa como a recebe. Pelo jeito, é um pessoal modestamente formado e, portanto, muito influenciável.

Guinho

Talvez por isso num dia destes a comentarista de assuntos econômicos da emissora de rádio disse que havia um gap entre o interesse dos clientes e os gerentes de banco. Gap. Ela provavelmente quis dizer que os interesses dos gerentes de banco divergem do dos clientes. O que não chega a ser novidade, embora os gerentes digam que estão ali para melhor servir você. Mas por que gap e não lacuna, divergência ou conflito de interesses?

O gosto por estrangeirismos é tão acentuado no país que uma loja revendedora de automóveis adornou seu anúncio com o chamariz:
"01 ano de road service". E abaixo, entre parênteses, ("guincho").

Além do pitoresco da informação, os que escrevem não podem ver números de 1 a 9 que logo os precedem de um zero. Mania binária.

O pessoal das lojas e das fábricas parece considerar que um pouco de inglês valoriza o produto, da mesma forma que os policiais acham que um pouco de latim eruditiza e enobrece os boletins de ocorrência.

Você quer saber mais?

HILGERT, Mariana; JUNIOR, Luiz Costa Pereira. – O Latim da Sinal de Vida. v.64, Revista Língua Portuguesa, São Paulo, n. 65, pp. 26-29, março. 2011.

http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12261

domingo, 3 de abril de 2011

Obstruindo a Inteligência das Crianças e Adolescentes.

Robô brinquedo desenvolvido pela Empresa Toyota do Japão, capaz de tocar violino. Nossas crianças não devem ser tratadas como máquinas programáveis e desse modo reduzindo sua capacidade intelectual a mera reprodução de informação. Nossas crianças e adolescentes são seres complexos e devem ser educados de forma integral. Respeitando os parâmetros emocionais e lógicos de aprendizado que compõem a forma humana de compreensão do mundo.

"Não sois máquinas! Homens é o que sois!" (Charles Chaplin).

Esperávamos que no século XXI os jovens fossem solidários, empreendedores e amassem a arte de pensar. Mas muitos vivem alienados, não pensam no futuro, não tem garra e projetos de vida.

Imaginávamos que pelo fato de aprendermos línguas na escola e vivermos espremidos nos elevadores, no local de trabalho e nos clubes, a solidão seria resolvida. Mas as pessoas não aprenderam a falar de si mesmas, tem medo de se expor, vivem represadas em seu próprio mundo. Pais e filhos vivem ilhados raramente choram juntos e comentam sobre seus próprios sonhos, mágoas, alegrias, frustrações.

Na escola, a situação é pior. Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula, mas são estranhos uns para os outros. Eles se escondem atrás dos livros, das apostilas, dos computadores. A culpa é dos ilustres professores? Não! A culpa, como veremos, é do sistema educacional doentio que se arrasta por séculos.

As crianças e os jovens aprendem a lidar com fatos lógicos, mas não sabem lidar com fracassos e falhas. Aprendem a resolver problemas matemáticos, mas não sabem resolver seus conflitos existenciais. São treinados para fazer cálculos e acertá-los, mas a vida é cheia de contradições, as questões emocionais não podem ser calculadas, nem tem conta exata. Os jovens são preparados para lidar com decepções? Não! Eles são treinados apenas para o sucesso. Viver sem problemas é impossível. O sofrimento nos constrói ou nos destrói. Devemos usar o sofrimento para construir a sabedoria. Mas quem se importa com a sabedoria na era da informática?

Nossa geração produziu informações que nenhuma outra jamais produziu, mas não sabemos o que fazer com elas. Raramente usamos essas informações para expandir nossa qualidade de vida. Você faz coisas fora de sua agenda que lhe dão prazer? Você procura administrar seus pensamentos para ter uma vida mais tranqüila? Nós nos tornamos máquinas de trabalhar e estamos transformando nossas crianças em máquinas de aprender.

Você quer saber mais?

CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. A educação Inteligente: Formando jovens pensadores e felizes. Rio de Janeiro: Ed. Sextante, 2003.

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sábado, 2 de abril de 2011

Os Navios Vikings

Por centenas de anos antes da era Viking, construtores de barcos escandinavos tinham desenvolvido um tipo de navio, que se mostrou superior à maioria dos modelos anteriores. E a arte de velejar tinha sido finalmente dominada. É provável que a vela não foi utilizado na região nórdica antes do século VII dC.

As naves Viking tinham entre 48-96 pés (15-30m) de comprimento. Elas foram construídos com uma técnica de shell, que é um forte quilha colocada em primeiro lugar, de preferência, como uma peça única que iria aumentar a estabilidade do navio. Um bloco de carvalho de grandes dimensões foi colocado na quilha, com um buraco para o mastro. As placas, geralmente de carvalho, mas, ocasionalmente eram construídas de tijolo, que é a placa de pranchas que eram parcialmente sobrepostas e se juntaram com rebites de ferro. As placas foram calafetadas com cordas de alcatrão encharcado de couro de gado, cabelo ou material têxteis. Em um do quadro superior haveria buracos para os remos. Do lado de dentro dos furos podem ser cobertas com pequenas velas de madeira como uma proteção contra a entrada de água desnecessariamente. Nervuras flexíveis eram adicionadas quando as placas já estavam no local fazendo com que a estrutura do navio fosse elástica. Uma vez que o projeto tinha sido aperfeiçoada, os navios rasos foram sendo projetados rápidamente, espaçoso e de grande navegabilidade. Um navio completamente carregado com apenas cerca de um metro, para uma carga de cerca de vinte a trinta toneladas. Na popa, a estibordo, o leme grande ou remo de direção era localizado. Ele era preso com correias para o interior do embarque. Havia também uma corda na parte inferior do barco para levantar o leme quando o navio entrasse em águas rasas. As velas eram de lã, ou talvez de linho, as folhas de cânhamo. Com base nos cálculos teóricos e experiências práticas, uma velocidade máxima de 12-14 nós, tem sido verificada, mas normalmente cerca de 8 Knots poderia ser alcançado com velas etufadas e um vento justo.
Sabemos pouco da técnica Viking de navegação, mas com toda a probabilidade que mantinham uma navegação proxima ao litoral na medida em que pudesse. Devido as formações naturais, possuiam uma grande variedade de pontos de referência. Em relação a naveção em mar aberto, sinais eram observados como a direção das ondas, o vôo dos pássaros e talvez até a altura ea localização dos astros acima do horizonte. Na saga islandesa do livro de Hauk, a história de uma viagem entre a Groenlândia e a Noruega é contada. Lá é narrada em por menores como você deve navegar para leste e norte das Shetland, que é apenas visível ao sul das Ilhas Faeroes, no sul da Islândia, você encontrará pássaros e baleias. A possibilidade dos Vikings usando uma placa de rolamento primitiva tem sido discutida. Em um assentamento Viking na Groenlândia, um disco de madeira foi encontrado, o que poderá eventualmente ter servido como uma placa de rolamento. Foi datado de cerca do ano 1100.
As ferramentas que foram utilizadas para construir os navios têm sido utilizados mais ou menos inalterada até os dias atuais.


O navio descoberto em 1860 na Gokstad em Sandefjord, na costa sul da Noruega foi um navio de carvalho com cerca de 75 pés (23 m) de comprimento destinados a viagens marítimas. Ele tinha sido usada como um navio de enterro de um homem idoso. O navio foi construído na primeira metade do século IX. O túmulo foi saqueada logo após o funeral, mas os arqueólogos encontraram entre outras coisas, os restos de um pavão, cujas penas eram ainda iridescente, um trenó e 32 escudos de alternância coloração preta e amarela, com fragmentos de tinta restante. Esta é a única ocasião em que os protetores da Era Viking foram encontrados em um estado de preservação tão completa.

A imagem mostra uma reconstrução de uma Pelorus após esboços de Carl V. Solver, que é baseado em um fragmento recuperado na Groenlândia. Com a ajuda da sombra da estaca no relógio de sol, foi possível elaborar o curso, e a horizontal estabelecendo o caminho correto a ser definido.

A parte superior da imagem nesta pedras de calcário muitas vezes tem um contorno típico em forma de cogumelo. As pedras podem ser de até cerca de 12 pés (3-5 m) de altura. Os números são representados em baixo relevo. Os motivos raramente têm sido interpretados de forma correta. Eles são considerados os fragmentos de sagas bem conhecidas dos deuses ou de sagas profana s contemporâneas. Arqueólogos de hoje têm as figuras pintadas na pedra em uma cor contrastante para torná-los mais facilmente visível. Na antiguidade, as pedras foram cromática e pintadas em diversas cores.

Você quer saber mais?

ORRLING, Carin. Vikings, Stockholm: Svenska Institutet, 1997.

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quinta-feira, 31 de março de 2011

Mumificação e Cirurgias no Antigo Egito.

Ramsés II

A mumificação

Um dos melhores exemplos da engenhosidade dos antigos egípcios é a mumificação, que ilustra o conhecimento profundo que tinham de inúmeras ciências, como a física, a química, a medicina e a cirurgia. Esse conhecimento era resultado do acúmulo de uma longa experiência. Por exemplo, à descoberta das propriedades químicas do natrão – encontrado em certas regiões do Egito, em particular no Uadi El-Natrum – seguiu-se a utilização das mesmas no cumprimento prático das exigências da crença na vida além-túmulo. Preservar o corpo humano era uma forma de dar realidade à crença. Análises recentes revelaram que o natrão se compõe de uma mistura de carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, sal e sulfato de sódio. Os antigos egípcios conheciam portanto, as funções químicas dessas substâncias. No processo de mumificação, o corpo era embebido em natrão durante setenta dias. O cérebro era extraído pelas narinas, e os intestinos removidos através de uma incisão num dos lados do corpo. Operações desse tipo exigiam um acurado conhecimento de anatomia, queé e ilustrado pelo bom estado de conservação das múmias.

A Cirurgia

Foram sem dúvida os conhecimentos adquiridos com a prática da mumificação que permitiram aos egípcios o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas desde os primeiros tempos de sua história. A cirurgia egípcia é, com efeito, bastante conhecida graças ao Papiro Smith, cópia de um original escrito durante o Antigo Império, entre – 2600 e – 2400, um verdadeiro tratado sobre cirurgia dos ossos e patologia externa. Quarenta e oito casos são examinados sistematicamente. Em cada um deles, o autor do tratado começa o estudo com um título geral: “Instruções acerca de {tal e tal caso}”. Segue-se então uma descrição clínica: “Se observares [tais sintomas]”. As descrições são invariavelmente precisas e incisivas, seguidas de um diagnostico: “Em relação a isso, dirás: um caso de [tal e tal lesão]”, e, dependendo do caso, “um caso que poderei tratar” ou “um caso que não tem remédio”. Se o cirurgião pode tratar o paciente,o tratamento a ser administrado é então explicado em detalhes; por exemplo: “no primeiro dia, deves usar um pedaço de carne como bandagem; depois, deves colocar duas tiras de tecido de modo a juntar os lábios da ferida...”

Ainda hoje são aplicados vários tratamentos indicados no Papiro Smith. Os cirurgiões egípcios sabiam suturar ferimentos e curar fraturas empregando talas de madeira ou de cartonagem. Algumas vezes, o cirurgião simplesmente recomendava que se permitisse à natureza seguir os seu próprio curso. Em dois exemplos, o Papiro Smith instrui o paciente a manter sua dieta normal.

Dos casos estudados pelo Papiro Smith, a maioria se refere a lacerações superficiais do crânio ou da face. Há também casos de lesão dos ossos ou das juntas, como contusões das vértebras cervicais ou espinhais, luxações, perfurações do crânio ou do esterno, e diversas fraturas que afetam o nariz, o maxilar, a clavícula, o úmero, as costelas, o crânio e as vértebras. Exames nas múmias revelaram vestígios de cirurgia, como é o caso do maxilar (datado do Antigo Império) em que foram praticados dois orifícios para drenar um abscesso, ou do crânio fraturado por golpe de machado ou espada e recomposto com sucesso. Existem também indícios de tratamentos dentários, como obturações feitas com um cimento mineral; há uma múmia que apresenta uma espécie de ponte feita de ouro ligando dois dentes pouco firmes.

Por sua abordagem metódica, o Papiro Smith serve como testemunho da habilidade dos cirurgiões do antigo Egito, habilidade que, supõe-se, foi transmitida pouco a pouco à África, à Ásia e à Antiguidade clássica pelos médicos que acompanhavam as expedições egípcias aos países estrangeiros.

Além disso, sabe-se que soberanos estrangeiros, como o príncipe asiático de Baktan, Báctria, ou o próprio Cambises, mandavam chamar médicos egípcios, e que Hipócrates “tinha acesso à biblioteca do templo de Imhotep em Mênfis”. Posteriormente outros médicos gregos seguiram-lhe o exemplo.

Você quer saber mais?

MOKHTAR, G (Org). História Geral da África. Vol. II: A África Antiga, São Paulo: Ed. Ática/Unesco, 1983.

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