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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Ifigênia em Áulis


Ifigênia em Áulis (gr. ΙΦΙΓΕΝΕΙΑ Η ΕΝ ΑΥΛΙΔΙ — Ifigênia em Áulis) é, provavelmente, a última tragédia de Eurípides. Foi representada pela primeira vez em -405 no concurso trágico das Dionísias Urbanas de Atenas e era parte da trilogia que e recebeu a primeira colocação. Os dramas que a acompanharam eram Bacantes e Alcmeon em Corinto, esta conhecida somente pelos fragmentos.

Eurípides havia morrido alguns meses antes do concurso de -405 e "Eurípides o Jovem", filho (ou sobrinho) do poeta, encenou a trilogia. Acredita-se ainda que ele compôs alguns trechos da Ifigênia em Áulis, que o pai /tio deixara inacabada.

Os últimos versos da tragédia (1532-1629), tal qual a conhecemos, também não são de Eurípides. Esse final, conservado pelos manuscritos disponíveis, foi aparentemente criado durante o Período Bizantino[1]. A maior parte dos eruditos concorda que o texto, embora alterado por diversos outros autores ao longo dos séculos em várias cenas, segue o sentido geral dos planos de Eurípides para a tragédia (Ribeiro Jr., 2006).

Hipótese

A tragédia se baseia em um dos episódios do Ciclo Troiano. Agamêmnon, rei de Micenas (ou Argos), comandante das forças gregas que se preparam para atacar Tróia, é compelido a sacrificar sua filha Ifigênia para que a deusa Ártemis cesse a longa calmaria que impede o embarque dos gregos. A inesperada chegada de Clitemnestra em companhia da filha e a intervenção de Aquiles, alheio à trama, complicam seus planos.

Dramatis personae

Agamêmnon: rei de Micenas (Argos), marido de Clitemnestra, pai de Ifigênia

Velho: antigo servidor de Agamêmnon e Clitemnestra

Coro: jovens mulheres casadas de Cálcis, Eubéia

Menelau: rei de Esparta, irmão de Agamêmnon, tio de Ifigênia, marido de Helena

Clitemnestra: esposa de Agamêmnon, mãe de Ifigênia e irmã de Helena

Ifigênia: Filha mais velha de Agamêmnon e de Clitemnestra

Aquiles: o mais poderoso guerreiro grego, líder dos mirmidões

Primeiro Mensageiro

Segundo Mensageiro

Servos mudos

O bebê Orestes era representado por um boneco e Helena, causa imediata da Guerra de Troia, é tão mencionada que se pode considerá-la outro personagem da tragédia.

Esta é uma das poucas peças em que Eurípides não recorreu ao deus ex machina: Ártemis, principal personagem divino da tragédia, é apenas mencionada. Há evidências, porém, de que o êxodo original de Eurípides ou de Eurípides junior, hoje perdido, pode ter contado com a voz da deusa Atena em cena, dirigindo-se talvez a Agamêmnon (cf. a voz de Ártemis no Hipólito).

Mise en scène

A cena se passa no acampamento das forças gregas estacionadas em Áulis, cidade da Beócia que faz frente à Eubéia, na época da Guerra de Tróia. O protagonista fazia Agamêmenon e Aquiles; o deuteragonista, Menelau e Clitemnestra; o tritagonista, o velho, Ifigênia e os mensageiros.

A tragédia contém 1629 versos e ocupa cerca de 68 páginas da edição de Jouan (1983), na qual se baseia este resumo.

INITgitado, Agamêmnon convoca um velho servidor, relembra os antecedentes da Guerra de Tróia e revela que Ártemis impede os ventos de soprarem para que o exército grego não embarque. Um oráculo havia ordenado que sacrificasse sua filha mais velha, Ifigênia, para aplacar a deusa, e assim ele avisara Clitemnestra, sua esposa, para enviar a filha até Áulis sob o falso pretexto de casá-la com o herói Aquiles. Arrependido, pede a um velho servidor que leve a Argos uma mensagem com ordens contrárias (Prólogo, 1-163).

O coro descreve o acampamento, os guerreiros e os navios de cada contigente grego, e as atividades de alguns deles enquanto esperam o embarque (Párodo, 164-302).

Menelau surpreende o velho, toma-lhe as tabuinhas com a mensagem de Agamêmnon e lê; os dois irmãos discutem e ofendem-se mutuamente. Chega o Mensageiro e comunica que Clitemnestra, Ifigência e Orestes estavam chegando; Agamêmnon lamenta-se, e Menelau mostra simpatia pelas atribulações do irmão. Agamêmnon, no entanto, diz a ele que a morte de sua filha é inevitável devido às pressões do exército acampado (1º Episódio, 303-542).

O coro canta as consequências funestas do amor, as obrigações de homens e mulheres, e relembra o encontro entre Páris e Helena e suas consequências (1º Estásimo, 543-589).

Clitemnestra, Ifigênia e Orestes chegam; Agamêmenon os recebe e procura enganar a esposa e a filha. A pedido de Clitemnestra, descreve a genealogia e os méritos de Aquiles e por fim pede, sem sucesso, que a esposa retorne a Argos (2º Episódio, 590-750). O coro descreve o futuro cerco de Tróia e sua destruição, e destaca a culpa de Helena nesses eventos (2º Estásimo, 751-800).

Aquiles e Clitemnestra se encontram e descobrem que não são futuro genro e futura sogra; o velho servidor aparece e revela o que na realidade está acontecendo. Clitemnestra implora a ajuda de Aquiles que, furioso com o uso indevido de seu nome, promete socorrê-la (3º Episódio, 801-1035). O coro relembra as núpcias de Peleu e Tétis e lamenta a morte próxima de Ifigênia (3º Estásimo, 1036-1097).

Clitemnestra e Ifigênia confrontam Agamêmnon e suas mentiras; Ifigênia tenta demover o pai, sem sucesso, e lamenta-se. Aquiles volta e revela que o exército está incontrolável e até seus mirmidões voltaram-se contra ele. Prepara-se para enfrentar todos quando Ifigênia intervém e oferece-se voluntariamente para o sacrifício (4º Episódio, 1090-1508). O coro celebra o oferecimento de Ifigênia e faz uma prece aos deuses pela vitória dos gregos (4º Estásimo, 1509-1531).

Um mensageiro relata a Clitemnestra os preparativos para o sacrifício e a misteriosa substituição de Ifigênia por uma corça quando ia ser degolada. Agamêmnon confirma o ocorrido e despede-se, pois os ventos estão soprando e o exército vai partir (Êxodo, 1532-1629).

Manuscritos, edições e traduções

As fontes mais importantes da Ifigênia em Áulis são os manuscritos Laurentianus xxxii 2 (sæc. XIV), da Biblioteca Laurenciana de Florença, e o Palatinus Vaticanus gr. 287 (sæc. XIV), da Biblioteca do Vaticano.

A editio princeps é a Aldina, de 1503. Principais edições modernas: Dindorf (1869), Weil (1879), Headlam (1889), Nauck (1871), England (1891) e Murray (1909); as mais recentes e mais importantes, no entanto, são as de Jouan (1983), Gunther (1988), Stockert (1992), Diggle (1994) e Kovacs (2003), atualizadas e minuciosas. Aqui, foi utilizada a edição de Jouan (o.c.).

Notações musicais referentes a uma pequena parte de um dos cantos corais foram recuperadas a partir do Papiro 510 da Biblioteca de Leyde, Holanda (c. -250). Seu autor pode ter sido o próprio Eurípides, — ou um compositor mais recente, que criou a música para uma das reapresentações da tragédia.

As primeiras traduções para o português foram a de Cândido Lusitano (1719/1773), ainda inédita, e a de Manuel de Figueiredo (1805); em 1974 foi publicada postumamente a excelente tradução de Paes de Almeida, revista em 1998 por Maria de Fátima Silva, da Universidade de Coimbra. Em 2005, completei uma nova tradução do texto e dos fragmentos para minha dissertação de mestrado (Ribeiro Jr., 2006), em publicação.


Notas

"Período Bizantino" é o longo período em que grande parte do Império Romano ficou sediado em Constantinopla, entre 330 e 1453 d.C. Também chamado de "Império Romano do Oriente", foi notável pela cultura greco-romana orientalizada. Os eruditos bizantinos são os responsáveis pela preservação de grande parte das obras gregas que chegaram até nós. Mais informações: Byzantine Empire.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Escola dos Annales


O historiador francês Marc Bloch, especialista em História Medieval, foi um dos fundadores da Escola dos Annales

Por Me. Cláudio Fernandes

Quando há um grupo de historiadores ou, mesmo, duas ou três gerações de historiadores que trabalham em torno de uma instituição específica, tal como uma universidade ou uma revista universitária especializada, escrevendo sobre temas afins e com um tipo de abordagem que esteja em sintonia, dá-se a esse grupo o nome de “escola histórica” ou “escola de historiografia”. No século XX, uma das mais notáveis escolas históricas foi a chamada Escola dos Annales, cuja atividade começou em 1929.

Este nome, “Escola dos Annales”, ficou conhecido porque tal grupo se organizou em torno do periódico francês Annales d'histoire économique et sociale (Anais de história econômica e social), no qual eram publicados seus principais trabalhos. Os dois principais nomes da fundação desse periódico eram Lucien Febvre e Marc Bloch, e seus principais objetivos consistiam no combate ao positivismo histórico e no desenvolvimento de um tipo de História que levasse em consideração o acréscimo de novas fontes à pesquisa histórica e realizasse um novo tipo de abordagem.

Por positivismo histórico, que era o alvo dos “annales”, entende-se um tipo de visão do trabalho do historiador típico de uma corrente histórica também francesa, dominante no século XIX. Essa corrente entendia que ao historiador bastava expor as fontes escritas, sem necessidade de interrogar os documentos, de interpretá-los nas entrelinhas e de confrontá-los com outras fontes, como vestígios materiais arqueológicos etc. O modo de abordagem dos “annales”, ao contrário, passou a valorizar essas outras fontes, além dos documentos escritos. Se hoje há a história do vestuário, do chiclete, das capas discos de música, entre outros, isso se deve a esse esforço pela ampliação de análise que a Escola dos Annales desencadeou.

Outros nomes importantes seguiram-se ao de Bloch e de Febvre, como o de Fernand Braudel, que se notabilizou, na década de 1940, por desenvolver um tipo de História que se mesclava com a Geografia e levava em conta grandes estruturas temporais, que ele denominou de “longa duração”. O maior exemplo disso é sua obra “O Mediterrâneo”, publicada em 1947.

Outro exemplo é o do especialista em história medieval Jacques Le Goff, que, junto a outros historiadores herdeiros dos “annales”, como Pierre Nora, organizou o que ficou conhecido como “História Nova”, um tipo de História que alargava ainda mais as possibilidades de pesquisas abertas pela Escola dos Annales.

O que é história das mentalidades?


Lucien Febvre

Por Me. Cláudio Fernandes

A história é uma disciplina que atravessou, desde o seu processo de institucionalização como “ciência”, no século XIX, inúmeras reformulações, revisões e batalhas teóricas. Na primeira metade do século XX, entre os historiadores franceses, uma “revolução” metodológica passou a acontecer. Revolução essa que deitaria raízes no futuro das reflexões sobre a história. A Escola dos Annales foi o “carro-chefe” dessa revolução. Foi de um dos fundadores da Escola dos Annales, Lucien Febvre (1878-1956), que nasceu um dos mais importantes ramos da historiografia do século XX, a história das mentalidades.

Segundo Febvre, havia camadas do desenvolvimento histórico da humanidade que não sofriam transformações rápidas e nítidas como outras. Assim, por exemplo, as estruturas políticas e sociais seriam as primeiras nas quais se poderia verificar mudanças substantivas, enquanto certos comportamentos e formas de pensamento demorariam significativamente mais para sofrer alterações.

Dessa forma, pensamentos, ideias, ideologias, segmentos morais, atmosferas de compreensão científica, entre outros, estariam dentro da esfera das mentalidades, isto é, formas duradouras de pensamento que caracterizam longos espaços de tempo. Parte dos fundamentos da psicologia moderna, desenvolvida na virada do século XIX para o século XX, ajudou Febvre a assentar suas teses sobre a história das mentalidades. Como aponta o pesquisador Ronald Raminelli:

“Sob influência da psicologia de Charles Blondel e Henri Wallon, Febvre lança o que se pode chamar de "manifesto da história das mentalidades", com a publicação, em 1938, do artigo intitulado "La Phsychologie et L'Histoire" [''A Psicologia da história''] no tomo VIII da Encyclopédic Française; depois em 1941, em Annales d'Histoire Social, um outro artigo: "La Sensibilité dans l'Histoire" [''A sensibilidade na História''], ambos encontrados nos Combates pela História. Os dois textos dão algumas pistas do que seria o método de se fazer história das mentalidades.” (Raminelli, Ronald. Lucien Febvre no caminho das mentalidades. R. História, São Paulo, n. 122, jan/jul. 1990. p. 97-115.)

A esses trabalhos iniciais, Febvre acrescentaria grandes ensaios de investigação histórica que exploraram o terreno das mentalidades. Os exemplos mais notáveis são “Martinho Lutero, um destino”, sobre o reformador religioso alemão; “O início do livro: o impacto da Imprensa (1450-1800)”, trabalho pioneiro também na área da história da leitura; e “O problema da descrença no século XVI: a religião de Rabelais”, sobre a atmosfera religiosa na época do autor de Gargantua e Pantagruel.

Os herdeiros intelectuais de Febvre continuaram a desenvolver pesquisas no âmbito da história das ideias. Nomes como Michel Vovelle, Philippe Ariès, Fernand Braudel e, depois, Jacques Le Goff, Emmuel Le Roy Larurie, Roger Chartier, etc., integraram o time, mas também fundaram novas áreas de investigação, como a história cultural e a “nova história”.

sábado, 22 de agosto de 2015

Civilização Micênica


Porta dos Leões 

Os micênicos vieram do centro da Europa para a península grega. Foi um longo caminho, atravessando montanhas, para chegar a uma terra que nem era tão extensa e era pouco propícia a ser cultivada.

Como uma grande área era ocupada por campos, quase não havia pasto para criação do gado, o que havia eram as oliveiras e as vinhas.

De certo, para assegurar sua sobrevivência e seu futuro, o povo micênico se voltou para o mar. Afinal a Grécia é uma terra que entra pelo mar e isso fez com que o mar fosse o caminho natural a seguir.

Assim, os micênicos conquistaram Creta e aos poucos se tornaram poderosos e grandes comerciantes, sendo que a cidade de Micenas, que dá nome à civilização se tornou a mais poderosa cidade grega.

Muito do que se sabe sobre a cultura micênica sobreviveu na Ilíada e na Odisséia e foi graças a Homero, Esquilo e Pausânias, que Micenas foi encontrada, assim como Tróia, com quem os micênicos mantinham intenso comércio.

Micenas, a cidade de Agamenon que, de acordo com Homero, foi o mais importante dos reis gregos que lutaram contra Tróia, foi encontrada por Heinrich Schliemann em 1876.

A fé desse fabuloso explorador alemão, nas tradições de Esquilo e de Pausânias, que havia deixado uma descrição do lugar, fizeram com que escavasse num local onde ninguém esperava encontrar nada.


Mapa da localização de Micênas

No entanto, ele encontrou esqueletos, jóias, armas, taças e vasos, um enorme tesouro que na verdade, pertencia de fato a Micenas, mas era muito anterior a Agamenon. Mesmo assim, ele acreditou que a máscara de ouro de algum príncipe micênico fosse a cópia do rosto de Agamenon, e assim até hoje ela é conhecida.

O fato é que estava descoberta Micenas e os estudiosos puderam trazer à luz toda a história de uma civilização. O povo micênico está documentado em Creta entre 1450 e 1400 a.C. Esse povo é originário da Grécia continental e já se relacionava comercialmente com os minóicos que viviam em Creta.

Em aproximadamente 2000 a.C. na ilha de Creta havia aldeias de camponeses, em cada aldeia havia um chefe, que era respeitado por todos e que cobrava impostos. Um povo indo-europeu, os Aqueus, vindo à Grécia continental ajudou no declínio do poder dos reis, além da catástrofe ocorrida em 1750 a.C que impediu o crescimento de vários palácios.

Aqueus e Cretenses entraram em contato e os aqueus aprenderam além da escrita agricultura e navegação. Esse período foi chamado de Creto-Micênico por causa da criação das civilizações de Creta e Micênica.

Linear B

Foi nesta língua que os micênicos deixaram seus arquivos de tabuinhas. Encontrados em Pilos, esses arquivos foram decifrados pelo perito Michael Ventris, que durante a Segunda Guerra Mundial havia trabalhado com decodificação. Em 1952 ele decifrou o Linear B, a língua dos micênicos e ficou provado que se tratava de uma forma inicial do grego.

É possível que o povo micênico tenha adaptado a língua dos minóicos (Linear A) para escrever o grego, sua língua original.

Temos então, que essas tabuinhas descobertas em Pilos e em Cnossos demonstraram ser registros de produtos distribuídos, listas de subordinados, inventário da matéria prima que saia do palácio para voltar como bens manufaturados. Também há registro de armas e até carros de guerra.

Sociedade

Havia um rei ou senhor e um militar no comando. Aparentemente, havia logo abaixo do rei uma aristocracia militar, que era dona de vastas extensões de terras.

Tesouro da tumba real de Micenas.

A base da sociedade micênica eram os trabalhadores livres e os escravos. Nas tabuinhas não há menção aos comerciantes, portanto ainda não se sabe onde eles se encaixavam na pirâmide social.

O que se sabe é que a sociedade micênica era essencialmente guerreira e seus palácios e cidades rodeados de altos muros.

Economia

Suas riquezas principais eram o trigo, o azeite e o vinho. Havia indústria têxtil (lã e linho), a metalurgia do bronze (armas)e também a cerâmica. Sem dúvida a agricultura era básica. A economia era centralizada na figura do rei.

Comerciantes e guerreiros

Através dos achados arqueológicos, sabemos que havia um comércio desenvolvido uma vez que vasilhas micênicas foram encontradas na Ásia Menor, Síria, Egito e Chipre, na Itália e na Península Ibérica.

Os micênicos se destacaram na navegação, aprendida primeiro em Creta com os minóicos, inclusive suas embarcações eram no início, muito parecidas.

Com o tempo, o povo guerreiro adaptou os barcos de carga de modo que, com cascos mais longos e mais finos, serviam perfeitamente como embarcações de combate. Construíram até mesmo quinquerremes, navios de guerra com cinquenta remos.

Na metalurgia, o ferro começava a substituir o bronze em armas e ferramentas.

Arquitetura

O traço principal da arquitetura micênica são as cidadelas cercadas por muralhas imensas (chamadas ciclópicas). Argos, Micenas, Tirinto e Pilos eram cidades que tinham palácios fortificados e edifícios funerários.


Como forma de defesa, só havia um caminho a seguir para chegar aos portões das cidades. Um belo exemplo é a Porta dos Leões, o mais famoso acesso a Micenas.

As tumbas também são típicos exemplos da arquitetura desse povo, chamadas tholoi, são edifícios escavados na rocha, em planta circular e teto em forma de cúpula.

O mais famoso túmulo do gênero é o Tesouro de Atreu, nome dado por Schliemann em 1876-1877, e lá, foram encontrados copos, colares e máscaras mortuárias em ouro.

Em outras tumbas também foram encontradas adagas, espadas, escudos e capacetes.

Artes

A civilização micênica sofreu grande influência da minóica em Creta, nos motivos naturalistas e no estilo dos palácios. Acredita-se que havia artistas cretenses entre os micênicos pelo estilo de arte nas cerâmicas e na pintura.

Tipicamente micênicas, foram as cenas de guerra, as cenas heróicas ou as caçadas do rei e as máscaras mortuárias em âmbar e ouro.

Religião

Ao que parece, foram os micênicos que aboliram a figura da deusa-mãe como principal divindade de culto.

Para os micênicos o deus maior era Poseidon, que, curiosamente, eles adoravam como deus da terra.

As divindades femininas eram respeitadas cada qual dentro da sua atribuição, como vamos ver mais tarde na Grécia, Atenas, Hera, etc.

No final da época micênica, o deus principal passou a ser Zeus que era o protetor da dinastia real de Micenas.


É possível que a expansão da civilização micênica tenha sido causada pela aridez da península grega, a dificuldade de lidar com a agricultura deve ter impulsionado esse povo a procurar novas paragens. Assim, chegando a Creta, eles tiveram oportunidade de crescer e difundir sua cultura.

A decadência micênica pode ter sido causada por povos invasores, talvez por causas naturais ou crises internas, na realidade, não se sabe ao certo.

A tradição atribui o desaparecimento dos micênicos à chegada dos dórios.

O que ocorre é que com a decadência da civilização micênica, acaba o poder marítimo de Creta, a ilha se divide em cidades-estado e se torna uma parte sem importância do mundo grego.

A Civilização Minoica



Ruínas do palácio em Knossos

A Civilização Minoica se desenvolveu na ilha de Creta entre 2700 e 1450 a.C., tendo em Knossos  a principal cidade. Permaneceu durante muito tempo na maior ilha do Mar Egeu, mas até hoje muitas respostas sobre esse povo ainda não foram respondidas.

Não se sabe exatamente qual é a origem da Civilização Minóica, mas sabe-se que a ilha de Creta foi ocupada por volta do ano 6000 a.C por povos neolíticos. Datam de três séculos depois as primeiras marcas de presença humana que são representadas através de peças de cerâmica, enquanto isso as características da arquitetura se assemelhavam muito com as do Egito e do Oriente Médio da mesma época e de períodos posteriores. Também é incerto o termo Minóico que é utilizado para caracterizar a civilização, foi um arqueólogo inglês que assim a chamou. Pode ser que a palavra Minos representasse alguém específico entre esse povo, mas como os minóicos se chamavam ainda é um mistério, o que se sabe apenas é que a palavra egípcia Keftiu e a semítica Kaftor são referentes aos habitantes da ilha de Creta.


Mapa da Ilha de Creta e Grécia.

Um contingente humano se estabeleceu na ilha de Creta cultivando trigo e lentilhas e criando bois e cabras, a agricultura era favorecida pelo terreno e a pesca por se tratar de uma ilha. Somente em torno de 3800 a.C. que o cobre tomou o lugar da pedra na elaboração de utensílios, mudando os hábitos dos habitantes. A Civilização Minóica propriamente dita só teve início por volta do ano 2700 a.C. quando os registros escritos eram utilizados e após se formar uma unidade política e um exército. Esse momento marca o começo da Idade do Bronze e um período de muita atividade na ilha de Creta.

O apogeu da Civilização Minóica ocorreu ao redor do ano 1700 a.C. quando um grande terremoto assolou a ilha destruindo os palácios de Knossos, Festos, Malia e Kato Zakros. Após a tragédia, os palácios foram reconstruídos em maior escala, a população aumentou, construiu-se um sistema de esgoto, túmulos maiores e esculturas mais elaboradas. Esse momento é o começo do Período Neo-Palaciano, o qual denota o ápice da Civilização Minóica. Em meio ao próspero momento foram construídas naus rápidas e resistentes o suficiente para transpor o Mar Mediterrâneo. Ocorreu a expansão comercial através da exportação de jóias, cerâmica, azeite e lã, assim como a expansão territorial e política com a fundação de colônias em ilhas do Mar Egeu e na Sicília.

A decadência da Civilização Minóica aconteceu no final do Período Neo-Palaciano, quando a cultura ruiu e os palácios foram novamente destruídos. Mais tarde outro desastre natural contribuiu para a derrocada de tal povo, a explosão de um vulcão na ilha de Santorini fez com que tsunamis atingissem os portos de ilha de Creta. Os principais mercados dos Minóicos foram destruídos e abriu-se espaço para a chegada dos Dórios, tribo indo-européia, que conquistaram os decadentes Minóicos. Estes perderam a capacidade de sustentar comércio com outras culturas e nem conseguiam mais defenderem-se dos invasores, o resultado foi o surgimento de uma guerra civil fragmentando a civilização em vários grupos.

Para colocar um fim à Civilização Minóica, os Dórios invadiram a ilha de Creta ocupando as cidades abandonadas e construindo sobre as cidades destruídas suas novas bases e assimilaram em 1380 a.C. os Minóicos restantes que se refugiaram no leste da ilha.

A cultura Minóica foi muito significativa no Mar Egeu e gerou um legado que se associou com a cultura dos povos gregos gerando a Civilização Micênica. A Civilização Minóica é identificada como uma civilização matriarcal, a mulher tinha muita importância na sociedade e desenvolvia funções religiosas, administrativas e políticas. Era um povo pacífico, crente em vários deuses e seguros de que a mulher era elemento fundamental para a pacificação social, tanto que o principal símbolo religioso de veneração era uma deusa.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

La esfinge nunca fue tal, es en realidad un chacal


Así es, a nadie se le escapa el detalle de que la famosa y deteriorada cabeza de la esfinge no corresponde con el cuerpo, por motivos de proporción y estética:


En realidad este gran monumento fue en un principio un chacal o perro egipcio. Fijáos, fijáos:


Obviamente en referencia al dios Anubis:



Lo véis? ¿A que así ya van cuadrando más las cosas? Es que es lógico, esa postura de patas delanteras estiradas y las de atrás retraídas es la postura perruna por excelencia, mi perro lo hace, el tuyo lo hace y el de todos también.

No es un león como se ha dicho desde siempre, sino un chacal. Tras su construcción algún faraón con aires de grandeza seguramente decidió cincelar la cabeza del chacal original y erigir su magnánime y mayestático cabezón.

Por cierto, se dice que bajo este gran monumento se esconde una cavidad, una especie de gruta subterránea o mazmorra.

Pues tendría toda la lógica del mundo....

Anubis era el Señor de las necrópolis, la ciudad de los muertos, que se situaban siempre en la ribera occidental del Nilo. Según las creencias egipcias, era el encargado de guiar al espíritu de los muertos al "otro mundo", la Duat. Vigilaba el fiel de la balanza en el Juicio de Osiris.

Anubis era representado como un hombre con cabeza de cánido, o como un perro egipcio (o chacal) negro, por el color de la putrefacción de los cuerpos, y de la tierra fértil, símbolo de resurrección.

Ocasionalmente, aparece como un cánido que acompaña a Isis.

La asociación con el chacal se debe, probablemente, a su hábito de desenterrar los cadáveres de las tumbas para alimentarse. Anubis era representado con pelaje negro, a pesar de que los chacales en el Antiguo Egipto tenían un pelaje rojizo, debido a que ese color simbolizaba la resurrección y la fertilidad, por el color del limo traído por el Nilo cada año, que renovaba la fertilidad de los campos

Anubis era el antiguo dios de la Duat.

Anubis estaba relacionado no sólo con la muerte, también con la resurrección después de ella, y era pintado en color negro, color que representa la fertilidad.o.

Cuando Osiris subió al poder en el mundo de los muertos, la Duat, Anubis tomó un papel secundario, limitándose a embalsamar los cuerpos de los faraones, guiarlos a la necrópolis y cuidarla con su vida

. Los sacerdotes de Anubis usaban unas máscaras rituales con su figura en la ceremonia de embalsamamiento del faraón. También Anubis era el encargado de vigilar, junto a Horus, la balanza en la que se pesaban los corazones de los difuntos durante el Juicio de Osiris.

Los primeros textos religiosos no le asignan progenitores, aunque en los Textos de las Pirámides su hija es Qebehut, la diosa que purificaba al difunto. En los Textos de los Sarcófagos, Bastet o Hesat, eran su madre. En otros textos era hijo de Ihet (diosa de la mitología de Esna); también de Ra y Neftis, de Seth y Neftis, de Sejmet-Isis y Osiris (en Menfis), o de Sopedu.