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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Popol Vuh I, a criação segundo a mitologia maia.



O Popol Vuh é o livro sagrado dos maias, repositório fundamental das crenças desse povo que conheceu o seu apogeu durante o chamado Período Clássico, que vai de 250 d.C. até cerca de 900 d.C. Popol Vuh quer dizer “livro do conselho”, e a versão que hoje conhecemos, escrita após a conquista espanhola, é a cópia feita pelos próprios quiches de uma outra mais antiga, hoje desaparecida.  A história divide-se em três partes: a primeira conta a criação do mundo e dos homens, a segunda narra as peripécias dos heróis gêmeos no inframundo, e a terceira é uma crônica da dinastia quiche. Vejamos primeiro como os maias descreveram, em seu poema mítico, o começo do mundo.


Antes que o mundo fosse criado, só havia um grande mar escuro, vazio e silencioso. Os deuses, que preexistiam ao próprio caos, viviam imersos em meio a toda aquela quietude.
Um desses deuses era Kukulcán, que por possuir o corpo de serpente recoberto de penas da ave quetzal foi chamado de Serpente Emplumada (que é a tradução do seu nome).


A exemplo dos demais deuses, Kukulcán passava o tempo mergulhado nas águas escuras e silentes do grande caos aquoso. Nadando e pensando. Ele e os demais adoravam pensar, pois eram sábios.


Mas um dia, depois de tanto pensarem, os deuses decidiram que era hora também de falar.
E foi então que, do meio da treva aquosa, soou a voz majestosa de Kukulcán.


Dentre os deuses aos quais ele dirigiu a palavra estava Huracán, o deus das tormentas (Huracán, que no idioma quiche quer dizer “Um-Perna”, se tornou o termo utilizado para designar, tanto na língua espanhola quanto inglesa, um furação – Huracán e hurricane, respectivamente). Como o nome maia está a indicar Huracán possuía apenas uma perna, tal qual os furações, mas seus braços, enormes como pás, tinham o dom de girar velozmente, provocando uma furiosa ventania.


Além de Huracán, outro deus que travou diálogo primordial com Kukulcán foi Tepeu, deus do céu. Juntos, os três deuses decidiram criar a luz, e o fizeram através de três raios. Depois para criar a Terra, utilizaram apenas a Palavra.


-- Ulev! – gritaram eles, e a Terra emergiu do oceano, pois “ulev” quer dizer terra”.


No começo, a terra, com seus vales e montanhas, era apenas como uma nuvem, que aos poucos foi ganhando forma e consciência. Logo, por cima da terra, criou-se a vegetação, e com ela as árvores, até se formarem em muitas partes imensos bosques e florestas.


Ao verem o resultado do seu ato criativo verbal, os três deuses congratularam-se:
--Nossa obra está benfeita! – disseram eles, banhados em divina satisfação.


E foi assim que o mundo passou a ter, cada qual no seu lugar, o céu, a terra e as águas.

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Você quer saber mais? 


A origem de tudo, segundo os Kami anciãos.



Eis as lendas do Japão, segundo o registro dos kami anciãos primordiais, esta mitologia foi transmitida para os antigos sábios e de onde se basearam os eternos livros Kojiki e Nihon Shoki:

No início dos tempos, havia apenas uma disforme esfera oval, duplamente maior que a Terra, flutuando, plácida e silenciosa, no negro infinito. Vida alguma abrigava em seu abaulado ventre e astro algum iluminava o céu para além desta longínqua esfera, solitária como uma pedra perdida num mar escuro e vazio – nem Sol, nem Lua, nem estrelas havia.

Mas esse não era ainda o mundo no qual os kami e mortais viriam a habitar. Não passava este corpo ástreo, na verdade, de uma massa única, sem distinção entre o céu e a Terra.

Durante muito tempo assim foi, até que esta indefinida esfera foi lenta e vagarosamente repartindo-se em duas, como quando o corpo dorme e a alma se põe a sonhar. Mas não é porque dormia que este corpo não se debateu como em pesadelos e não é porque não havia viva alma para ouvi-lo que ele silenciou. Divorciou-se de sua outra metade, fazendo saltar pedras, lascas e pedregulhos para todos os lados, na ânsia de libertar-se, e desprendeu-se, enfim, esta incorpórea criatura, como se desprende a alma do corpo morto.

Eis que se põe a subir calma, leve e vaporosa, alcançando com suave perícia o pai de todos os cumes, o monte Takachiho, e instalou-se  acima do seu topo, que já era tão alto que perfurava uma densa camada de nuvem. Takaamahara é como passou a se chamar esta parte azulada espiritual que virou o que poderíamos intitular de céu japonês. Acomodou-se lá no altíssimo firmamento e ali permaneceu à espera dos kami, que em poucas eras estavam por vir.

A outra metade da esfera, no entanto, pesada, parda e densa, foi tombando como o peso da gema de um ovo na leve clara, precipitando-se pelo abismo infinito. As pedras que haviam saltado da separação foram sendo atraídas gradativamente a ela mais uma vez, unindo-se de modo a carreá-la mais e mais até atingir uma consistência firme e puramente física mudando sua cor para um tom negro-encarvoado. Assumiu, enfim, uma forma geoide, e a água espalhou-se em volta dela. Os dedos gelados de uma névoa densa e escura envolveram esta parte descartada dos céus que permaneceu esquecida pelos imortais durante sete gerações de deuses.

Takaamaharaq, a Planície dos Céus Elevados, ao contrário da Terra, logo atraiu os kami, deuses habitantes. Três deles, mais gigantescos de todos – colossais demais para serem apreendidos numa única olhada – surgiram nos céus, vindos de um lugar incógnito só conhecido por eles. Chegaram já prontos para criar e desenvolver o caótico e misterioso mundo celeste que a mente humana não prima por entender.

A criação da Estrela Polar

Acenderei uma luz na escuridão – disse altamente venerável e desenvolvido Amano Minakanushi no Mikoto, falando na linguagem dos deuses.

Focalizou o firmamento com o Terceiro Olho, a visão além do alcance dos olhos, e fez brotar de suas longas e finas mãos uma bola de fogo dourada que arremessou às alturas, onde ela se fixou para todo o sempre. Deu-lhe o nome de Estrela Polar.

Criação da Lua e do Sol

Honoráveis irmãos – disse o segundo deus, Takami Musubi no Mikoto. – Eu criarei as Maravilhas Celestes.

Pôs-se a mover as mãos envoltas em chispas chamejantes e fez brotar uma imensa bola branca de fogo que arrojou para o alto, ao modo de como fez o deus primeiro. Nomeou novo ser de Lua. Concentrou novamente todo seu KI – fogo que queima nas entranhas e é a energia vital de todos os seres vivos – e fez surgir outra bola de fogo, porém de uma cor vermelho-alaranjada e quatrocentas vezes maior do que a anterior. Arremessou-a igualmente ao alto dos céus, ofuscando instantaneamente as criações anteriores. Chamou-a  de Sol.

Colocou, então, dois dedos no centro da testa e tornou a se concentrar: flocos de neve caíram dos céus, levando os três irmãos a se encolherem de frio e cobrirem com o capuz as cabeças ainda quentes do Sol. Expulsaram os flocos da neve resplandecente que cobria seus mantos coloridos e se puseram a observar o campo celeste que ia ficando mais alvo e fofo do que as brancas nuvens.

A nevasca se transformou em uma chuva muito fina e fortes ventos varreram os quatro cantos da galáxia, de ponta a ponta, controlados docilmente pelas mãos do honrável kami. Raios e relâmpagos cortaram, neste dia, o firmamento com seus clarões dourados e estrondos retumbantes e o vento uivou ferozmente como mil lobos, virando uma terrível tempestade. A pouca chuva se transformou num aguaceiro que lavou e fertilizou o solo celestial pela primeira vez na vida.

Surge a vida vegetal e animal pelo terceiro kami

- Eu, por minha vez, criarei os Tesouros Celestes – disse a seus irmãos a terceira divindade, Kami Musubi no Mikoto, tão logo a tempestade amenizou.
Espalmou as longas e finas mãos sobre o solo irrigado e fez surgir os mais exóticos bosques, pomares e jardins, que se ergueram do chão de um minuto para o outro, crescendo a olhos vistos, como se um segundo representasse um século. Deleitou-se o deus criando montanhas e penhascos, mares e rios, pássaros e peixes, flores e corais.

Cachoeiras desciam agora livremente ao pé da montanha, abaixo do voo de esplêndidos faisões de penas rubras como o fogo douradas como o metal amarelo (modo com o qual os deuses primordiais referiam-se ao ouro). A límpida água corria nos largos e lentos córregos celestiais com toda sorte de murmúrios, fluindo através do coração de Takaamahara, brilhando entre musgos, pedras e peixes. Brotaram o arroz e demais cereais, que, sem cultivo ou trabalho algum, cobriram os campos alagados com seus tapetes amarelos, independente do clima, do tempo e das estações de maduração.

Logo o céu borbulhava de cores e arte, graças ao capricho destes fecundos criadores de inesgotável imaginação. Tão logo concluíram suas obras-primas, retiraram-se anonimamente dos céus e seguiram para um refúgio incógnito que somente os deuses conheciam, sem deixar atrás de si nem o brilho das caudas de seus faiscantes mantos multicoloridos e nem o mínimo resquício de vaidade.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Os efeitos do mau uso da Tecnologia entre jovens



Por Glerian Bruno Gomes

Sem dúvida a humanidade vem passando por um avanço tecnológico jamais visto, a cada dia que se passa somos metralhados por novas tecnologias e novas invenções. Porém a grande pergunta que fica no ar é: Tudo isso nos faz bem?

Em uma breve análise podemos fazer uma avaliação não sobre o avanço da tecnologia, mas sim pela forma que a mesma esta sendo utilizada. Nesse post enfoco sobre os jovens e as alterações diretas e indiretas sofridas pelo abuso da nova tecnologia.

Qual adolescente hoje em dia não tem seu Smartphone, seu Tablet ou seu Notebook? A invasão da tecnologia nessa faixa etária esta cada dia mais alta, é comum crianças de oito anos já terem acesso total a esses dispositivos, de fato eles são uma peça importante no ensino pela facilidade de acesso a informações, sejam elas de qual classe ou teor. O grande problema é que esses dispositivos estão abrindo portas a problemas Físicos e até mesmo Psicológicos que antes não se viam. É totalmente normal hoje em dia um adolescente dizer que se deita a meia noite, ou ate mesmo as duas da madrugada por estarem conectados com esses aparelhos, seja com jogos, redes sociais ou ate mesmo estudando, alterando assim diretamente o ciclo do sono, ciclo esse que é de fundamental importância para o organismo, pois é o momento onde o corpo vai passar por uma restauração dos danos do dia-a-dia, assim como vai colocar em marcha os processos de crescimento dos ossos e maduração do Sistema Nervoso (principalmente a parte responsável pelo Psíquico e Intelecto), ou seja, vai “arrumar as coisas”. Os efeitos de uma noite mal dormida vem acompanhado com outros diversos problemas, um deles de suma importância é a disfunção do sistema hormonal, durante o sono são liberados substancias pelo cérebro que controlam a secreção de hormônios e os mantém em perfeito equilíbrio, com a falta da regulação dos mesmos as consequências são inúmeras, e muitas passam despercebidas ate causar grandes problemas como doenças reprodutivas, alterações no comportamento, falta de concentração, sono e indisposição durante o dia, alteração no ciclo social, predisposição a depressão e autismo, predisposição a obesidade, entre outras.


Outra alteração que esta ganhando uma profunda atenção são os efeitos deletérios das telas destes dispositivos a visão, se analisarmos que durante a noite grande parte desses jovens ficam utilizando seus aparelhos no escuro vamos ver que isso estará causando sérios danos às células da retina, que é a parte situada no fundo dos olhos e que é responsável pela captação da luz para posteriormente envia-las ao cérebro, além de “forçar” as estruturas dos olhos a se adequarem ao tamanho das letras e imagens, como consequência vemos um aumento significativo de adolescentes utilizando óculos ou lentes para sanar as consequências dessa exposição.

Além de problemas Físicos nos deparamos também com as alterações comportamentais entre os jovens, as redes sociais assim como os aplicativos de mensagens instantâneas facilitam muito a comunicação entre as pessoas, isso faz com que hoje em dia se tenha uma maior facilidade de expor suas ideias a um grande numero de pessoas, o problema é que muitas vezes essa exposição de ideias gera uma grande quantidade de criticas e desfechos, que podem levar um adolescente a ter consequências frente a essa situação, como conflitos e distanciamento físico de grupos que antes tinham contato direto, ou até mesmo crises de personalidade, podendo chegar até a depressão, não nos espanta o fato de que houve nos últimos cinco anos um aumento histórico de casos de depressão entre jovens de 10 a 23 anos, e que apresentam ligações diretas e indiretas com redes sociais e contatos virtuais. Não obstante, podemos nos deparar em noticiários casos de vazamentos de imagens íntimas e aliciamento de menores através da internet, englobando o assunto de desfechos negativos desse meio.

O uso indevido dessas novas tecnologias pode levar a diversos outros quadros negativos e deletérios ao corpo e mente, não só de jovens, mas também adultos. É preciso nos policiar quanto à rotina e a forma de utilização desses meios, pois se utilizados com segurança e responsabilidade com certeza nos tem muita a adicionar.

Ordem e Progresso



Bernjamin Constant Botelho de Magalhães (1836-1891) como ministro da Instrução Pública reformolou todo o ensino brasileiro de acordo com as idéias de Augusto-Comte.

Mais do que um simples lema na bandeira, as idéias positivistas de Augusto-Comte impregnaram a nascente República brasileira.
por Rafael Augusto Sêga
           

Bernjamin Constant Botelho de Magalhães (1836-1891) como ministro da Instrução Pública reformolou todo o ensino brasileiro de acordo com as ideias de Augusto-Comte.

A verdade, meu amor, mora num poço, / É Pilatos, lá na Bíblia quem nos diz, / E também faleceu por ter pescoço, / O (infeliz) autor da guilhotina de Paris. / Vai, orgulhosa, querida, / Mas aceita esta lição: / No câmbio incerto da vida, / A libra sempre é o coração, / O amor vem por princípio, a ordem por base, / O progresso é que deve vir por fim, / Desprezaste esta lei de Augusto Comte, / E foste ser feliz longe de mim.

Este trecho do conhecido samba de Noel Rosa e Orestes Barbosa, Positivismo, de 1933, demonstra a presença da filosofia positivista no meio cultural mais popular do Brasil, a música, ao retratar uma amada que transgrediu o fundamento básico de tal filosofia. Não obstante, essa corrente de pensamento também se faz presente no dístico de nosso maior símbolo pátrio, a bandeira: Ordem e Progresso. É curioso, mas a tentativa mais efetiva de colocar em prática a doutrina positivista, uma ideologia tipicamente francesa, foi realizada em um país latino-americano: o Brasil.

Como isso aconteceu?

A pergunta exige o conhecimento de certos aspectos das origens e dos fundamentos do pensamento positivista ainda na França no século XIX, para mostrar sua chegada e ascendência sobre o pensamento brasileiro dentro do contexto histórico e cultural da época.

O avanço científico europeu do início do século XIX, decorrente da Primeira Revolução Industrial, fez com que o homem acreditasse em seu completo domínio da natureza. O positivismo surgiu nessa época como uma corrente de pensamento que apregoava o predomínio da ciência e do método empírico sobre os devaneios metafísicos da religião.

Nesse sentido, o movimento intelectual erigido por Isidore-Auguste-Marie-François-Xavier Comte, ou simplesmente Auguste Comte (1798-1857), defendia que todo saber do mundo físico advinha de fenômenos "positivos" (reais) da experiência, e eles seriam os únicos objetivos de investigação do conhecimento.

Comte sustentava a existência de um campo de ação, no qual as idéias se relacionavam de forma lógica e matemática e, por fim, toda investigação transcendental ou metafísica que não pudesse ser comprovada na experiência deveria ser desconsiderada.

As raízes do positivismo são atribuídas ao empirismo absoluto de David Hume (1711-1776), que concebia apenas a experiência como matéria do conhecimento e também a Ilustração, ou Iluminismo, que apregoava a razão como base do progresso da história humana.

Dessa forma, o positivismo é fruto da consolidação econômica da revolução pela burguesia, expressa nas Revoluções Inglesa do século XVIII e Francesa de 1789. As ciências empíricas passaram a tomar frente às especulações filosóficas meramente idealistas e Comte buscou a síntese do conhecimento positivo da primeira metade do século XIX, especialmente da física, da química e da biologia.

Seu objetivo era a formulação de uma "física" social (a "sociologia") que reformulasse o quadro social instável decorrente das novas relações de trabalho do capitalismo industrial.

Na primeira fase de seus trabalhos, Comte teve como mentor o teórico do socialismo utópico, o conde de Saint-Simon (Claude-Henri de Rouvroy, 1760-1825). Em sua obra Curso de filosofia positiva (1830-1842), Comte expõe a base de sua doutrina cujos alicerces teóricos estão assentados na norma de três estados do desenvolvimento humano e do conhecimento, o teológico, o metafísico e o positivo.

Na fase teológica o ser humano entende o mundo a partir dos fenômenos da Natureza dando a eles caráter divino. Essa fase encerra-se no monoteísmo. Na fase metafísica, a interpretação do mundo é calcada em conceitos abstratos, idéias e princípios.

Por fim, na fase positiva o ser humano limita-se a expor os fenômenos e a fixar as relações constantes de semelhança e sucessão entre eles. Nessa fase, as causas e as essências dos fenômenos são deixadas de lado para se evidenciarem as leis imutáveis que nos regem, pois o conhecimento destina-se a organizar e não a descobrir.

O fim da filosofia é a organização das ciências, hierarquizadas, segundo Comte, em seis. Na base dessa pirâmide está a matemática, seguida da astronomia, física, química, biologia e sociologia. Em outra obra sua, Discurso sobre o conjunto do Positivismo (1848), Comte parte das feições reais do termo "positivo" para atingir uma significação moral e social maior, a fim de reorganizar a sociedade, com a supremacia do amor e da sensibilidade sobre o racionalismo.

O apogeu dessa tese é a religião da humanidade. A filosofia positiva passa, então, a preconizar também uma teoria de reforma da sociedade e uma religião. A unidade do conhecimento positivo passa a ser coletiva em busca da fraternidade universal e da convivência em comum. A junção entre teoria e experiência é baseada no conhecimento das ações repetitivas dos fenômenos e sua previsibilidade científica.

Assim, é possível o aprimoramento tecnológico. O estágio positivo corresponde à atividade fabril e à transformação da natureza em mercadorias. Se entendermos a ciência como a investigação da realidade física, o positivo é o objeto e o resultado dessa investigação. Dessa forma, a sociedade também é passível dessa análise e a fase positiva será caracterizada pela passagem do poder político para os sábios.

Fragmentação do pensamento

A segunda fase dos trabalhos de Comte é representada em sua obra Sistema de política positiva (1851, 1854), que preconiza a "religião da humanidade", cuja liturgia é baseada no catolicismo romano, estabelecida em O catecismo positivista (1852).

Destarte, a doutrina positivista adquire feição religiosa com credo na ciência. Essa divisão do pensamento comteano também separou seus seguidores em duas correntes: os ortodoxos, que seguiram Comte em seu período religioso; e os heterodoxos, que se conservaram perseverantes ao período científico e filosófico do positivismo.

O líder dos heterodoxos, Émile Littré, autor de Fragmentos de filosofia positiva e sociologia contemporânea (1876), concebeu o período religioso de Comte como um atraso. Já o ortodoxo Pierre Laffitte chegou a sacerdote máximo da chamada religião da humanidade.

As teorias científicas de Comte sofreram severas críticas de ordem metodológica, principalmente por desconsiderarem os procedimentos hipotéticos e dedutivos. Entretanto, o positivismo causou forte eco tanto nas doutrinas utilitaristas e pragmáticas de vertente americana.

Embora o positivismo seja julgado metodologicamente ultrapassado por transformar a ciência em objeto de reflexão da filosofia, a epistemologia comteana é possuidora de consideráveis princípios filosóficos que tentam determinar o homem em relação a sua atividade e espaço histórico. Atualmente, traços positivistas são identificados em diferentes atividades no mundo ocidental, e especialmente no Brasil.

Na verdade, o Brasil, país latino-americano, se transformou numa segunda pátria do positivismo. O pensamento positivista chegou ao Brasil em torno de 1850, e foi trazido por brasileiros que estudaram na França; alguns tinham até mesmo sido alunos de Comte.

A presença da doutrina positivista, em sua fase científica, no Brasil, tornou-se visível a partir de 1850, quando apareceu na Escola Militar, depois no Colégio Pedro II, na Escola da Marinha, na Escola de Medicina e na Escola Politécnica, no Rio de Janeiro. Já o positivismo de vertente religiosa pôde ser atestado no Apostolado Positivista, a partir de 1881, fruto da iniciativa de Miguel Lemos e Raimundo Teixeira.

A atuação do positivismo no Brasil foi uma reação filosófica contra a doutrina confessional católica, até então única reflexão intelectual existente no país. Nessa luta no campo das idéias figuraram também o naturalismo e o evolucionismo.

No Brasil, a marca inicial do positivismo mais aceita é a publicação do livro de Luís Pereira Barreto As três filosofias, em 1874, e também, dois anos mais tarde, a fundação da Sociedade Positivista Brasileira (origem da Igreja da Humanidade) no Rio de Janeiro. Contudo, o núcleo irradiador do positivismo seria transferido para Recife, por iniciativa de Tobias Barreto e, depois, Sílvio Romero e Clóvis Bevilácqua.

O positivismo que se assenhoreava no Brasil moldava-se ao país e adquiria o perfil de doutrina com influência geral, e aceita por um grupo reduzido de estudiosos, composto por duas facções: os ortodoxos e os dissidentes. Miguel Lemos e Teixeira Mendes lideravam o primeiro, e um número de políticos com visão monárquica positivista, junto com Luís Pereira Barreto, Tobias Barreto e Sílvio Romero lideravam o último, e buscavam em Comte a fundamentação teórica para a República.

O republicanismo brasileiro, nascido da Convenção de Itu, de 1870, gerou duas alas: a liberal-democrática, de inspiração americana, e a autoritária, de inspiração positivista. Todavia, em um primeiro momento, o programa do Partido Republicano estava muito mais preocupado com o combate objetivo ao Império do que com querelas doutrinárias. Nessa fase destacam-se os nomes dos chamados republicanos históricos, como Silva Jardim, Aníbal Falcão e Demétrio Ribeiro.

A atuação doutrinária levada a cabo por Benjamin Constant Botelho de Magalhães (1833-1891), professor da Escola Militar e defensor do princípio positivista da valorização do ensino para alcançar o estado sociocrático, ganha destaque nesse contexto. Contudo, se para Comte o ensino, no continente europeu, deveria ser destinado às camadas pobres, no Brasil essa meta foi impossível, devido ao baixíssimo nível de instrução do proletariado nacional. Assim, a transmissão dos ensinamentos positivistas acabou se restringindo aos poucos que estudavam nas escolas militares.

A atividade doutrinária bem no interior da massa pensante das forças armadas brasileiras foi fundamental para criar um espírito de corpo na caserna, pois boa parte da oficialidade se achou imbuída do destino histórico de implantar um regime republicano que fosse fundamentado na razão e na ciência positivista.

Os republicanos jacobinos, radicais, combatiam os monarquistas e os republicanos liberais, e apregoavam a implantação de uma república temporária e ditatorial, com o fim de se alcançar a sociocracia preconizada por Comte. Ocorreu, assim, uma cisão no movimento republicano, e até mesmo entre os positivistas, pois no episódio de 15 de novembro de 1889 sentimos a presença dos positivistas dissidentes (militares seguidores de Benjamin Constant), em detrimento dos ortodoxos (civis seguidores da Igreja Positivista).

O positivismo tornou-se uma filosofia fundamental no debate político no Brasil do século XIX, uma vez que o regime republicano foi instalado sob sua égide teórica. O 15 de novembro pode ser considerado o ápice do positivismo no Brasil, em razão da grande quantidade de adeptos de Auguste Comte que assumiram cargos de relevo no novo regime (Benjamin Constant chegou a ministro da Guerra).

Foram numerosas as influências do positivismo na organização formal da República brasileira, entre elas o dístico Ordem e Progresso da bandeira; a separação da Igreja e do Estado; o decreto dos feriados; o estabelecimento do casamento civil e o exercício da liberdades religiosa e profissional; o fim do anonimato na imprensa; a revogação das medidas anticlericais e a reforma educacional proposta por Benjamin Constant.

O farol do positivismo no Brasil seria transferido para o Rio Grande do Sul, onde a instalação do regime republicano foi sui generis, pois desde o início o novo governo foi dominado pelos positivistas, liderados por Júlio Prates de Castilhos (1860-1903).

Quando da Proclamação da República, em 1889, Castilhos recusou o cargo de presidente do Estado, e preferiu assumir como secretário do governo estadual. Ele estava convicto no intento de inaugurar uma nova fase positiva na política gaúcha, transformando as velhas práticas político-administrativas clientelistas do período imperial.

Em 1890, Júlio de Castilhos elegeu-se deputado no Congresso que iria elaborar a primeira Constituição da República, e logo identificou-se com a ala ultrafederalista, passando a defender o projeto político de inspiração positivista.

Em 1891, eleito presidente do Estado pela Assembléia Legislativa, Júlio de Castilhos redigiu - e fez aprovar quase que integralmente - a nova Constituição estadual. Era uma Carta extremamente autoritária, atribuindo ao presidente do Estado poderes extraordinários, tais como: nomear o vice-presidente, reeleger-se, atribuir papel meramente deliberativo ao Legislativo estadual e o voto descoberto. Castilhos pretendia criar no Rio Grande do Sul uma ditadura republicana comteana, e seus adeptos foram chamados de republicanos.

Do ponto de vista doutrinário, o positivismo não compartilha os princípios da representação eleitoral preconizados pela democracia liberal burguesa, e seu princípio de delegação política por meio da eleição à representação de cargos. Para os positivistas, o direito ao voto é um dogma metafísico e, dessa forma, Júlio de Castilhos acreditava na legitimidade do regime republicano em razão de razões históricas e científicas, e não por motivos metafísicos ou populares.

Com base nesse princípio, os castilhistas ficaram no poder no Rio Grande do Sul por quase 40 anos, primeiro com Castilhos, depois com Antônio Borges de Medeiros (1863-1961), que se elegeu sucessivamente quatro vezes para a presidência daquele Estado, e, finalmente, em 1928, com Getúlio Vargas (1883-1954).

No plano nacional, Vargas procurou implantar o positivismo castilhista. Em seus mandatos, notadamente no Estado Novo (1937-1945), procurou substituir a noção da representação eleitoral pela da hegemonia científica, na qual a ordem e o fortalecimento de um dirigente moralmente responsável concebe um regime promotor do bem-estar social rumo ao progresso.

Tendo influenciado poderosamente o movimento que levou à Proclamação da República, o positivismo foi a principal corrente de pensamento na formação intelectual dos militares que cursaram as escolas militares, influência que se estendeu às rebeliões tenentistas da década de 20. Em sua vertente gaúcha, o positivismo esteve presente na organização estatal formulada por Vargas e em seu projeto de desenvolvimento nacionalista burguês.

Quando, em 1964, os militares tomaram o poder alegando o desvirtuamento moral do período janguista, também podemos sentir um aroma comteano no ar. Auguste Comte, no entanto, não pode ser responsabilizado pelo que aconteceu em seguida.

O lendário povo Menehune




   No folclore havaiano, os Menehune foi um povoado de anões levados que viviam nas florestas e vales das ilhas, antes de chegarem os primeiros colonos da Polinésia. A lenda desses pequenos perdurou na história do Havaí durante muitos séculos. Dizem que andavam à noite pela floresta e sua altura variava, de cada indivíduo, entre 60 e 15 cm, alguns eram tão pequenos que cabiam na palma da mão. Gostavam de dançar, cantar, mergulhar no mar saltando de escarpas e praticar tiro ao alvo com arco e flecha. Sua comida preferida era peixe e bananas.

   Os Menehune eram conhecidos por usar arco e flecha mágicos para atingir o coração de pessoas coléricas e preenchê-los com amor. De acordo com a lenda, eles eram espertos, extremamente fortes, e excelentes artífices. Eram raramente vistos por olhos humanos, e acreditava-se que possuíam incríveis conhecimentos sobre engenharia e que costumavam construir durante a noite. Usavam sua grande força para construir templos, viveiros de peixe, estradas, canoas e casas.

    Algumas das famosas estruturas que acredita-se que foram construídas pelos Menehune são o Kikiaola, também conhecido por "fossa dos Menehune" (Menehune Ditch, em inglês), que é uma fossa irrigada pelo rio Waimea, na ilha de Kauai; e o viveiro de peixes Alekoko, também situado na Ilha de Kauai, que dizem que foi construído para uma princesa e seu irmão em apenas uma noite. Arqueologistas estimam que foi construído há aproximadamente 1000 anos atrás.

   Para a construção do Alekoko, os Menehune se alinharam em uma fila dupla, passando as pedras de mão em mão. Trabalharam à noite, como sempre, para não serem vistos por ninguém, partindo, transportando, e encaixando pedras. E o encheram passando vários baldes de água de mão em mão.

   As pessoas do local prometeram aos Menehune de não os observarem enquanto trabalham, por isso trabalhavam à noite, e caso alguém os visse, teriam que abandonar o projeto imediatamente. Há uma lenda que diz que uma vez, dois irmãos pertencentes à realeza se esgueiraram à noite para ver as centenas de Menehune trabalhando, porém não aguentaram de sono e acabaram dormindo. Ao nascer do sol, quando os Menehune os descobriram, os transformaram em pilares de pedra, os quais até hoje podem ser vistos nas montanhas acima do viveiro dos peixes. Por causa do nascer do sol, tiveram que deixar sua construção do viveiro de peixes às pressas, deixando duas brechas, as quais os imigrantes chineses tentaram preencher depois, porém o material que utilizaram era bem inferior ao dos pequenos seres místicos.

   Outra história que tem sido contada no folclore local é dos três Menehune de Ainahou. Ainahou é uma floresta situada na região norte da Cratera de Haleakala, na ilha de Maui. Os três pequenos se chamavam Ha'alulu, Eleu e Molowa. Todos os outros Menehune os conhecia bem pelo fato de possuírem poderes raros. O nome Ha'alulu significa "estremecer", e diziam que esse homenzinho era sempre frio, e seu poder mágico consistia em tornar-se invisível toda vez que começava a tremer, além de poder viajar para qualquer lugar sem ser encontrado. Eleu significa "rápido e ágil", e independente de para onde Eleu ia, era tão rápido que desaparecia e ninguém conseguia segui-lo. Molowa significa "preguiçoso", mas o que a maioria das pessoas não sabia, é que quando ele parecia estar dormindo ou sendo preguiçoso, seu ego mágico se tornava imperceptível e ele saia pela ilha realizando boas ações.

AS REGRAS DO TEMPLO



O Presente texto foi traduzido do idioma Francês para o Inglês pela Sra. Judith Upton Hard e do Inglês para o Português, por Márcio M. de Oliveira em 26/06/99.

O texto original encontra-se (em Inglês) no site da Enciclopédia em Rede ORB: http://orb.rhodes.edu/encyclop/religion/monastic/T_Rule.html.

A preocupação em manter o texto o mais original possível, acarretou em uma redação muitas vezes fora das Regras de redação atuais da língua portuguesa (Brasil).

Em alguns parágrafos foram mantidas entre parênteses as palavras do texto original, por não possuir-mos uma tradução ideal.

A REGRA PRIMITIVA DOS TEMPLÁRIOS

The Poor Fellow-Soldiers of Christ and the Temple of Solomon


Esta tradução da original, ou primitiva Regra dos Templários, está baseada na edição de 1.886, de "A Regra do Templo" , de Henri de Cruzon, texto de um Manual Militar, ou de "Como se Desincumbir dos Encargos da Cavalaria". Ele representa a Regra dada aos (Fledgling) Cavaleiros do Templo pelo Concílio de Troyes, em 1.129, embora "não se deva esquecer que a Ordem existe a vários anos e elaborou suas próprias tradições e costumes antes da aparição de Hugues de Payens no Concílio de Troyes. Em larga medida, portanto, a Regra Primitiva se baseia em práticas já existentes" (Upton-Ward, p. 11).

Esta tradução foi extraída de " A Regra dos Templários" de Judith Upton-Ward, Woodbridge: The Baydell Press, 1.992, e é reimpressa aqui com permissão. A Regra dos Templários inclui uma introdução de Upton-Ward; também contem a Regra Primitiva dos Templários e os Estatutos Hierárquicos: Regras relativas a penitências, vida nos Conventos, a manutenção dos Capítulos e a recepção na Ordem; e um apêndice de Matthew Bennett, "A Regra do Templo como Manual Militar, ou como se desincumbir das Obrigações na Cavalaria" . O livro é altamente recomendado àqueles interessados nos Templários ou qualquer outra Ordem Militar. Esta disponível agora em brochura.

As notas na regra Primitiva, elaboradas pela Sra. Upton-Ward na Regra dos Templários não foram incluídas abaixo. São de considerável interesse e deveriam ser consultadas pelos que desejam estudar a Regra com mais detalhes.

The Grand Masters of the Order of the Temple in Jerusalem

Grand Master
Dates Ruled
Hugh de Payens 1118/9 - 1136/7
Robert de Craon (the Burgundian) 1136/7 - 13 January 1149
Everard de Barres 1149 - 1152 (?)
Bernard de Tremelai 1152 (?) - 16 August 1153
Andre de Montbard 1153 - 17 January 1156
Bertrand de Blanquefort 1156 - 2 January 1169
Philippe de Milly of Nablus 1169 - 1171
Odo de Saint-Amand 1171 - 8 October 1179
Arnold de Torroges 1180 - 30 September 1184
Gerard de Ridefort 1185 - 4 October 1189
Robert de Sable 1191 - 28 September 1193
Gilbert Erail 1194 - 21 December 1200
Philippe de Plessiez 1201-12 February 1209
William de Chartres 1210 - 25 August 1219
Pedro de Montaigu 1219 - 28 January 1232
Armand de Peragors 1232(?) - 17 October 1244
Richard de Bures 1244/5 - 9 May 1247
William de Sonnac 1247 - 11 February 1250
Renaud de Vichiers 1250 - 20 January 1256
Thomas Berard 1256 - 25 March 1273
William de Beauieu May 1273 - 18 May 1291
Tibald Gaudin 1291 - 16 April 1293
Jacques de Molay 1293 - 18 March 1314


A REGRA PRIMITIVA
Aqui começa o Prólogo da Regra do Templo.


1 - Falamos inicialmente àqueles que secretamente desprezam sua própria vontade e com estudado cuidado, desejam usar e usar permanentemente a mui nobre armadura da obediência. Portanto, advertimo-lo a você que até agora levou a vida dos Cavaleiros seculares, para quem Jesus Cristo não era a motivação, mas que você abraçou por favor humano somente, a seguir àqueles a quem Deus escolheu dentre a massa de perdição e a quem ordenou, através de sua misericórdia plena de graça, que defendessem a Igreja Sagrada, e que você se apresse por juntar-se a eles para sempre.

2 - Acima de tudo, quem for um Cavaleiro de Cristo, escolhendo tais Ordens Sagradas, deverá em sua profissão de fé unir para diligência e firme perseverança, que é tão misericórdia e sagrada, e é sabidamente tão nobre, que se for preservada intocada para sempre, fá-lo-á merecer a estar em companhia dos mártires que deram sua alma por Jesus Cristo. Nesta Ordem religiosa floresceu e está revitalizada a Ordem da Cavalaria. Esta Cavalaria desprezou o amor pela justiça que constitui seus deveres, não fez o que deveria, ou seja, defender os pobres, as viúvas, órfãos e as Igrejas, mas esforçou-se por saquear, espoliar e matar. Deus está conosco e nosso Salvador, Jesus Cristo; Ele enviou seus amigos da Sagrada Cidade de Jerusalém para os limites da França e Burgundy, que, por nossa salvação e a disseminação da verdadeira fé, não cessam de oferecer suas almas a Deus, um sacrifício bem-vindo.

3 - Então nós, com toda a alegria e irmandade plena, a pedido do Mestre Hugues de Payens, por quem a retrocitada Cavalaria foi fundada pela graça do Espírito Santo, reunidos em Troyes de diversas províncias além das montanhas na festa de meu senhor São Hilário, no ano da encarnação 1.128 de Jesus Cristo, no nono ano depois da fundação da referida Cavalaria. Sobre a condução e origens da Ordem da Cavalaria ouvimos em Capítulo Comum, dos lábios do mestre mencionado, Irmão Hugues de Payens: e de acordo coma as limitações do nosso entendimento, o que nos pareceu e benefício nós apreciamos, e o que nos pareceu errado nós evitamos.

4 - E tudo que ocorreu no Concílio não pode ser contado nem relatado; e de forma que não fosse assumido descomprometidamente por nós, mas considerado com grande com pureza sábia deixamo-lo para a discreção dos honoráveis pai São Honorius e ao patriarca de Jerusalém, Stephen, que conheceu os deveres do leste e dos Pobres Cavaleiros de Cristo, por cuja recomendação do Concílio Comum, aprovamos por unanimidade. Embora um grande número de irmãos religiosos que se reuniram no Concílio aprovaram a autoridade de nossas palavras, não poderíamos passar silentes pelas sentenças verdadeiras e juízos que emitiram.

5 - Portanto eu, Jean Michel, a quem foi confiado o divino ofício, por graça de Deus, servi como humilde escriba do presente documento por Ordem do Concílio e do venerável padre Bernardo, abade de Clairvaux.
NOME DOS PADRES QUE VIERAM AO CONCÍLIO

6 - Primeiramente foi Mateus, bispo de Albano, pela graça de Deus, legado da Igreja Sagrada de Roma; Renand, arcebispo de Reins; Henri, arcebispo de Sens; e seus partidários: Gocelin, bispo de Soissons; o bispo de Paris; o bispo de Troyes; o bispo de Orleans; o bispo de Auxerre; o bispo de Meaux; o bispo de Chalons; o bispo de Saon; o bispo de Beauvais; o abade de Vèzelay, que depois foi feito arcebispo de Lyon e legado da Igreja de Roma; o abade de Cîteaux; o abade de Pontigny; o abade de Trois-Fontaines; o abade de Saint Denis de Reins; o abade de St-Etiemne de Dijon; o abade de Molesmes; o acima citado Bernard abade de Clairvaux; cujas palavras os supra citados apreciaram livremente. Também presentes estavam o Mestre Aubri de Reims; Mestre Fulches e muitos outros quem seria tedioso registrar. E dos demais que não foram listados seria proveitoso fornecer garantias neste aspecto, que são amantes da verdade: são o Conde Theobald; o Conde de Nevers, André de Baude Monk. Estes estiveram no Concílio e agiram de maneira que, por estudo cuidadoso, buscaram o que é bom e desaprovaram o que não parecia certo.

7 - E também presente estava Irmão Hugues de Payens, Mestre da Cavalaria, com alguns de seus Irmãos, que ele trouxera com ele. Eram eles Irmão Roland, Irmão Godefroy e Irmão Geoffroi Bisot, Irmão Payen de Montdidier, Irmão Archambaut de Saint-Amand. O próprio Mestre Hugues, com seus seguidores, relatou aos supramencionados padres os costumes e observância de seus humildes princípios e daquele que diz: "Eu que falo a vós sou o princípio", de acordo com o que é lembrado.

8 - Agradou ao Concílio que as deliberações que foram feitas lá e as considerações para com as Escrituras Sagradas, que foram diligentemente examinadas com a sabedoria de meu Senhor Honorius, papa da Sagrada Igreja de Roma, e patriarca de Jerusalém e com o assentimento do Capítulo, com a concordância dos Pobres Cavaleiros de Cristo do Templo que está em Jerusalém, deveriam ser registradas por escrito e não ser esquecidas, estritamente mantidas de modo que na vida superior pudesse chegar ao Criador compaixão de cujo Deus é mais doce que o mel quando comparada com Deus, cuja misericórdia lembra (OINE) e nos permite chegar a Ele a quem queremos servir. Por todos os séculos dos séculos Amém.

AQUI COMEÇA A REGRA DOS POBRES CAVALEIROS DO TEMPLO

9 - Você que renuncia à sua própria vontade, e vocês que servem o Rei Soberano com cavalos e armas, pela salvação de suas almas, por um compromisso assumido, esforcem-se em todo o lugar com desejo puro de ouvir cantos matinais e a servidão integral de acordo com a lei canônica e os costumes dos Mestres da Sagrada Caridade de Jerusalém. Oh vós veneráveis irmãos, do mesmo modo Deus esteja convosco, se prometerem desprezar o mundo ilusório por perpétuo amor a Deus e afastar as tentações de seu corpo: sustentados pelo alimento de Deus e saciados e instruídos nos mandamentos do Senhor, ao fim do ofício divino, nenhum de vós temeria ir à batalha se ele envergar por conseguinte a (tonsure).

10 - Mas se algum irmão é enviado pelo serviço da cada da Cristandade ao Leste algo que cremos ocorrerá freqüentemente e não puder ouvir o ofício divino, deverá dizer treze pai-nossos, sete a cada hora e nove à tarde. E juntamente todos ordenamo-lhes a faze-lo. Mas aqueles que forem enviados por tal razão e não puderem chegar nas horas fixadas para escutar o santo ofício, se possível tais horas não deveriam ser omitidas, com o fito de dedicar a Deus o que lhe é devido.

A MANEIRA PELA QUAL OS IRMÃOS DEVEM SER RECEBIDOS

11 - Se algum cavaleiro secular, ou outro homem, deseja deixar a massa da perdição e abandonar essa vida secular e escolher sua vida comunitária, não consinta em recebe-lo imediatamente, pois assim disse São Paulo: Teste a alma para ver se vem de Deus. Ademais, se a companhia dos irmãos e para ser aceito por ele, leia-se a Regra para ele, e se ele deseja estudadamente obedecer os mandamentos da Regra, se agradar aos Mestres e aos irmãos recebê-lo, deixe-o revelar seus desejo frente a todos os irmãos reunidos em Capítulo e deixe-o fazer seu pedido com o coração puro.

SOBRE CAVALEIROS EXCOMUNGADOS

12 - Se você conhece Cavaleiros dispersos a serem reunidos, então ordenamo-lhe a ir, se alguém lá deseja juntar-se à Ordem da Cavalaria de regiões d´além mar, não leve em conta o ganho neste mundo tanto quanto a salvação eterna da alma alheia. Nós ordenamo-lhe a ser recebido sob a condição de que se apresente ao bispo da respectiva província e torne sua intenção dele conhecida. E quando o bispo o tiver ouvido e absolvido, ele deverá envia-lo ao Mestre e aos irmãos do Templo, e se sua intenção for honesta e merecedora de sua companhia, se ele parecer bom ao Mestre e irmãos recebam-no: se ele morrer nesse ínterim, pela angústia e tormento sofridos, dar-se-lhe-ão todos os benefícios da irmandade devidos a um dos Pobres Cavaleiros do Templo.

13 - Sob nenhuma outra circunstância compartilharão os irmãos do Templo a companhia de um homem obviamente nem se pegará suas coisas e isto proibimos fortemente porque seria temerário se fossem excomungados como ele. Mas se eles está proibido apenas de estar no ofício diurno, é certamente possível manter sua companhia e tomar sua propriedade por caridade com a permissão de seus comandantes.

SOBRE NÃO RECEBER CRIANÇAS

14 - Embora a Regra dos padres sagrados permita receber crianças na vida religiosa nós os aconselhamos a não o fazer, pois ele que deseja dar a sua criança definitivamente à Ordem da Cavalaria, deveria cria-lo até a época em que estivesse capacitado a portar armas com vigor e livrar a terra dos inimigos de Jesus Cristo. Então deixe a mãe e o pai conduzi-lo à casa e tornar seus pedido conhecido dos irmãos; e é melhor se ele não fazer o voto quando criança, mas sim quando mais velho, e é melhor se ele não se magoar do que se magoar. Portanto, deixe ser posto à prova de acordo com a sabedoria do Mestre e irmãos e de acordo com a honestidade da vida de quem pede para ser admitido na irmandade.

SOBRE IRMÃOS QUE PERMANECEM DEMAIS NA CAPELA

15 - Tornai-se conhecido para nós e o ouvimos de testemunhos verdadeiros que sem moderação e sem restrição você ouça o serviço divino enquanto em pé. Não ordenamos a se comportar desse modo, pelo contrário, desaprovamo-la. Mas ordenamos que os fortes, tanto quanto os fracos, para evitar confusão, cantem os Salmos chamado Venite, com a preparação e o hino sentados, e digam suas preces em silêncio, suavemente e não em alta voz para não perturbar as preces dos outros irmãos.

16 - Mas ao fim dos Salmos, quando o Gloria Pater é entoado, em reverência à Santíssima Trindade, você se levantará e inclinará em direção ao altar, enquanto os fracos e doentes inclinarão suas cabeças. Assim determinamos; e quando a explanação dos Evangelhos for finda, e o Te Deum Laudamus for cantado, e enquanto todos os cantos são entoados, e as Matinas terminarem, você estará de pé. Desse modo determinamo-lhe ficar de pé quando da cantigas matinais e a todas as horas de Nossa Senhora.

SOBRE A INDUMENTÁRIA DOS IRMÃOS

17 - Nós determinamos que os trajes de todos os irmãos deverão ser de uma cor, ou seja branco, negro ou marrom. E nós a todos os irmãos Cavaleiros no inverno e se possível no verão, mantos brancos; e ninguém que não pertença aos mencionados Cavaleiros de Cristo terá permissão de ter um manto branco, de modo a que aqueles que abandonaram a vida da escuridão reconhecerão uns aos outros como estando reconciliados com o Criador pelo sinal dos hábitos brancos; que significa pureza e castidade completa. Castidade é certeza no coração e saúde para o corpo. Pois se algum irmão não assumir o voto de castidade, não poderá ter o descanso eterno nem ver a Deus, pela promessa do apóstolo que disse: " Empenhe-se em trazer paz para todos, mantenha a castidade, sem a qual ninguém vê Deus".

18 - Mas estas roupas não deverão ostentar qualquer requinte de orgulho. E então ordenamos que nenhum irmão terá um pedaço de (Fur) em suas roupas, nem algo que pertença às lides do corpo, nem mesmo um lençol a menos que seja um de lã de cordeiro ou ovelha.. Ordenamo-lhes que todos os irmãos tenham a mesma, de modo a vestir-se e desvestir-se e por e tirar suas botas facilmente. E o (Draper) ou o que estiver em seu lugar deverá estudadamente refletir e cuidar de ter a recompensa de Deus em todas as coisas supramencionadas, de modo a que os olhos dos invejosos e as más línguas não possam notar que as roupas são muito longas ou demasiado curtas; mas que ele as distribua de modo que se ajustem a quem as envergar, de acordo com o tamanho de cada um.

19 - Se algum irmão por orgulho ou arrogância desejar um traje mais fino, que lhe seja dado o pior. E quem receber roupas novas deverá imediatamente devolver as velhas, para serem dadas aos escudeiros e sargentos e freqüentemente aos pobres, de acordo com o que parecer melhor ao encarregado.

SOBRE AS CAMISAS

20 - Entre as outras coisas, determinamos misericordiosamente que, devido à grande intensidade do calor que há no Leste, da Páscoa a Todos os Santos, por compaixão e de modo algum como direito, uma camisa de linho será dada a qualquer irmão que desejar usa-la.

SOBRE LINHO DE CAMA

21 - Determinamos por consenso que cada homem terá roupas de cama de acordo com a descrição do Mestre. É nossa intenção que exceto o colchão, um travesseiro e um lençol será suficiente para cada um; e aquele que não tiver alguns destes, poderá ter um tapete um tapete e poderá usar um lençol de linho em todos os tempos, com um travesseiro macio. E dormirão sempre vestidos com camisas, calções, sapatos e cintos, e onde dormirem estará iluminado até a manhã. E o (Draper) certificar-se-á de que os irmãos estão bem tonsurados que poderão ser examinados pela frente e por trás; e determinamo-lhes a firmemente aderir à mesma conduta com respeito à barba e bigodes, de modo que nenhum excesso seja notado em seus corpos.

SOBRE SAPATOS DE PONTA E LAÇOS DE SAPATO

22 - Proibimos sapatos de ponta e cordões de sapatos e proibimos qualquer irmão de usa-los; nem os permitimos aqueles que servem a causa por um período fixo; mais do que isso, proibimo-los de ter sapatos com pontas ou cordão sob qualquer circunstância. Isto porque é manifesto e bem conhecido que estas coisas abomináveis pertencem a pagãos. Nem deverão usar seus cabelos ou seus trajes muito longos. Pois aqueles que servem o Criador soberano tem que vir ao mundo pela promessa do próprio Deus que disse: "Nasça conforme eu nasci" .

COMO DEVERÃO SE ALIMENTAR

23 - No palácio, ou mais propriamente o refeitório, eles deverão comer juntos. Mas se você necessita de algo por falta de hábito aos sinais usados por outros homens da fé, quieta e privadamente deverão pedir pelo que necessitam na mesa, com toda a humildade e submissão. Pois, o apóstolo disse: " Coma seu pão em silêncio" . E o salmista: "Segure sua língua" o que significa: "Eu pensei que minha língua me traia" ou seja: " Segurei minha língua para não dizer maldade".

SOBRE A LEITURA DO ENSINAMENTO

24 - Sempre, no jantar do convento e na refeição, leia-se a Sagrada Escritura, se possível se amamos a Deus e a todas as suas palavras sagradas e seus Mandamentos Sagrados, desejaríamos ouvi-los atentamente: o leitor do texto dir-lhe-á para manter silêncio antes de começar a ler.

25 - Devido a vasilhas em falta, os irmãos comerão aos pares, de modo a que um possa estudar o outro mais proximamente, e para que nem a austeridade nem abstinência secreta seja introduzida na refeição coletiva. Nos parece justo que cada irmão deva ter a mesma porção de vinho em sua taça .

SOBRE A INGESTÃO DE CARNE

26 - Deverá ser suficiente para você comer carne 3 vezes por semana, exceto no Natal, Todos os Santos, Assunção e festa dos Doze Apóstolos. Pois é compreendido que o costume de comer carne corrompe o corpo. Mas se uma festa em que se deva esquecer a carne cair em uma Terça-feira, no próximo dia, que seja dada aos irmãos em abundância. E aos domingos, todos os irmãos do Templo, os capelães e escribas terão duas refeições de carne em honra à sagrada ressurreição de Jesus Cristo. E o resto dos corpos agregados, ou seja, escudeiros e sargentos ficarão contentes com uma refeição e serão agradecidos a Deus por isso.

SOBRE REFEIÇÕES DURANTE A SEMANA

27 - Nos outros dias da semana, Segunda-feira, Quarta-feira e Sábados, os irmãos terão duas ou três refeições de vegetais ou outros pratos comidos com pão; e pretendemos que isto seja suficiente e que se faça assim. Pois quem não tiver uma refeição, terá a outra.

SOBRE REFEIÇÕES ÀS SEXTAS-FEIRAS

28 - Às sextas que seja dada carne quaresmal comunalmente a toda a congregação, como reverência à paixão de Jesus Cristo: e jejuarão de todos os Santos até a Páscoa, exceto no Natal, Ascensão e na festa dos Doze Apóstolos. Mas irmãos fracos e doentes não necessitarão observa-lo. Da Páscoa até Todos os Santos, poderão comer por 2 vezes, conquanto que não haja jejum geral.

SOBRE AGRADECIMENTO

29 - Sempre após cada jantar e refeição, todos os irmãos deverão dar graças a Deus em silêncio, se a Igreja é próxima ao refeitório, e se não o for, no próprio local. Com o coração humilde deverão agradecer a Jesus Cristo que é Senhor Provedor. Deixe-se os restos do pão para os pobre e bolos inteiros sejam conservados. Embora a recompensa dos pobres que é o reino dos céus, deva ser dada sem hesitação, e a fé cristã sem dúvida o reconheça entre eles, ordenamo-lhe que a décima parte do pão seja dada a seu (Almoner).

DO RECEBIMENTO DA COLAÇÃO

30 - Quando a luz do dia se vai e a noite cai, escute o sinal do sino ou o chamado para a oração, de acordo com os costumes do país, e todos dirijam-se a (Compline). Mas nós determinamo-lhes primeiramente a tomar pequena refeição, embora deixemos esta refeição leve sob arbítrio e discreção do Mestre. Quando ele quiser água e quando ele ordena, vinho diluído, que lhe seja dado. Verdadeiramente, ele não deve ser tomado em excesso, e sim com moderação. Pois Salomão disse: "O vinho corrompe os sábios".

SOBRE MANTER SILÊNCIO

31 - Quando os irmãos voltam da (Compline) não tem permissão de falar abertamente exceto em uma emergência. Mas deixe cada um ir para o leito quieta e silenciosamente, e se ele necessitar falar com seu (Squire) ele deverá falar quieta e suavemente. Mas se por acaso, conforme voltam do (Compline a Cavalaria ou a casa tiver um problema sério que necessite de solução antes do amanhecer, nós pensamos que o Mestre ou um grupo de irmãos mais velhos que governem a Ordem sob o Mestre, possam falar apropriadamente. E é por isso que determinamos que deve ser feito nesta maneira.

32 - Porque está escrito: Quem fala demais não está em pecado. E um outro dito: " Vida e morte estão no poder das línguas" . E durante essa conversa nós terminantemente proibimos palavras chulas e explosões de risos. E se algo é dito na conversa que não devesse ser dito, quando você for para o leito, ordenamo-lhe a dizer a oração do Pai Nosso com toda humildade e pura devoção.

SOBRE IRMÃOS

33 - Irmãos que sofram de doença durante a lide na casa terão permissão de manter-se em pé durante cantigas matinais com a permissão do Mestre ou daqueles encarregados do oficio. Mas deverão dizer em vez das cantigas matinais, 13 pai-nosso conforme estabelecido acima, de maneira a que as palavras reflitam o que há no coração. Assim disse David: "Cantem com sabedoria". E em outro lugar, o mesmo David disse: "Cantarei a vós perante os anjos" . E deixe assim ser sempre segundo o Mestre ou aqueles encarregados daquele ofício.

SOBRE A VIDA COMUNITÁRIA

34 - Lê-se nas Sagradas Escrituras: A cada um é dado conforme suas necessidades. Por esta razão dizemos que ninguém será elevado entre vós, mas todos cuidarão dos doentes; e aquele que estiver menos doente deveria agradecer a Deus e não se inquietar; e que aquele que estiver pior, humilhe-se através de sua enfermidade e não se torne orgulhoso através da piedade. Assim, todos os membros viverão em paz. É proibido a qualquer um que se agarre a abstinência excessiva; e sim que mantenha a vida comunitária.

SOBRE O MESTRE

35 - O Mestre pode dar a quem quer que lhe agrade, o cavalo e a armadura e o que quiser de outro irmão, e este irmão a quem a coisa dada pertence, não deverá se tornar nervoso ou vexado, pois fique certo que se enervar estará indo contra Deus.

36 - Somente aqueles irmãos que o Mestre reconhece que darão conselhos sábios e benéficos serão chamados para o concílio; pois isto, determinamos, e de modo algum diverso alguém será escolhido. Porque quando ocorrer de quererem tratar de assuntos sérios como a doação de terra comum ou falar sobre assuntos da casa, ou receber um irmão, então se o Mestre desejar, é apropriado reunir a congregação completa para ouvir o conselho do Capítulo todo; e o que parecer melhor ao Mestre e mais benéfico, que o faça.

SOBRE IRMÃOS ENVIADOS PARA ALÉM-MAR

37 - Irmãos enviados por países ultramar dedicar-se-ão a manter as determinações da Regra, de acordo com sua capacidade, e viver irrepreensivelmente com relação a carne, vinho, etc. de modo que serão bem recomendados pelos estrangeiros e não denegrirão por atos ou palavras os preceitos da Ordem, de modo a deixar exemplo de boas atitudes e sabedoria; sobretudo de modo a que aqueles a quem se associarem e que os hospedarem sejam honrados. Se possível, a casa onde dormirem terá luz à noite, de modo a que a sombra de seus inimigos não os conduza a fraqueza, que Deus lhes proíbe.

SOBRE MANTER A PAZ

38 - Cada irmão certificar-se-á que não incitará outro irmão à cólera ou raiva pois a misericórdia soberana de Deus se mantém igualmente sobre o irmão, seja ele fraco ou forte, em nome da caridade.

COMO OS IRMÃOS SE COMPORTARÃO

39 - Afim de se desincumbir de seus deveres e ganhar a glória da Alegria de Deus e fugir ao fogo do Inferno, é necessário que todos os irmãos estritamente obedeçam a seu Mestre. Pois não é mais caro a Jesus Cristo do que a obediência . Pois tão logo algo é determinado pelo Mestre ou por aquele a quem o Mestre delegou autoridade, deverá ser feito sem demora como se o próprio Cristo o tivesse determinado. Pois assim disse Jesus, pela boca de David e é verdadeiro: "Ele obedeceu tão logo me ouviu".

40 - Por esta razão rogamos e firmemente determinamos aos irmãos Cavaleiros que abandonaram sua própria vontade e a todos os que servem por um período fixo que não ousem sair à noite rumo a cidade sem a permissão do Mestre ou de quem estiver encarregado, exceto a noite ao Sepulcro e lugares de oração que estejam dentro dos muros da cidade de Jerusalém.

41 - Lá irmãos podem ir em pares, mas doutro modo, não poderão ir seja á noite ou de dia e quando pararem em um posto, nenhum irmão nem (Squire) nem sargento poderá ir a outra hospedaria para ver ou falar-lhe sem permissão, conforme dito acima. Determinamos por consenso, que nesta Ordem regida por Deus, nenhum irmão lutará ou descansará por sua própria vontade, mas de acordo com as ordens do Mestre, a quem se submeterão, para seguir a lição de Jesus Cristo que disse: "Não vim para fazer a minha vontade, mas a vontade do Meu Pai que me enviou".

42 - Sem permissão do Mestre ou encarregado, não se efetuará trocas, a não ser de pequenas coisas.

COMO DEVERÃO EFETUAR UMA TROCA

43 - Sem permissão do Mestre ou de quem esteja encarregado do ofício, nenhum irmão possuirá mala ou (Purse) com tranca mas comandantes de casas ou províncias e Mestres não se aterão a isto. Sem o consentimento do seu Mestre ou Comandante, nenhum irmão terá cartas de seus parentes ou outra pessoa: mas se tiver permissão, e se agradar ao Mestre ou comandante, cartas ser-lhe-ão elidas.

SOBRE DOAÇÕES SECULARES

44 - Se algo não pode ser conservado, como carne, for dada a algum irmão por um secular em agradecimento, deverá presentea-la ao Mestre ou Comandante de (Virtuals). Mas se acontecer a algum de seus parentes ou amigos tem algo a dar somente a ele, não o tome sem a permissão do Mestre ou daquele encarregado daquele ofício. Além disso, se o irmão receber algo mais de seus parentes, não o tome sem permissão do Mestre ou do encarregado daquele ofício. Não desejamos que os comandantes ou baillis, que estão especialmente encarregados deste ofício, de se aterem a regra supramencionada.

SOBRE FALTAS

45 - Se algum irmão, falando ou militando ou outra maneira cometer um pecado leve, ele mesmo por sua vontade tornar-lo-á conhecido do Mestre, para reparar sua falta com coração puro. E se ele não falha usualmente desse modo, que lhe seja aplicada uma leve pena, mas se a falta for muito grave que se afaste da companhia dos irmãos sem comer ou beber com eles, e sim só; e deverá se submeter à misericórdia e julgamento do Mestre e irmãos, que ele seja salvo no Dia do Julgamento.

SOBRE FALTAS GRAVES

46 - Sobre todas as coisas, devemos nos assegurar de que nenhum irmão, poderoso ou não, forte ou fraco, que deseje se promover e tornar-se orgulhoso e defender sua falta, permaneça sem punição. Mas se ele não desejar pagar por isto, que lhe seja dada uma punição mais severa. E se oram piedosamente por ele a Deus, e ele não quiser se corrigir, e sim insistir no erro, que seja desligado do grupo, conforme o apóstolo diz: "Remova o mau dentre vós". É necessário que renovais a ovelha negra da companhia de irmãos fiéis.

47 - Ademais o Mestre, que deve manter a equipe sob controle e (Rod) equipe com a qual sustentará as fraquezas e força dos demais; o (Rod) com o qual vencerá os vícios dos que pecam - por amor à justiça por conselho do patriarca, deverá cuidar em faze-lo. Mas também, como meu Senhor Santo Máximo disse: "Que a complacência não seja maior que a falta; nem que a punição excessiva cause a volta do pecador a lide com o mal.

SOBRE RUMORES

48 - Determinamo-lhe por conselho divino a evitar uma praga: inveja, fofoca, (Spite), (Slander). Portanto, cada um deve zelosamente guardar-se quanto ao que disse o Apóstolo: "Não acuse ou maldiga o povo de Deus!" Mas quando um irmão sabe com certeza que seu irmão companheiro pecou, quietamente e com misericórdia fraternal, que seja castigado privadamente entre ambos e se ele não quiser ouvir, outro irmão deverá ser chamado, e se ele se rebela perante ambos, ele deverá submeter-se abertamente perante todo o grupo. Os que não se afinam com os demais sofrem de terrível cegueira e muitos são cheios de tristeza que não protegem contra a inveja que se aporta contra os outros, e pela qual serão levados nas maldades antigas do demônio.

QUE NINGUÉM SE ORGULHE DE SUAS FALTAS

49 - Embora todas as palavras vulgares estejam reconhecidamente cheias de pecado, serão ditas por aqueles que se orgulham de seus pecados perante o juiz astuto Jesus Cristo, o que demonstrado por Davi ao dizer: Deve-se evitar de falar até sobre o bem e calar. Da mesma forma, deve-se guardar de falar o mal, para escapar à penalidade do pecado. Proibimos firmemente todo irmão de relatar a outro irmão ou a quem quer que seja, os bravos feitos da vida secular, que antes deveriam ser chamados de loucuras cometidas na execução dos deveres como cavaleiro, e os prazeres da carne que teve com mulheres imorais; e se ocorrer que as ouça sendo contadas por outro irmão, deverá imediatamente silencia-lo; não o conseguindo, deverá incontinente deixar o lugar e não deixar seu coração ouvir a música da podridão.

50 - Este hábito entre outros determinamo-lhes a seguir estrita e firmemente: que nenhum irmão peça explicitamente o cavalo ou armadura do outro. Será portanto, feito desta maneira: quando da enfermidade do irmão ou a fragilidade de seus animais ou armadura é sabidamente tal que o irmão não pode sair para fazer seu trabalho sem perigo, que vá ao Mestre ou a quem ocupa o seu lugar naquele grupo, e torne a situação conhecida por ele em pura fé e verdadeira fraternidade, e portanto permaneça à disposição do Mestre ou de quem controla o grupo.

SOBRE ANIMAIS E ESCUDEIROS

51 - Cada irmão cavaleiro poderá ter três cavalos e não mais, sem permissão do Mestre, devido à grande pobreza existente no tempo atual na Casa de Deus e do Templo de Salomão. A cada cavaleiro permitimos um escudeiro e três cavalos e se o escudeiro voluntariamente serve à caridade, o irmão não deverá puni-lo por algum pecado que ele cometa.

QUE NENHUM IRMÃO POSSA TER UM BRIDÃO ORNADO

52 - Terminantemente proibimos que um irmão possua um ouro ou prata em seus arreios, nem em seus estribos ou em suas esporas. Isto é, se os comprar; mas se ocorrer que um arreio lhe seja dado por caridade e que esteja tão velho que o ouro ou a prata esteja manchada, de modo a que a beleza resplandecente não seja vista pelos demais nem orgulho derive deles, então ele poderá tê-los. Mas se equipamento novo lhe for dado, que o Mestre lide com isso como achar adequado.

SOBRE CAPAS PARA LANÇAS

53 - Que nenhum irmão possua capa em seu escudo ou lança, pois nisso não há vantagem, ao contrario, pensamos que seria prejudicial.

SOBRE BOLSAS PARA ALIMENTOS

54 - Esta Ordem que por nós é estabelecida é benéfica para todos manterem e por essa razão ordenamos que a cumpram, que nenhum irmão possa fazer uma mala de alimentos de linho ou principalmente, ou qualquer coisa além de um (Profinel).

SOBRE CAÇAR

55 - Nós em conjunto proibimos qualquer irmão de caçar um pássaro com outro pássaro. Não é adequado para um homem de fé ceder a prazeres, e sim determinadamente seguir os mandamentos de Deus, estar freqüentemente em oração e a cada dia confessar em prantos a Deus em suas preces, os pecados cometidos. Nenhum irmão atrever-se-á acompanhar um homem que caça um pássaro com outro. Na verdade, é adequado para todo homem religioso portar-se simples e humildemente sem risadas ou conversas demais, ponderadamente, sem elevar a voz e por isso ordenamos especialmente que os irmãos todos não se lancem à floresta com arco longo ou cruzado para caçar animais e nem acompanhem quem o faça, exceto para salva-lo dos pagãos infiéis. Nem deverás tu seguir cães, nem gritar ou imitar sons de animais nem esporar sobre um cavalo para capturar uma fera selvagem.

56 - É verdadeiro que estás especialmente encarregado do dever de dar sua alma pelos seus irmãos, conforme o fez Jesus Cristo, e de defender a terra dos pagãos descrentes que são inimigos do filho de Virgem Maria. Esta supramencionada proibição de caçar de modo algum pretendo incluir o leão, pois ele vem cercando e procurando pelo que possa devorar, inimigo mortal dos homens.

SOBRE COMO POSSUIR TERRAS E HOMENS

57 - Este tipo de nova Ordem nasceu, cremos, das Sagradas Escrituras e divina Providência na Sagrada Terra da Provação. Isto significa que esta companhia armada de Cavaleiros pode matar os inimigos da cruz sem pecar. Por esta razão julgamos que vocês são acertadamente chamados Cavaleiros do Templo, com duplo mérito e beleza pela probidade e que podem ter terras e homens, vilas e campos e governa-los justamente, e ter seu direito a eles conforme especificamente estabelecido.

SOBRE TÍTULOS

58 - Você que abandonou os prazeres do mundo acreditamos Ter voluntariamente submetido a si mesmo à pobreza, portanto, decidimos que você que vive a vida comunitária pode receber títulos: se o bispo do lugar, a quem o título deverá ser dedicado por direito, deseja outorga-lo a você por caridade, com o consentimento do Capítulo, ele pode dar aqueles títulos que a Igreja possui. Além disso, se algum homem mantém títulos de seu patrimônio em seu detrimento e contra a Igreja, e deseja deixa-los a você, ele pode faze-lo com a permissão do prelado e de seu Capítulo.

SOBRE JULGAMENTO

59 - Sabemos, por havermos visto, que perseguidores e pessoas que gostam de querelas e se dedicam a cruelmente atormentar aqueles que são fiéis à Santa Igreja e seus amigos, são sem número. Pelo julgamento claro de nosso conselho, determinamos que se houver alguém nas regiões do Leste ou em qualquer outro lugar que lhes peça algo, pelos homens fiéis e amar à verdade, você deverá ponderar sobre o pedido se a outra parte desejar permiti-lo. Esta mesma Ordem deverá ser mantida sempre, quando algo lhes for roubado.

SOBRE IRMÃOS MAIS VELHOS

60 - Determinamos por pio concelho que irmãos mais velhos e fracos sejam honrados com diligência e lhes seja dispensada consideração de acordo com sua fragilidade e que sejam mantidos bem pela autoridade da Regra, naquelas coisas que são necessários à sua condição física.

SOBRE IRMÃOS DOENTES

61 - Que seja dada consideração e cuidados aos irmãos doentes e que sejam servidos de acordo com o dizer do evangelista e de Jesus Cristo: "Eu estava doente e tu me visitaste" e que isto não seja esquecido. Pois aqueles irmãos que estão combalidos devem ser tratados quietamente e com cuidado, por puro serviço, levando avante sem hesitação, você ganhará o reino do céu. Portanto, determinamos ao Enfermeiro a estudadamente e fielmente providenciar ou avisar que são necessários aos muitos irmãos doentes, comer carne, vísceras, pássaros e todos os alimentos que tragam boa saúde com os meios e possibilidades da casa.

SOBRE IRMÃOS FERIDOS

62 - Quando algum irmão passa da vida para a morte, algo de que ninguém está isento, determinamo-lhes a cantar por sua alma com coração puro, e que o ofício divino seja executado pelos prelados que servem o rei soberano e vós que servem à caridade por um período fixo e todos os irmãos presentes onde jaz o corpo e que servem por um período fixo, deverão rezar cem pai-nosso nos próximos sete dias. E todos os irmãos sob o comando da casa em que se deu o passamento do irmão, deverão rezar os cem pai-nosso, conforme dito acima, após a morte do irmão ser noticiada, pela misericórdia divina. Também rezamos e determinamos por autoridade pastoral que um pobre seja alimentado com carne e vinho por quarenta dias em memória do irmão morto, como se estivesse ainda vivo. Expressamente proibimos todos as outras ofertas que costumeiramente eram voluntariamente e sem discussão feitas pelos Pobres Cavaleiros do Templo pela morte dos irmãos, na festa de Páscoa e outras festas.

63 - Além disso você deve professar a sua fé com coração puro noite e dia, a ponto de ser comparado a este respeito com o mais sábio dos profetas, que disse: "Tomarei o cálice da salvação" que significa: Consignarei à Morte de Jesus Cristo minha morte. Pois tal como Jesus Cristo deu seu corpo por mim, esto preparado para dar minha alma do mesmo modo pelos meus irmãos. Este é um sacrifício adequado: um sacrifício vivo e muito agradável a Deus.

SOBRE PRELADOS E OFICIAIS QUE SERVEM À CARIDADE

64 - O conjunto do conselho comum determina-lhes a dedicar ofertas e todas as almas em qualquer maneira possível, aos capelães e oficiais e aos outros que permanecem na caridade por um período fixo. De acordo com a autoridade do Senhor Deus, os servidores da Igreja somente podem Ter roupa e comida, e não devem pretender nada mais a menos que o Mestre deseje dar-lhe algo voluntariamente por caridade.


SOBRE CAVALEIROS SECULARES

65 - Aqueles que servem por piedade e permanecem conosco por um período fixo são Cavaleiros da casa de Deus e do Templo de Salomão; portanto por piedade rogamos e por fim determinamos que se durante sua permanência Deus leva algum deles, por amor a Deus e por misericórdia fraterna, um pobre será alimentado por sete dias pela sorte de sua alma e cada irmão naquela casa, rezará 30 pai-nosso.

SOBRE CAVALEIROS SECULARES QUE SERVEM POR UM PERÍODO FIXO

66 - Determinamos a todos os Cavaleiros seculares que desejem com coração puro servir a Jesus Cristo e a casa do Templo de Salomão por um período fixo a fielmente comprar um cavalo adequado e armas, e tudo o que for necessário para tal trabalho. Além disso, determinamos a ambas as partes a colocar um preço no cavalo e coloca-lo por escrito para não o esquecer: e que tudo de que o cavaleiro, seu escudeiro e seu cavalo necessitam, mesmo sapatos para o cavalo, seja dado de acordo com as possibilidades da casa por caridade fraternal. Se, durante o período fixado, acontecer por acaso que o cavalo morra no serviço da casa, se a casa puder faze-lo, o Mestre deverá substituí-lo. Se ao fim de seu prazo, o cavaleiro quiser retornar ao seu próprio país, ele deverá deixar por caridade, metade do preço do cavalo e outra metade se ele quiser, receberá das almas da casa.

SOBRE A NOMEAÇÃO DE SARGENTOS

67 - Dado que os escudeiros e sargentos que desejam servia a caridade na casa do Templo da Salvação pela salvação de suas almas por um período fixo, vem de regiões decaídas, parece-nos benéfico que seus votos sejam recebidos de modo que o invejoso inimigo não coloque em seus corações arrepender-se ou renunciar a suas boas intenções.

SOBRE MANTOS BRANCOS

68 - Por conselho comum de todo o Capítulo proibimos e ordenamos expulsão, por vício comum, de qualquer que sem discreção estive na casa de Deus e dos Cavaleiros do Templo: mesmo os sargentos e escudeiros não deverão ter hábitos brancos, de cujo uso grande malefício adveio à causa: pois nas regiões além das montanhas irmãos falsos, homens casados e outros que se diziam irmãos do Templo costumavam fazer juramento enquanto eram do mundo. Trouxeram tanta vergonha para nós e mal à Ordem da Cavalaria que mesmo escudeiros zombavam dela; por esta razão muitos escândalos surgiam. Portanto, dêem-lhes assiduamente mantos pretos; mas se não puderem ser achados ser-lhes-á dado o que tiver, disponível na província: ou o que é menos caro, ou seja (Burell) .

SOBRE IRMÃOS CASADOS

69 - Se homens casados solicitam admissão na fraternidade, benefício e devoções da casa, permitimo-lhes recebe-los nas seguintes condições: que depois de sua morte deixem-lhes parte de seu patrimônio e de tudo o que tiverem obtido daí em diante. Enquanto isso, deverão levar vidas honestas e dedicarem-se a agir bem com os irmãos. Mas não deverão usar mantos ou casacos brancos: além disso, se o senhor tiver que morrer antes da sua senhora, os irmãos deverão tomar parte de suas posses e deixar que a dama tenha o resto para sustenta-la pelo seu tempo de vida; pois não nos parece correto que tais consortes devam viver em uma casa com irmãos que prometeram castidade a Deus.

SOBRE IRMÃS

70 - A companhia de mulheres é uma coisa perigosa, pois foi através delas que o Velho Diabo tirou a muitos do caminho reto para o Paraíso. Portanto, não permitam que irmãs sejam admitidas na casa do Templo; isto é o porque, caros irmãos, por isso não é adequado seguir este costume, que a flor da castidade seja sempre mantida entre vós.

QUE NÃO POSSUAM FAMILIARIDADE COM MULHERES

71 - Acreditamos ser uma coisa perigosa para cada religioso olhar demais para a face de uma mulher. Por esta razão, nenhum de vós deverá presumir de beijar uma mulher, seja viúva, jovem, mãe, tia ou qualquer outra; e portanto, a Cavalaria de Jesus Cristo deverá evitar a todo custo, abraços de mulheres, por meio dos quais homens pereceram por muitas vezes, para que possam permanecer eternamente frente à face de Deus com a consciência pura e vida segura.

NÃO SER PADRINHO

72 - Proibimos a todos os irmãos de ousar criar crianças e nenhum deverá se envergonhar de recusar em ser padrinho; esta vergonha traz mais glória que pecado.

SOBRE OS MANDAMENTOS

73 - Todos os mandamentos que estão escritos e mencionados acima nesta Regra estão a critério e julgamento do Mestre. Estes são os dias festivos e de jejum que todos os irmãos deverão celebrar e observar:

74 - Que seja conhecido de todos os Irmãos do Templo presentes ou futuros que deverão jejuar nas vigílias dos doze apóstolos. Isto quer dizer: São Pedro e São Paulo; Santo André; São Thiago e São Felipe; São Thomé, São Bartholomeu; São Sião e São Judas; São Matheus. A vigília de São João Batista, da ascensão e os dois dias anteriores, os dias de rogação; a vigília de Pentecostes; os dias de (Ember); a vigília de Epifanie. E deverão jejuar em todos os dias retro mencionados de acordo com os mandamentos do Papa Inocêncio no Concílio de Pisa. E se algum dos dias supra mencionados cair na 2ª feira, deverão jejuar no Sábado precedente . Se o Natal de Nosso Senhor cair numa 6ª feira, os irmãos deverão comer carne em honra da festa. Mas deverão jejuar na festa de São Marco, devido à (Litany), pois está estabelecido por Roma pela mortalidade dos homens. Contudo, se cair durante a semana de Páscoa, deverão não jejuar.

ESTAS SÃO AS FESTAS QUE DEVERÃO SER OBSERVADAS NA CASA DO TEMPLO

75 - O Natal do Senhor; a festa de Santo Estevão; São João Evangelista; Os Inocentes Sagrados; o oitavo do Natal, que é o dia de Ano Novo; Epifania; Santa Maria Candlemas; São Mathias Apostolo, Anunciação de Nossa Senhora em março; Páscoa e os três dias seguintes; São Jorge; São Felipe e Thiago; apóstolos; a descoberta da Cruz Sagrada; Ascenção do Nosso Senhor; Pentecostes e os dois dias seguintes; São João Batista; São Pedro e São Paulo; Santa Maria Madalena; São Thiago o Apóstolo; São Lourenço;, Ascenção de Nossa Senhora; Exaltação da Sagrada Cruz; Natividade de Nossa Senhora; São Mateus; São Michel; São Simão e Judas; a festa de Todos os Santos; São Martins no Inverno; Santa Catarina no Inverno; Santo André; São Nicolau no Inverno; São Tomé Apóstolo.

76 - Nenhuma das festas menores deverá ser cultuada na casa do Templo. E desejamos e aconselhamos que seja mantido e aceito que todos os Irmãos do Templo, deverão jejuar do Sábado antes de São Martin à natividade de Nosso Senhor, a menos que alguma doença os impeça. E se acontecer que a festa de São Martin cair num Domingo, os irmãos deverão manter-se sem carne no Domingo precedente.