PESQUISE AQUI!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Dos mecanismos da abolição para a servidão voluntária.


 Imagem: Guga Arts +
Na escravidão a compulsão ao trabalho acontece por meio da coerção física e da vigilância. Sendo um processo brutal de dominação por meio da violência para conseguir a sujeição do trabalhador direto.

Já o capitalismo impele o individuo ao trabalho por meio da coerção econômica, pois é um mercado que possui pessoas que não tem nada além de sua própria mão de obra para vender e garantir sua sobrevivência.

Para mover o mercado da escravidão para o capitalismo foi preciso difundir ideologias novas de ética de valorização do trabalho e condenação da vagabundagem. O trabalhador livre surge no Brasil por meio tanto da coerção violenta como da transformação cultural e do uso de mecanismos de controle social da classe trabalhadora típicos de uma sociedade capitalista. 

Mas quais eram esses mecanismos?

Podemos citar as praticas coercitivas puras, como a prisão, os castigos ou a condenação à morte se obtinha o controle, mas sem desses meios vivia os mecanismo capitalista de formação das massas trabalhadoras. Havia também a religiosidade como veículo ideológico da acomodação e ajuste dos indivíduos às posições que ocupam na sociedade. Outra forma de coerção, mais ou menos explicita impostas pela elite eram os códigos de posturas municipais prevendo em suas legislações preservar, fiscalizar e reter a mão-de-obra servil que progressivamente ia se libertando da escravidão.  

A principio as cidades iam tornando os escravos em artesãos que até então era a força bruta. Esses centros urbanos transformaram-se em espaços preferenciais da regulamentação ao longo prazo de todo o processo de formação do mercado de trabalho livre.
As elites formadoras do modelo capitalistas procuraram sempre relacionar o escravo fugitivo com a figura do vagabundo e do homem que abandonava sua razão de ser: o trabalho. Deixando bem claro que a ociosidade era algo condenável. Tornando desclassificado o trabalho ocasional e irregular, o biscate, o crime e o vício ao trabalho disciplinado. Procurando sempre associar o escravo fugitivo a prática do roubo para sobreviver inculcando na população o mecanismo de controle social sobre os escravos fugidos, incentivando a delação, punindo os coniventes e gratificando os delatores.

A necessidade da ordem instituída, uma vez que nos centros urbanos se concentravam, como se viu, negros de ganho ou de aluguel, negros forros e escravos domésticos, no meio dos quais poderia se diluir ou passar despercebido aquele que se evadisse.

O comércio ambulante era uma tarefa por excelência os escravos, em suma o comércio ambulante foi um ponto importante de regulamentação do trabalho. Pois o comércio varejista, que se considerava prejudicado pela concorrência dos mascates pedia para que os mesmos fossem tributados.

Em suma era preciso coibir a preguiça e os meios “fáceis” de ganhar a vida, compelindo ao trabalho, de preferência regular e produtivo, honrado e dignificado pela nova ética. Devendo haver um controle do trabalho e dos de todos os aspectos da vida os escravos libertos.  Um dos meios utilizados para controlar o trabalhador era submetê-lo a um registro, quantificando e identificando o seu local de atividade. 

A elite dominante ensaiava novas formas de dominação sobre os subalternos, mas o alvo da disciplina era a mão-de-obra nacional livre e liberta e não a imigrante considerada superior e adequada as novas condições do trabalho dentro do

domingo, 15 de julho de 2012

As Ditaduras Latino Americanas


 Imagem: Vice-Versa

      Ao procurarmos traços comuns a regimes militares das décadas de 1960 a 1980 e situações políticas diversas notamos que o nacionalismo e “populismo” de Velasco Alvaro no Peru e de Ovando Candia na Bolivia diferem em muito dos regimes repressivos e entreguitas de Pinochet no Chile, de Costa e Silva no Brasil e de Videla na Argentina. Mas nunca havemos de esquecer os pontos comuns entres eles: dissolução das instituições representativas, falência ou crise dos partidos políticos tradicionais, militarização da vida política e social em geral.

      Nos três golpes militares na década de 1960, houve a influência determinante da diplomacia norte-americana. Devido aos seus interesses na América Latina e ao iminente confronto com a URSS por áreas de influência no mundo. Impregnaram a América Latina da idéia de que as democracias eram incapazes de conter o comunismo.

            No Brasil o golpe militar de 1964 contou como apoio do governo dos Estados Unidos que apoiou a derrubada do governo Goulart. Nesse período o embaixador norte-americano era assíduo freqüentador do palácio presidencial. Onde sugeria nomes para compor ministérios e censurava as escolhas de “esquerdistas.

      É evidente o grau de envolvimento dos Estados Unidos na preparação e execução do golpe de abril de 1964. Examinemos  a Operação Brother Sam que consistiu  no envio às costas brasileiras de um porta-aviões, destróieres dentre outros artefatos bélicos como o objetivo de fornecer apoio logístico, material e militar aos golpistas. Mas para surpresa dos gringos os nossos militares deram conta do recado de acabar com o regime democrático contrariando os prognósticos da CIA que previa uma guerra civil prolongada.

      O Estado militar instaurando credenciava-se principalmente como guardião do capital internacional e defensor da “restauração econômica, com foco constante na luta contra o comunismo internacional que pretendia acabar coma propriedade privada.

      Em 9 de abril de 1964 como AI-1 decretou a morte do regime baseado na Constituição de 1946, na harmonia e independência dos Poderes, na inviolabilidade do mandato parlamentar. Com a criação da SNI (Serviço Nacional de Informação, com o objetivo de levar adiante os “princípios” da Doutrina de Segurança Nacional que tinha por objetivo principal caçar os “inimigos internos”.

      Em 1966 foi a vez da Argentina ser tomada por um governo militar com os iguais ares de “refundação institucional” que o exército argentino tomou o poder comandado por Juan Carlos Onganía.

      O projeto de penetração norte-americana na América Latina tinha exigido a deposição de vários governos civis para garantir a “calma” necessária ao andamento dos negócios e o combate à Revolução Cubana. Bolivia, Brasil em 1964 e Argentina em 1966 eram elos de um processo comum, que por toda parte se auto-intitulava “revolução”.

      Nos anos de 1968-1969 os governos militares entraram em profunda crise, devido à onda de mobilizações populares que percorreu toda a América Latina, desde o México até a Argentina e o Uruguai. Na realidade esses eventos estavam relacionados com uma crise mundial que se instaurava como posso citar: “o maio francês”, a Primavera de Praga, a Ofensiva Tet pelos Vietcongs e do Vietnã do Norte contra a ocupação da Indochina pelo exército dos Estados Unidos, todos esses eventos deram-se no ano de 1968.

      Neste mesmo ano houve no Brasil importantes manifestações estudantis contra a ditadura militar brasileira, as manifestações foram violentamente reprimidas. Haviam no Brasil grupos organizados e oposição ao regime, atuando na clandestinidade, empreendendo ações armadas em todo o país. Podemos citar a Ação Libertadora Nacional (ALN), e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Grupos armados como os citados eram duramente perseguidos e eliminados, com enorme mobilização de tropas do aparelho repressivo do Estado.


sábado, 14 de julho de 2012

Capitalismo nacional na América Latina


Imagem: Galizacig

Octavio Ianni, demonstra que o malogro da política de desenvolvimento econômico destinada a elaborar um capitalismo nacional na América Latina, levou também ao fracasso da política de interdependência ou capitalismo associado. Esses malogros levaram segundo aponta o autor as instabilidades políticas latino-americanas que culminaram com a deposição de presidentes de várias nações. Nesse mesmo contexto encaixam-se as mudanças nas políticas da econômica da América Latina em relação ao livre comercio principalmente com os Estados Unidos. A problemática da dependência esta ligada diretamente como esclarece Octavio Ianni, a brecha econômica e científico-tecnologica, entre o mundo em desenvolvimento e as nações desenvolvidas. Segundo observado no texto a noção de dependência não substitui a de imperialismo ao contrario uma se desdobra na outra se integrando ambas tanto empírica como teoricamente.

Analisando o imperialismo este sempre esteve ligado às perspectivas oferecidas pela nação dominante, sejam nos processos econômicos e políticos como analisa o autor. Os estudos baseados nesses pressupostos procuram demonstrar a relação capital entre os países industrializados e os produtores de matérias-primas. Com  à atuação dos processos econômicos resultantes da Revolução Industrial levaram ao Capitalismo monopolístico em conseqüência aliasse aos interesses do governo metropolitanos. O resultado foi à criação dos impérios, como o britânico e outros. Visando barrar o avanço desses novos impérios econômicos os Estados Unidos elabora a Doutrina Monroe dentre outras, com o objetivo de proteger seus interesses na América Latina.

 Nesse contexto desenvolvesse as noções entre os países industrializados e os exportadores de matéria prima e todos os demais princípios antagônicos entre países dependentes e metrópoles. Mas o imperialismo prolonga-se internamente na própria nação dominante, pois os mesmos fundamentos governam sua política interna como explica Octavio Ianni. Um exemplo no próprio Estados Unidos é a clara distinção entre as cidades do sul aonde a grande maioria da população formada por negros, descendente de mexicanos ou porto-riquenhos é onde impera a pobreza, miséria e o abandono em relação ao governo. Em contradição nas cidades do norte prevalece uma maioria branca aonde a riqueza, luxúria e amparo do governo estão presentes. O motivo: uma sociedade de classes existente dentro do próprio Estados Unidos. Neste colonialismo interno encontramos os mesmos processos que levam ao imperialismo.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Nosso legado religioso



Para muitos de nós, os veios mais proeminentes da orientação ética vêm da rekigião. Seja oui não uma opção nossa, absorvemos todos os tipos de princípios e normas de conduta das escrituras, parábolas e histórias derivadas de profestas, discípulos e sagas.

As primeiras coisas que absorvemos na infância são referências baseadas na ação. Ditados da religião, por exemplo, em geral não nos pedem para ponderarmos as consequências antes de decidirmos mentir, trapacear ou roubar. Eles não sugerem que calculemos, nas palavras da filosofia moral de Jeremy Bentham: “o maior bem para o maior número de pessoas”. Eles recomendam uma decisão baseada na ação, seguindo Immanuel Kant. Como resultado, quando crianças, seguimos o simples imperativo de fazer o que acreditamos ser a “coisa certa”.

Os primeiros imperativos que consideramos em geral são os negativos:  os “Não deverás...”. No Cristianismo e no Judaísmo, a ética negativa vem de admoestações como aquelas presentes nos Dez Mandamentos, a linguagem ética mais explícita na Bíblia. Primeiro, no Êxodo, 20: 2-17, e então em Deuterônomio, 5:6-21, lemos: “Não matarás...Não roubarás. Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo”.

No Hinduísmo, encontramos linguagem similar. No primeiro dos oito estágios do yoga, práticas que podem datar de cinco mil anos, encontramos os dez yamas ou “restrições”. Incluem ahimsa (não violência), satya (verdade) e asteya (integridade).

No Budismo, encontramos os “cinco preceitos”: “o preceito de não matar...roubar...(e) mentir”.

No Islã, econtramos mensagens éticas semelhantes no Corão, fundamentadas na sagrada Suna e, mais tarde, no Hadith. Em seu sermão de despedida em Meca, em 632, o profeta Maomé lembrou seus seguidores sobre ética negativa básica. É interessante que ele também advertiu sobre a queda sem volta: “cuidado com Satã...Ele perdeu toda a esperança de que será capaz de levá-los a cometer grandes pecados, por isso cuidado em segui-lo nas pequenas coisas.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Relatos Míticos sobre a origem dos Incas: O Mito de Manco Capac




Imagem de Manco Capac. (Foto: Museu Inca de Cusco).

Diferente do homem moderno, que está sempre em busca de uma especialização nas diversas áreas do saber e acredita ser esse o caminho para o alcance de status e de uma sabedoria suprema, muitas vezes, sem utilizá-la de modo sensato, o homem andino e outros povos considerados primitivos sempre viram  no conhecimento a chave do aprendizado coletivo que beneficia a todos e os complementava, sem diferenciá-los uns dos outros.

 Pachamama. Escultura prehispánica andina. (Col. Particular de Mª Leticia Sánchez Hernández).

O saber aplicado na prática e o respeito à natureza, considerando-a como sagrada, conferem a esses povos antigos o que podemos chamar de verdadeira sabedoria: aquela que

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Caminho até a montanha é vermelho.


Imagem estilizada da capa da Edição em inglês do Livro Deus é vermelho (God is Red: HarperOne, and Imprint of HarperCollinsPublishers).

Liao Yiwu é o escritor contemporâneo mais censurado hoje na China. Seu poema épico “Massacre”, composto em 1989 em condenação à sangrenta repressão do governo na Praça da Paz Celestial (ou Praça de Tiananmen), levou a quatro anos dee prisão. Seu livro The Corpse Walker: Real Lifes Stories, China from the Bottom Up (O Cadáver andarilho: histórias da vida real, a China de baixo para cima), de 2008, que narra a vida dos marginalizados da sociedade comunist, permanece proibido no país. Os líderes chineses consideram seus textos subversivos, pois são críticos do sistema socialista.

Apesar do ambiente adverso na terra natal, Liao não se abala e continua a soltar as rédeas da curiosidade. Em God in China (Deus na China), ele direciona a atenção para uma área há anos escondida do Ocidente, e que permance um assunto de imensa controvérsia: o ressurgimento do cristianismo na China. O centro de estudos World Christian Database estima a existência de setenta milhões de cristãos praticantes no pís, ou 5% da população total. Numa sociedade abertamente ateia, o cristianismo é a maior religião formal da China.

O número, sem dúvida, surpreederá muitos ocidentais, mais inclinados a associar a China aos budistas e taoístas queimadorres de incenso, ou aos pragmáticos confucionistas, ou aos comunistas ateus ambivalentes, empunhado bandeiras vermelhas e convertidos espiritualmente ao consumismo.

O cristianismo ingressou na China no início do século VII. Embora os intercâmbios científicos envolvendo jesuítas nma corte de Kublai Khan estejam bem documentados, a religião não se enraizou de forma sólida até o século XIX, quando melhorias no transporte e acesso ao interior possibilitaram o trabalho de ondas de missionários europeus no Império do Centro. Antes da tomada do poder pelos comunistas em 1949, a liderança cristã local, formada no exterior ou tutelada pelos missionários, acelerou o crescimento da religião entre os nativos. Segundo a China Soul for Christ Foundation (Fundação Alma da China para Cristo), o número de adeptos chegava a setecentos mil quando os missionários estrangeiros forma expulsos após a tomada comunista, em 1949.

Antes da morte de Mao Tsé-tung, em 1976, muitos cristãos chineses foram presos ou executados. Nos últimos anos, com o afrouxamento do controle governamental sobre a religião, o cristianismo experimentou um crescimento explosivo, embora o Partido Comunista procure fiscalizar o movimento cristão, exigindo que todas as igrejas pertençam também ao