Os nativos do Brasil: No
território do Brasil atual, os portugueses entraram em contato com povos
diversos. Havia grande heterogeneidade étnica, linguística e cultural. A
maioria dos grupos vivia da coleta, a da caça e da pesca, e alguns praticavam a
agricultura. Não há um consenso entre os especialistas sobre a quantidade de
nativos que vivia no território hoje pertencente ao Brasil quando ocorreu a
invasão portuguesa. Os números oscilam entre 2,5e 5 milhões de pessoas
pertencentes a centenas de povos. Cada povo tinha costumes e tradições
próprios. De forma geral, pode-se dizer que os grupos se organizava em aldeias
fixas ou itinerantes (no caso de grupos nômades), dependendo da etnia.
A
visão religiosa era semelhante,
respeitando a diversidade de cada grupo. Cultuavam elementos e algumas
forças da natureza como o Sol, a Lua, o trovão, as águas. Organizavam rituais,
danças festas, criavam adornos e faziam pinturas corporais e com motivos religiosos.
Não havia entre eles a noção de propriedade. A terra e o que nela fosse
produzido ou coletado eram bens comuns a todos da mesma aldeia. A aldeias eram
organizadas hierarquicamente e havia um chefe, responsável pela tomada de
decisões e pela liderança do grupo em caso de guerras. As decisões eram tomadas
de acordo com os costumes de cada grupo : alguns consultavam os membros
masculinos do grupo ou os homens mais idosos, por exemplo. Alguns grupos
relacionavam-se com outros, mantendo contatos pacíficos e por sua vez
reunindo-se em festas e rituais. Outros eram considerados inimigos e era para
caça, coleta, agricultura e
armazenamento.
As
técnicas de produção, dependendo da cultura e do local onde habitam; alguns,
por exemplo, usavam cerâmica queimada, outros não. Para os portugueses, o
contato com os saberes indígenas foi muito importante. Eram os nativos que
conheciam as matas e seus recursos, como as plantas comestíveis ou as que
podiam ser usadas como remédios, bem como a localização de fontes de água. O
contato inicial dos portugueses foi com os tupis, habitantes do litoral. Por
isso, os missionários que fizeram parte da colonização do Brasil elegeram o
tupi como língua geral, desconsiderando a imensa variedade linguística entre os nativos. Muitas manifestações
culturais e línguas indígenas, que existiam quando os portugueses fizeram
contato com eles, permaneceram entre seu descendentes nos diversos grupos indígenas atuais. Os tupis se referiram aos
demais grupos indígenas como tapuia, que quer dizer “inimigo”. Por isso, os
portugueses classificaram os indígenas brasileiros em dois grupos: tupis, os do
litoral, e tapuia, os do interior do território. Pelo que se sabe por cronistas
e viajantes que estiveram no Brasil nos primeiros séculos da colonização, os
indígenas aceitaram melhor os portugueses do que o contrário.
Os indígenas da América do
Norte: Centenas de grupos indígenas habitavam a
região hoje chamada de América do Norte, antes da chegada dos europeus. E
assim, como nos outros lugares do continente, os indígenas norte-americanos
também apresentavam grande diversidade étnica e cultural. Estima-se que havia
mais de 300 línguas diferentes na região. Havia tribos nômades e sedentários
que ocupavam a extensão entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Sioux (ou
Dakotas), apaches, comanches iroqueses, cheroquis, algonguinos, cheyennes e
crow são alguns dos grupos indígenas norte-americanos. Nas regiões do Ártico,
viviam os inuits ou esquimós, com características bastantes distintas dos
demais grupos em razão da adaptação a um ambiente extremamente hostil.
A
economia desse grupo estava fundamentada na busca pelo que a natureza oferecia,
como a caça da foca e de aves, a pesca da baleia e de outros animais de grande
porte. Dos animais caçados, aproveitavam a pele para o vestuário, e o marfim e
os ossos para a confecção de instrumentos de caça, como pontas de lanças e
flechas, além da produção de esculturas. A domesticação do cachorro
possibilitou aos esquimós o uso de trenós para locomoção e caça. Cada etnia
indígena tinha seu idioma e, entre os grupos diferentes, a comunicação ocorria
por meio de sinais. Entre as tribos nômades, uma das formas de obter alimentos
era a caça de grandes animais, como antílopes, alces, búfalos e bisões. Dentre
os grupos citados, destacavam-se os iroqueses, que ocupavam a área do Grandes
Lagos e dos Apaches centrais. Sua organização social era matriarcal. Tinham uma
forte estrutura guerreira, o que lhes possibilitou resistir por quase sois
séculos à dominação inglesa, dificultando a expansão das colônias.