Sociopatas/Psicopatas. Imagem: Filme Psicopata
Americano.
Hoje estaremos dando continuidade ao nosso estudo sobre a
sociopatia/psicopatia e veremos que alguns especialistas chegam a identificar
diferenças entre elas. Essa postagem é de vital importância para a compreensão
do último texto sobre o assunto aonde falaremos sobre as pessoas que conviveram
com psicopatas, mas agora nos ateremos aos fatos referentes a este texto, aonde
veremos os resultados da psicopatia para o próprio psicopata e uma tênue
diferença entre sociopata e psicopata. Espero que gostem do texto, pois esse
trabalho é feito com o objetivo de informar e gerar discussões sobre os mais variáveis
aspectos da existência humana em sua relação direta ou indireta com a História
Geral.
A psicopatia e sociopatia são ambos os transtornos de
personalidade antissocial. Embora esses dois distúrbios são o resultado de
uma interação entre predisposição genética e fatores ambientais, a psicopatia
se inclina para o hereditária enquanto sociopatia tende para o meio ambiente.
Os psicopatas nascem com diferenças de temperamento como
impulsividade, hipoativação cortical, e destemor que os levam a risco buscando
comportamento e uma incapacidade de internalizar as normas sociais. Por
outro lado, os sociopatas têm temperamentos relativamente
normais; seu transtorno de personalidade tende a ser mais um efeito de
fatores sociológicos negativos como a negligência dos pais, pares delinquentes,
pobreza extrema, e elevada ou baixa inteligência.
“O
Transtorno de Personalidade Antissocial resulta às vezes em atos de
extremamente violência. Apesar dos psiquiatras muitas vezes considerarem e
tratarem os sociopatas e psicopatas como sendo distúrbios idênticos, os
criminologistas os registram como distintos por causa da diferença em seu
comportamento exterior em relação a violência, pois os psicopatas possuem
tendências destrutivas muito superiores aos sociopatas que tendem há surtos de
violência menos devastadores para a sociedade.”
Quando fazemos uma pequena
revisão na história da humanidade vemos que ela é capaz de nos revelar duas
questões importantes no que tange à origem da psicopatia. A primeira delas se
refere ao fato de a psicopatia sempre ter existido entre nós. Um exemplo dessa
situação é destacado pelo psiquiatra americano Hervey Cleckley ao citar que o
general grego Alcebíades, no século V a.C., já preenchia todos os requisitos
para ser considerado um psicopata “de carteirinha.”
A segunda questão aponta
para a presença da psicopatia em todos os tipos de sociedades, desde as mais
primitivas até as mais modernas. Esses fatos reforçam a participação de um
importante substrato biológico na origem desse transtorno. No entanto, eles não
invadiam, de forma alguma, a participação significativa que os fatores
culturais podem ter na modulação desse quadro, ora favorecendo, ora inibindo o
seu desenvolvimento.
Isso fica claro quando
observamos a prevalência de psicopatas em culturas diversas. Nas sociedades
ocidentais, a conduta psicopática tem-se incrementado de maneira assustadora
nas últimas cinco décadas. Cotidianamente nos deparamos com jornais e revistas
que estampam homicidas cruéis assassinos em série, políticos corruptos,
terroristas, pedófilos, pessoas que maltratam crianças, torturadores de
mulheres, líderes religiosos inescrupulosos, estelionatários e profissionais
desleais.
Devido à ação dos
psicopatas as pessoas vêm adotando formas “psicopáticas” de convívio. Se isso
ocorre é porque nossa sociedade está fundamentada em valores e práticas que, no
mínimo, favorecem a maneira psicopática de ser e viver. De certa forma, estamos contribuindo para promover uma cultura na qual
a psicopatia encontra um campo bastante favorável para florescer. Sem sombra de
dúvida, o cenário social dos nossos tempos favorece o estilo de vida do
psicopata. Ele reflete de forma precisa esse “novo
homem”, voltado somente para si mesmo, preocupado apenas com o que é seu e
desvinculado da realidade vital dos que estão ao seu redor.
A expansão da cultura
moderna, repleta de traços psicopáticos, modificou de forma drástica as nossas
relações familiares e sociais. Estamos perdendo o senso de responsabilidade compartilhada
no campo social e o de vinculação significativa nas relações interpessoais.
Hoje, ficamos fascinados e
atraídos pelos vilões e é para eles que dirigimos nossa torcida. Estamos abandonando
os mocinhos e seus ideais morais de justiça e solidariedade. Os heróis do
passado estão se tornando os otários dos tempos modernos. Se não
tomarmos muito cuidado, acabaremos adotando a conduta psicopática como um
estilo de vida eficiente para se alcançar a autossatisfação ou então como um
comportamento adaptativo de sobrevivência. Precisamos rever a nossa
tolerância em relação às pequenas transgressões do dia a dia, como jogar papel
no chão, buzinar em frente ao hospital, cuspir nas calçadas, estacionar em
locais proibidos.
Somente uma educação pautada em sólidos valores
altruístas poderá fazer
surgir uma nova ética social que seja capaz de conciliar direitos individuais
com responsabilidades interpessoais e coletivas. A aprendizagem altruísta é
a única maneira de combatermos a cultura psicopática pautada na insensibilidade
interpessoal e na ausência da solidariedade coletiva.
Nossa espécie produziu
tanto Napoleão como Madre Teresa. Trata-se da nossa profunda ligação com outros
seres humanos. O vínculo emocional faz parte da maioria de nós, reside na mais
ínfima molécula que moldou nossos corpos e cérebros, e de vez em quando somos
abruptamente lembrados disso. Brotando em nossos genes e se disseminando para
todas as culturas, crenças e religiões, é à sombra do sussurro de uma compreensão
de que somos todos um só. E, quaisquer que sejam suas origens, essa é a
essência da consciência.