PESQUISE AQUI!

sábado, 28 de agosto de 2010

HOMINÍDEOS.

Homo em miniatura:


Homo floresiensis




A descoberta do esqueleto parcial de uma nova espécie de seres humanos que viveram a 18 mil anos numa ilha da Indonésia, acrescenta mais uma peça ao complexo quebra cabeça da evolução humana.
Os restos do Homo floresiensis como é chamado, foi encontrado em uma caverna em Liang Bua na ilha de Flores na Indonésia, foram encontrados um crânio um fêmur e uma tíbia e fragmentos de vértebras, pertenciam a uma mulher adulta de 1 metro de altura com um cérebro do tamanho de um chimpanzé com cerca de 380cc (tamanho de uma laranja), os especialistas estão certos que o esqueleto é de um adulto totalmente formado e não de um anão de Homo sapiens ou símio.
Junto foram encontrados ferramentas em miniatura, como ossos afiados e pontudos, os pesquisadores procuravam por sinais de migração do homem moderno para Ásia. A descoberta desses seres com elementos do comportamento humano moderno na fabricação de ferramentas e na caça é admirável.
A criatura dividia a ilha com um mini-elefante e dragões de Komodo, andava ereto, evoluiu para o tamanho pequeno por causa das condições ambientais, acredita-se que seja uma ramificação do Homo erectus que chegou a ilha de Flores há 800 mil anos atrás e tornou-se marginalizado do resto da humanidade. Ao longo de milhares de anos a pressão evolutiva fez a colônia encolher a escassez de alimentos e a superpopulação favoreceu a sobrevivência de indivíduos menores cujos genes foram passando aos seus descendentes.
Pequenas cabeças nem sempre são sinônimo de idéias limitadas. A reconstituição do cérebro de um hominídeo revela um indivíduo de comportamento sofisticado, capaz de planejar suas ações e tomar iniciativas e que provavelmente era canhoto. O estudo parece resolver, ainda, uma das maiores controvérsias em torno do fóssil, batizado Homo floresiensis: ele descarta a hipótese, proposta por alguns pesquisadores, de que a criatura seja só um humano moderno portador de uma doença que causa uma redução no cérebro. Até prova em contrário, trata-se mesmo de uma espécie à parte. Usando técnicas de tomografia computadorizada para recriar virtualmente o sistema nervoso do Homo floresiensis, apelidado de ‘hobbit’.
Os cientistas descobriram que, apesar de ter o tamanho de um chimpanzé, o cérebro do hominídeo de Flores tinha uma série de características que o aproximavam do Homo sapiens e do Homo erectus, espécie considerada o parente mais próximo do Homo floresiensis.
Entre esses traços está um grau alto de enrugamento do córtex (área do cérebro relacionada à inteligência), que em humanos modernos significa mais área disponível para processar informações. Também foi localizada uma estrutura cerebral relacionada ao planejamento de ações futuras.
O primeiro diz respeito à aparente contradição entre o comportamento do ‘hobbit’ que fazia instrumentos de pedra e caçava elefantes-pigmeus e o tamanho de sua cabeça.


Na evolução humana, geralmente tamanho de cérebro é documento: os hominídeos foram ficando mais inteligentes à medida que esse órgão crescia. O anão de Flores, portanto, parecia contradizer o registro fóssil.
Apesar de o cérebro não se conservar num fóssil, ele deixa marcas nas paredes do crânio durante a vida. Foi olhando essas marcas que a pesquisadora americana conseguiu reconstituir em computador a forma do sistema nervoso central do ‘hobbit’. Em seguida, foi comparado o molde virtual a modelos semelhantes de chimpanzés, australipitecos, humanos modernos saudáveis, pigmeus e portadores de microcefalia doença que causa redução no tamanho do cérebro.
Medições mostraram que o H. floresiensis tinha uma estrutura cerebral de hominídeo saudável. Afirmam até mesmo ter detectado uma variação de tamanho numa parte do cérebro que no Homo sapiens está associada a indivíduos canhotos. O estudo parece encerrar a controvérsia sobre se ele é um mini-hominídeo ou apenas um humano moderno com microcefalia.
As formas do cérebro do H. floresiensis e de microcéfalos verdadeiros são totalmente diferentes. Mas há quem diga que esse pode ser um caso especial de microcefalia. Sugerem, ainda, uma hipótese alternativa para a evolução do homem de Flores. Em vez de ser uma versão encolhida do Homo erectus, como geralmente se acredita, o ‘hobbit’ pode ser uma espécie irmã daquele, compartilhando um mesmo ancestral. ‘Ele pode ser descendente de um hominídeo pequeno que encontrou em Flores um refúgio.
Talvez tenham coexistiram com os humanos modernos por milhares de anos, mas também é possível que os humanos não tenham passado por Flores no caminho para a Austrália aonde chegaram a 45 mil anos, é impossível saber como as duas espécies interagiram, será que o Homo sapiens massacrou seus primos menores? Ou será que o Homo floresiensis entrou em extinção porque não podia competir por comida com seus primos maiores. Outra questão é se essas duas espécies cruzaram, levando a mistura genética que o Homo sapiens traz hoje. É absolutamente fantástico pensar que espécies tão diferentes de hominídeos existiram tão recentemente, nos levando a observar que nossa predominância global pode ser muito mais recente do que pensávamos (12 mil anos atrás). Mas a maiorias dos cientistas são unânimes em disser que o Homo floresiensis extinguiu-se depois de uma erupção vulcânica na ilha há cerca de 12 mil anos.


Desde a descoberta já forma encontrados restos mortais de sete outros indivíduos de Homo floresiensis no mesmo local, o que o torna uma descoberta importante por possuirmos mais de um registro de fóssil. Os outros indivíduos mostram características semelhantes, num espaço de tempo que vai desde 95 mil anos atrás até 13 mil anos atrás em uma população que deve ter desaparecido mais ou menos ano mesmo tempo que os elefantes pigmeus que caçava o Estegodonte cujos restos foram encontrados juntos com os fosseis do Homo floresiensis.
A descoberta do Homo floresiensis coloca em questão todas as noções sobre o que nos torna humanos, pois o Homo floresiensis é tão dramaticamente diferente tanto do erectus como do sapiens que deveria ser classificado como um gênero separado do Homo. Possuindo uma capacidade craniana tão pequena de não mais que 380cc, ele produziu cultura material em pedra e osso e era caçador de animais, arte que necessita organização e coordenação do grupo o que os caracteriza como possuidores de uma organização social elevada.
Para poder realizar essas façanhas tecnológicas e possuir um cérebro tão pequeno, o Homo floresiensis causou uma reviravolta em nossa posição sobre inteligência e sua relação com a capacidade craniana do individuo, chegando a ponto de termos que considerá-las como coisas diferentes e sem relação. Talvez agora a partir da descoberta do Homo floresiensis seja mais estudada a complexidade das relações entre os neurônios do que o tamanho do cérebro em si, porque como explicar um Homo floresiensis com uma capacidade craniana tão pequena caçava e utilizava as mesmas ferramentas do Homo erectus com uma capacidade craniana de 1100cc. E não devemos aceitar isso como um exemplo isolado, pois o cérebro do Homo sapiens neanderthalensis era praticamente do mesmo tamanho que o cérebro do Homo sapiens sapiens, e mesmo assim o Homo sapiens sapiens prevaleceu sobre o neanderthalensis, porque os sapiens sapiens possuíam uma cultura material e técnica muito superior aos neanderthais.


O Homo floresiensis é uma das muitas descobertas que o futuro nos reserva, mostrando a nós que ainda muito pouco sabemos de nossas origens e que muito do que sabemos pode o futuro nos revelar errado, nossa jornada em busca das origens está muito longe de acabar, uma jornada que pretende levar a raça humana além de suas origens indo até aonde a imaginação humana pode levar, “o infinito”.


Híbridos:
Homo sapiens sapiens e Homo sapiens neanderthalensis




O esqueleto de um menino encontrado em Portugal é apontado como evidência de que hominídeos tidos como espécies diferentes reproduziram-se entre si.
Há 25 mil anos foi enterrado em Leiria um menino, seu esqueleto pode estár ajudando a superar um abismo de tempo ainda mais vasto sobre as próprias origens humanidade, traços do esqueleto desse menino, morto com não mais que cinco anos, sugere que ele é o resultado da mistura entre neanderthais e humanos modernos ocorridos entre 2 e 3 mil anos antes do seu nascimento, pois ele não era mestiço de primeira geração.
A idéia de que houve um longo processo de contato e mestiçagem entre ambos os povos com efeitos aparentes milênios depois do desaparecimento dos neanderthais “puros” ao deixar a África e colonizar a Europa a humanidade moderna não exterminou os antigos habitantes, mas em maior ou menor grau misturou seus genes aos deles, e dissem que o esqueleto do menino é a maior prova disso. A anatomia do esqueleto Lagar Velho 1A a dentição da criança indica que a sua morte terá ocorrido durante o quinto ano de vida. A observação direta dos ossos e a análise das imagens de TAC e de raios X apenas permitiram identificar duas lesões traumáticas menores, uma na face e outra no braço esquerdo. As linhas de Harris pouco marcadas observadas nos ossos longos dos membros e as hipo-plasias incipientes do esmalte diagnosticado no canino superior esquerdo indicam que acriança terá passado por alguns episódios de stress que se traduziram em curtos momentos de paragem do crescimento. Não há, porém, quaisquer indícios de patologias que pudessem ter afetado o desenvolvimento normal do esqueleto e, de uma forma geral, os elementos disponíveis sugerem que se tratava, em vida, de um indivíduo perfeitamente saudável. A ausência de décimas segundas costelas é uma condição não patológica que ocorre clinicamente em populações recentes. A morfologia geral do crânio é semelhante à dos primeiros homens anatomicamente modernos do continente europeu, e o mesmo se passa com os ossículos do ouvido, que são de tamanho modesto. O labirinto apresenta algumas parecenças com o dos Neanderthais, mas, globalmente, a sua forma está mais próxima da do homem moderno. A mandíbula tem um queixo proeminente, de morfologia muito parecida com a dos fósseis humanos do início do paleolítico superior. O tamanho e proporções da dentição são também tipicamente modernos. Algumas características do crânio, porém, são próprias dos Neanderthais, ou encontram-se entre estes últimos com muito maior freqüência. No occipital, as fossas semispinalis capitis estão bem marcadas e há fossa suprainíaca. O bordo externo da órbita é espesso, dentro da norma neanderthalense e no limite superior de robustez observada em indivíduos imaturos das primeiras populações europeias de homens modernos; a arcada zigomática é de construção muito robusta. O ângulo do plano oclusal com a sínfise mandibular é de 78°, valor muito baixo e especialmente significativo, em termos comparativos, devido à grande proeminência do queixo. Este traço arcaico é desconhecido tanto em amostras recentes como entre os primeiros homens modernos, para os quais o valor médio de referência é de 91.5°. No esqueleto pós-craniano, o comprimento da clavícula e a largura da púbis são claramente modernos, do mesmo modo que o tronco estreito que se infere a partir de indicadores diversos. As dimensões da pélvis indicam que se trataria de um indivíduo de pequena estatura, pelo menos por comparação com as populações de referência. A relação entre o tamanho da tíbia e o do fêmur, ou proporção crural, no entanto, é claramente “ártica”, de tipo Neanderthal. Esta característica não pode ser explicada por fatores ligados à nutrição, à plasticidade do esqueleto durante a ontogénese, ou à adaptação de curto prazo às oscilações climáticas. Tal tipo de adaptação pode resultar em mudanças no tamanho e proporções gerais do corpo, mas não em mudanças nas proporções entre os diferentes segmentos dos membros. Além disso, uma dezena de milhar de anos após a chegada à Europa dos seus antepassados, os habitantes modernos do País de Gales, da Morávia e da Rússia ainda mantinham corpos de proporções “tropicais”, apesar de viverem sob condições climáticas muito mais extremas do que as que alguma vez se verificaram em Portugal durante a última glaciação. Esta combinação única de características anatômicas geneticamente herdadas, umas modernas, como o queixo proeminente, e outras neanderthalenses, . Ela indica que os Neanderthais que subsistiam na Península Ibérica quando os primeiros grupos de homens modernos nela começaram a penetrar supostamente contribuíram para o patrimônio genético das populações da época em que viveu e morreu a criança do Lapedo, três a cinco mil anos mais tarde. Para que, tanto tempo passado, os sinais do processo ainda pudessem ser visíveis na morfologia do esqueleto dessas populações, a miscigenação entre os dois tipos humanos deve ter sido extensa e freqüente, não limitada ou episódica.


O menino sepultado possuía ao seu redor cultura material do sapiens sapiens, mas as característica do seu esqueleto eram intrigantes e foi apelidado de menino de Lapedo.O osso do queixo saliente traço que só se torna desenvolvido no Homo sapiens parecia determinar sua origem sapiens, mas sua complexa característica óssea desmentia essa hipótese concluíram os cientistas que a criança era um sapiens sapiens com ascendência parcialmente neanderthal.
Isso só poderia ser explicado por um processo de mestiçagem envolvendo populações inteiras e não era um caso raro. Existem muitas controvérsias, pois o menino de Lapedo pode ser simplesmente uma criança um tanto troncudo, pois essas duas humanidades estavam separadas por tempo demais para que houvesse interfecundidade, cada uma sendo uma espécie diferente o que impossibilitava a união das espécies.
O DNA dos neanderthais esta totalmente fora dos padrões encontrados em seres humanos de hoje, tanto quanto o DNA dos Australopitecinos em relação ao Homo habilis.
Os supostos principais traços de ascendência neanderthal do menino são:


• Pernas muito curtas


• Ângulo da mandíbula


• Robustez dos ossos acima dos olhos e das maças do rosto.


O menino de Lapedo de longe pode ser um híbrido pois deficiências nutricionais podem gerar pernas curtas e existem doenças que afetam o crescimento dos ossos e não deixam marcas, a morte precoce desse menino deixa mais nítido o fato de que se tratava de uma criança doente.
Segundo os criacionistas um ramo cientifico religioso que desconsidera a evolução diz que os Neanderthais foram outrora descritos pelos evolucionistas como “brutos com sobrancelhas proeminentes, tórax como barril e pernas tortas”, um elo entre os macacos e o homem. Segundo eles hoje é possível diagnosticar as várias doenças ósseas comuns aos Neanderthais, e sabemos que os criacionistas sempre se consideraram certos nesse assunto: Que os neanderthais eram simplesmente pessoas completamente humanas. Infelizmente os Neanderthais não têm sido as únicas pessoas outrora consideradas subumanas por autoridades evolucionistas. O Doutor Downs chamava o bem-conhecido síndrome do Neanderthal de "idiotia mongolóide”, porque pensava que as crianças nascidas com essa condição (um extra vigésimo-primeiro cromossomo) eram uma regressão ao “estágio mongolóide” na evolução humana. Ainda mais triste, Henry Fairfield Osborn certa vez argumentou que os cientistas imparciais classificariam a humanidade em várias espécies distintas, senão em gêneros diferentes. Dessa forma escreveu, “O padrão de inteligência do negro adulto comum (o qual o evolucionista Osborn colocou numa espécie subumana distinta) é em média similar a de um jovem de 11 anos da espécie Homo sapiens". Essas idéias, rejeitadas pelos evolucionistas atuais, foram, no entanto, os “fatos da evolução" no tempo de Osborn, e são cruciais para o entendimento dos eventos mundiais das décadas de 30 e 40. Erros históricos como este não podem se repetir, pois como ciência que deve valorizar descobertas relevantes, também devemos ter coragem de admitir um erro e corrigi-lo para que no futuro não venhamos cair no ridículo diante de um fato que por muitos anos foi considerado como “verdade absoluta” caia em total esquecimento como um absurdo histórico.


A convivência entre sapiens sapiens e neanderthais não seria nada fácil pois os neanderthais não possuíam palato desenvolvido o que não permitia que possuíssem um leque de sons muito vastos como os sapiens sapiens, estudos sobre suas mandíbulas demonstraram que a língua não tinha grande mobilidade, sendo que pensavam mas conseguiam transmitir seus pensamentos falando basicamente com sons nasais difíceis de entender, dificultando sua organização e evolução cultural. Estes dados nos sugerem uma pergunta importante: teria os Homens de Neanderthal uma linguagem? Em termos puramente anatômicos, sabe-se que o osso hióide é idêntico ao do homem moderno, mas nunca se encontrou um tracto vocal. Estes fatos dividem os cientistas, pelo que uns defendem que os hominídeos tinham a mesma capacidade para falar que o homem atual, enquanto que outros defendem que a localização da língua e a incapacidade de selar as cavidades nasais à passagem do ar os impediriam de desenvolver uma fala moderna. Segundo estes cientistas, o Homem de Neanderthal produziria sons fortemente nasalizados e seria incapaz de produzir sons quase universais nas línguas humanas – a vogal [a], [i], [u] e as consoantes [k], [g]. Porém, não seria a incapacidade de produzir sons idênticos aos das atuais línguas humanas que impediria os Homens de Neanderthal de desenvolverem uma linguagem. De fato, há registro de línguas que recorrem a poucos sons consonânticos e vocálicos, possuindo maior ou menor quantidade de vocábulos. Por isso, afirmar que os Neanderthais não possuíam uma língua apenas porque não há certeza de serem capazes de produzir os mesmos sons que os homens atuais.


Os homens de Neanderthal, que desapareceram da Europa há 30 mil anos, cresciam de uma forma tão rápida que, aos 15 anos, já eram adultos. Esses hominídeos se chamam neandenthais devido ao esqueleto descoberto, no vale de Neander, perto de Dusseldorf (Alemanha).
Os responsáveis pela pesquisa, elaborada pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica de Paris, acham que a descoberta do menino de Lapedo reforça a teoria de que os neanderthais eram uma espécie diferente do chamado "homem moderno" (Homo sapiens) e que a mestiçagem é uma mentiram, quando avaliamos a arcada dentaria. Os autores, comandados pelo paleontólogo Fernando Ramírez Rozzi, se baseiam na análise de centenas de dentes fossilizados pertencentes a neanderthais, Homo sapiens e outros dois tipos de hominídeos.


Segundo o estudo, os dentes do neanderthal, que costumam refletir o desenvolvimento geral de uma pessoa, cresceram num mesmo ritmo durante sua formação, diferentemente da evolução dos dentes do homem moderno, cujo crescimento se torna mais lenta com a idade. Os especialistas entendem que esse crescimento tão acelerado é um traço primitivo, o que indica que os neanderthais, apesar de terem um quase igual ao nosso cérebro, parecem ter sofrido uma injeção evolutiva em relação ao seu desenvolvimento físico. Esse traço "aponta a uma distinção específica entre o Homo sapiens e os neanderthais", segundo escrevem os autores do estudo.


Além disso, esses cientistas também concluíram que o veloz desenvolvimento da dentição do homem de Neanderthal pode se dever a uma dieta muito rica em calorias e a um metabolismo muito rápido. A equipe comandada por Ramírez Rozzi considera que essa dieta calórica corresponde a "uma espécie de hominídeo que se adaptou a condições ambientais particulares", dominadas pelo frio intenso castigou a Europa há 30 mil anos.
Para o menino de Lapedo ser um híbrido, as pernas, o ângulo da mandíbula e a robustez dos ossos é muito pouco, pois os neanderthais dentre outras características possuíam:


• Joelhos flexionados

.
• Espinha dorsal curvada.


• Fêmures arqueados.


• Cérebro com dimensões superiores ao nosso.


• Largo achatamento da testa.


• Órbitas bem separadas.


• Nariz largo e comprido.


• Focinho saliente.


• Ausência de queixo.


• Mãos e pés largos.


• Dedos robustos.


Dentre outras características que o menino de Lapedo não possui, e as que possui são muito pequenas e residuais para provarem alguma coisa. Os corpos dos neanderthais eram musculosos parecem ser uma adaptação as glaciações extremas, ampliadas fossas nasais lhe permitam a condensação do calor. Eram um pouco menores que os humanos modernos, os machos. Mediam ao redor de 1,6 metros de altura, pesando 84 kilos; por sua parte, as fêmeas, mediam 1,5 metros e pesavam uns 80 kilos. Usavam roupas de peles e acendiam fogões tanto para cozinhar como para esquentar-se. As populações de neanderthais foram as primeiras a enterrar seus mortos, Cuidar de seus enfermos e manifestar certo cuidado estético. A denominação"Neanderthal" provem do Vale de Neander, na Alemanha, aonde se encontrou.o primeiro achado desta espécie em 1856.


A prova mais forte que derruba a teoria do híbrido menino de Lapedo é que a estrutura do DNA neanderthal mostra que não são nossos antepassados, mas sim uma subespécie humana separada por muitos milhares onde evoluíram independentes uma da outra perdendo boa parte de sua ligação como a capacidade de procriar uma com a outra.


O andar do homem-macaco:




A descoberta desse esqueleto na África do Sul deve causar uma revolução nas descobertas de como era o bipedismo do Australopithecus, pois esse esqueleto está 100% completo, vencendo o de Lucy que tinha 40% do total do esqueleto completo.
Se analisando poucas lascas de crânio ou de fêmur os arqueólogos conseguem bons resultados, imaginem com um esqueleto completo que abre diante de nós uma perspectiva maior em busca dos segredos da evolução humana. Quando o fóssil for retirado completamente da rocha e for analisado o osso do pescoço, bacia e dos pés, poderemos chegar a conclusões importantes sobre o bipedismo da espécie, e ao revelar a qual espécie de Australopitecino pertence, trará novas descobertas referentes a essa espécie e os primeiros passos da humanidade. A analise do esqueleto trará luz sobre que grau de bipedismo os Australopitecino chegaram porque ate agora não possuímos um meio de analise tão completo quanto o desse esqueleto sendo obrigado a confessarmos que muito pouco se sabe e os restantes deduzem na falta de fosseis mais completos encontrados com todas as suas partes próximas de forma a ser incontestável pertencerem ao mesmo individuo.
Possivelmente o esqueleto pertence a um Australopithecus africanus ou afarensis e um esqueleto completo dessas espécies poderá esclarecer muitas coisas como a busca por cultura material entre os Australopitecinos, o que introduzira ele no gênero Homo.
Tudo isto é propício a alterações anatômicas e de comportamento, compatíveis com as predisposições existentes em cada grupo de organismos; e é neste contexto que a origem do bipedismo é integrada no contexto hominídeo, como uma adaptação vantajosa às novas necessidades sociais, de reprodução e de segurança:


A libertação dos membros anteriores revela-se preciosa para carregar objetos e alimentos entre dois locais sem ter que interromper a marcha, ou carregar quantidades extras de alimentos; para além de a postura ereta possibilitar apanhar frutos e bagas de pequenas árvores, abundantes neste novo habitat (como se verifica nos chimpanzés atuais).
A capacidade de obter e transportar maiores quantidades de comida é particularmente importante num habitat tipo mosaico, onde as fontes alimentares estão cada vez mais dispersas e escassas (savana aberta). Sugiro que esta não seria a melhor altura para adaptar uma posição ereta que nos exporia a mais perigos e potenciais predadores (que têm sucesso num ambiente que nos é completamente estranho), e que se fosse realmente vantajosa teria sido adotada por outros Primatas.
A manipulação dos objetos que tem à sua disposição, não necessariamente iniciada neste novo contexto ecológico, é uma mais valia no aumento do leque de movimentos possíveis pelos membros anteriores e amplifica as capacidades de exploração dos indivíduos (para além de ser um possível auxílio na defesa e caça componente que adquire mais importância numa alimentação vegetal agora mais limitada).
A sugestão de maior eficácia neste tipo de locomoção é uma das mais controversas, com alguns fisiologistas apresentando estudos que colocam o bipedismo no mesmo patamar energético que o quadrupedismo, (afirmando serem nulas ou quase nulas as vantagens do primeiro em relação ao segundo mecanismo locomotor). Uma reinterpretarão associa esta eficiência a um aumento da resistência e ao aumento da capacidade de recolha de alimentos.
Com as necessidades alimentares e de segurança satisfeitas, a reprodução é um parâmetro em que qualquer suplemento energético é vantajoso. Estando grande parte do sucesso reprodutor relacionado com as reservas energéticas maternas e com os cuidados parentais dedicados, a estratégia de aumentar esse sucesso passa pela intensificação das relações entre progenitores e na divisão dos papéis que competem a cada um: o macho dedica-se a proteção e alimentação (dele, da parceira e do seu descendente), enquanto a fêmea investe a maioria das suas reservas na reprodução - há a redução do período entre gestações consecutivas e a adoção de um sistema social monogâmico (pelo menos durante o período infantil da cria) de forma a assegurar a paternidade do macho em relação à cria (única forma deste "aceitar" o compromisso de garantir a subsistência da parceira e da cria).
Uma teoria fisiológica aponta para a importância da termo regulação, e em como a posição ereta associada ao bipedismo reduz a área corporal sujeita à insolação direta a meio do dia, no pico do sol, e facilita a perda conectiva do calor excessivo.


Num contexto de intensificação das relações sociais e de exploração de um ambiente hostil (desconhecido), o bipedismo pode aparecer associado a comportamentos de "display" (manifestações de afeto e/ou agressividade), como que uma extensão e intensificação destes padrões e manifestações de comportamento (como encontrado nos macacos africanos atuais), antes de qualquer benefícios energéticos e/ou fisiológicos que possam ter experimentado posteriormente.
Todas as propostas referidas podem estar corretas, e todas podem estar erradas; mas o que é certo é que nenhuma é capaz de justificar por si só todo o mecanismo da progressão do bipedalismo, um acontecimento complexo e cujas componentes não podem ser dissociadas em variáveis de estudo independentes. Tudo interage com tudo, e tudo determina as respostas possíveis a uma situação... Com a seleção natural a desempenhar o papel de juiz quanto as soluções apresentadas, é a pressão seletiva que no fim determina quais as propostas mais engenhosas e que serão progressivamente adotadas e aperfeiçoadas.
Assim, para além de todas as variáveis implicadas, há um compromisso poderoso entre as pressões seletivas e a dimensão temporal, que acaba por ter a decisão final e sobre o qual apenas podemos supor o único modelo bípede comparativo que temos na atualidade somos nós, e seria muito improvável a postura inicial corresponder ou aproximar-se ao que presenciamos na atualidade.
O bipedismo levou ao surgimento de numerosas alterações a nível evolutivo e morfológico.


As características bípedes podem ser a verdadeira causa do desenvolvimento das outras características humanas, dado o Homem ter libertado as mãos para manejar e desenvolver ferramentas, com o desenvolvimento cerebral daí resultante. (A teoria atual), conhecida por “East side story”, tem em conta os locais onde apareceram os fósseis de hominídeos. Estes fósseis só existem no leste africano, pois uma barreira geográfica que separou a população ancestral em dois grupos. Os antropomórficos do lado oeste divergiram para os macacos atuais, devido ao meio luxuriante se manter. Os do lado leste ficaram encurralados numa zona donde desapareceram as florestas, ficando uma extensão de savana. Deste modo foram obrigados a modificar o seu modo de locomoção, para permitir o transporte de alimentos a grandes distâncias. O bipedismo também permite uma maior eficiência a percorrer longas distâncias, o que originaria territórios muito maiores.


Aspectos morfológicos no bipedismo:


• O corpo apóia se exclusivamente nos membros inferiores e a deslocação efetua-se assentando alternadamente os pés, com um balanceamento do corpo. Além do Homem, poucos animais o conseguem e geralmente durante pequenas distâncias apenas (gibão, chimpanzé, por exemplo), pois a sua estrutura física não está para isso habilitada. No Homem a adaptação ao bipedismo e à postura vertical levou a importantes modificações anatômicas na cabeça, coluna vertebral e membros inferiores muito maiores que os anteriores.


• Orifício occipital, no crânio, é horizontal e localizado por baixo da cabeça, permitindo que esta fique bem estável. Nos macacos, por exemplo, o orifício occipital está deslocado para trás e é oblíquo.


• Coluna vertebral é um eixo vertical que sustenta o corpo, permitindo-lhe mover-se graças ás vértebras articuladas entre si e separadas por discos intervertebrais maleáveis. Apresenta quatro curvaturas que se compensam mutuamente: cervical (concavidade posterior), dorsal (concavidade anterior), lombar (concavidade posterior) e sacra. A ligação lombar/sacra forma um promontório que sustenta todo o peso da parte superior do corpo.


• Bacia em forma de cesto, enquanto nos macacos é alongada e estreita, permite sustentar as vísceras e fornece uma maior superfície de inserção aos músculos dos membros inferiores (principalmente ao grande glúteo). A cada passo o peso total do corpo passa de um pé para o outro, logo para que não se caia a cada passo é necessário que a bacia oscile para cima e para baixo.


• Fêmures alongados, delgados e orientados obliquamente permite o alinhamento das articulações da bacia e joelho. Por este motivo é possível juntar os pés.


• Centro de gravidade é baixo, pois o peso do corpo está deslocado para os membros inferiores, ao contrário dos macacos, que têm um tronco bastante pesado. Este fato permite uma maior estabilidade à marcha.


• Pé é o suporte da totalidade do peso do corpo, sendo uma das maiores modificações morfológicas verificadas no Homem. O dedo grande do pé é longo, robusto e paralelo aos restantes. Através do seu primeiro metatarso o peso é deslocado do calcanhar para a extremidade do pé, sem que exista apoio na zona exterior do pé, como nos macacos. O pé funciona como uma plataforma extremamente flexível e estável.
Pode não ter sido só o fato de ter passado à condição de bípede e de assumir uma postura ereta que fez com que a nossa espécie se afastasse dos outros primatas. Hoje já existe afirmação que a capacidade de correrem longas distâncias teve também um papel crucial no aparecimento do homem.


O que nos tornou aquilo que hoje somos, em termos anatômicos, foi a capacidade de sobrevivência baseada na aptidão para correr longas distâncias, defende a equipa. Entre os nossos antepassados australopitecos, há dois milhões de anos, a seleção natural levou a que os indivíduos que conseguiam correr mais passassem para uma nova etapa evolutiva e que os outros se fossem extinguindo. É desses indivíduos com boas pernas para correr que nós descendemos.


Uma forte seleção, baseada na capacidade de correr foi crucial no aparecimento do homem moderno". A capacidade de correr talhou a nossa evolução. Correr tornou-nos humanos, pelo menos no sentido anatômico do termo.
Durante anos, esta hipótese terá sido desvalorizada, uma vez que outros animais com capacidades de corrida não foram mais felizes em termos evolutivos por causa disso. Mas, mais do que ter aptidão para correr, o homem ganhou características anatômicas favoráveis a um bom corredor de fundo, ou seja, uma resistência que lhe permite correr por longas distâncias.
Ainda existe outra explicação que ajudam muitos a perceber porque é que o homem moderno se distingue tanto, em termos anatômicos, dos australopitecos, se o bipedismo caracterizava tanto aqueles hominídeos como o gênero "Homo": "Ocorreram 2,5 a três milhões de anos de bipedismo sem que isso fizesse com que os australopitecus se parecessem conosco. Por isso, será que foi o bipedismo que transformou o nosso corpo? Acredito que a resposta é não. Andar não fazia isso, mas correr sim".
Já houve analise de partes do esqueleto fossilizado de 26 hominídeos, entre os quais alguns de "Homo habilis" e de "Homo erectus", relacionadas com a capacidade de correr. Entre músculos, ligamentos e tendões dos pés e pernas, estruturas ósseas do pé e perna que permitem correr e impulsionar o corpo, ou a capacidade de rotação do ombro independente da cabeça e pescoço, característica ligada com o equilíbrio, ou mesmo uma evolução craniana que permite um arrefecimento rápido, para que não ocorra um aquecimento excessivo. Tudo foi estudado ao pormenor.
“Existem características anatômicas da cabeça aos pés que só estão relacionadas com a capacidade de correr. A hipótese de estas características anatômicas poderem ter surgido todas mais ou menos pela mesma altura durante a nossa evolução”.
Não se sabe ao certo porquê nem quando os hominídeos começaram a desenvolver a corrida. Talvez para conseguir perseguir animais quando ainda não dispunham de ferramentas auxiliares, como flechas e arcos.
Realizando uma analise mais profunda dos ossos do braço e das mãos podem nos revelar a capacidade de coordenação motora que possuía e se era viável a fabricação de utensílios, porque ate então não possuíamos um esqueleto completo e logo não tínhamos como ter certeza de como reagia o esqueleto a certos movimentos, não tínhamos idéia ou só presumíamos limites para os seus movimentos baseados em poucos ossos fossilizados que eram encontrados, agora tudo ira se tornar mais claro com esse esqueleto pronto para ser analisado que confirma ou não a viabilidade de certas suposições e a desmistificação de certos mitos sobre nossas origens e sua ligação com os Australopitecinos que podem estar mais próximos de nos do que pensamos como produtores de cultura material, se as descobertas se confirmarem só irá faltar encontrar os vestígios dessa por enquanto suposta industria lítica dos Australopitecinos.


Nós vencemos:




Como humanidade somos uma espécie que não possua concorrente na natureza e nem outras variedades de espécies humanas como ocorre com outros animais, mas nem sempre foi assim.
Somente nos últimos 30 mil anos nos temos à hegemonia no planeta há cerca de 1,8 milhões de anos disputávamos o domínio no planeta com mais espécies como o Australopithecus boisei, robustus, Homo rudolfensis, Homo habilis e Homo ergaster. E convivência não é a palavra mais adequada a ser usada na relação que essas espécies tinham. A suposição de que os "imigrantes" vindos do sul (Homo sapiens) teriam superado o homem de Neandertal por sua técnica mais avançada e sua maior inteligência é uma as suposições que possuímos acerca dessa situação. Hoje é preciso ver tudo isso como um processo cultural complexo, afirmam, apontando as mudanças climáticas nos últimos 20 mil anos de sua existência como um fator que possivelmente contribuiu para o desaparecimento do Homo sapiens neanderthalensis. Tais mudanças podem ter desencadeado movimentos migratórios, o que teria sido reforçado pela chegada de novos grupos humanos ao continente. Como na Europa de então viviam 250 mil pessoas no máximo, não deve ter sido muito difícil para o novo grupo de Homo sapiens multiplicar-se e superar os "primeiros europeus". Fato é que o código genético da raça humana moderna não apresenta quase nenhum vestígio de parentesco com os homens e mulheres de Neandertal.
Seja competindo por espaço, água ou quando possuía a mesma dieta alimentar competindo por comida, chegando a lutarem entre si pela sobrevivência da sua espécie. Há várias versões, muitas vezes contraditórias, sobre a cadeia de reacções que gerou o homem, sobre o estilo de vida e comportamento dos hominídeos, de como eles e o homem sapiens, há 75000 ou 100000 (ou há muito mais tempo) anos teriam emigrado da África Austral para o resto do mundo, e de como interagiram com outros descendentes ou antecessores do Homo erectus dessas zonas. Vários Australopithecus conviveram, por alguns milhões de anos, com o Homo habilis e erecto. Como interagiram quando se encontravam, ninguém sabe ao certo. Infelizmente, jamais será possível encontrar a verdade e os cientistas apenas podem conjecturar hipóteses, ao gosto deles, adaptadas aos achados que vão desenterrando, já que, como afirmou Napoleão Bonaparte (1769 - 1821), "História, é uma versão de acontecimentos do passado sobre a qual algumas pessoas decidiram concordar" Não é só nos tempos modernos que o homem dizima, por prazer ou necessidade, animais, plantas, a natureza e o seu semelhante.O canibalismo é vulgar entre seres vivos, dos minúsculos invertebrados aos animais de grande porte. O homem foi ( e continua a ser em certos aspectos) um animal selvagem e, como tal, tem impregnado no seu DNA o "gene pré-histórico do canibalismo". e ainda mantém esse vício, quer esteja em florestas tropicais do 3º mundo ou viva nas florestas modernas de betão armado, das nossas cidades cosmopolitas, como não raramente se lê no jornal casos de assassinos que comeram as suas vítimas!


As várias espécies de hominídeos que nos precederam, com diferentes graus de desenvolvimento eram mais propícios a caçarem-se mutuamente do que a terem convívios amigáveis e, ao entrarem em contacto, tentavam matar os "machos" e comê-los, roubavam os seus parcos apetrechos, raptavam as suas "crias", para escravos, e as "fêmeas", para parceiras de prazer. Ainda hoje temos não só várias tribos humanas que matam e comem seres humanos, macacos, símios, gatos, etc, assim como temos os chimpanzés (os nossos parentes mais próximos) que nos copiam, caçando e comendo macacos menores que eles. Essas lutas fratricidas e mortíferas, e os acasalamentos forçados teriam criado não só possivelmente híbridos (Não esquecer que a "bestialidade", uma atividade sexual da espécie humana, sempre existiu, e que é possível cruzar diferentes tipos de animais, por exemplo, cavalo com burra dando uma mula que na maior parte das vezes é estéril ou o leão com tigre gerando um ligre, etc,), como contribuíram para o desaparecimento de inteiras espécies.As descobertas recente demonstram que o número de ossos ancestrais diretos ou não tem aumentado muito e essa quantidade de espécies ainda são poucas em relação ao número imenso de elos perdidos que faltam para fixar a escala evolutiva humana em uma plataforma segura onde não haverá aberturas para dúvidas.O que diferenciou o Homo sapiens sapiens foi seu maior desenvolvimento técnico desencadeado na explosão criativa do paleolítico, com o aperfeiçoamento do desenvolvimento da linguagem e a produção de ferramentas cada vez mais apurada.
Humanos, estranhos primatas. Andamos sobre duas pernas, possuímos cérebros enormes e colonizamos cada canto da Terra. Antropólogos e biólogos procuraram sempre entender como a nossa raça diferenciou-se tão profundamente do modelo primata. Foram desenvolvidos, ao longo dos anos, todos os tipos de hipóteses, visando explicar cada uma dessas particularidades. Um conjunto de evidências, porém, indica que essas idiossincrasias mistas de humanidade têm, na realidade, uma linha em comum: elas são, basicamente, o resultado da seleção natural, atuando para maximizar a qualidade dietética e a eficiência na obtenção de alimentos. Mudanças na oferta de alimentos parecem ter influenciado fortemente nossos ancestrais hominídeos. Assim, em um sentido evolutivo, somos o que comemos.
Conseqüentemente, o que comemos é ainda uma outra forma pela qual nos diferenciamos de nosso parente primata. Populações de humanos contemporâneos pelo mundo afora, adotam dietas mais calóricas e nutritivas que aquelas de nossos primos, os grandes macacos. Então, quando e como os hábitos alimentares de nossos ancestrais divergiram dos hábitos de outros primatas? Além disso, quanto os humanos modernos se distanciaram do padrão alimentar ancestral?
Para se compreender o papel da alimentação na evolução humana, devemos nos lembrar de que a procura pelo alimento, seu consumo e, finalmente, como ele é usado para processos biológicos são, todos, aspectos críticos da ecologia de um organismo. A energia dinâmica entre organismos e seus ambientes, ou seja, a energia despendida comparada à energia adquirida, tem conseqüências adaptativas importantes para a sobrevivência e reprodução. Esses dois componentes da aptidão darwiniana refletem-se na forma como estimamos o estoque de energia de um animal. A energia de manutenção é o que mantém um animal vivo. A energia produtiva está associada à concepção e manutenção da prole para a próxima geração. Para mamíferos, isso deve cobrir as demandas das mães durante a gravidez e lactação.


O tipo de ambiente que uma criatura ocupa irá influenciar a distribuição de energia entre esses componentes, em que condições mais duras representam, obviamente, maiores dificuldades. No entanto, o objetivo de todos os organismos é o mesmo: assegurar a reprodução, visando garantir, a longo prazo, o sucesso das espécies. Portanto, ao observarmos a forma como os animais se deslocam para obter a energia alimentar, podemos compreender melhor como a seleção natural produz a mudança evolutiva. As características que mais distinguem os humanos de outros primatas são, certamente, os resultados da seleção natural, agindo no melhoramento da qualidade da alimentação humana, e a eficiência com que nossos ancestrais obtiveram os alimentos. Alguns cientistas sugeriram que muitos dos problemas de saúde enfrentados pelas sociedades modernas seriam conseqüências de uma discrepância entre o que ingerimos e o que nossos antepassados comeram.
Estudos entre populações que vivem tradicionalmente apontam que os humanos modernos estão aptos a suprir suas necessidades nutricionais usando uma ampla variedade de estratégias. Adquirimos flexibilidade alimentar. A preocupação com a saúde no mundo industrial, em que alimentos calóricos concentrados estão facilmente disponíveis, não se originam de desvios de uma dieta específica, mas de um desequilíbrio entre a energia que consumimos e a que despendemos.O que é extraordinário em nosso cérebro grande, sob uma perspectiva nutricional, é o quanto de energia ele consome aproximadamente 16 vezes mais que um tecido muscular por unidade de peso. Porém, apesar de os humanos apresentarem, quanto ao peso corporal, cérebros maiores que os dos outros primatas (três vezes maior que o esperado), as necessidades totais de energia em repouso do corpo humano não são maiores que a de qualquer outro mamífero do mesmo porte. Usamos uma grande parte de nossa quota diária de energia para alimentar nossos cérebros vorazes. Na verdade, o metabolismo de um cérebro em repouso ultrapassa de, 20 a 25%, as necessidades de energia de um humano adulto - bem mais que os 8 a 10% observados em primatas não - humanos, e que os 3 a 5% em outros mamíferos.
Baseando-nos nas estimativas de tamanho corporal de hominídeos compiladas por Henry M. McHenry, da University of California, em Davis, Robertson estimamos a proporção das necessidades de energia em repouso que poderiam ser necessárias para alimentar os cérebros de nossos antigos ancestrais. Um australopiteco típico, pesando entre 35 e 40 kg, com um cérebro de 450 cm3, teria reservado cerca de 11% de sua energia em repouso para o cérebro. Enquanto um H. erectus, pesando entre 55 e 60 kg e com um cérebro de cerca de 850 cm3, teria reservado cerca de 16% de sua energia em repouso - ou seja, cerca de 250 das 1.500 kcal diárias - para este órgão.Estudos comparativos em animais vivos sustentam essa afirmação. Além de todos os primatas, espécies com cérebros maiores ingerem alimentos mais ricos; os humanos são um exemplo extremo dessa correlação, ostentando o maior tamanho relativo de cérebro e a dieta mais variada. Conforme as análises recentes de Loren Cordain, da Colorado State University, os caçador-coletores contemporâneos obtêm, em média, 40 a 60% de energia da carne, do leite e de outros produtos de origem animal.
Chimpanzés modernos, em comparação, obtêm somente entre 5 e 7% de suas calorias provenientes dessas fontes. Alimentos de origem animal contêm bem mais calorias e nutrientes que a maioria dos alimentos vegetais. Por exemplo, 100 g de carne geram acima de 200 kcal. A mesma quantidade de frutas libera entre 50 e 100 kcal. Uma porção comparável de verduras produz somente entre 10 e 20 kcal. Faz sentido, então, que, para o antigo Homo, adquirir mais matéria cinzenta significou procurar alimentos energeticamente mais densos.


Os fósseis, também, indicam que a melhoria na qualidade dietética acompanhou o crescimento evolutivo do cérebro. Todos os australopitecos apresentavam características esqueléticas e dentais estruturadas para processar alimentos vegetais duros e de baixa qualidade. O australopiteco mais antigo e robusto - um ramo da outra ponta da árvore genealógica humana, que viveu lado a lado com membros de nosso próprio gênero - teve adaptações especialmente pronunciadas para triturar alimentos vegetais fibrosos, incluindo faces maciças em forma de prato, mandíbulas fortemente estruturadas; cristas sagitais, no alto do crânio, para a fixação de potentes músculos mastigatórios; e dentes molares enormes e fortemente esmaltados. (Isto não significa que os austrolopitecos nunca comiam carne. Eles certamente ingeriam este alimento, ocasionalmente, tal como os chimpanzés de hoje.) Mas, membros mais antigos do gênero Homo, descendentes dos graciosos australopitecos, possuíam faces e molares menores, mandíbulas mais delicadas, e não apresentavam cristas sagitais - apesar de serem bem maiores, em termos de porte corporal total, que seus predecessores. Em conjunto, essas estruturas sugerem que o Homo ancestral consumia menos matéria vegetal e mais alimentação animal.
Com o aumento da capacidade de comunicar-se e guerrear, tornou o sapiens sapiens superior as outras espécies que a 45 mil anos competiam com nos pela hegemonia no planeta, sendo eles o Homo erectus na Ásia e o Homo sapiens neanderthalensis na Europa e Oriente Médio. Ainda não sabemos se nossa hegemonia sobre eles se deu em razão dos novos inventos, como armas ou se indiretamente pela disputa de recursos naturais, aonde nós mais preparados tecnologicamente superamos os erectus e os neanderthais, que houve guerras entre essas espécies é incontestável mas se este foi o motivo principal e que não sabemos, nós podemos ter oprimindo eles com o nosso crescimento populacional acelerado ate que entrassem em extinção naturalmente por sua inferioridade em relação aos sapiens sapiens.


Australopithecus garhi:




O Australopithecus garhi foi descoberto a 20 de Novembro de 1997 por Yohannes Haile-Selassie na Etiópia, mais precisamente em Bouri, na região do Middle Awash (a 70 km do local onde tinha sido descoberta Lucy, Australopithecus afarensis).
A descoberta foi feita a partir de um conjunto de fragmentos de um crânio que compreendiam o frontal, os parietais e uma maxila com dentição, que foram datados de há aproximadamente 2,5 milhões de anos (época Pliocénico superior). O holótipo encontra-se no Museu Nacional da Etiópia, em Addis Abeba. Depois de reconstruído o crânio, os investigadores defrontaram-se com uma face com aspecto simiesco na parte de baixo, com uma maxila saliente (que fazia lembrar o Australopithecus afarensis), dentes e palatos de grandes dimensões e uma cavidade cerebral reduzida, com aproximadamente 450 cm3 (o cérebro humano atual tem aproximadamente 1800 cm3).
O nome Australopithecus garhi só lhe foi atribuído em 1999 pelo antropólogo etíope Berhane Asfaw e a sua equipa. Garhi significa “surpresa” na linguagem falada pelo povo Afar.
No mesmo local onde foram encontrados estes fósseis, foram também encontradas evidências do comportamento dos hominídios. As descobertas consistiam de ossos de antílopes, cavalos e outros vertebrados que apresentavam marcas e fraturas causadas por instrumentos de pedra (que também datam de há 2,5 milhões de anos). Estes instrumentos de pedra que seriam utilizados para desarticular e quebrar os ossos, possivelmente para extrair o tutano, constituem a primeira evidência de desmantelamento de corpos de animais. Não é possível atribuir com certeza a criação destes instrumentos de pedra ao Australopithecus garhi, de qualquer forma Australopithecus garhi é o único taxon de hominídio presente nestes estratos. Apesar de se poder tratar de uma linhagem morta que apenas nos permite conhecer um pouco melhor nosso ancestral, para muitos antropólogos, o Australopithecus garhi está definitivamente ligado ao gênero Homo, representando um passo intermédio entre o Australopithecus afarensis e os primeiros Homo. A favor desta última hipótese estão um conjunto de características presentes no Australopithecus garhi, como a forma dos dentes pré-molares e a razão entre o tamanho dos dentes caninos e dos molares, que lembram os primeiros Homo e o fato de estes fósseis terem sido encontrados no Leste de África (o mesmo local onde foram encontrados Lucy e os primeiros Homo). Por outro lado o A. garhi difere dos primeiros Homo pelo caráter muito primitivo da sua morfologia frontal, facial, palatal e subnasal e, pelas reduzidas dimensões da cavidade cefálica. Muitos antropólogos defendem que não teria havido tempo suficiente para que a evolução “tivesse transformado” o Australopithecus garhi no primeiro Homo conhecido. No entanto, uma melhor dieta, na qual o uso de instrumentos teve grande importância, possibilitou o seu rápido aumento, bem como a rápida alteração de outras características.
A combinação de características morfológicas presentes nos Australopithecus e nos Homo e, uma possível associação ao uso de instrumentos fez com que o Australopithecus garhi viesse pôr em causa muitas das noções sobre a evolução humana.
Os australopitecos formavam um grande grupo de animais parecidos com os chimpanzés. Mas, ao contrário deles, já não andavam sobre quatro patas. Eram meio humanos, embora apresentassem um cérebro pequeno demais. Também tinham os dentes e o maxilar diferentes, bem maiores e mais pesados que os humanos. Já se conhecem oito espécies de australopitecos, que viveram entre 4 milhões e 1,5 milhão de anos atrás: além do africanus e do garhi, foram identificados os Australopithecus anamensis, Australopithecus afarensis, Australopithecus aethiopicus, Australopithecus boisei, Australopithecus robustus .
A teoria por enquanto mais aceita indica como provável ancestral humano o afarensis, surgido há cerca de 4 milhões de anos e extinto uns 2,5 milhões de anos atrás. Além dessa hipótese, existem outras. Os descobridores do garhi acreditam que o afarensis esteja na raiz da humanidade, porém não diretamente. Um pouco antes de se extinguir, ele teria dado origem ao garhi este, sim, ancestral direto dos homens. O sul-africano Ronald Clarke pensa que o afarensis não tem ligação com os seres humanos – ele seria apenas um ramo que não vingou na árvore da evolução. A humanidade teria nascido do africanus.
Também é incerto o que transcorreu depois dos australopitecos, pois a paleoantropologia não afirma que eles tenham originado diretamente o Homo sapiens. Antes disso teriam existido seis espécies primitivas de homem, de crânio um pouco menor: Homo rudolfensis, Homo habilis, Homo erectus, Homo ergaster, Homo heidelbergensis e Homo neanderthalensis (o homem de Neandertal. Até a década passada, era quase tido como verdadeiro que o habilis evoluíra dos australopitecos há uns 2,5 milhões de anos, produzindo em seguida o ramo do erectus. E este, um pouco antes de se extinguir, por volta de 500 mil anos atrás, gerou duas novas espécies, o sapiens e o homem de Neandertal.
Essa teoria, atualmente, já não tem grande aceitação. Primeiro porque os fósseis mais antigos de sapiens que se conhecem têm somente 100 mil anos. Nesse caso, ele não poderia descender do erectus, desaparecido centenas de milhares de anos antes. Talvez tenha havido uma espécie intermediária entre ele e o sapiens, mas nenhum dos fósseis desse período desenterrados até agora mostra as características que se esperam encontrar nesse hipotético elo que falta com exceção do Australopithecus garhi.
O mais novo membro da família dos Australopitecinos pode ser o elo que faltava para relacionar os Australopitecinos diretamente ao gênero Homo, pois o garhi possui algumas características inusitadas não presentes nos achados anteriores, provavelmente é um descendente da espécie de Lucy, o Australopithecus afarensis.
O garhi tirou o posto de descendente do afarensis do africanus que até agora era o mais próximo que possivelmente tínhamos dos Autralopitecinos e o gênero Homo. Um achado arqueológico corresponde ao mesmo que nenhum, atualmente possuímos um esqueleto parcial de garhi o que é caracterizado como muito pouco, pois seguidamente achados como os do garhi são colocados próximos ao elo perdido, mas sempre descobertas posteriores desmentem posicionando o fóssil de forma diferente.
Os especialistas chegam a supor que o garhi produziu cultura material, baseado no achado de instrumentos de pedra junto com seu esqueleto e ossos de animais trincados com pedra. Mas também junto foram achados ossos de outros hominídeos o que torna difícil de avaliar se realmente foi o garhi que utilizou estas ferramentas ou se essas ferramentas eram de hominídeos mais modernos que até mesmo usaram para caçar garhi, o que é mais provável que aconteceu, mesmo que ainda restem duvidas devido desenvolvimento cerebral do garhi ser superior que seu antepassado. Agora resta saber o quanto esse desenvolvimento cerebral foi crucial para a produção de tecnologia, ou se foi um desenvolvimento significativo para a produção de cultura material, pois o tempo que separa o afarensis do garhi é grande o suficiente, mas não se sabe ainda o quando uma espécie com suas características próprias precisaria de tempo para desenvolver uma tecnologia muito superior se comparado com seu ancestral que não possuía nenhuma tecnologia por mais rústica que fosse. Ainda é muito cedo para considerar o garhi como produtor de cultura material, somente achados posteriores podem confirmar isso, pois por enquanto o sitio do garhi é um local um tanto confuso com ossos de diversas espécies e isto não facilita em nada um posicionamento mais seguro sobre o achado, precisamos de no mínimo mais um esqueleto um pouco mais completo e material lítico mais claro e em maior quantidade para podermos fazer uma avaliação mais confiável sobre o achado.
Essa descoberta pode não ser a confirmação de produção de cultura material pelos Australopitecinos, mas revela que estamos muito próximos de descobrir algo que revolucionara não só em palavra tudo que entendemos sobre evolução humana e sua complexidade natural, mas levando nossa historia como humanidade cada vez mais além no tempo, tornado aquilo que era obscuro em claro, dissipando as trevas do desconhecimento e do medo em verdadeira luz da verdade, luz que mostra de onde viemos e nos ajudará a traçar uma perspectiva de para onde iremos, posicionando todos nós como uma espécie que muito teve que lutar para chegar aonde chegamos e fazendo com que compreendamos que somente conseguimos chegar aqui graças a algo chamado cooperação e união que foram indispensáveis para nossa supremacia como espécie hegemônica no planeta e deixar bem claro que estamos aqui para ficar.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


• Revista Galileu em “Homo em miniatura” de dezembro de 2004;
Por Daniel das Neves.


• Super Interessante em “Meio sapiens, meio neanderthal” de setembro de 1999;
Por Denis Russo Burgierman.


• Super Interessante em “O andar do homem macaco” de janeiro de 1999;
Por Flávio Dieguez e Denis Russo Burgierman.


• Super Interessante em “Nós vencemos” de dezembro de 2000;
Por Rodrigo Cavalcante.


• Isto É on line em “O filho de Lucy” de abril de 1999;
Por Peter Moon.

PRIMEIROS PRIMATAS.

PLESIADAPIS




O Plesiadapis é um dos mais antigos primatas conhecidos que viveu há aproximadamente 60 milhões de anos atrás durante o Paleoceno na Europa e na América do Norte, era muito parecido com os atuais esquilos, ainda possuía garras e seus olhos ainda estavam localizados nas laterais da cabeça, o que os tornavam mais ágeis em terra do que no alto das árvores, porém já começavam a passar boa parte do tempo em galhos mais baixos de arbustos e árvores, alimentando-se de frutas e folhas.


Dados do Mamífero:


Nome: Plesiadapis


Nome Científico: Plesiadapis


Época: Paleoceno


Local onde viveu: Europa e América do Norte


Peso: Cerca de 1 quilos


Tamanho: 30 centímetros de comprimento


Alimentação: Herbívora


Adapis




O Adapis é um antigo primata que viveu há aproximadamente 50 milhões de anos atrás durante o Eoceno na Europa e na América do Norte, era muito parecido com os atuais lêmures, com os olhos já voltados para frente da cabeça e "garras modificadas" que já se assemelhavam a unhas, mostrando uma grande habilidade para agarrar e saltar de galhos em galhos no topo das árvores onde se alimentava de folhas novas.


Dados do Mamífero:


Nome: Adapis


Nome Científico: Adapis parisiensis


Época: Eoceno


Local onde viveu: Europa e América do Norte


Peso: Cerca de 1,5 quilos


Tamanho: 40 centímetros de comprimento


Alimentação: Herbívora


Necrolemur




O Necrolemur é um antigo primata que viveu há aproximadamente 45 milhões de anos atrás durante o Eoceno na Europa, era parecido com os atuais lêmures, porém seus olhos e orelhas eram enormes, aptos ao modo de vida mais noturno, tendência a qual uma grande linhagem de primatas seguiu. Apresentavam as palmas das mãos e as plantas dos pés "carnudas", as quais facilitavam para o animal agarrar galhos de árvores, dando grande agilidade e segurança ao saltar de galhos em galhos na copa das árvores para comer frutas.


Dados do Mamífero:


Nome: Necrolemur


Nome Científico: Necrolemur antiquus


Época: Eoceno


Local onde viveu: Europa


Peso: Cerca de 0,5 quilos


Tamanho: 30 centímetros de comprimento


Alimentação: Herbívora


Dolichocebus




O Dolichocebus é um antigo primata que viveu há aproximadamente 31 milhões de anos atrás durante o Oligoceno na América do Sul, era um ancestral dos chamados "macacos do novo mundo", ainda possuía garras, mas era muito parecido com os macacos atuais. Acredita-se já usava a cauda para auxiliar sua locomoção por entre as árvores, alimentava-se de frutas e folhas.


Dados do Mamífero:


Nome: Dolichocebus


Nome Científico: Dolichocebus gaimanensis


Época: Oligoceno


Local onde viveu: América do Sul


Peso: Cerca de 3 quilos


Tamanho: 40 centímetros de comprimento


Alimentação: Herbívora


Mesopithecus




O Mesopithecus é um ancestral dos atuais primatas que viveu há aproximadamente 20 milhões de anos atrás durante o Mioceno na Ásia e na Europa, possuía uma longa cauda, dedos ágeis e um cérebro relativamente grande. Passava a maior parte do tempo no alto das árvores comendo folhas novas em pequenos grupos familiares. Seu esqueleto já era bem parecido com o de alguns primatas atuais.


Dados do Mamífero:


Nome: Mesopithecus


Nome Científico: Mesopithecus pentelici


Época: Mioceno


Local onde viveu: Ásia e Europa


Peso: Cerca de 8 quilos


Tamanho: 80 centímetros de altura


Alimentação: Herbívora


Dryopithecus




O Dryopithecus é um ancestral dos grande símios que viveu há aproximadamente 17 milhões de anos atrás durante o Mioceno na Ásia e Europa, no solo de florestas se alimentando de frutas. Era muito parecido com os atuais chipanzés, porém eram bem menores e com uma capacidade cerebral reduzida, viviam em pequenos grupos familiares, comandados pelos machos mais velhos.


Dados do Mamífero:


Nome: Dryopithecus


Nome Científico: Dryopithecus fontani


Época: Mioceno


Local onde viveu: Ásia e Europa


Peso: Cerca de 35 quilos


Tamanho: 1,2 metros de altura


Alimentação: Herbívora


Proconsul




O Proconsul é um ancestral dos atuais grandes primatas incluindo os hominídeos que viveu há aproximadamente 15 milhões de anos atrás durante o Mioceno na África, era muito parecido com os atuais chipanzés porém sua capacidade cerebral era inferior. Viviam em pequenos grupos os quais se sentiam bem à vontade tanto no solo como nas árvores, onde encontravam as frutas que lhe serviam de alimento. A primeira prova fóssil desse animal ocorreu em 1927 e em 1948 foi descoberto o primeiro crânio.


Dados do Mamífero:


Nome: Proconsul


Nome Científico: Proconsul africanus


Época: Mioceno


Local onde viveu: África


Peso: Cerca de 20 quilos


Tamanho: 90 centímetros de altura


Alimentação: Herbívora


Gigantopithecus






O Gigantopithecus foi um dos maiores primatas que já existiram, viveu há aproximadamente 500 mil anos atrás durante o Pleistoceno na China, Índia e em outros países do sudeste asiático, eram parentes próximos dos atuais orogotangos porém seus hábitos diferiam dos mesmos, pois um animal tão grande e pesado não poderia ser arborícola como seus parentes atuais, sendo então seus hábitos mais parecidos com gorilas, apresentando corpos maciços e fortes. Sua alimentação era baseada em frutas, gramas, sementes e principalmente bambu, que o tornava competidor natural dos atuais ursos pandas. Foram encontrados restos fósseis de Homo erectus nos mesmos locais e datando do mesmo período de fósseis de Gigantopithecus, sugerindo que o Homo erectus pode ter "ajudado" a extinguir esta gigantesca espécie. Na China foram encontrados diversos dentes de Gigantopithecus, os quais são até moídos e vendidos como remédio em mercados. Primatas desse porte, alimentam as lendas do "Pé Grande" e do "Abominável Homem das Neves", os quais poderiam ser apenas restos fósseis desses animais ou então animais dessa espécie que sobreviveram até os dias de hoje, porém animais de grande porte como estes causariam grandes alterações ambientais que seriam facilmente identificáveis pelo homem.


Dados do Mamífero:


Nome: Gigantopithecus


Nome Científico: Gigantopithecus blacki


Época: Pleistoceno


Local onde viveu: Ásia


Peso: Cerca de 600 quilos


Tamanho: 3 metros de altura


Alimentação: Herbívora


VOCÊ QUER SABER MAIS?


AB’SABER, A. N. Províncias geológicas e domínios morfoclimáticos no Brasil. Biomorfologia,v. 20, 1970, p. 1-26.


ACOSTA Y LARA, E.F. Notas ecológicas sobre algunos quirópteros del Brasil. Comum. Zool. Mus. Montevideo, 3 (65): 1-2, 1951.


ALEIXO, A. & GALETTI, M. The conservation of the avifauna in a lowland Atlantic forest in south-east Brazil. Bird Conservation International 7: 235-261. 1997.


AURICHIO, P.Primatas do Brasil. São Paulo:Terra Brasilis Edit. Ltda., 1995, 168 p.


BELTON, W. Aves do Rio Grande do Sul: distribuição e biologia. São Leopoldo, Ed.
UNISINOS, 584p. 1994.


BIGARELLA, J.J. Contribuição ao estudo dos calcáreos do Estado do Paraná. Curitiba,
1956.


BORNSCHEIN, M.R. & B.L. REINERT. Banhados do litoral do Paraná: alguns aspectos sobre
sua nomenclatura, ecologia e conservação. Cadernos Do Litoral 2: 11-16. 1999.


BRASIL. Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC: Lei 9.985, de 18 de julho
de 2000. Brasília: MMA/SBF, 2000. 32p


BRITO NEVES, B.B & CORDANI, U.G. Tectonic evolution of South America during the Late
Proterozoic. Precambrian Research., 53:23-40, 1991.


CABRERA, A.L. & WILLINK, A. 1973. Biogeografia de America Latina. Washington, D.C.
Organización de los Estados Americanos. 119 p.


CAMPANHA, G.A. 1991. Tectônica Proterozóica no Alto e Médio Vale do Ribeira, estados
de São Paulo e Paraná. Tese de Doutorado. Instituto de Geociências. Universidade de São Paulo, 1991, 296 p.


CAMPANHÃ, R.A.C. E H. FOWLER. 1993. Roosting assemblages of bats in arenitic caves in
remmant fragments of Atlantic forest in southeastern Brazil. Biotropica, 25(3): 362-365, 1993.


CARVALHO JÚNIOR, O. Dieta, padrões de atividades e de agrupamento do monocarvoeiro
(Brachyteles arachnoides) no Parque Estadual Carlos Botelho - SP. Master
thesis, Universidade Federal do Pará, Belém, Brasil. 1988.


CHANG, M. Y & SVOLENSKI, A. C. Tendências socioeconômicas da região do entorno do
Parque Estadual das Lauráceas, 2000.


CLARK, R.; STANKEY, G. H. The recreation opportunity spectrum: a framework for
planning, management, and research. Washington: USDA, Forest Service, Pacific North


Forest and Range Experiment, General Technical Report PNW/98, 1979, 32p.


CONSERVATION INTERNATIONAL DO BRASIL et al. Avaliações e ações prioritárias para a
conservação da biodiversidade da Mata Altântica e Campos Sulinos. Brasília:
MMA/SBF, 2000, 40p.


CRACRAFT, J. Historical biogeography and patterns of differentiation within the South
American avifauna: áreas of endemism. In: P.A. BUCKLEY et al (orgs). Neotropical
Ornithology. Washington, American Ornithologists Union (ornithological Monograhs 36),
1985.


CRACRAFT, J. Historical biogeography and patterns of differentiation within the South
American avifauna: areas of endemism, In: P.A. BUCKLEY et al. (orgs.). Neotropical
Ornithology. Washington, American Ornithologists Union (Ornithological Monographs 36). 1985, p. 49-84..


CRAWSHAW JÚNIOR, P.G. Comparative ecology of Ocelot (Felis pardalis) and Jaguar
(Panthera onca) in a protected subtropical forest in Brazil and Argentina. PhD Thesis. University of Florida. 190 p. 1995.


DESSEN, E.M.B.; V.R. ESTON; M.S. SILVA; M.T. TEMPERINI-BECK & E. TRAJANO.
Levantamento preliminar da fauna de cavernas de algumas regiões do Brasil. Ciência
Cultura, 32(6): 714-725, 1980.


EMMONS, L.H. Neotropical Rainforest Mammals. A Field Guide. Chicago: The University of Chicago Press., 1990, 281p.


FIORI, A.P. Tectônica e estratigrafia do Grupo Açungui a norte de Curitiba. Inst. de
Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, Tese de Livre Docência, 1991, 261 p.


FIORI, A.P.; SALAMUNI,E.; FASSBINDER,E. Geologia da região de Bateias Bocaiúva do Sul. In: SBG, Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia, 3, Curitiba. Anais, 2:773-787, 1987.


FONSECA, G.A.B. et al. 1994. Livro Vermelho dos Mamíferos Brasileiros Ameaçados de
Extinção. Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte. 1994.


FONSECA, G.A.B. & KIERULFF, 1989. Biology and natural history of Brazilian Atlantic Forest small mammls. Bulletin Florida State Museum, Biological Sciences, 34:99-152.


FONSECA, G.A.B. The vanishing Brazilian Atlantic Forest. Biological Conservation, 334:17-34, 1985.


GALLETI, M. Fruits and frugivory in a Brazilian Atlantic Forest. Ph.D. thesis, University of Cambridge, Cambridge. 1996b.


GALLETTI, M. Comportamentos antipredatórios de quatro espécies de primatas no sudeste do Brasil. Rev. Bras. Biol. 56:203-209, 1996a.


GODOY, H.; CORREA, A.R. & SANTOS, D. Clima do Paraná. In: Fund. Inst. Agronômico do
Paraná. Manual do Agropecuário para o Paraná. Londrina (PR), 1976.


GRAEFE, A. R.; KUSS, F. R.; VASKE, J. J. Visitor impact management: the planning
framework. Washington: National Park and Conservation Association, 1990, 105p.


GRUPO DE ESTUDOS ESPELEOLÓGICOS DO PARANÁ - GEEP-Açungui. Avaliação Ecolôgica Rápida do Parque Estadual das Lauráceas (geomorfologia, espeleologia e recursos hídricos). (Relatório Interno - não publicado), 2000.


HAWES, M. Walking track management strategy for the Tasmanian wilderness world
heritage area. Parks and Wildlife Service: Hobart, 1998, 118p.


IBAMA/MMA. Roteiro metodológico para o planejamento de unidades de conservação de
uso indireto. versão 3.0, 1996, 110p.


IBAMA/MMA. Plano de manejo do Parque Nacional do Iguaçu. IBAMA. Brasília, 1999.
Disponível em:


KARMANN, I. & SANCHEZ, L. E. Distribuição das Rochas Carbonáticas e Provincias
Espeleológicas do Brasil. Espeleo-Tema., 13:112-117, 1979.


KARMANN, I. & SANCHEZ, L. E. Speleological Provinces in Brazil. In: IUS Congresso
Internacional de Espeleologia, 9, Barcelona, Anais, 1:151-153, 1986.


LIMA, R. X. de. Estudos Etnobotânicos em Comunidades Continentais da Área de
Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, Paraná - Brasil. Dissertação (Mestrado) - Setor
de Ciências Agrárias, UFPR. Curitiba, 1996.


MAACK, R. Breves notícias sobre a geologia do Estado do Paraná e Santa Catarina. Arq.
Biol. Tecnol., Curitiba, PR, 1947.
MÜLLER, P. 1979. Introducción a la

Zoogeografia. Barcelona, Editorial Blume. 232 p.
NATIONAL PARK SERVICE. The visitor experience and resource protection (VERP)
framework: a handbook for planners and managers. Denver: US Department of Interior,
National Park Service, 1997, 103p.


PARANÁ. Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Instituto Ambiental do Paraná. Lista
vermelha de animais ameaçados de extinção no Estado do Paraná. Curitiba,
SEMA/GTZ, 1995, 177 p.


SÃO PAULO (Estado). Fundação para a Conservação e a Produção Florestal. Parque
Estadual Intervales: plano de gestão ambiental. Fase 1. São Paulo: Fundação para a
Conservação e a Produção Florestal; Secretaria do Meio Ambiente, 1998, 256p.


SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Fauna Ameaçada no Estado
de São Paulo. São Paulo:SMA/CED, Série PROBIO/SP. 1998, 56p.


SCHERER-NETO, P. & STRAUBE, F.C. Aves do Paraná (história, lista anotada e
bibliografia). Curitiba, Ed. dos autores, V+79p. 1995.


SICK, H. Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1997, 862p.
UNEP-WCMC (UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME - WORLD CONSERVATION MONITORING CENTRE). United Nations List of Protected Areas. site http://www.unep-wcmc.org/protected_areas/data/wh/se_atlan.html (27 jun 2002).


VELOSO, H.P.; RANGEL FILHO, A.L.; LIMA, J.C. Classificação da Vegetação Brasileira
adaptada a um Sistema Universal. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística / Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, 1991, 123p.


VIEIRA, E.M. Estudo comparativo de comunidades de pequenos mamíferos em duas
áreas de Mata Atlântica situadas a diferentes altitudes no sudeste do Brasil. Tese de
Doutorado. Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, SP. 1999, 126 p.


ZILLI, A. L.; SVOLENSKI, A. C.; ZAKRZEWSKI, D. P. Relatório final das atividades de
levantamento e prospecção de atrativos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

SISFRON! EM DEFESA DA AMAZÔNIA.

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO MILITAR DA AMAZÔNIA
GABINETE DO COMANDO


O Exército Brasileiro na Defesa da Soberania na Amazônia


INTRODUÇÃO


A Amazônia é um dos poucos subsistemas mundiais ainda quase inexplorado pelo
homem e que, se bem utilizado pelo Brasil, pode se transformar em indutor do
desenvolvimento sustentável do País, baseado no aproveitamento das riquezas existentes na Região e na preservação ambiental.




Alguns projetos já foram implantados com sucesso, como a Zona Franca de Manaus, a
hidrelétrica de Tucuruí, o projeto de extração mineral de Carajás e o escoamento da
produção agrícola do Centro Oeste, pelos rios Madeira e Amazonas. Outros projetos estão sendo implantados como as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira e de Belo Monte no rio Xingu. Todos ainda muito aquém do potencial da Amazônia que possui 1/5 da água potável, 2/3 das reservas de energia elétrica, a maior floresta tropical e o maior banco genético e 30% de todas as espécies vivas do mundo, além de ser a maior província mineral do planeta.


Por essas características, pelo seu isolamento do centro de poder econômico e político do País e pela presença insípida das Instituições e Órgãos do Estado Brasileiro na Região e principalmente na fronteira, os problemas crescem de importância, como o tráfico de armas e drogas, a questão das reservas indígenas, a
biopirataria, a manipulação de dados sobre a preservação da floresta entre outros.
Sua posição geopolítica, no centro da América do Sul, lhe confere importância estratégica mas também lhe traz a convivência com parte dos problemas dos países os quais o Brasil tem fronteira(Guiana Francesa, Suriname, Guiana,
Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia). Nessa situação, por meio das fronteiras terrestres sofre influência da conjuntura existente nesses países caracterizada principalmente pela narcoguerrilha, pelo neopopulismo, pelo aumento de poder militar e por movimentos autonomistas.


As condicinantes acima, aliadas às dimensões amazônicas de 5.029.322 km² de área,
às distâncias a percorrer (mais de 2.000 Km de norte a sul e de 3.000 Km de leste a oeste), à carência de infra-estrutura de transportes e à rarefeita população dos seis Estados da Federação que conformam a região, demandam uma grande preocupação com a Defesa da Amazônia Brasileira.


As “preocupações” existentes por parte Exército na Amazônia, segundo sua missão
constitucional, podem ser traduzidas em quatro grandes questões: assegurar a soberania nas fronteiras terrestres, dissuadir e combater atividades ilícitas, proteger as riquezas do subsolo e dar credibilidade às ações de defesa da área.
Há que se destacar que na Amazônia nada se faz sozinho. A atuação conjunta e o
entendimento da perfeita necessidade de integração do Exército com as demais Forças
(Marinha e Aeronáutica), com as Instituições e Órgãos do Poder Público (Polícia Federal, Receita Federal, Polícia Militar Estadual, FUNASA, FUNAI, IBAMA, DNIT, Ministério das Cidades, entre outros) e, também, com a população da área é que permitem que essas ações tenham alto índice de sucesso.


DESENVOLVIMENTO


A articulação logística e operacional do Comando Militar da Amazônia permite cumprir sua missão constitucional que é definida pela constituição articulação logística está estruturada em duas Regiões Militares, a 8ª Região Militar na Amazônia
Oriental e a 12ª Região Militar na Amazônia Ocidental, que planejam e executam as funções logísticas de suprimento,transporte, manutenção,saúde e recursos humanos.
A função logística de Engenharia é executada pelo Grupamento de Engenharia com quatro Batalhões e uma Companhia de Engenharia de Construção.


A articulação operacional está conformada por cinco Brigadas de Infantaria de Selva e a 8ª Divisão de Exército, com sede em Belém-PA (quadro Nr 4). A 1ª Brigada de
Infantaria de Selva, com sede em Boa Vista-AM; a 2ªBrigada de Infantaria de Selva, com sede em São Gabriel da Cachoeira-AM; a 16ª Brigada de Infantaria de Selva,
com sede em Tefé-AM; a 17ª Brigada de Infantaria de Selva, com sede em Porto Velho-RO e a 23º Brigada de Infantaria de Selva, com sede em Marabá-PA (quadro Nr 5).
O efetivo do Exército na Amazônia em 1950, era de apenas 1.000 militares em toda a Região. A partir da década de 90, Brigadas foram transferidas do centro-sul
do País para reforçar as ações de defesa na Amazônia. Consoante com a prioridade estabelecida pelo Exército Brasileiro a 1ª Brigada de Infantaria de Selva veio de
Petrópolis-RJ, a 2ª Brigada de Infantaria de Selva de Niteroi-RJ e a 16ª Brigada de Infantaria de Selva de Santo Ângelo-RS perfazendo, hoje, em todo o Comando Militar da Amazônia um efetivo de aproximadamente 26.500 militares. Esse esforço do Exército foi para responder em melhores condições a defesa dos interesses nacionais na Região sendo importante destacar, nesse contexto, a “estratégia da presença seletiva” que permitiu ao Exército Brasileiro sediar suas Organizações Militares (OM) em localidades consideradas estratégicas. Especial destaque deve ser feito para os 27
(vinte e sete) elementos de fronteira: as Companhias Especiais de Fronteira (CEF), os
Pelotões Especiais de Fronteira (PEF) e os Destacamentos Especiais de Fronteira (DEF) quecumprem a dupla missão de defesa da pátria e colaboram com o desenvolvimento nacionalcom o lema: “Vida, Combate e Trabalho” nos 11.000 Km de fronteira terrestre.


As ações de defesa do Estado Brasileiro na Região Amazônica, porém, necessitam ser ampliadas, assim, de acordo com a Estratégia Nacional de Defesa (END) foi elaborado o Plano Amazônia Protegida, por parte do Exército Brasileiro, que envolve o aumento da presença militar na área e o uso de tecnologia de monitoramento das fronteiras para salvaguardar os interesses nacionais. O Programa Amazônia Protegida é apenas a vertente do Exército para ações muito mais amplas de defesa da soberania brasileira na Amazônia que se integra, ainda, com os planos da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira.


Perspectivas Futuras


As perspectivas futuras para a Amazônia estão assentadas em um realístico planejamento de defesa, coerente com a estatura política, econômica e geoestratégica projetada para o País até o ano de 2030. O Programa Amazônia protegida contempla várias ações de curto, médio e longo prazo, ao longo de vinte anos, com aporte de recursos do Governo Federal para a sua implantação. Prevê a modernização das instalações militares existentes, a construção de novas estruturas militares e a aquisição de modernos equipamentos de defesa e de monitoramento da fronteira. O efetivo do Exército Brasileiro na Região sofrerá um significativo aumento perfazendo uma presença, de aproximadamente 48.000 homens, projetada para 2030. Equipamentos de avançada tecnologia para a interligação e aumento da mobilidade da tropa compatível com a dimensão da Amazônia e da sua importância estratégica para as gerações futuras.


Para que esse objetivo seja possível, se faz necessário um eficiente e eficaz sistema de monitoramento que integre a atuação das Forças Armadas e das Instituições e Órgãos do poder público.
O Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON – quadro Nr 07) é a proposta do Exército Brasileiro para a vigilância das fronteiras que norteará a “Atuação Conjunta e Multi-setorial” de defesa da Amazônia. O SISFRON ampliará a capacidade de controle das fronteiras terrestres, atualizando e integrando todos os subsistemas de monitoramento existentes:sensores (sensoriamento; comunicações; segurança das informações e comunicações; apoio à decisão; SISFRON O Programa Amazônia Protegida está inserido no Plano de Articulação do Exército Brasileiro na Amazônia e na Estratégia Nacional de Defesa. Contempla ações que visam fortalecer a presença militar na Região por meio de um estratégico posicionamento de tropas articuladas na fronteira e em profundidade. Prevê ainda a dotação de capacitação; simulação; logístico e gestão), agregando outros meios modernos de sensoriamento (equipamentos de comando e controle; sistema de apoio à decisão; sensores de HF, VHF, satelitais, meteorológicos, óticos e térmicos; radares de rastreamento aéreo,
hidroviários e terrestres; centros de operações; centros de simulação; veículos aéreos não-tripulados; satélites de comunicações e satélites de observações) que estarão em contato direto com os atuadores (tropa, Instituições e Órgãos do poder público) mais próximos ao ilícito que, após a tomada de decisão, responderão com o emprego de pessoal e meios adequados à situação.


Os meios de monitoramento estão previstos para serem instalados nas diversas Organizações Militares do Exército Brasileiro existentes na Amazônia e naquelas previstas para serem implantadas no Programa Amazônia Protegida. O prazo de execução do SISFRON é de 10 anos, mediante a implantação de cinco módulos e aporte de recursos na ordem de R$ 4 Bilhões.


CONCLUSÃO


O Exército Brasileiro e as Forças Armadas possuem capacidade de planejar e pensar o Brasil das próximas gerações de forma coerente com a estatura geopolítica do País. Para que os planejamentos possam ser exeqüíveis, há necessidade de alocação dos recursos propostos e o entendimento da sociedade, por meio de seus representantes nos poderes executivo e legislativo, de que o investimento na defesa da Amazônia, ao longo dos próximos vinte anos, permitirá maior controle desse patrimônio e o uso seguro de suas riquezas pelo país, sem as quais corremos o risco de manter a região isolada e atrair interesses de outras nações.

A Amazônia é um patrimônio que nos foi legado pelos portugueses e por gerações de brasileiros que nos antecederam. Temos o dever patriótico de entregá-lo aos nossos sucessores. A defesa dessa área e o uso sustentável de suas riquezas pelas próximas gerações, certamente será a base para o desenvolvimento do Brasil do futuro.
As Forças Armadas e em particular o Exército Brasileiro presentes na região quando da formação da nação tem mantido o seu compromisso secular de proteger e defendê-la, ampliando sua atuação na área. Entretanto, as potencialidades da Amazônia têm despertado cobiça em todos os cantos do planeta, de onde se depreende que as “Ações de Defesa” da Região devem ser uma prioridade do Estado Brasileiro e não simplesmente das Forças Armadas. A defesa da Amazônia deve corresponder aos anseios dessa grande nação para que esse patrimônio seja utilizado como instrumento de desenvolvimento pelas gerações futuras.


Selva!


VOCÊ QUER SABER MAIS?


SE VOCÊ É BRASILEIRO VOCÊ TÊM O DEVER DE SABER MUITO MAIS!


http://www.exercito.gov.br/05notic/paineis/2010/06jun/img/transform.pdf


http://www.tecnodefesa.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1543:atech-desenvolvera-junto-com-o-exercito-o-sistema-integrado-de-monitoramento-de-fronteiras-sisfron&catid=35:noticias&Itemid=55


http://www.portaltransparencia.gov.br/despesasdiarias/empenho?documento=160528000012010NE900746

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A AMAZÔNIA É NOSSA!

EM DEFESA DA AMAZÔNIA BRASILEIRA.


CIGS: o lado oculto




Acima O CIGS foi o responsável pela retomada dos estudos visando a utilização de duplas de caçadores (Snipers) nas unidades de guerra na selva do Exército Brasileiro. O atirador da foto utiliza a roupa de camuflagem aprovada pelo CIGS e o fuzil Imbel Fz .308 AGLC, no calibre 7,62x 51mm, especialmente desenvolvido para uso por atiradores de elite.




A excelência do trabalho do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) do Exército Brasileiro justifica sua reputação como uma das melhores — senão a melhor — instituição do gênero no mundo. Este artigo cobre uma faceta pouco divulgada do CIGS, mostrando seu papel como desenvolvedor da doutrina de operações na selva da Força Terrestre.


A selva é tudo


O Exército Brasileiro leva a selva e o combate na selva muito a sério. Afinal de contas, o país é possuidor da maior parte da mais extensa floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica, que por sua vez abriga a maior biodiversidade do planeta. Não bastasse isso, além das riquezas que podem advir da correta exploração dessa biodiversidade, sob o solo amazônico encontram-se incalculáveis reservas minerais. E o Exército demonstra a importância que dá a essa região sediando em Manaus, capital do Estado do Amazonas — que, a propósito, mantém 95% de sua cobertura vegetal intocada — a sede do CIGS.




Um grupo de guerreiros de selva desloca-se pela floresta. O primeiro elemento, o esclarecedor, consulta um receptor GPS que só é usado para fins de instrução, uma vez que seu uso é desestimulado no dia-a-dia. Notar a escopeta calibre 12 levada pelo soldado (Foto: Raimundo Valentim).


Como estabelecimento encarregado de preparar homens e tropas para a defesa da Amazônia brasileira, o CIGS tem as seguintes missões:


- especializar oficiais, subtenentes e sargentos em operações na selva;


- orientar e adestrar forças da área da Amazônia e de outras regiões para as operações na selva;


- testar o material de emprego militar voltado para as operações na selva e propor novos equipamentos;


- estabelecer e validar a doutrina de emprego de forças em operações na selva.
Com a responsabilidade de fomentar e desenvolver a doutrina de guerra e operações na selva, o CIGS mantém, em seu organograma, a Divisão de Doutrina e Pesquisa, composta de duas seções: a Seção de Doutrina e a Seção de Pesquisa. E são os oficiais lotados nessas seções os responsáveis por tudo o que diz respeito ao aperfeiçoamento das técnicas e táticas de emprego dos combatentes, armamentos e de equipamentos de guerra na selva.


Ser selecionado para o curso de operações na selva do CIGS é uma meta para muitos militares brasileiros e estrangeiros. Conseguir se formar e conquistar o almejado “Brevê da Onça” é um objetivo atingido por poucos: para ser mais exato, são menos de quatro mil, até hoje. E não é para menos: o ambiente de selva, que já é extremamente hostil ao homem, tem seus efeitos físicos sobre o corpo do combatente amplificados pelo clima quente e úmido. Assim, os testes físicos são rigorosos, e têm início logo na chegada dos candidatos ao Curso de Operações na Selva (COS). Nenhum homem com preparo físico abaixo do exigido é aceito no curso, uma vez que o resultado seria perigoso tanto para ele como para seus colegas. Portanto, julgamos oportuno divulgar o trabalho de dois departamentos do CIGS: seu laboratório e o seu Zoológico.


O laboratório do CIGS


Na selva, a sensação de ter o metabolismo alterado é massacrante. Apesar de estar sempre molhado, seja pela chuva, pela travessia dos inúmeros cursos d’água (rios e paranás), lagos, igapós e igarapés, ou simplesmente pela transpiração, o combatente está sempre com sede. Os cuidados com a alimentação devem ser enormes, pois problemas intestinais que provocam diarréia agravam o quadro. A perda de oito, dez e até 20 quilos em operações prolongadas na selva é comum para os guerreiros de selva.
Exatamente devido ao impacto que o ambiente provoca sobre o corpo do combatente de selva, um dos principais trabalhos exercidos no CIGS para aumentar a eficiência do combatente de selva é aquele desenvolvido em seu Laboratório, subordinado à Divisão de Saúde. Por meio de parceria com a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Hospital Geral de Manaus (HGeM), é desenvolvido o Projeto de Pesquisa e Monitoramento Clínico-Laboratorial do Combatente de Selva. Este projeto tem por objetivo acompanhar o perfil corporal, hematológico, urinário, parasitológico intestinal e bioquímico dos alunos do COS, proporcionando dados valiosos sobre as alterações que a internação prolongada do combatente na selva produz no organismo humano. Os resultados desta pesquisa vêm sendo usados para a otimização do desempenho do guerreiro de selva brasileiro.




O Zoológico do CIGS foi ampliado e reformado há poucos anos, através de convênio entre o Exército, o Governo do Estado do Amazonas, a Prefeitura de Manaus e a Suframa (Foto: CIGS).




Um oficial médico retira sangue de um soldado, para a realização de testes que avaliam as condições físicas dos guerreiros de selva (Foto: CIGS).


Mais do que um Zoológico


O Zoológico do CIGS foi idealizado e construído no comando do Ten Cel Jorge Teixeira de Oliveira, tendo iniciado suas atividades em 1967, com o objetivo de transmitir aos alunos dos Cursos de Operações na Selva conhecimentos sobre a fauna amazônica. No mesmo ano foi aberto ao público externo, tornando-se ponto turístico da cidade de Manaus e recebendo visitantes de todo o mundo.
Recentemente o Governo do Estado do Amazonas, a Prefeitura Municipal de Manaus e a Superintendência da Zona Franca de Manaus apoiaram o projeto de modernização das antigas instalações, com a finalidade de aumentar não só o número de recintos para melhor abrigar as espécies da floresta amazônica como também para melhor acolher o público visitante. Atualmente o Zôo possui exemplares de quelônios, jacarés, mamíferos e aves, num total de 430 animais, com mais de 60 espécies diferentes.
Assim, além de servir para aproximar o Exército da sociedade civil, o Zoológico do CIGS cumpre importante papel na formação dos combatentes de selva, pois a instrução referente à sobrevivência na selva culmina com os ensinamentos sobre a utilização da fauna e da flora como fontes de alimento. Essa é uma das maiores tarefas da Divisão de Veterinária do CIGS, responsável pelo Zôo. Além disso, na selva os animais não são vistos com facilidade, e com freqüência ocorre que, durante um curso inteiro, os alunos não vêem nenhum animal. Por isto, os animais apresentados têm de ser observados e estudados constantemente, proporcionando subsídios à instrução.


Atenção aos detalhes


O papel do CIGS e de sua Divisão de Doutrina e Pesquisa no aperfeiçoamento do combatente de selva brasileiro vai muito além de pesquisar e ensinar a construção e uso de abrigos e armadilhas, emprego de armas e equipamentos, etc. Chega-se ao nível de detalhar, por exemplo, o tipo de tecido ideal para uso nos uniformes, a técnica de amarração ideal dos cadarços usados nos coturnos, a composição da ração operacional, o projeto de uma rede de selva adequada, e muitos outros.




Acima A rede de selva aprovada pelo CIGS, com mosquiteiro, compartimento sob o leito e toldo impermeável. Os tirantes de lona nas laterais servem para o trespassamento de hastes de madeira, de modo a utilizar a rede como maca (Foto: Raimundo Valentim).




O coturno de selva, com o sistema de amarração aprovado pelo CIGS, e amostra do uniforme atual (Foto: Raimundo Valentim).


A definição de um tecido ideal para ser usado na confecção dos uniformes foi tarefa para vários anos, até se chegar ao modelo atual, com percentuais ideais de polyester e algodão, de forma a permitir a secagem rápida do uniforme, constantemente exposto à umidade, sem que apresente desconforto ao militar. O mesmo empenho foi aplicado ao estabelecimento da técnica de amarração dos cadarços dos coturnos, de modo a permitir sua rápida desamarração ou mesmo o corte com faca, para que o combatente possa liberar rapidamente seu equipamento e nadar com maior desenvoltura, se isso significar sua sobrevivência na hipótese de, por exemplo, cair em águas profundas e turbulentas.
A definição da composição da ração operacional também mereceu por parte do CIGS intensos estudos, incluindo a análise de rações utilizadas por exércitos de outros países. A ração do exército americano, por exemplo, foi analisada e testada no ambiente da selva amazônica. Devido ao seu elevado teor de gordura, foi constatado que o combatente de selva que fizesse uso dela estaria fora de combate em menos de três dias, com sérios problemas intestinais e diarréia. A ração brasileira, além de estar adaptada ao paladar do soldado brasileiro —com pratos como arroz e feijão, carne assada e frango , tem elevado teor protéico e de fibras.




Acima Um dos instrutores do CIGS, Sargento Ricci, explica o funcionamento de diversos tipos de armadilhas, utilizando-se de maquetes (Foto: Raimundo Valentim).




Saco de ração operacional e seu conteúdo, incluindo os acessórios (Foto: Raimundo Valentim).


Também faz parte das responsabilidades do CIGS instruir os participantes dos Cursos de Operações na Selva sobre o correto uso dos recursos da floresta, seja para a construção de armadilhas (voltadas aos oponentes, ou à caça e pesca), cuidados com animais peçonhentos, e como usar animais e vegetais para os mais diversos fins, incluindo a alimentação. Frutas e animais comestíveis abundam na floresta, assim como os venenosos ou tóxicos. Note-se que, entre os animais considerados comestíveis, encontram-se algumas larvas e insetos de aspecto nada apetitoso para o homem da cidade.
Se a selva já é extremamente perigosa e desconfortável durante o dia, à noite o perigo e o desconforto são ainda maiores. Para permitir que o guerreiro de selva possa manter e recuperar suas energias, com repouso e conforto adequados, e mantendo-se a salvo de mosquitos, ofídios, aracnídeos e outros riscos, o CIGS não mediu esforços para desenvolver uma rede de selva ideal. O modelo aprovado e em uso atualmente possui mosquiteiro, toldo para abrigo da chuva (que, sendo impermeável, também pode ser usado para recolher a água da mesma), compartimento na parte inferior para armazenar as armas e os equipamentos individuais do combatente, e tirantes de lona resistentes nas laterais, que permitem sua transformação em uma maca improvisada, simplesmente passando-se duas hastes de madeira nas laterais.


Armas e equipamentos


Uma das maiores responsabilidades da Divisão de Doutrina e Pesquisa do CIGS é a avaliação e aperfeiçoamento de armas, visando seu emprego na Guerra de Selva. O ditado sempre lembrado pelos homens do CIGS é o que diz que “A selva não pertence ao mais forte e sim ao mais habilidoso, ao mais resistente e ao mais sóbrio”. Assim, o CIGS tem sido nos últimos anos um dos mais importantes atores no desenvolvimento da chamada “Estratégia de resistência” do Exército Brasileiro, para a eventualidade de um confronto militar entre nossas forças e as de um país ou coligação de países com poderio militar bem superior.




Armas testadas e utilizadas nas instruções do CIGS. O Fuzil Pára-FAL à direita está equipado com um visor noturno de fabricação israelense, com capacidade de telemetria (Foto: Raimundo Valentim).




A besta usada pelas tropas de selva brasileiras é precisa e tem alcance de 700 metros, sendo capaz de atravessar um corpo humano a cerca de 100 metros (Foto: CIGS).


Diversas armas, táticas e equipamentos vêm sendo exaustivamente testados, modificados ou aperfeiçoados pelo EB nos últimos anos, com vistas ao seu emprego na guerra de selva. Muitos são aprovados e muitos são recusados. A constatação de que equipamentos receptores GPS não funcionam corretamente sob a densa cobertura vegetal da floresta, por exemplo, fez com que o Exército restringisse seu uso somente à instrução e a casos nos quais a determinação de coordenadas precisas é imprescindível, como numa evacuação aeromédica. Nesta situação, entretanto, o militar com o receptor seria obrigado a se deslocar até uma clareira ou até a margem de um rio para usar o equipamento. No dia a dia das operações de selva do Exército, o que se usa são as tradicionais cartas e bússolas. Forças excessivamente dependentes de recursos tecnológicos como o GPS poderiam ficar em sérios apuros na Amazônia.
No que se refere ao armamento individual do guerreiro de selva, o EB tem, ao mesmo tempo, o problema e a solução. Fuzis de assalto de diversos tipos foram e são avaliados, incluindo armas de alta qualidade, como o fuzil alemão Heckler & Koch HK33 e o norte-americano M16A2, ambos no calibre 5,56mm, e o tradicional FAL do Exército Brasileiro, no calibre 7,62mm. O fuzil padrão das tropas de selva brasileiras é o Pára-FAL, a versão com coronha rebatível, usada também pelas tropas pára-quedistas brasileiras e outras unidades. O Pára-FAL tem se mostrado a arma ideal para emprego na selva por suas características de peso, rusticidade e simplicidade de manuseio. Por outro lado, sua substituição no futuro será, certamente, um sério problema para o Exército. O calibre 5,56mm, usado na maior parte dos modernos fuzis de assalto, é considerado inadequado para o combate de selva, devido ao pequeno peso do projétil e à sua tendência de assumir uma trajetória instável ao colidir com pequenos obstáculos, como folhas e galhos de árvores. Isso acaba retirando do projétil muita energia e, consequentemente, poder de parada (stopping power).




Acima Tanto o lança-chamas (à esquerda) quanto o lança-granadas (à direita) tiveram seu uso por parte dos combatentes de selva do EB aprovado pelo CIGS (Foto: Raimundo Valentim).


O respeito que o Pára-FAL conquistou entre os combatentes de selva justifica-se, por exemplo, pelo resultado de um teste realizado numa das bases de instrução do CIGS, quando um exemplar de cada do HK33, do M16A2 e do Pára-FAL foram comparados, com o objetivo de determinar sua resistência às condições da floresta. Numa manhã, cada uma das armas recebeu limpeza e a necessária manutenção, de acordo com as recomendações do fabricante, foi municiada e colocada sobre cavaletes de madeira, e exposta ao Sol e à chuva durante todo o dia e a noite seguinte.
Pela manhã do outro dia, um oficial retirou o HK33 do cavalete e tentou disparar uma rajada contra um alvo: a arma travou várias vezes. Ao repetir a experiência com o M16A2, verificou-se que este não disparou um só tiro, pois estava grimpado. Finalmente, o oficial dirigiu-se ao Pára-FAL, conhecido como “pit-bull” entre a tropa e, surpreendentemente, não somente conseguiu descarregar todo o pente no alvo, como ainda remuniciou a arma e repetiu a dose. Este oficial confidenciou ao autor que não coloca em dúvida a qualidade das outras duas armas, mas o teste evidencia o fato de que ambas necessitam de muito mais cuidados e manutenção do que o tradicional e confiável Pára-FAL.




Acima A eficiência da roupa de camuflagem (Ghilie Suit) utilizada pelos caçadores (snipers) do EB na Amazônia é demonstrada nesta foto (Foto: CIGS).


Mas as armas disponíveis para o uso na selva não se resumem ao fuzil, à faca de combate e ao inseparável facão de mato. Armas incomuns, como bestas e até mesmo a tradicional zarabatana dos indígenas da região, podem fazer parte do arsenal do guerreiro de selva. Os modelos de bestas usados têm grande precisão e poder de penetração, podendo atravessar um corpo humano a quase 100 metros de distância. Silenciosa e mortal, a besta é considerada uma arma excelente para eliminar sentinelas. O mesmo se aplica à zarabatana, principalmente associada a dardos com venenos cujo preparo é um segredo bem guardado pelo EB e pelos soldados indígenas que, em número cada vez maior, engrossam as fileiras dos Batalhões de Selva na Amazônia, com excelente avaliação por parte de seus comandantes.
A importante participação dos índios brasileiros na formação das tropas de selva brasileiras pôde ser exemplificada durante a Operação Ajuricaba II, em outubro/novembro de 2003, quando as Forças do Partido Azul, responsáveis pela defesa da região, usaram soldados indígenas como rádio-operadores. Falando em sua própria língua, eles evitavam que as comunicações fossem decifradas pelas forças invasoras, ou Partido Vermelho, compostas por elementos da Brigada Pára-quedista, Fuzileiros Navais e outras tropas de elite, sediadas em diferentes regiões do país. Essas, diga-se de passagem, tinham efetivos maiores e eram dotadas de armas e equipamentos de alta tecnologia, tendo total controle sobre o espectro eletromagnético na área da operação.




Instrutor do CIGS durante aula do COS a oficial da Legião Estrangeira da França, um Comando do Exército Argentino e um membro das Forças Especiais do Exército do Equador (Foto: CIGS).


Num conflito na Amazônia, as forças de selva do EB agiriam em pequenas frações, mas capazes de inflingir pesadas perdas ao adversário, fazendo uso do seu conhecimento da floresta para desaparecer sem deixar vestígios. Dentro deste espírito, uma tática que voltou a ter força dentro do EB nos últimos anos foi o emprego de equipes de atiradores de elite (snipers), denominados "caçadores" no Exército. Uma equipe de caçadores é formada por dois sargentos, sendo um o atirador (o sniper, propriamente) e o outro o observador (spotter). A arma já testada e aprovada para o uso por essas equipes é o fuzil Imbel Fz .308 AGLC, de projeto e fabricação nacionais. O AGLC é uma arma de precisão baseada na ação Mauser, de reconhecida e inegável confiabilidade e segurança. Com um cano flutuante, tipo “match”, forjado a frio e adaptado para o tiro com luneta, e usando munição 7,62 x 51mm, a arma saiu-se muito bem quando comparada a diversos tipos de fuzis de precisão de fabricação estrangeira. O tipo de camuflagem (ghillie suit) usado pelas equipes de caçadores também já teve sua eficiência determinada pelo trabalho do CIGS.
Outra arma testada e adotada para uso por tropas de selva é a tradicional escopeta calibre 12, empregada pelos esclarecedores dos grupos de combate. Como o esclarecedor é o elemento que vai à frente da formação, precisa de uma arma com o máximo de poder de fogo, para a possibilidade de um encontro com uma patrulha inimiga. Outras armas que tiveram seu uso aprovado para guerra na selva graças aos estudos realizados pelo CIGS foram o lança-granadas de 40 mm e o lança-chamas.




Um “cachê” aberto, mostrando seu conteúdo. No caso, rações de combate. Camuflados, dificilmente são percebidos pela tropa adversária, nativos ou animais (Foto: Raimundo Valentim).


Mas o trabalho desenvolvido pelo CIGS em busca de meios que possam fazer valer a chamada “estratégia de resistência” foi ao ponto de testar e aprovar o emprego da tradicional e popular carabina Puma, modelo Winchester, de ação por alavanca, fabricada pela empresa Amadeo Rossi, enquanto a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) fabrica sua munição, calibre .38. A idéia por trás disso era encontrar uma arma que fosse de fácil manuseio, relativamente precisa e barata, que pudesse ser distribuída para reservistas e mesmo entre a população civil, no evento de uma intervenção militar estrangeira na Amazônia, e cuja munição fosse facilmente encontrada no comércio. Nos testes realizados pelo CIGS, ficou demonstrado que a carabina Puma pode ser precisa em distâncias superiores a 100 metros. Bons atiradores conseguem tiros precisos a quase 200 metros. E, na opinião dos oficiais instrutores do CIGS, 100 metros pode ser a largura de uma margem a outra de um rio, separando o atirador com a Puma de uma fração de tropa inimiga.
Uma tática desenvolvida pelo CIGS e já disseminada entre as tropas de guerra na selva é o emprego de “cachês”, como meio de pré-posicionamento de armas, munição, medicamentos, rações e outros suprimentos fundamentais às frações de tropa. Os cachês são, basicamente, depósitos de suprimentos enterrados, com a finalidade de ressuprimento de tropas nacionais, que estejam operando em nosso território, em área sob intervenção de uma nação ou força multinacional incontestavelmente superior, em meios, à brasileira. Os cachês são enterrados em locais de difícil acesso e percepção pelo invasor, mas de fácil abordagem pela tropa interessada. Os buracos são resistentes a intempéries, forrados por madeiras nas laterais e com drenagem no fundo, sendo usados para acondicionar containers de fibra de vidro com suprimento para pequenas frações (10 a 15 homens). A camuflagem dos “cachês” é tão eficiente que não eles são percebidos por animais ou nativos.




Combat Boat CB90H, produzido na Suécia, analisando seu uso da Bacia Amazônica (Foto: Dockstavarvet AB).


O trabalho do CIGS na avaliação de armas e equipamentos, bem como de toda tática ou meio que aumente as já superlativas capacidades dos guerreiros de selva brasileiros, não pára. Ainda no primeiro semestre de 2004, o CIGS deverá se envolver na avaliação de um exemplar do Combat Boat CB90H, uma lancha produzida pela empresa sueca Dockstavarvet AB, que deverá enviar um exemplar a Manaus em abril. O CB90H é capaz de transportar 20 soldados totalmente equipados (o equivalente a cerca de 2,8 toneladas), em velocidades de até 40 nós e com relativo conforto, mesmo em condições climáticas adversas, sendo capaz de realizar abicagens violentas em praias ou margens de rios, ocupadas por forças adversárias. As tropas desembarcam através de uma rampa lançada por sobre a proa. O CB90 é largamente utilizado pela marinha sueca (172 unidades do CB90H), e foi exportado para a Noruega (20 CB90N), Malásia (17 CB90H) e México (40 CB90H).


O projeto Búfalo


Uma das primeiras preocupações do CIGS era resolver a questão do transporte de armas, munição, água, rações e outros equipamentos por frações de tropa empenhadas na guerra de selva. Assim, na busca de um meio de transporte eficiente e de baixo custo para o ressuprimento nas operações na selva, tentou-se a utilização de animais de carga ou que pudessem ser adestrados para esse fim.
Uma das primeiras tentativas desenvolvidas pelo CIGS foi durante o Comando do Cel Gélio Fregapani, com a utilização de uma anta, criada desde cedo no zoológico do Centro com este fim. A experiência infelizmente não obteve sucesso, já que o animal, selvagem, jamais aceitou que fosse transportada qualquer carga nas costas.




Um búfalo da raça Mediterrâneo equipado com o colete especialmente desenvolvido pelo CIGS para o transporte de suprimentos diversos. O animal, equipado com este colete, suporta o seu próprio peso em carga, ou cerca de 400 kg (Foto: CIGS).


Outra tentativa, também frustrada, mas que começou a demonstrar a validade do conceito da utilização de animais, foi executada a partir de 1983 com a utilização de muares. Estes, apesar de historicamente já haverem sido bastante utilizados, não só pela população civil como em operações militares, infelizmente não se adaptaram à Amazônia, sendo que o principal problema verificado foi de natureza veterinária. O animal teve sérios problemas com apodrecimento de cascos e doenças de natureza epidérmica.
Com a continuidade dos estudos chegou-se finalmente ao búfalo, animal já criado com sucesso na Amazônia em pelo menos quatro espécies, rústico e com diversas características que foram ao encontro das necessidades militares para o emprego de animais.
O chamado Projeto Búfalo nasceu em 2000, e tem demonstrado ser uma das soluções para as necessidades das tropas de selva brasileiras, devido à resistência do animal, sua adaptação ao ambiente e, principalmente, à sua capacidade de transportar 400 kg ou mais de carga no lombo, ou até três vezes isso quando tracionando carroças. A história completa do Projeto Búfalo, por si só, já mereceria uma matéria à parte, que poderá vir a ser tratada em uma futura edição.


Defendendo a Amazônia brasileira


Para os oficiais, subtenentes e sargentos do Exército Brasileiro, completar o Curso de Operações na Selva é uma das maiores honras a conquistar em suas carreiras. O CIGS, que já formou quase quatro mil especialistas em guerra na selva durante sua existência, cumpre assim o seu papel de formulador da doutrina de guerra na selva do Exército Brasileiro, pois esses oficiais e sargentos, que tão duramente conquistaram o direito de usar em seus uniformes o almejado “Brevê da Onça”, agirão como elementos disseminadores de tudo que aprenderam em sua passagem pelo CIGS, em toda unidade por onde passarem em suas carreiras. Muitos retornarão ao Centro, como instrutores, formando novas gerações de guerreiros de selva. Após sua formação, ao deixarem pela última vez a unidade, atravessando o portão da guarda e ouvindo o tradicional grito de “Selva!”, saberão que, na floresta, nunca mais se sentirão como caça. São agora caçadores, prontos a defender a brasileira Amazônia.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


www.cigs.ensino.eb.br/


www.cigs.com.br/


www.exercito.gov.br/06OMs/centros/cigs/indice.htm

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

HADITH E SUNNAH!

Hadith




A Hadith (الحديث, pl. Ahadith) é um corpo de leis, lendas e histórias sobre a vida de Maomé, (estas histórias chamam-se em Árabe Sunnah e incluem a sua biografia ou sira) e os próprios dizeres nos quais ele justificou as suas escolhas ou ofereceu conselhos; muitas partes da Hadith lidam com os seus companheiros (Sahaba).
Para a maioria dos muçulmanos, a hadith contém uma exposição com autoridade dos significados do Corão. A lei islâmica é deduzida dos actos, afirmações, opiniões e modos de vida de Maomé. Muçulmanos tradicionais acreditam que os académicos islâmicos dos passados 1400 anos foram bem sucedidos na maior parte em determinar a exactidão de boa parte da hadith com que lidaram.


A literatura, como um todo, foi passada de geração em geração oralmente até meados do século VIII (menos de 100 anos após a morte de Maomé e seus companheiros), ponto a partir do qual foram escritas colecções da Hadith. Mais tarde, elas foram editadas. Este processo chamou-se de isnad, e tomou duas formas:


• musnad - classificação de acordo com os nomes dos tradicionalistas


• musannaf - classificação de acordo com o tema; editada de acordo com o conteúdo.


Os diferentes ramos do Islão (Sunitas e Xiitas) aceitam diferentes colecções da hadith como genuínas.
Tal como o Talmude está para a Torá no Judaísmo, a Hadith está para as leis do Corão no Islão. A Hadith é a interpretação autoritativa do Corão, mesmo quando a prática corrente está em conflito com o significado do texto. A lei islâmica tem alguma flexibilidade, já que algumas tradições do profeta foram anuladas por outros dizeres posteriores dele.


Suna




A palavra árabe Suna significa ‘um caminho’, e logo, suna do profeta significa os caminhos do profeta, ou aquilo que é normalmente conhecido como Tradições do Profeta. Terminologicamente, a palavra “Suna” significa também os feitos, dizeres e aprovações do Profeta Maomé durante os seus 23 anos de profeta, e isto significa que tudo o que ele disse, fez ou aprovou durante o seu tempo como profeta e mensageiro de Alá é considerado uma suna, e os muçulmanos têm de seguir e praticar as suas tradições. Os registros validados (a "hadith") desse "caminho", constituem um exemplo moral para os muçulmanos.


Suna, deste modo, é a segunda fonte da lei islâmica após o sagrado Corão. O sagrado Corão, que é a palavra de Alá incorporada no livro chamado “Mus-haf”, e a Suna incorporada em muitos livros, os mais importantes sendo: Sahih Bukhari, Sahih Muslim, Sunan An-Nasai, Sunan Attirmidhi, Sunan Ibn Majah, e Sunan Abu Daud, que perfazem um corpo de lei islâmica e directivas divinas para muçulmanos em todo o mundo.


A Suna, ao contrário da Hadith, é o caminho ou feitos do Nobre Profeta Maomé durante o seu período de profecia enquanto que a Hadith é uma colecção de suas narrações e aprovações durante o mesmo período.
As duas palavras são praticamente equivalentes quando se referindo às tradições do Profeta, mas na verdade existe uma diferença entre as duas. Hadiths são classificadas quanto ao seu estatuto, em relação aos seus textos e à sua cadeia de transmissores. Académicos de Hadiths estudaram a Suna do profeta desde o seu contexto bem como os seus transmissores por forma a estabelecer o que é verdade e o que é falso nestes hadiths.


Através da pesquisa do transmissores da Hadith, académicos da Hadith chegaram a um sistema para saber as diferentes categorias da Hadith, e de como avaliar o texto por forma a estabelecer se ele é correcto, bom, fraco ou falso.
A Suna deve ser distinguida da fiqh, que são as opiniões de juristas religiosos, e o Corão, que é uma revelação em si e não um registro.


VOCÊ QUER SABER MAIS?


http://www.islamismo.org/