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quarta-feira, 28 de julho de 2010

REVOLUÇÃO QUE MUDOU O MODO DE VÊR O MUNDO.

Revolução Francesa



A Liberdade Guiando o Povo, por Eugène Delacroix.

Revolução Francesa era o nome dado ao conjunto de acontecimentos que, entre 5 de Maio de 1789 e 9 de Novembro de 1799, alteraram o quadro político e social da França. Ela começa com a convocação dos Estados Gerais e a Queda da Bastilha e se encerra com o golpe de estado do 18 Brumário de Napoleão Bonaparte. Em causa estavam o Antigo Regime (Ancien Régime) e a autoridade do clero e da nobreza. Foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776). Está entre as maiores revoluções da história da humanidade.
A Revolução é considerada como o acontecimento que deu início à Idade Contemporânea. Aboliu a servidão e os direitos feudais e proclamou os princípios universais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité), frase de autoria de Jean-Jacques Rousseau. Para a França, abriu-se em 1789 o longo período de convulsões políticas do século XIX, fazendo-a passar por várias repúblicas, uma ditadura, uma monarquia constitucional e dois impérios.

Por que uma Revolução?

A França tomada pelo Antigo Regime era um grande edifício construído por cinquenta gerações, por mais de quinhentos anos. As suas fundações mais antigas e mais profundas eram obras da Igreja, estabelecidas durante mil e trezentos anos.
A sociedade francesa do século XVIII mantinha a divisão em três Ordens ou Estamentos típica do Antigo Regime – Clero ou Primeiro Estado, Nobreza ou Segundo Estado, e Povo ou Terceiro Estado – cada qual regendo-se por leis próprias (privilégios), com um Rei absoluto (ou seja, um Rei que detinha um poder supremo independente) no topo da hierarquia dos Estados. O Rei fora antes de tudo o obreiro da unidade nacional através do seu poder independente das Ordens, significando que era ele quem tinha a última palavra sobre a justiça, a economia, a diplomacia, a paz e a guerra, e quem se lhe opusesse teria como destino a prisão da Bastilha. A França sofrera uma evolução assinalável nos últimos anos: não havia censura, a tortura fora proibida em 1788, e a representação do Terceiro Estado nos Estados Gerais acabava de ser duplicada para contrariar a Nobreza e o Clero que não queriam uma reforma dos impostos. Em 14 de Julho de 1789, quando a Bastilha foi tomada pelos revolucionários, albergava oito prisioneiros.

Com a exceção da nobreza rural, a riqueza das restantes classes sociais na França tinha crescido imensamente nas últimas décadas. O crescimento da indústria era notável. No Norte e no Centro, havia uma metalurgia moderna (Le Cresot data de 1781); em Lyon havia sedas; em Rouen e em Mulhouse havia algodão; na Lorraine havia o ferro e o sal; havia lanifícios em Castres, Sedan, Abbeville e Elbeuf; em Marselha havia sabão; em Paris havia mobiliário, tanoaria e as indústrias de luxo, etc..
Existia uma Bolsa de Valores, vários bancos, e uma Caixa de Desconto com um capital de cem milhões que emitia notas. Segundo Jacques Necker, a França detinha, antes da Revolução, metade do numerário existente na Europa. Nobres e burgueses misturavam muitos capitais em investimentos. Antes da Revolução, o maior problema da indústria francesa era a falta de mão de obra.

Desde a morte do rei Luís XIV, o comércio com o exterior tinha mais do que quadruplicado. Em 1788, eram 1,061 milhões de livres, um valor que só se voltará a verificar depois de 1848. Os grandes portos, como Marselha, Bordéus, Nantes, floresciam como grandes centros cosmopolitas. O comércio interior seguia uma ascensão paralela.
Sabendo-se que existia uma burguesia tão enriquecida, muitos historiadores colocaram a hipótese de haver uma massa enorme de camponeses famintos. Na França, o imposto rural por excelência era a "taille", um imposto recolhido com base nos sinais exteriores de riqueza, por colectores escolhidos pelos próprios camponeses. A servidão dos campos, que ainda se mantinha em quase todos os países da Europa, persistia apenas em zonas recônditas da França, e sob forma muito mitigada, no Jura e no Bourbonnais. Em 1779, o Rei tinha apagado os últimos traços de servidão nos seus domínios, tendo sido imitado por muitos senhores.

Ao longo da História, a miséria tem provocado muitos motins, mas em regra não provoca revoluções. A situação da França, antes da Revolução, era a de um Estado pobre num país rico.

A Revolução

A Revolução Francesa pode ser subdividida em quatro períodos: a Assembléia Constituinte, a Assembléia Legislativa, a Convenção e o Diretório.
O período da Assembleia Constituinte decorre de 9 de Julho de 1789 a 30 de Setembro de 1791. As primeiras ações dos revolucionários deram-se quando, em 17 de Junho, a reunião do Terceiro Estado se proclamou "Assembléia Nacional" e, pouco depois, "Assembléia Nacional Constituinte". Em 12 de Julho, começam os motins em Paris, culminando em 14 de Julho com a tomada da prisão da Bastilha, símbolo do poder real e depósito de armas. Sob proposta de dois aristocratas, o visconde de Noailles e do duque de Aiguillon, a Assembleia suprime todos os privilégios das comunidades e das pessoas, as imunidades provinciais e municipais, as banalidades, e os direitos feudais. Pouco depois, aprovava-se a solene "Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão". O lema dos revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", mas logo em 14 de Junho de 1791, se aprovou a Lei de Le Chapelier que proibia os sindicatos de trabalhadores e as greves, com penas que podiam ir até à pena de morte. Em 19 de Abril de 1791, o Estado nacionaliza e passa a administrar todos os bens da Igreja Católica, sendo aprovada em Julho a Constituição Civil do Clero, por intermédio da qual os padres católicos passam a ser funcionários públicos.
O período da Assembléia Legislativa decorre de 8 de Outubro de 1791, quando se dá a primeira reunião da Assembléia Legislativa, até aos massacres de 2 a 7 de Setembro do ano seguinte. Sucedem-se os motins de Paris provocados pela fome; a França declara guerra à Áustria; dá-se o ataque ao Palácio das Tulherias; a família real é presa, e começam as revoltas monárquicas na Bretanha, Vendeia e Delfinado.
Entra o período da Convenção Nacional, de 20 de Setembro de 1792 até 26 de Outubro de 1795. A Convenção vem a ficar dominada pelos jacobinos (partido da pequena e média burguesia, liderado por Robespierre), criando-se o Comitê de Salvação Pública e o Comitê de Segurança Geral iniciando-se o reino do Terror. A monarquia é abolida e muitos nobres abandonam o país, vindo a família de Luís XVI a ser guilhotinada em 1793.

Vai seguir-se o período do Diretório até 1799, também conhecido como o período da "Reação Termidoriana". Um golpe de Estado armado desencadeado pela alta burguesia financeira marca o fim de qualquer participação popular no movimento revolucionário. Foi um período autoritário assente no exército (então restabelecido após vitórias realizadas em campanhas externas). Elaborou-se uma nova Constituição, com o propósito de manter a alta burguesia (girondinos) livre de duas grandes ameaças: o jacobinismo e o ancien régime.
O golpe do 18 de Brumário em 9 de Novembro de 1799 põe fim ao Diretório, iniciando-se a Era Napoleônica sob a forma do Consulado, a que se segue a Ditadura e o Império.
A Revolução Francesa semeou uma nova ideologia na Europa, conduziu a guerras, acabando por ser derrotada pela instalação do Império e, depois da derrota de Napoleão Bonaparte, pelo retorno a uma Monarquia na qual o rei Luís XVIII vai outorgar uma Carta Constitucional.

Causas da Revolução


Os sans-culottes eram artesãos, trabalhadores e até pequenos proprietários que viviam nos arredores de Paris. Recebiam esse nome porque não usavam os elegantes calções que a nobreza vestia, mas uma calça de algodão grosseira.

As causas da revolução francesa são remotas e imediatas. Entre as do primeiro grupo, há de considerar que a França passava por um período de crise financeira. A participação francesa na Guerra da Independência dos Estados Unidos da América, a participação (e derrota) na Guerra dos Sete Anos, os elevados custos da Corte de Luís XVI, tinham deixado as finanças do país em mau estado.
Os votos eram atribuídos por ordem (1- clero, 2- nobreza, 3- Terceiro Estado) e não por cabeça. Havia grandes injustiças entre as antigas ordens e ficava sempre o Terceiro Estado prejudicado com a aprovação das leis.
Os chamados Privilegiados estavam isentos de impostos, e apenas uma ordem sustentava o país, deixando obviamente a balança comercial negativa ante os elevados custos das sucessivas guerras, altos encargos públicos e os supérfluos gastos da corte do rei Luís XVI.
O rei Luís XVI acaba por convidar o Conde Turgot para gerir os destinos do país como ministro e implementar profundas reformas sociais e econômicas.

Sociais


O Terceiro-Estado carregando o Primeiro e o Segundo Estados nas costas.

A sociedade francesa da segunda metade do século XVIII possuía dois grupos muito privilegiados:

- o Clero ou Primeiro Estado, composto pelo Alto Clero, que representava 0,5% da população francesa, era identificado com a nobreza e negava reformas, e pelo Baixo Clero, identificado com o povo, e que as reclamava;

- a Nobreza, ou Segundo Estado, composta por uma camada palaciana ou cortesã, que sobrevivia à custa do Estado, por uma camada provincial, que se mantinha com as rendas dos feudos, e uma camada chamada Nobreza Togada, em que alguns juízes e altos funcionários burgueses adquiriram os seus títulos e cargos, transmissíveis aos herdeiros. Aproximava-se de 1,5% dos habitantes.

Esses dois grupos (ou Estados) oprimiam e exploravam o Terceiro Estado, constituído por burgueses, camponeses sem terra e os "sans-culottes", uma camada heterogênea composta por artesãos, aprendizes e proletários, que tinham este nome graças às calças simples que usavam, diferentes dos tecidos caros utilizados pelos nobres. Os impostos e contribuições para o Estado, o clero e a nobreza incidiam sobre o Terceiro Estado, uma vez que os dois últimos não só tinham isenção tributária como ainda usufruíam do tesouro real por meio de pensões e cargos públicos.
A França ainda tinha grandes características feudais: 80% de sua economia era agrícola. Quando uma grande escassez de alimentos ocorreu devido a uma onda de frio na região, a população foi obrigada a mudar-se para as cidades e lá, nas fábricas, era constantemente explorada e a cada ano tornava-se mais miserável. Vivia à base de pão preto e em casas de péssimas condições, sem saneamento básico e vulneráveis a muitas doenças.
A reavaliação das bases jurídicas do Antigo Regime foi montada à luz do pensamento Iluminista, representado por Voltaire, Diderot, Montesquieu, John Locke, Immanuel Kant etc. Eles forneceram pensamentos para criticar as estruturas políticas e sociais absolutistas e sugeriram a idéia de uma maneira de conduzir liberal burguesa.

Econômicas

A causa mais forte de Revolução foi a econômica, já que as causas sociais, como de costume, não conseguem ser ouvidas por si sós. Os historiadores sugerem o ano de 1789 como o início da Revolução Francesa. Mas esta, por uma das "ironias" da história, começou dois anos antes, com uma reação dos notáveis franceses - clérigos e nobres - contra o absolutismo, que se pretendia reformar e para isso buscava limitar seus privilégios. Luís XVI convocou a nobreza e o clero para contribuírem no pagamento de impostos, na altamente aristocrática Assembleia dos Notáveis (1787).
No meio do caos econômico e do descontentamento geral, Luís XVI da França não conseguiu promover reformas tributárias, impedido pela nobreza e pelo clero, que não "queriam dar os anéis para salvar os dedos". Não percebendo que seus privilégios dependiam do Absolutismo, os notáveis pediram ajuda à burguesia para lutar contra o poder real - era a Revolta da Aristocracia ou dos Notáveis (1787-1789). Eles iniciaram a revolta ao exigir a convocação dos Estados Gerais para votar o projeto de reformas.


Jacques Necker.

Por sugestão do Ministro judeu-suiço de origem prussiana Jacques Necker, o rei Luís XVI convocou a Assembléia dos Estados Gerais, instituição que não era reunida desde 1614. Os Estados Gerais reuniram-se em maio de 1789 no Palácio de Versalhes, com o objetivo de acalmar uma revolução de que já falava a burguesia.
As causas econômicas também eram estruturais. As riquezas eram mal distribuídas; a crise produtiva manufatureira estava ligada ao sistema corporativo, que fixava quantidade e condições de produtividade. Isso descontentou a burguesia.
Outro fator econômico foi a crise agrícola, que ocorreu graças ao aumento populacional. Entre 1715 e 1789, a população francesa cresceu consideravelmente, entre 8 e 9 milhões de habitantes. Como a quantidade de alimentos produzida era insuficiente e as geadas abatiam a produção alimentícia, o fantasma da fome pairou sobre os franceses.

Política

Em Fevereiro de 1787, o ministro das finanças, Loménie de Brienne, submeteu a uma Assembleia de Notáveis, escolhidos de entre a nobreza, clero, burguesia e burocracia, um projeto que incluía o lançamento de um novo imposto sobre a propriedade da nobreza e do clero. Esta Assembleia não aprovou o novo imposto, pedindo que o rei Luís XVI convocasse os Estados-Gerais. Em 8 de Agosto, o rei concordou, convocando os Estados Gerais para Maio de 1789. Fazendo parte dos trabalhos preparatórios da reunião dos Estados Gerais, começaram a ser escritos os tradicionais cahiers de doléances, onde se registraram as queixas das três ordens. O Parlamento de Paris proclama então que os Estados Gerais se deveriam reunir de acordo com as regras observadas na sua última reunião, em 1614. Aproveitando a lembrança, o Clube dos Trinta começa imediatamente a lançar panfletos defendendo o voto individual inorgânico - "um homem, um voto" - e a duplicação dos representantes do Terceiro Estado. Várias reuniões de Assembleias provinciais, como em Grenoble, já o haviam feito. Jacques Necker, de novo ministro das finanças, manifesta a sua concordância com a duplicação dos representantes do Terceiro Estado, deixando para as reuniões dos Estados a decisão quanto ao modo de votação – orgânico (pelas ordens) ou inorgânico (por cabeça). Serão eleitos 291 deputados para a reunião do Primeiro Estado (Clero), 270 para a do Segundo Estado (Nobreza), e 578 deputados para a reunião do Terceiro Estado (burguesia e pequenos proprietários). Entretanto, multiplicam-se os panfletos, surgindo nobres como o conde d'Antraigues, e clérigos como o bispo Sieyès, a defender que o Terceiro estado era todo o Estado. Escrevia o bispo Sieyès, em Janeiro de 1779: “O que é o terceiro estado? Tudo. O que é que tem sido até agora na ordem política? Nada. O que é que pede? Tornar-se alguma coisa”. A reunião dos Estados Gerais, como previsto, vai iniciar-se em Versalhes no dia 5 de Maio de 1789... certamente isso causou um grande estrago.


A Assembleia Constituinte. Sessão inaugural dos Estados Gerais, em Versalhes (1789).

Os deputados dos três estados eram unânimes em um ponto: desejavam limitar o poder real, à semelhança do que se passava na vizinha Inglaterra e que igualmente tinha sido assegurado pelos norte-americanos nas suas constituições. No dia 5 de maio, o rei mandou abrir a sessão inaugural dos Estados Gerais e, em seu discurso, advertiu que não se deveria tratar de política, isto é, da limitação do poder real, mas apenas da reorganização financeira do reino e do sistema tributário.
O clero e a nobreza tentaram diversas manobras para conter o ímpeto reformista do Terceiro Estado, cujos representantes comparecem à Assembléia apresentando as reclamações do povo (materializadas nos "Cahiers de Doléances"). Os deputados da nobreza e do clero queriam que as eleições fossem por estado (clero, um voto; nobreza, um voto; povo, um voto), pois assim, já que clero e a nobreza comungavam os mesmos interesses, garantiriam seus privilégios.
O terceiro estado queria que a votação fosse individual, por deputado, porque, contando com votos do baixo clero e da nobreza liberal, conseguiria reformar o sistema tributário do reino. Ante a impossibilidade de conciliar tais interesses, Luís XVI tentou dissolver os Estados Gerais, impedindo a entrada dos deputados na sala das sessões. Os representantes do Terceiro Estado rebelaram-se e invadiram a sala do jogo da péla (espécie de tênis em quadra coberta), em 15 de junho de 1789, e transformaram-se na Assembléia Nacional, jurando só se separar após a votação de uma constituição para a França (Juramento da Sala do Jogo da Péla). Em 9 de julho de 1789, juntamente com muitos deputados do baixo clero, os Estados Gerais autoproclamaram-se Assembleia Nacional Constituinte.


O Juramento da Péla.

Essa decisão levou o rei a tomar medidas mais drásticas, entre as quais a demissão do ministro Jacques Necker, conhecido por suas posições reformistas. Em razão disso, a população de Paris se mobilizou e tomou as ruas da cidade. Os ânimos mais exaltados conclamavam todos a tomar as armas.
O rei decidiu reagir fechando a Assembléia, mas foi impedido por uma sublevação popular em Paris, reproduzida a seguir em outras cidades e no campo.
O Conde de Artois (futuro Carlos X) e outros dirigentes reacionários, defrontados a tais ameaças, fugiram do país, transformando-se no grupo dos émigrés. A burguesia parisiense, temendo que a população da cidade aproveitasse a queda do antigo sistema de governo para recorrer à ação direta, apressou-se a estabelecer um governo provisório local, a Comuna. Este governo popular, em 13 de julho, organizou a Guarda Nacional, uma milícia burguesa para resistir tanto a um possível retorno do rei, quanto a uma eventual mais violenta da população civil, cujo comando coube ao deputado da Assembléia e herói da independência dos Estados Unidos, Marie Joseph Motier, o Marquês de La Fayette.
A bandeira dos Bourbons foi substituída por uma tricolor (azul, branca e vermelha), que passou a ser a bandeira nacional. E, em toda a França, foram constituídas unidades da milícia e governos provisórios.


A Queda da Bastilha, símbolo mais radical e abrangente das revoluções burguesas.



A Tomada da Bastilha, por Jean-Pierre Louis Laurent Houel.


Sans-culottes.

Enquanto isso, os acontecimentos precipitaram-se e a agitação tomou conta das ruas: em 13 de julho constituíram-se as Milícias de Paris, organizações militares-populares. No dia 14 de julho, populares armados invadiram o Arsenal dos Inválidos, à procura de munições e, em seguida, invadiram a Bastilha, uma fortaleza que fora transformada em prisão política, mas que já não era a terrível prisão de outros tempos. Dentro da prisão, estavam apenas sete condenados: quatro por roubo, dois nobres por comportamento imoral, e um por assassinato. A intenção inicial dos rebeldes ao tomar a Bastilha era se apoderar da pólvora lá armazenada. Caiu assim um dos símbolos do Absolutismo. A Queda da Bastilha causou profunda emoção nas províncias e acelerou a queda dos intendentes. Organizaram-se novas municipalidades e guardas nacionais.
A partir de então, a revolução estendeu-se ao campo, com maior violência: os camponeses saquearam as propriedades feudais, invadiram e queimaram os castelos e cartórios, para destruir os títulos de propriedade das terras (fase do Grande Medo). Temendo o radicalismo, na noite de 4 de agosto, a Assembléia Nacional Constituinte aprovou a abolição dos direitos feudais, gradualmente e mediante amortização, além de as terras da Igreja haverem sido confiscadas. Daí por diante, a igualdade jurídica seria a regra.

A Elaboração de uma Constituição


Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

A Assembléia Nacional Constituinte aprovou a legislação, pela qual era abolido o regime feudal e senhorial e suprimido o dízimo. Outras leis proibiram a venda de cargos públicos e a isenção tributária das camadas privilegiadas. E, para dar continuidade ao trabalho, decidiu pela elaboração de uma Constituição. Na introdução, que seria denominada Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (Déclaration des Droits de l'Homme et du Citoyen), os delegados formularam os ideais da Revolução, sintetizados em três princípios: "Liberdade, Igualdade, Fraternidade " (Liberté, Egalité, Fraternité). Inspirada na Declaração de Independência dos Estados Unidos e divulgada em 26 de agosto, a primeira Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (a que não terá sido estranha a ação do então embaixador dos EUA em Paris, Thomas Jefferson) foi síntese do pensamento iluminista liberal e burguês. Nesse documento, em que se pode ver claramente a influência da Revolução Americana, defendia-se o direito de todos à liberdade, à propriedade, à igualdade - igualdade jurídica, e não social nem econômica - e de resistência à opressão. A desigualdade social e de riqueza continuavam existindo.
O nascimento, a tradição e o sangue já não podiam continuar a ser os únicos critérios utilizados para distinguir socialmente os homens. Na prática, tais critérios foram substituídos pelo dinheiro e pela propriedade, que, a partir daí, passam a garantir a seus detentores prestígio social.


Palácio das Tulherias.

Pressionado pela opinião pública, Luís XVI deixou Versalhes, estabelecendo-se no Palácio das Tulherias, em Paris (outubro de 1789). Ali, o monarca era mais acessível às massas parisienses.
Fervilhavam os clubes: a imprensa tinha papel cada vez maior nos acontecimentos políticos. Jean-Paul Marat e Hébert escreviam artigos incendiários.


Cópia de um dos assignats (bônus do tesouro), que visavam a recuperar as finanças do Estado francês.

A nobreza conservadora e o alto clero abandonaram a França, refugiando-se nos países ainda absolutistas, de onde conspiravam contra a revolução. Numa reação contra os privilégios do clero e buscando recursos para sanar o déficit público, o governo desapropriou os bens da Igreja, colocou-os à venda e, com o produto, emitiu bônus do tesouro, os assignats, que valeram como papel-moeda, logo depreciado. As propriedades da Igreja passaram majoritariamente às mãos da burguesia, restando aos camponeses as propriedades menores, que puderam ser adquiridas mediante facilitações.
Em agosto de 1790, foi votada a Constituição Civil do Clero, separando Igreja e Estado e transformando os clérigos em assalariados do governo, a quem deviam obediência. Determinava também que os bispos e padres de paróquia seriam eleitos por todos os eleitores, independentemente de filiação religiosa. O papa opôs-se a isso. Os clérigos deveriam jurar a nova Constituição. Os que o fizeram ficaram conhecidos como juramentados; os que se recusaram passaram a ser chamados de refratários e engrossaram o campo da contra-revolução.
Procurando frear o movimento popular, a Assembleia Nacional Constituinte, pela Lei de Le Chapelier, proibiu associações e coalizões profissionais (sindicatos), sob pena de morte.


O retorno de Luís XVI a Paris após sua desastrada fuga.

No palácio real, conspirava-se abertamente. O rei, a rainha, seus conselheiros, os embaixadores da Áustria e da Prússia eram os principais nomes de tal conspiração. A Áustria e a Prússia, países absolutistas, invadiram a França, que foi derrotada porque oficiais ligados à nobreza permitiram o malogro do exército francês. Denunciou-se a traição na Assembléia. Em junho de 1791 a família real tentou fugir para a Áustria. O rei foi descoberto na fronteira, em Varennes, e obrigado a voltar. A assembléia Nacional, contudo, acabou por absolver Luís XVI, mantendo a monarquia. Para justificar essa decisão, alegou que o rei, ao invés de fugir, fora seqüestrado. A Guarda Nacional, comandada por La Fayette, reprimiu violentamente a multidão que queria a deposição do rei.

A Constituição de 1791


Proclamação da Constituição francesa de 1791.

Em setembro de 1791, foi promulgada a primeira Constituição da França que resumia as realizações da Revolução.
Foi implantada uma monarquia constitucional, isto é, o rei perdeu seus poderes absolutos e criou-se uma efetiva separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Além disso, foram concedidos direitos civis completos aos cidadãos.
A população foi dividida em cidadãos ativos e passivos. Somente os cidadãos ativos, que pagavam impostos e possuíam dinheiro ou propriedades, participavam da vida política. Era o voto censitário. Os passivos eram os não-votantes, como mulheres, trabalhadores desempregados e outros.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

TODOS TEM O DIREITO DE TER ACESSO AO CONHECIMENTO!

Arqueologia Para Todos


INCLUSÃO! ENTENDA ESSA PALAVRA.

USP FAZ TRABALHO PIONEIRO NO BRASIL.




MAE lança programa que permite acesso de deficientes visuais ao acervo e aos conhecimentos gerados pelo museu.
O Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP lançou no dia 9 de junho o Programa de Atendimento ao Público Especial. Com um kit multissensorial desenvolvido em três dimensões sobre a arqueologia brasileira, deficientes visuais poderão manusear peças em proporções pequenas para entender como são as atividades desenvolvidas pelos arqueólogos e também saber como viviam os homens do sambaqui, que há milhares de anos habitavam o litoral e mangues brasileiros.
Segundo o professor Camilo de Mello Vasconcellos, coordenador do projeto, o MAE está sempre preocupado em buscar diversificar o seu público visitante, e por isso procurou, como desafio, atuar junto ao público especial, para quem até então nada havia sido programado. “Estamos seguindo a tendência contemporânea de abrir os espaços museológicos para segmentos de visitantes que também devem ser integrados à sua política cultural e educacional.”




Camilo Vasconcellos, Amanda Tojal e Daise Tarriconi


Para Vasconcellos, o kit multissensorial foi pensado e concebido pela equipe de educadores da instituição como mais um instrumento que visa a não apenas divulgar aspectos do conhecimento arqueológico relativo às sociedades indígenas que viveram no território brasileiro, mas principalmente propiciar momentos de maior proximidade com o público que apresenta dificuldades para fruir o conhecimento pela observação visual.
“Foram pensados recursos específicos”, explica Carla Gilbertoni Carneiro, educadora do MAE. “A partir de maquetes táteis que representam sítios arqueológicos, mostramos aspectos do trabalho do arqueólogo no campo e no laboratório de pesquisa, objetos originais encontrados em escavações e, também, disponibilizamos informações em áudio para serem desfrutadas em outros ambientes.”
Também compõe o kit um caderno de apoio em tinta (letras grandes para deficientes visuais com alguma capacidade de visão) e braile, contendo um texto científico que explicita conteúdos a respeito da arqueologia brasileira.
Maria Beatriz Borba Florenzano, vice-diretora do MAE, acredita que a partir dessa proposta original e enriquecedora “tanto o museu como o público especial saem renovados de uma experiência que é, antes de tudo, de apropriação e democratização do conhecimento que pertence a todos e a todos deve ser oferecido, descoberto e construído coletivamente”.




Kit Multissensorial Arqueologia


Visitas – Para visitar a maquete que compõe o kit multissensorial, Carla explica que serão compostos grupos de no máximo 20 pessoas. O grupo de visitantes contará com o auxílio dos educadores do museu para descobrir, num primeiro momento, ao tocar os elementos da maquete, informações sobre os sambaquis e seu entorno, entender o contexto ambiental em que viveram os sambaqueiros, qual o tipo de construção realizada por esses índios que compunham o litoral brasileiro do sul da Bahia até Santa Catarina e como se alimentavam, entre outras informações.
No segundo momento da visita, vão tocar um sambaqui original (depósitos de materiais orgânicos e calcários utilizados pelos índios como locais de sepultamento), sentir a terra, as conchas e os ossos de pequenos animais. No terceiro momento os visitantes entrarão em contato com o sítio arqueológico num sambaqui. Os personagens da maquete apresentam todo o material utilizado pelos arqueólogos, como pás, baldes e máquina fotográfica. Depois vão para o registro do desenho (croqui), que é o mapa da escavação em alto relevo. Em seguida, serão levados para o laboratório, onde estão as peças encontradas no sítio arqueológico, finalizando com o material de apoio em áudio CD, com texto narrado e publicação em braile tinta (letra ampliada).




Marcio P Santos e Carla Carneiro


A responsável pelo desenvolvimento da maquete, Dayse Tarricone, especialista em materiais multissensoriais e interativos, explica que todos os elementos da maquete foram desenvolvidos em escala reduzida proporcional ao tamanho original. “Para desenvolver um trabalho como esse, sempre há um estudo prévio e procuro ter contato com um indivíduo com a deficiência, no caso a visual, para entender todos os processos da linguagem.”


Marcio Pereira dos Santos, educador social do cursinho do Instituto de Psicologia, com visão parcial desde o nascimento, presente no lançamento do programa, achou a ideia muito original e importante para quem tem problemas de visão. “Com um material como esse temos a possibilidade de entender os processos históricos e pensar que podemos fazer isso em outras instâncias do conhecimento”, ressalta.
Acessibilidade – Para apresentar o programa, foi organizada no dia 9 de junho uma mesa-redonda que contou com a presença do coordenador da Ação Educativa do Museu do Futebol, Laerte Machado Junior, e da coordenadora da Ação Educativa da Pinacoteca, Amanda Tojal. Eles falaram sobre esses dois museus e como é realizado o trabalho com o público especial.


Machado explicou que o Museu do Futebol, embora seja composto por 90% de imagens, sempre procurou pensar em formas de atividades que permitissem a acessibilidade sensorial. Citou como exemplo os jogos imantados em relevo, como o quebra-cabeça tátil retratando a imagem de jogadores de futebol e reproduções em relevo.
Amanda afirmou ser importante sempre procurar trabalhar a questão da acessibilidade a partir de uma ação educativa permanente, para que essa ação não se torne apenas uma atividade pontual vinculada a uma única exposição. “Vale ressaltar que a questão da acessibilidade tem aumentado nos últimos dez anos e, hoje, escolas, transporte público, vias públicas, hospitais mostram-se preocupados em desenvolver ações permanentes para uma melhor acessibilidade dos diversos públicos especiais.”


VOCÊ QUER SABER MAIS?


http://espaber.uspnet.usp.br/jorusp/?p=9637


MARTINS, Estevão C. de Rezende. Memory and Identity: how societies construct and
administer their past? In: (org.). Memória, identidade e historiografia. Textos de História: Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UNB, Brasília: UNB, vol. 10. n. 1-2, p. 11-13, 2002.


KESTELOOT, Chantal. Mémoire et identité: comment les sociétés construisent et
administrent leur passé? Commentaire introductoire. In: MARTINS, Estevão C. de Rezende (org.). Memória, identidade e historiografia. Textos de História: Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UNB, Brasília: UNB, vol. 10, n. 1-2, p. 125-132, 2002.


HELENE, André Frazão; XAVIER, Gilberto Fernando. Como as memórias criam a personalidade. ComCiência. SBPC/LABJOR, 2004.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

GLACIAÇÃO!

Glaciação global causou mudança no ciclo do carbono.


Para a introspecção que pode acontecer quando o ciclo do carbono da Terra está alterada - uma causa e uma consequência das alterações climáticas - os cientistas podem olhar para um evento que ocorreu cerca de 720 milhões de anos atrás .


Novos dados de uma equipe da Universidade de Princeton , liderada pelos geólogos sugerem que um episódio chamado "Terra bola de neve ", que pode ter coberto os continentes e oceanos em uma folha grossa de gelo , produziu uma mudança radical no ciclo do carbono . Esta mudança no ciclo do carbono , por sua vez , pode ter provocado as eras glaciais futuras.


Identificar as causas e efeitos da mudança extrema na forma de carbono atravessou os oceanos, a biosfera ea atmosfera - a magnitude do que não tem sido observada em qualquer outro momento na história da Terra - é importante para entender o quanto o clima da pode mudar e como o planeta responde a tais perturbações.


Publicando seus resultados no 30 de abril nova edição da revista Science, os pesquisadores também formularam uma hipótese para explicar como as mudanças na superfície da Terra forjado pelas geleiras do neoproterozóico poderia ter criado uma anomalia no ciclo do carbono .


"A Era Neoproterozóica era o momento na história da Terra , quando a quantidade de oxigênio aumentou para níveis que permitiram a evolução dos animais , para entender as mudanças que o ciclo do carbono e da dinâmica da superfície da Terra no momento é um exercício importante ", disse estudante de pós-graduação em Princenton Nicholas Swanson - Hysell, O primeiro autor no papel.




Uma equipe de Princeton , liderada pelos geólogos analisaram amostras de carbono inorgânico e orgânico das colinas da Formação Trezona no Sul da Austrália para documentar um dos maiores transtornos para o ciclo do carbono em toda a história da Terra. (Foto: Adam Maloof )


A era do Neoproterozóico , que durou de 1 bilhão a 542 milhões de anos atrás , é dividida em três períodos distintos , começando com o Toniano , estendendo-se através do Criogeniano e terminando com o Ediacarano . O período Criogeniano é notável na história da Terra para as idades de gelo extenso e repetido , que teve lugar , começando com a glaciação maciça Sturtian no início do período. Isto marcou a primeira idade do gelo na Terra em aproximadamente 1,5 bilhões de anos, que é um período de tempo anormalmente longo entre glaciações . Desde o Criogeniano , a Terra passou por uma idade do gelo aproximadamente uma vez cada 100 a 200 milhões de anos.


A Terra bola de neve " teoria sugere que a glaciação Sturtian era de âmbito mundial, literalmente , que envolve o planeta de gelo , que poderia ter arruinou o funcionamento normal do ciclo de carbono . Enquanto a teoria é controversa e na medida do congelador está sob investigação , membro da equipe de investigação Adam Maloof co- escreveu um marco 2010 papel da ciência demonstra que as geleiras chegaram ao equador alguns 700 milhões anos atrás , fornecendo evidências adicionais para apoiar a existência de uma Terra Criogeniano bola de neve ".


Na última pesquisa, Swanson - Hysell , Maloof e seus colaboradores colheram amostras de calcário do Brasil Central e do Sul remontando aos períodos Toniano e Criogeniano . Usando uma técnica conhecida como análise de isótopos para entender como o ciclo do carbono trabalhou nos tempos antigos , a equipe reuniu pistas que estão escondidas na composição atômica do carbono encontrado no sedimento calcário inorgânicos e materiais orgânicos antigos. Além disso, os geólogos encontram amostras nas camadas de rocha para determinar a informação crucial sobre a idade relativa condições ambientais sob as quais se formaram.




Estudantes de pós-graduação de Princeton Catherine Rose e Nicholas stand - Swanson Hysell na fronteira dos períodos Criogeniano e Ediacarano, distinguem pelas diferentes cores das rochas glacial abaixo e acima da rocha carbonática . (Foto: Adam Maloof )


Seus resultados documentados mostraram uma mudança grande no ciclo de carbono com base em análises de amostras obtidas a partir de sedimentos de calcário tropical conhecida como Formação Trezona , que remonta ao final do período Criogeniano cerca de 650 milhões de anos atrás e foi depositado entre os eventos da " bola de neve da Terra ".


" A perturbação que estamos vendo no ciclo do carbono é maior do Neoproterozóico por várias ordens de magnitude que qualquer coisa que possa causar hoje, mesmo se fôssemos para queimar todos os combustíveis fósseis no planeta de uma só vez ", disse Maloof, um professor adjunto da geociências em Princeton.


Os dados anteriores a partir do período Ediacarano , no final da era do Neoproterozóico têm mostrado uma perturbação semelhante ao ciclo do carbono, e em 2003, Massachusetts Institute of Technology geofísico Daniel Rothman sugeriram que o acúmulo de uma enorme piscina de carbono orgânico nos oceanos pode ter levado a perturbação observada.


A perturbação estudados pelos pesquisadores de Princeton mostra que este mesmo comportamento durante um evento que foi cerca de 25 por cento maior e 100 milhões de anos mais velha que o distúrbio já reconhecidos. A equipe também documentou que o ciclo do carbono não estava operando desta forma bizarra 800 milhões de anos antes da primeira glaciação Neoproterozóica , limitando no tempo o aparecimento de tais comportamentos e vinculá-lo à Terra bola de neve "que propôs evento.


" Os dados de isótopos de carbono novo mostra uma enorme ... queda na composição isotópica do carbonato, possivelmente, a maior mudança isotópica única na história da Terra , enquanto a composição isotópica do carbono orgânico é invariável ", disse Rothman , que não fazia parte da equipa de investigação . "A coerência desses sinais é enigmática , sugerindo que o ciclo do carbono durante esse período se comportou fundamentalmente diferente do que ele faz hoje. "




Estas estruturas em camadas chamadas estromatólitos do Criogeniano Trezona Formação foram criados por biofilmes de micróbios que se formaram em um ambiente de águas rasas tropicais em Adelaide Sul da Australia a cerca de 650 milhões de anos atrás . (Foto : Nicholas Swanson Hysell )


Com base no quadro Rothman , os geólogos Princeton, a explicaram como um planeta coberto de gelo no início do período Criogeniano poderia ter solicitado o acúmulo de enormes quantidades de carbono orgânico no oceano , levando à perturbação observada ao ciclo do carbono mais tarde no período.


Segundo sua hipótese proposta ,a passagem das geleiras Sturtian através das superfícies continentais teria removido o material desgastado e detritos , que havia acumulado em 1,5 bilhões de anos, desde a idade de gelo anterior. Quando os glaciares recuaram, o que teria expostos enormes quantidades de rocha para o dióxido de carbono na atmosfera por intemperismo , liberando nutrientes da rocha para os oceanos.


Este processo teria gerado um fluxo relativamente grande de ferro nos oceanos , o que poderia ter interrompido o biomecanismo usado por bactérias marinhas durante o Toniano para alimentar-se do carbono orgânico na água, e convertê-lo em dióxido de carbono e outros carbono inorgânico. Se o carbono orgânico não foi comido por bactérias, teria acumulado-se em um reservatório maciço oceânico e resultou no ciclo do carbono estranho do Criogeniano.


A interação de dióxido de carbono com a superfície continental durante o processo de intemperismo também teria removido parte do dióxido de carbono da atmosfera , diminuindo a temperatura global e criando condições propícias para a série de eventos glaciais que foram observados durante todo o Criogeniano .


De acordo com a hipótese de Rothman , mais de milhões de anos os níveis de oxigênio oceânicos e atmosféricos que têm crescido como consequência do ciclo do carbono alteradas , levando a oxidação do grande reservatório de carbono orgânico , retirando o carbono extra biológica dos oceanos e retornando o ciclo do carbono a um estado de equilíbrio mais semelhante à forma como funciona hoje. Aumento dos níveis de oxigênio na atmosfera também teria fornecido as condições que eram necessárias para a diversificação explosiva da vida animal no final do Neoproterozóico e no Período Cambriano.


No campo de verão deste trabalho ,a equipe de Princeton continuará a investigar as perturbações dos ciclos de carbono Criogeniano e Ediacarano, e realizar pesquisas sobre a geologia Toniano - Criogeniano - Ediacaran , história isotópica e paleogeográfica do norte da Etiópia e sul da Austrália . Os geólogos irão explorar algumas das muitas questões que permanecem , como o que permitiu o crescimento Criogeniano das camadas de gelo após um hiato de 1,5 bilhão.


Além Swanson - Hysell e Maloof , os pesquisadores de Princeton na equipe foram o estudante Catherine Rose e ex- companheiro postdoctoral Claire Calmet . A equipe igualmente incluiu Galen Halverson , da Universidade de Adelaide , agora na McGill University, e Matthew Hurtgen da Universidade Northwestern.


A pesquisa foi financiada pelo National Science Foundation.


Neoproterozóico


Na escala de tempo geológico, o Neoproterozóico é a era do éon Proterozóico que está compreendida entre 1 bilhão e 542 milhões de anos atrás, aproximadamente. A era Neoproterozóica sucede a era Mesoproterozóica de seu éon e precede a era Paleozóica do éon Fanerozóico. Divide-se nos períodos Toniano, Criogeniano e Ediacarano, do mais antigo para o mais recente.


Éon geologico


Os geólogos se referem a um Éon como a maior subdivisão de tempo na escala de tempo geológico.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


http://www.princeton.edu/main/news/archive/S27/26/54A51/index.xml?section=research


http://www.princeton.edu/geosciences/


http://www.princeton.edu/geosciences/people/display_person.xml?netid=maloof&display=All

quarta-feira, 21 de julho de 2010

ELEFANTES NA AMAZÔNIA.

Garimpeiro acha dente de elefante no sul da Amazônia

Um único dente achado por garimpeiros em Rondônia indica que a maior floresta tropical do mundo também já foi o lar do maior mamífero terrestre do planeta. A Amazônia de 45 mil anos atrás tinha elefantes, sugere uma nova pesquisa.
Mario Cozzuol, paleontólogo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), mostrou as estruturas em forma de lâmina no fragmento de molar, que mede 12 cm. São reforços que ajudavam a estrutura dentária a triturar alimentos muito abrasivos.
"Só elefantes e capivaras têm dentes com essa estrutura laminar, mas os de capivara não passam de 5 cm. Se por acaso existiu uma capivara do tamanho sugerido por esse dente, o fóssil é mais notícia ainda", brinca ele.

Cozzuol e sua ex-aluna Ednair Rodrigues do Nascimento, da Unir (Universidade Federal de Rondônia), apresentarão o achado no 7º Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados, que acontece nesta semana no Rio.
Se estiverem corretos, cai por terra a ideia de que havia uma espécie de barreira impedindo a entrada de elefantes na América do Sul durante a Era do Gelo.

Dente Molar

PARECE, MAS NÃO É!

Até hoje, o Brasil só parecia ter abrigado mastodontes, feras de tromba extintas que, embora se pareçam com elefantes, são parentes distantes desses últimos. "Sabia-se que elefantídeos haviam chegado à Costa Rica, mas não mais ao sul", diz Cozzuol.
A coisa ainda estaria nesse pé se não fosse por Chico da Pampa, garimpeiro que, no começo dos anos 1990, doou o fóssil que achou em Porto Velho a Miguel Sant'Anna, do Laboratório de Paleontologia da Unir.

Anos depois, Nascimento estava catalogando fósseis no laboratório quando percebeu as estruturas laminares no dente. "Logo pensei em elefantes", diz.
A análise confirmou a impressão, mas ainda não é possível saber a qual espécie exata pertence o dente. Uma possibilidade é que se trate de um

sábado, 17 de julho de 2010

DESCOBERTA ARTISTICA NA ARQUEOLOGIA.

Em uma Pedreira em Cambridgeshire na Inglaterra foi encontrada uma pedra esculpida de 4.500 anos de idade.



TEXTO POR:
Dr. Chris Evans, Diretor da Unidade de Arqueologia de Cambridge.


Uma peça notável de arte rupestre do Neolítico , como nunca antes encontrados no leste da Inglaterra, foi desenterrada na vila de Cambridgeshire.
O artefato do tamanho da mão, que podem datar de 2.500 aC, foi encontrada por um participante em um curso de final de semana geológicas que estava sendo executado pela Universidade de Cambridge Instituto de Educação Continuada.
É constituída por uma mão de tamanho laje de arenito intemperizado com dois pares de círculos concêntricos gravados na superfície - um tema que, segundo os arqueólogos , é típico da " Grooved Ware "a arte da era neolítica tarde.




CIRCULOS CONCÊNTRICOS GRAVADOS EM PEDRA DE 4.500 ANOS.


Enquanto exemplos de arte similar Ware Grooved foram descobertos em locais no resto do Reino Unido , esta é a primeira vez que encontrar algum tenha sido encontrado no leste da Inglaterra, que podem fornecer mais informações sobre as conexões das comunidades que habitaram a área 4.500 anos atrás.
A motivação de quem criou o design não são claras. Os investigadores dizem que ele poderia representar os esforços ornamental de um Picasso pré-históricos, mas pode apenas como facilmente ter sido uma inscrição sem rumo.
"É realmente um achado fantástico , certamente tivemos nada parecido em qualquer dos nossos sites antes ", disse o Dr. Chris Evans, Diretor da Unidade de Arqueologia Cambridge , que funciona junto do Departamento de Arqueologia da Universidade de Cambridge, disse.


"Na verdade, ele é único no Leste da Inglaterra, com o exemplo mais próximo comparável a ser os padrões de risco semelhante em uma placa de arenito de um site Ware Grooved em Leicestershire. contrário, você teria que olhar para Wessex ou Grã-Bretanha do Norte o mais formal megalítico Arte do período. "
"A grande questão, no caso da pedra Over é se devemos realmente ser chamado de arte -lo significativo, ou se elevaram-se a não mais do que rabiscar Neolítico. De qualquer maneira é um grande achado."


A pedra fará sua primeira aparição pública desde a descoberta foi feita neste sábado ( 17 de julho ), quando ele vai na exposição sobre a aldeia do carnaval.
Ele foi encontrado por Susie Sinclair , que estava participando do curso de fim de semana conduzida pelo Dr. Peter Sheldon (Do Departamento de Ciências da Terra e do Ambiente, da Universidade Aberta) com Needingworth Hanson Agregados ' Quarry. A pedreira fica ao norte e oeste do Mais ao lado da Grande Rio Ouse.


A Unidade de Arqueologia Cambridge tem escavado sites na pedreira de 15 anos , em parte , em um esforço para melhor compreender a forma e a natureza da paisagem em tempos pré-históricos. A pedra, no entanto, estava escondida sem estragar na pedreira , em um dos montes de resíduos materiais geológicos descartados pelos trabalhadores da pedreira. Os investigadores acreditam que tivesse sido depositada dentro de um antigo rio que atravessam a área e que, com as informações existentes que têm sobre o layout geográficas da região, o ponto onde ela foi encontrada pode ser reconstruído com relativa facilidade.


A área em torno Over e do Rio Great Ouse teria olhado dramaticamente diferente 4.500 anos atrás. Enorme, "S" em forma de curvas do rio originalmente todo de pântanos e os esforços para domesticá-los só começou realmente a sério no período medieval.
Segundo as últimas pesquisas, no momento da pedra sobre estava sendo esculpido, o campo teria sido dominada pelo curso do rio serpenteando , seus canais tributários e as inundações. Isto essencialmente ter quebrado a área acima em uma paisagem delta de pequenas ilhas, canais e pântanos .


VOCÊ QUER SABER MAIS?


http://www-cau.arch.cam.ac.uk/


http://www.admin.cam.ac.uk/news/dp/2010071601

sexta-feira, 16 de julho de 2010

UMA NIGÉRIA DE MASSACRES.

Assassinatos em Enugu , Nigéria


TEXTO POR:


Chika Okeke-Agulu


Professor Assistente de Arte e Arqueologia e Estudos Americanos Africano.


Princeton University




Soldados nigerianos ao lado de corpos de civis mortos em tiroteio


Se você seguir as novidades da Nigéria, de perto, você deve agora estar cansado de histórias de constantes atos de violência imponderável que incidem sobre os cidadãos pelas polícias estaduais e as forças de segurança. Ainda mais que durante os anos das ditaduras militares, a escala de assassinatos em curso na Nigéria hoje chamadas de condenação internacional, uma vez que o governo nigeriano não parece disposta a prestar muita atenção a este fenômeno terrível.




Yusuf morto sob custódia da policia.


No início do ano de 2009, o exército da Nigéria foi elaborado para sufocar a revolta violenta da seita radical islâmica Boko Haram no Nordeste da Nigéria. Como é que ele termina? Bem, o líder da seita Mohammad Yusuf foi preso, desfilou na frente da mídia e, posteriormente, entregue à polícia. A próxima coisa que se viu foi o seu cadáver. A polícia disse inicialmente que ele foi morto em um tiroteio, até que um oficial do exército contradisse o relato policial, afirmando que Yusuf foi entregue à polícia vivo e saudável (com exceção de algumas pequenas lesões que sofreu durante a revolta). Fotos mostram ele sob custódia da polícia vieram à tona. A polícia mudou a sua história: ele foi morto quando tentava escapar da prisão. Quando grupo de direitos humanos reclamou o ministro da Informação, Sulkingly afirmou que a morte do homem vai ser cuidadosamente investigada. E não foi só isso o pai de Yusuf, um financiador da seita, foi executado ilegalmente por soldados, na frente das câmeras.




Civis mortos pela policia nigeriana entre confronto com rebeldes


Agora, tanto a BBC e alguns jornais de circulação nacional estão relatando o enterro em massa recente de mais de 70 corpos entregue no necrotério da Universidade da Nigéria Hospital de Enugu, a ex-capital do leste da Nigéria. Corpos aparentemente depositados pela polícia desde os últimos seis meses do ano passado . A polícia voltou a surgir com o seu costumeiro mantra : estes corpos, foram vítimas da troca tiros entre policiais e assaltantes armados. Mas relatos da mídia indicam que 6 dos corpos são de homens jovens, a polícia havia desfilado na vida pública recentemente como uma gangue de seqüestradores. Eles nunca foram processados. Mas seus corpos apareceram no necrotério. Em outro exemplo, a polícia afirma que um dos corpos pertencia a um adolescente suspeito de assaltos à mão armada.


Essa história me deixa irritado. Isso me faz pensar que nação sangrenta - Eu sei que é um salto de pensar a Nigéria como uma "nação" - pensa tão pouco da vida dos seus cidadãos. Alguém tem de explicar essas vidas desperdiçadas. Alguém deve ser responsável pela aparente brutalidade destes agentes de segurança.




Membros do grupo Boko Haram mortos em conflito com o governo.


O que me irrita é que o Ministério nigeriano da Informação está ocupado comprando lavadores de imagem para ajudar a “Re-marca” da Nigéria. O mínimo que o Ministério pode fazer para os meus concidadãos é investigar e deixar o mundo saber como as pilhas de corpos depositados na necrotério Unth aconteceu. As famílias de alguns dos "desaparecidos" estão suplicando por ajuda, e se é verdade que os direitos humanos destes cidadãos nigerianos foram tão violentamente violados, nenhuma quantidade de disfarce politico vai ajudar a imagem país.


Líder do Boko Haram da Nigéria morto sob circunstâncias suspeitas.




Membros do Boko Haram.


polícia nigeriana reivindicaram a morte de Mohammed Yusuf , o líder do grupo islâmico Boko Haram , enquanto em detenção.
Um policial disse Yusuf , acusado de violência que matou centenas de pessoas no norte da Nigéria , foi morto a tiros após sua captura na quinta-feira .
"Ele foi morto . Você pode entrar e ver seu corpo na sede do comando da polícia estadual ", Isa Azare , porta-voz do comando da polícia na cidade de Maiduguri , disse.




Última imagem de Mohammed Yusuf ainda vivo.


O anúncio veio após a morte de relatórios , disse que pelo menos 180 pessoas foram mortas e milhares deslocadas na sequência dos confrontos entre as forças de segurança e os combatentes do grupo , que pretende impor a lei islâmica em todo o país mais populoso da África.
Yvonne Al Jazeera Ndege , elaboração de relatórios de estado de Borno, no norte da Nigéria , afirmou: "Não pode ser cem por cento certo de que a polícia está dizendo sobre a captura e morte de Mohammed Yusuf por dois motivos .


" Um deles, o exército e a polícia estão sob pressão política sustentada para erradicar Boko Haram. Dois, na quarta-feira fomos informados de que Yusuf e pelo menos 300 de seus partidários fugiram para Maiduguru porque eles estavam sendo perseguidos pelas forças de segurança nigerianas.
A notícia da morte de Yusuf foi relatado para estar entre as dezenas de pessoas que morreram depois que as tropas atacaram a base do grupo Boko Haram , na cidade de Maiduguri .


CAÇADA


As forças de segurança estavam dizend avançar com a caça para os membros da Boko Haram.




Membros do Boko Haram sob custódia da policia.


O governo alertou as pessoas a evacuar a área e, em seguida descascados e invadiram a mesquita e a sede do grupo na noite.
Um tiroteio seguiu-se a recuar membros Boko Haram armados com rifles de caça caseiras, coquetéis molotov , arcos e flechas , machados e cimitarras .
Um repórter da agência de notícias Associated Press viu soldados atirar o seu caminho para a mesquita antes de abrir fogo contra seus ocupantes.
O repórter mais tarde contou com cerca de 50 corpos no interior do edifício e outro 50, no pátio exterior.
O correspondente disse que houve uma redução "em alguns dos combates e que é porque as forças de segurança nigerianas foram capazes de expulsar alguns membros do Boko Haram”.




Mesmos membros do Boko Haram que aparecem sob custódia policia são encontrados mortos.


"Parece agora muitos dos membros do Boko Haram fugiram da cena, mas não houve mais violência em outro estado - Estado de Kano - não muito longe do estado de Borno , onde entendemos que as forças de segurança bulldozed uma mesquita e uma casa onde o suposto líder estava vivendo ", afirmou .


Pedestres mortos


Um porta-voz de um grupo de direitos humanos disse que as forças do governo mataram transeuntes e outros civis como eles enfrentaram os membros da seita.
Mas um porta-voz militar negou a acusação e disse que era impossível para os direitos dos trabalhadores para diferenciar entre civis e membros do Boko Haram .




Pedestres mortos em tiroteio entre policia e grupo islamico Boko Haram.


Abubakar Umar Gada , um senador do estado de Sokoto no norte da Nigéria , disse à Al Jazeera que os agentes de segurança haviam sido implantadas e fortemente "a situação está totalmente sob controle ".


Ele disse que tinha vantagem Boko Haram "levado ao grande número de pessoas que estão desempregadas "e falta de oportunidades para melhorar suas vidas .


"Nós temos em grande parte um problema social que tem sido aproveitado por esses meliantes para causar caos e confusão ", disse Gada .


Boko Haram , que significa " a educação ocidental é proibido " no dialeto local Hausa , apelou para a aplicação da sharia , mesmo entre os não-muçulmanos .
140 milhões de habitantes da Nigéria são quase igualmente dividida entre cristãos, que dominam o sul, e principalmente os muçulmanos norte -based.




Bandeira da Nigéria


A lei islâmica foi implementado em 12 estados do Norte depois da Nigéria retornou ao governo civil em 1999, após anos de regime militar.
Os confrontos começaram no domingo no estado de Bauchi nas proximidades, com lutadores atacando delegacias de polícia , antes de derramar sobre em Yobe .
Moradores disseram que os combatentes armados com facões, facas , arcos e flechas e explosivos caseiros atacaram edifícios da polícia e qualquer um que se assemelha um policial ou funcionário do governo da cidade.
Mas a maioria das vítimas parece ter sido em Maiduguri , a cidade do nordeste conhecida como o berço e reduto do grupo.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


http://chikaokeke-agulu.blogspot.com/search?updated-min=2009-01-01T00%3A00%3A00-05%3A00&updated-max=2010-01-01T00%3A00%3A00-05%3A00&max-results=39


http://www.thisdayonline.com/nview.php?id=150277


http://www.nigeriavillagesquare.com/index.php/content/view/12896/55


http://www.nigeriavillagesquare.com/


http://www.guardian.co.uk/commentisfree/belief/2009/jul/31/nigeria-violence-boko-haram


http://www.guardian.co.uk/profile/cameronduodu


http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/8178820.stm

terça-feira, 13 de julho de 2010

A CAVALARIA MEDIEVAL!

Símbolo do imaginário da Idade Média, passou de título de nobreza e figura essencial no campo de batalha a um ideal romantizado, exercitado em torneios e popularizado graças aos contos de cavalaria.

Armaduras.

Para um cavaleiro medieval, perder um cavalo significava desespero. Além do alto custo de adquirir um novo animal de boa linhagem com todos os equipamentos necessários, a cavalaria era, por volta do século 12, intimamente associada à nobreza - ou seja, lutar a pé era uma evidente perda de status. Por isso, compreende-se o apelo angustiado do rei inglês Ricardo III: “Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo!”, ele repetia, ao perder sua montaria durante a Batalha de Bosworth, em 1485 - e a fala está na peça Ricardo III do dramaturgo inglês William Shakespeare. Dá uma boa idéia do que representavam o cavaleiro e a montaria na Idade Média. Eram fundamentais nos combates. Alguns viraram lendas pelas atuações nas batalhas e nos torneios de cavaleiros, outros foram idealizados em contos, livros e peças como a de Shakespeare.

O COMEÇO NA CAVALARIA

A conexão do futuro cavaleiro, sempre de linhagem nobre e muitas vezes com sangue real, com a prática começava cedo. Ao 7 anos, o garoto era iniciado em sua formação como pajem. Aos 12, passava a servir seu senhor feudal, quando recebia instrução militar e subia ao posto de escudeiro. Era com esse status que partia com seu suserano para assistir a suas primeiras batalhas reais e aprendia o manejo da lança e da espada. Se sobrevivesse à experiência, provasse seu valor e tivesse dinheiro suficiente para arcar com os custos, entre os 18 e 20 anos ele era armado cavaleiro num ritual que marcava a passagem da adolescência para a idade adulta.
O ritual de sagração de cavaleiro dava a medida da importância do título. Implicava em mostrar sua virilidade em combates simulados durante uma festa – às vezes até em presença do rei –, na observação do jejum e em uma noite de vigília das armas, seguida da comunhão, que incluía a bênção da espada do aspirante. O rapaz fazia então seu juramento, prometendo seguir os códigos de lealdade e honra. De acordo com o professor Wolfgang Henzler, especialista em história e armas medievais da Universidade de Freiburg, na Alemanha, "ele recebia um tapa no rosto ou um golpe no ombro ou na nuca do seu senhor, que finalmente dizia: `Eu te faço cavaleiro em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo, de São Miguel e de São Jorge. Sê valente, destemido e leal´. E dali saía montado em seu cavalo".

No campo de batalha, as formações da cavalaria começavam com as lanças. Funcionava assim: cada lança trazia uma fileira com o cavaleiro, seu escudeiro, um pajem e dois arqueiros ou besteiros. Cerca de seis lanças se configuravam como uma bandeira, que por sua vez constituíam uma companhia de homens de armas. "Não é à toa que os cavalos recebiam um tratamento muitas vezes superior ao despendido aos soldados. A perda do cavalo em combate podia custar a vida de seu cavaleiro, já que suas armaduras eram mais leves do que as dos soldados desmontados, resistindo bem menos a flechas e golpes de espada”, diz Henzler.

 Em campo as batalhas eram duras e sangrentas.

CONTRA A DECADÊNCIA, FESTIVAIS.

No século XIV, na era das cruzadas, a cavalaria ganhou um aspecto mais