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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A evolução darwinista é “indispensável” para a Biologia?


Larry Moran tem uma postagem divertida sobre a evolução como um dos novos conceitos fundamentais em bioquímica e biologia molecular. Se você tem que proclamar periodicamente ao mundo da indispensabilidade de sua disciplina científica, então sua disciplina científica não é indispensável.

Da American Society for Biochemistry and Molecular Biology, com meu comentário:

A Importância Central da Teoria da Evolução em todas as Ciências Biológicas

“Assim como é para todas as ciências biológicas, a evolução é um conceito fundamental em bioquímica e biologia molecular”.

A evolução é irrelevante para a bioquímica e biologia molecular. A bioquímica e a biologia molecular são, é claro, bem importantes no desenvolvimento de uma compreensão da história evolucionária. O nosso entendimento da história evolucionária é dependente (em grande parte) na bioquímica e biologia molecular. Afirmar a dependência reversa é raciocinar em círculo.

“Um entendimento da história evolucionária partilhada por todos os sistemas vivos em nosso planeta é assim crítica para qualquer estudante dessas disciplinas”.

Vide acima. A bioquímica e a biologia molecular são uma grande parte da evidência da evolução. Portanto, a evolução não pode ser uma grande parte da evidência para a bioquímica e biologia molecular.

“A teoria evolucionária guia os esforços experimentais através da bioquímica e biologia molecular.”

Bobagem. As inferências evolucionárias, se boas ou más estórias, são irrelevantes para pesquisa em bioquímica e biologia molecular. Muito, se não a maior parte da pesquisa em bioquímica e biologia molecular é conduzida em escolas de medicina, que não ensinam biologia evolucionária e não têm departamentos de biologia evolucionária.

“Isso varia da comparação de enzimas relacionadas de espécies diferentes pela identificação de resíduos de sítios ativos fundamentais...”

A bioquímica e a biologia molecular pode ser usada para inferir ancestralidade comum evolucionária (o design comum também é uma inferência razoável). A inferência para a ancestralidade evolucionária baseada na bioquímica e biologia molecular não pode então contribuir para a pesquisa em bioquímica e biologia molecular, porque, conforme destacado acima, isso seria raciocinar em círculo.

“... até ao uso de comparações interespécies na determinação de funções de genes...”

Idem.

“até a procura de genes responsáveis para doenças genéticas usando abordagens filogenéticos para o estudo de mecanismos reguladores que guiam o desenvolvimento.”

As doenças têm causas próximas e evolucionárias. Os bioquímicos e biólogos moleculares estudam causas próximas. Os biólogos evolucionistas inventam estórias evolucionárias baseada na pesquisa de causas próximas. A contribuição é unidirecional.

“Nossas tentativas em compreender as moléculas humanas e processos são imensamente aprimoradas pela nossa compreensão de seus contrapartes em outros organismos.”

A similaridade entre humanos e outros organismos é estabelecida pela bioquímica, biologia molecular, fisiologia, anatomia, etc. Baseadas em similaridades, as inferências evolucionárias são invocadas pelos biólogos evolucionistas. Se os bioquímicos etc. afirmassem que as estórias evolucionárias fossem essenciais ao seu trabalho, eles estariam... raciocinando em círculo. Mas, é claro, eles na verdade não afirmam isso. Eles apenas prestam homenagem à evolução para manter longe os darwinistas.

“Nossos esforços em lidar com um novo patógeno humano – viral, bacteriano, ou eucariótico – são aprimorados incomensuravelmente por prévios estudos de vírus ou organismos relacionados ao patógeno.”

“Relacionados” é determinado pela bioquímica e a biologia molecular. As estórias evolucionárias sobre relacionalidade são derivadas das similaridades bioquímicas e moleculares. Portanto, a evolução é informada pela, mas não informa, bioquímica e biologia molecular.

O comentário saliente sobre esses louvores tolos à evolução foram feitos por um importante biólogo molecular e membro da National Academy of Sciences dos Estados Unidos, Philip Skell:

“[A] forma moderna da teoria de Darwin foi elevada ao seu atual status elevado porque dizem ser a pedra angular da biologia experimental moderna. Mas isso é correto? “Embora a grande maioria dos biólogos, provavelmente, concordaria com a máxima de Theodosius Dobzhansky de que ‘nada em biologia faz sentido a não ser à luz da evolução’, a maioria pode conduzir seu trabalho bem felizmente sem referência particular às ideias evolucionárias”, A.S. Wilkins, editor do journal BioEssays, escreveu em 2000. “A evolução pareceria ser a ideia unificadora indispensável e, ao mesmo tempo, uma ideia altamente supérflua”.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O aquecimento global é uma religião


O aquecimento global causado pelo homem é, para muitos, uma religião cujo deus a ser adorado é a Terra.  A característica essencial de qualquer religião é que suas declarações devem todas ser aceitas por uma questão de fé, e não pela apresentação de provas concretas.  Questionar tais declarações transforma qualquer um em pecador.

Ninguém nega que a temperatura da Terra se altera.  Milhões de anos atrás, grande parte do nosso planeta estava coberta de gelo - em alguns lugares com camadas de mais de 1,5 km de espessura -, um período que alguns cientistas chamam de "Terra bola de neve".  Como hoje a Terra não está mais coberta por essa camada de 1,5 km de gelo, então é seguro concluir que deve ter havido um pouco de aquecimento global.  Eu não sei a causa desse aquecimento, mas seria capaz de apostar toda a minha riqueza que esse aquecimento não foi causado por usinas termelétricas a carvão, lâmpadas incandescentes e automóveis andando incessantemente pelas rodovias.

A mera ideia de que a humanidade tem o poder de causar significativas mudanças paramétricas na Terra representa o ápice da arrogância.  Que tal algumas outras perguntas, já que a temperatura é apenas uma das características da Terra.  Por exemplo, peguemos a órbita da Terra.  Se todos nós, 6,5 bilhões de seres humanos que habitamos a Terra, começássemos ritmicamente a pular ao mesmo tempo e durante um longo período, você acha que conseguiríamos alterar a órbita ou a rotação da Terra?  Seguindo o mesmo raciocínio, você acha que a humanidade seria capaz de conseguir alterar a direção e a periodicidade das marés?  Existe alguma coisa que a humanidade possa fazer para provocar ou impedir um tsunami ou furacão?

Certamente você me diria, "Willians, é uma estupidez sugerir que a humanidade pode alterar a órbita ou a rotação da Terra, as marés, ou mesmo provocar ou impedir tsunamis ou furacões!".  E você estaria certo, é claro.  Da mesma maneira, é absurdo crer que as atividades da humanidade são capazes de provocar mudanças globalizadas na temperatura da Terra.

Todavia, existem muitos interesses em jogo, o que torna urgentemente necessário fazer as pessoas aceitarem e endossarem a religião do aquecimento global.  Existe tanta coisa em jogo que alguns cientistas, utilizando gordas subvenções governamentais, estão fraudulentamente manipulando dados climáticos e praticando abertamente atividades criminosas, como revelado no recente escândalo que vem sendo apelidado de "Climate gate".  Uma das mais perigosas características da religião do aquecimento global é o nível de intimidação feito sobre os hereges ou os aspirantes a hereges.

Alguns anos atrás, a Dra. Heidi Cullen, a climatologista do Weather Channel, exortou a Sociedade Meteorológica Americana a retirar seu selo de aprovação de qualquer meteorologista televisivo que expressasse ceticismo quanto às previsões sobre o aquecimento global antropogênico.  Scott Pelley, correspondente do programa "60 minutes", da rede CBS, comparou os céticos do aquecimento global a "negadores do Holocausto".  Já o ex-vice-presidente americano Al Gore chamou os céticos de "negadores do aquecimento global".  Mas a coisa fica ainda pior.  Em um de seus programas, a Dra. Cullen recebeu como convidado o colunista Dave Roberts, que, no dia 19 de setembro de 2006, em sua publicação online, disse que "Quando finalmente estivermos levando a sério o aquecimento global, quando estivermos sentindo todos os seus impactos e estivermos em uma luta em escala mundial para tentar minimizar os estragos, deveríamos implementar tribunais semelhantes aos de crimes de guerra para julgar esses canalhas - uma espécie de Nuremberg climático".

Como resultado, muitos climatologistas foram intimidados a ficar em silêncio.  Isso significa que o público não está informado sobre os seguintes fatos contra-alarmistas: Durantes longos períodos de tempo, não se percebe absolutamente nenhuma relação direta entre os níveis de CO2 e a temperatura.  Os seres humanos contribuem com aproximadamente 3,4% dos níveis anuais de CO2, ao passo que a natureza contribui com 96,6%.  Houve um aumento estrondoso das formas de vida 550 milhões de anos atrás (no Período Cambriano), quando os níveis de CO2 eram 18 vezes maiores que os de hoje.  Durante o Período Jurássico, quando os dinossauros perambulavam pela Terra, os níveis de CO2 eram até nove vezes maiores que os de hoje.  

O mundo sem ninguém: o sonho dos ambientalistas


 Os ambientalistas estão sempre pregando a preservação do ambiente.  O objetivo deles parece ser evitar que a ação humana altere a fauna e a flora.  No entanto, a própria sobrevivência do homem depende de sua interação com o ambiente, transformando-o para satisfazer suas necessidades e retirando dele o que é preciso para sobreviver (e viver).  Visto que é inevitável que o ser humano altere o meio em que vive, os ambientalistas parecem querer que o atual estado do ambiente seja preservado, e que não ocorra nenhuma alteração adicional na quantidade atual de plantas e animais — mesmo que isso implique uma diminuição da quantidade e qualidade de vida dos seres humanos, deixando claro que esta ideologia valoriza mais insetos, sapos, micos e mato do que o homem.  Uma pergunta que surge é por que o atual estado deve ser preservado?  O que há de tão bom nele?  Por que, por exemplo, o imenso deserto verde amazônico deve ter seu tamanho colossal mantido?  Murray Rothbard, ao analisar as conseqüências econômicas das leis de preservação faz exatamente essas perguntas:

Quantos e quantos escritores reclamam da brutal devastação que o capitalismo impõe as florestas americanas!  Porém, é evidente que a terra na América tem sido usada para produções que são mais valorizadas do que a produção de madeira, e, consequentemente, a terra foi destinada aos fins que melhor satisfaziam os desejos dos consumidores.[1]  Em que critério além deste os críticos podem se basear?  Se eles acham que muita floresta foi cortada, como eles podem estabelecer um critério quantitativo para determinar quanto é "muito"?  Na verdade, é impossível estabelecer um critério destes, do mesmo modo que é impossível estabelecer qualquer critério para a ação do mercado fora do mercado.  Toda tentativa de fazer isso vai ser arbitrária e não será baseada em nenhum princípio racional.[2]


 150 anos sem ninguém: O edifício mais alto de Boston desmorona sobre a mata que domina a cidade.

Então, se não existe este critério, poderíamos levar as reivindicações dos ambientalistas as suas últimas consequências lógicas.  O History Channel exibe uma série de documentários que mostra o que aconteceria com o planeta Terra se todas as pessoas desaparecessem de uma hora para outra.  Nos primeiros seis meses, os animais selvagens já estariam novamente vivendo nas cidades.  Com um ano, o mato estaria tomando conta da área urbana, e com cinco anos as ruas e estradas teriam desaparecido embaixo deste mato.  Passados 25 anos sem ninguém, as estruturas de concreto e aço começam a ruir sem o trabalho humano de conservação, e após 200 anos somente as mais resistentes estruturas de concreto reforçado ainda estarão de pé.  Mas transcorridos 500 anos, mesmo estas sucumbirão, e após mil anos quase todas as evidencias da civilização terão desaparecido e as cidades serão novamente grandes florestas.  Seria este o mundo ideal que os ambientalistas querem impor à humanidade?  Se não, por que não?  Em que ponto eles pretendem parar de advogar agressões contra a propriedade alheia em nome de uma preservação?

Há aqueles que alegam que as leis de preservação são essenciais para manter a vida humana; que caso os humanos não tivessem suas liberdades de ação cerceadas por um ente superior e altruísta, eles acabariam com os recursos naturais e deixariam o ambiente do planeta hostil à vida.  Estes ambientalistas falham em reconhecer que um sistema de inviolabilidade dos direitos de propriedade, que se oriente pelos preços do livre mercado para alocar os recursos, é a melhor maneira de garantir um ambiente sustentável e o maior bem estar para as pessoas (leia mais aqui e aqui).  E sobre a alegação da necessidade de se preservar recursos não-renováveis, Rothbard faz a seguinte análise:

.. há de se presumir que os recursos não-renováveis deverão ser usados em algum momento, e deve ser encontrado um ponto de equilíbrio entre a produção presente e a futura.  Por que as vontades da presente geração possuem tão pouco peso nessa decisão?  Por que a geração futura possui um valor tão maior, capaz de impor à atual um fardo muito mais pesado?  O que a futura geração tem para merecer este tratamento privilegiado?  Na verdade, uma vez que as futuras gerações tendem a ser mais ricas do que a presente, seria melhor aplicar o inverso! .. Além do mais, transcorridos alguns anos, o futuro terá se tornado o presente; então as gerações futuras também devem ter suas produções e consumos restritos em nome de outro "futuro" fantasmagórico?  Jamais devemos esquecer que o objetivo de toda atividade produtiva são bens e serviços que irão e poderão ser consumidos apenas em algum presente.  Não existe nenhuma justificação racional para penalizar o consumo em um presente e privilegiar um presente futuro; e seria ainda mais impossível justificar a restrição de todos os presentes em favor de algum "futuro" ilusório que pode nunca chegar e está sempre além do horizonte.  No entanto, este é o objetivo das leis de conservação.  As leis de conservação são na verdade legislações fantasiosas da Terra do Nunca. [3] [4]


O planeta-cidade Coruscant, capital da galáxia.

E a ausência do uso ou ameaça do uso de violência física para preservar o ambiente também não significa que ocorreria um cenário inverso ao mundo sem ninguém — um mundo superlotado e completamente alterado pela ação humana, algo como o planeta Coruscant, a capital da galáxia na saga Guerra nas Estrelas, que possui a totalidade de sua superfície ocupada por uma cidade.  Em um livre mercado, a simples satisfação que as pessoas obtêm ao apreciar uma paisagem natural seria o suficiente para que diversas áreas fossem mantidas intactas pelos seus proprietários.  Mas se um mundo como Coruscant fosse o resultado da ausência de agressão, seria, obviamente, muito bem vindo.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Psicopatas S.A.



Ele vai a todo happy hour, é companheiro de cafezinho e ouve você reclamar do salário. Não confie tanto nesse colega de firma - é 4 vezes mais comum encontrar psicopatas nas empresas do que na população em geral.

Luana conseguiu o emprego com que sempre sonhou. Era em uma empresa farmacêutica conhecida por seu ambiente competitivo, mas também por bons salários e chances de crescer profissionalmente. Nova no escritório, logo ficou amiga de Carlos, um sujeito atencioso de quem recebeu até umas cantadas.

Em poucos meses, apareceu a oportunidade de Luana liderar seu grupo na empresa. Parecia bom demais não fosse uma inquietação ética. Ela desconfiava que a companhia garantia a venda de seus produtos graças a subornos a médicos. Isso incomodava tanto Luana que, durante um intervalo para um lanche, ela desabafou com o amigo Carlos. Ele também parecia indignado com a situação. Seria uma conversa normal entre colegas de trabalho - se Carlos não tivesse se aproveitado. Em um momento de distração de Luana, ele pegou o celular da colega e ligou para o chefe de ambos. Caiu na secretária eletrônica, que gravou toda a conversa seguinte entre Carlos e Luana. A moça, grampeada, chegou a questionar se o chefe poderia ter algo a ver com os subornos. Acabou demitida por justa causa. Carlos tomou o lugar de líder que seria dela.

A história é real (os nomes foram trocados). E esse Carlos, um cretino, não? Na verdade é pior: ele age exatamente como um psicopata. Há 69 milhões de psicopatas no mundo, o que dá 1% da população em geral. Então, no fim da história, Carlos faz picadinho de Luana, certo? Errado. Sim, há muitos psicopatas violentos, como Hannibal Lecter de O Silêncio dos Inocentes ou Pedrinho Matador, que afirmava ter assassinado mais de 100 pessoas. Por isso a cadeia é um dos dois lugares em que se encontram muitos psicopatas. Eles são 20% da população carcerária e 86,5% dos serial killers. Mas um psicopata não necessariamente vira assassino. Na verdade, ele vai atrás daquilo que lhe dá prazer. Pode ser dinheiro, status, poder. É por isso que outro lugar fértil em psicopatas, além da cadeia, é a firma.

Pode ser uma empresa pequena, como a loja de sapatos da esquina. Pode ser uma fundação, uma escola. O importante é que o psicopata enxergue ali a chance de controlar um grupo de pessoas para conseguir o que quer. Mas poucos lugares dão tanta oportunidade para isso do que uma grande companhia.

"Psicopatas são atraídos por empregos com ritmo acelerado e muitos estímulos, com regras facilmente manipuláveis".



 Paul Babiak, psicólogo e  especialista em comportamento no trabalho
Até 3,9% dos executivos de empresas podem ser psicopatas, segundo uma pesquisa feita em companhias americanas. Uma taxa de psicopatia 4 vezes maior do que na população em geral. Eles não matam os colegas, mas usam o cargo para barbarizar. Cancelam férias dos subordinados, obrigam todo mundo a trabalhar de madrugada, assediam a secretária, demitem sem dó nem piedade. Isso quando não cometem crimes de verdade. Um terço das companhias sofre fraudes significativas a cada ano, de acordo com uma pesquisa de 2009 realizada pela consultoria PriceWaterhouseCoopers, que analisou 3 037 companhias em 54 países. Por causa dessas mutretas, cada uma perde, em média, US$ 1,2 milhão por ano. Muitos desses golpes podem ser obra de psicopatas corporativos.

"Eles são capazes de apunhalar empregados e clientes pelas costas, contar mentiras premeditadas, arruinar colegas poderosos, fraudar a contabilidade e eliminar provas para conseguir o que querem", diz Martha Stout, psiquiatra da Escola Médica de Harvard por 25 anos e autora do livro Meu Vizinho É um Psicopata. E fazem isso na cara dura, como se não estivessem nem aí para o sofrimento alheio. É que, na verdade, eles não estão ligando nem um pouco mesmo.

Como os colegas mais violentos, os psicopatas de colarinho branco não pensam no bem-estar dos outros, nem sentem culpa quando pisam na bola. Por isso passam por cima de regras, estejam elas formalizadas em leis ou somente estabelecidas pela ética e pelo senso comum. Acontece que o cérebro deles é diferente de um cérebro normal. No caso do psicopata, a atividade é maior nas áreas ligadas à razão do que nas ligadas à emoção, o que o faz manter-se impassível diante de tragédias - seja um gatinho em apuros, seja uma chacina em um orfanato. Como não consegue se colocar no lugar dos outros, o psicopata usa e abusa dos amigos - puxa o tapete dos colegas sem se preocupar com código de conduta corporativo ou consequência na vida alheia.



Pega na mentira

Graduação em universidade concorrida. Pós-graduação no exterior. Livros publicados. "Empregadores sabem que 15% ou mais dos currículos enviados para cargos executivos contêm distorções ou mentiras deslavadas", afirma Babiak. "Psicopatas fazem isso. Podem fabricar um histórico feito sob medida para as exigências do trabalho e bancá-lo com referências falsas, portfólio plagiado e jargão apropriado." Claro, com algumas perguntas específicas um entrevistador é capaz de desmascarar candidatos mentirosos. O problema é que um psicopata tem tudo para deitar e rolar em uma entrevista de emprego.
Muitas vezes o entrevistador não está tão preocupado com o conhecimento técnico do candidato. Quer mais é saber se ele é capaz de tomar decisões, relacionar-se com pessoas, motivar equipes. "A ‘química’ entre candidato e avaliador tem muita importância", diz o psicólogo.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O Império ecológico e o totalitarismo planetário



Eco-fascismo. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Sobre o livro de Pascal Bernardin, L’Empire écologique
por Charles Lagrave
Lectures Françaises, mars 1999.
Tradução de Olavo de Carvalho

Nota do Tradutor. — Como as conclusões do livro aqui comentado parecem aproximar-se em mais de um aspecto (se bem que não em todos) a algumas de O Jardim das Aflições (Rio, Diadorim, 1995), julguei que seria interessante reproduzir nesta homepage o artigo publicado em Lectures Françaises, revista que não está na Internet. — O. de C.

Nossos leitores lembram-se talvez de havermos explicado nestas crônicas (1), em diversas ocasiões, como estava em vias de operar-se o triunfo mundial do marxismo: o aparente deslocamento do campo comunista, fazendo cessar a oposição entre os dois blocos Leste e Oeste, permitiu a sua fusão num "liberal-socialismo" que nos leva diretamente a uma ditadura mundial. Essa síntese hegeliana não é o resultado de uma evolução natural, mas o resultado de uma manobra deliberada, preparada de longa data.

Alguns leitores talvez tenham pensado que exagerávamos, que a situação não era tão grave e que todas essas coisas eram bem inverossímeis. A esses — e aliás também aos demais — aconselho insistentemente comprar e ler o quanto antes o novo livro de Pascal Bernardin: L’Empire écologique ou la subversion de l’écologie par le mondialisme ("O império ecológico ou a subversão da ecologia pelo mundialismo", Éditions Notre-Dame des Grâces, 1998).

Na sua obra anterior, Machiavel pédagogue, o autor, apoiado em enorme massa de documentos oficiais, trazia-nos a prova de que um gigantesco empreendimento de lavagem cerebral vem se realizando no ensino, desde várias décadas, por meio das técnicas mais elaboradas de persuasão psicológica oculta. Do mesmo modo, no presente livro, ele estabelece, graças a uma documentação igualmente inatacável, que idêntico empreendimento de subversão das mentalidades está em ação sob a máscara da ecologia e que a convergência entre comunismo e capitalismo, que parece ter aproveitado somente a este último, é na verdade uma manobra cuidadosamente preparada para assegurar a perenidade da revolução, impondo ao mundo inteiro uma concepção totalitária do homem e da natureza. Esta revolução ideológica total desembocará por fim numa "espiritualidade global", isto é, numa nova civilização e numa nova religião que estarão a serviço de um socialismo absoluto e universal: o governo mundial.

A subversão pedagógica tem por objetivo "modificar os valores, as atitudes e os comportamentos, proceder a uma revolução psicológica, ética e cultural. Para chegar a isso, utilizam-se técnicas de manipulação psicológica e sociológica. Este processo, manifestamente revolucionário e totalitário, não encontra nenhuma resistência entre as elites, quer sejam de direita ou de esquerda. Concebido e conduzido por instituições internacionais, ele concerne ao conjunto do planeta, e muito raros são os países poupados. Ele inscreve-se no projeto mundialista de tomada do poder em escala global pelas organizações internacionais. Nesta perspectiva, os diversos governos nacionais não serão, ou já não são, senão simples executantes encarregados de aplicar as diretrizes que tenham sido determinadas em escalão mundial e de adaptá-las às condições locais, que, por outro lado, eles se esforçam para uniformizar" (2).

A difusão dessas técnicas de manipulação psicológica e sociológica no sistema educativo mundial não pode ser um fenômeno espontâneo, mas, ao contrário, é um trabalho "cuidadosamente planejado e rigorosamente executado" graças aos métodos desenvolvidos pelos soviéticos. "É certo que antes da perestroika os comunistas tinham criado as estruturas nacionais e internacionais que permitissem à revolução prosseguir por meios menos visíveis do que aqueles usados na sua fase bolchevique. Outra questão maior então surge imediatamente: pode essa estratégia ter sido aplicada em outros domínios? Ou ainda: que é, verdadeiramente, a perestroika? Um desmoronamento real do sistema comunista, sob a pressão de suas ‘contradições internas’, ou uma incrível virada estratégica elaborada cuidadosamente durante muitas décadas e executada magistralmente?(3)" A esta questão crucial, Bernardin responde, apoiado em textos irrefutáveis, eles mesmos "corroborados pelos acontecimentos sobrevindos após a queda do muro de Berlim, [...] que a perestroika foi um processo revolucionário de inspiração leninista e gramscista. Seu objetivo principal é portanto a tomada do poder em escala planetária. Nesta perspectiva, a convergência entre capitalismo e socialismo, que se realiza diante dos nossos olhos, não é senão uma etapa que deve conduzir à instauração de um governo mundial..." (4).

De fato, o verdadeiro pai da perestroika é o teórico comunista italiano Antonio Gramsci (1891-1937), o qual havia compreendido que a revolução bolchevique, querendo modificar em primeiro lugar as condições da vida econômica, era demasiado violenta para obter a aprovação de um consenso generalizado, e preconizava, em conseqüência, efetuar primeiro uma revolução ideológica, isto é, mudar antes de tudo as maneiras habituais de pensar. "Gramsci propõe realizar primeiro a instauração de uma nova civilização. Os meios que ele propõe parecem fracos, mas na verdade são muito poderosos. A revolução ideológica deve ser veiculada pelos intelectuais e por uma ditadura pedagógica. Deve ser feita em nome de imperativos éticos e respeitar a dignidade e os direitos do homem (isto é, utilizar métodos não-aversivos). [...] A revolução ecológica formará a ossatura das revoluções — ideológica, religiosa, ética e cultural — veiculadas pela ditadura pedagógica. As idéias de Gramsci são portanto indispensáveis para toda compreensão do mundialismo e da perestroika" (5).

O totalitarismo planetário

Após ter feito explodir sucessivamente tudo o que era cristão, primeiro a Igreja no século XVI, depois as monarquias católicas a partir de 1789, depois os impérios cristãos em 1918 e por fim as sociedades cristãs. a Revolução universal prepara-se para reunificar o mundo em torno de um novo paganismo que, como os paganismos antigos, constituirá uma camuflagem da religião do demônio (6). Os povos se rejubilarão de ter atingido a idade de ouro da humanidade enfim unificada, ao passo que terão de fato caído sob o poder daquele que é "mentiroso e homicida desde o princípio".

"A revolução ecológica em curso efetua a síntese entre o liberalismo, o comunismo e o ‘humanismo’ maçônico que se arraiga nos mistérios antigos e no culto da natureza. Ela permite lançar um olhar novo sob os dois fenômenos políticos maiores deste fim de século: a desaparição do comunismo e a emergência da Nova Ordem Mundial. Ela define-se como a convergência das forças revolucionárias anticristãs, que sobem ao assalto do último baluarte legado pela cristandade: a concepção inconsciente de Deus, do homem e do mundo que define o nosso quadro intelectual. Mais ainda que a revolução copernicana, essa mudança de paradigma (7) teria conseqüências infinitas. A antropologia cristã contrarrestava as tendências totalitárias de todo Estado, as quais, por definição, a perspectiva holística (8) enaltece. O totalitarismo será então declinado em todas as suas dimensões: primeiro a dimensão religiosa, depois as dimensões políticas e sociais. A destruição da antropologia cristã acrescentará ainda um obstáculo maior à busca da verdadeira fé: a perspectiva cristã se tornará estranha às gerações futuras. A destruição do comunismo e a aparição da Nova Ordem Mundial marcam portanto a emergência de um totalitarismo planetário inédito que muito deverá, no entanto, às concepções pagãs. É um episódio maior da guerra de religião que o paganismo move contra o cristianismo desde sua aparição" (9).

Esse totalitarismo planetário está programado para se estabelecer em nome do bem-estar da humanidade, sem provocar reação séria, pois quem desejaria lutar contra o bem? Ouçamos Gorbachov: "É minha convicção que a raça humana entrou num estágio em que todos somos dependentes uns dos outros. Nenhum país, nenhuma nação deveria ser considerada isoladamente das outras, ainda menos oposta às outras. Eis o que o nosso vocabulário comunista denomina internacionalismo, e isto significa nosso voto de promover os valores humanos universais" (10). Ora, como observa mui justamente Bernardin, "o interesse da humanidade substitui a ditadura do proletariado, mas o indivíduo continua sempre esmagado ou negado" (11).

A síntese dialética

Solve et coagula, dizem os iniciados para resumir sua estratégia: eles começam por destruir tudo o que lhes constitui obstáculo, em seguida passam a uma fase construtiva, não para restaurar o que abateram (mesmo se as aparências levam a crer nisso), mas para construir algo de radicalmente diferente. É esse movimento que Hegel sistematizou sob o nome de dialética: a tese é o que os iniciados querem destruir, a antítese são os meios utilizados para esse fim e a síntese é a nova construção estabelecida sobre as ruínas da antiga — construção que aliás é sempre provisória, pois o movimento da dialética não pode parar jamais. Com efeito, a Revolução é incapaz de atingir um estado de equilíbrio durável, de tanto que viola a natureza humana: seu triunfo quase absoluto, que chegará no fim dos tempos, será muito breve.

Bernardin dá-nos uma boa análise da atual síntese dialética destinada a alcançar uma falsa paz universal que não será senão uma ditadura assustadora: "A sociedade ainda cristã, tal como existia antes dos movimentos revolucionários, se organizava em torno de um princípio transcendente que lhe dava sua unidade tanto ‘nacional’ quanto ‘internacional’, se remontarmos à época em que toda a cristandade reconhecia a autoridade suprema do Papa. A luta das classes, aí, não era senão, no máximo, um elemento secundário. Vieram em seguida os movimentos revolucionários, culminando com o comunismo que exacerbou o antagonismo de classes no interior das nações e dividiu o mundo em dois blocos inimigos. Ele forneceu a antítese, uma sociedade atéia e fragmentada na qual, em vez de procurar melhorar verdadeiramente a condição operária, se eliminou a burguesia ou pelo menos se alimentou o ódio em relação a ela. A síntese desses dois momentos é a perestroika (e o mundialismo) que, renunciando a à luta de classes para tender na direção de um ‘Estado de todo o povo’, quer recriar uma sociedade unificada, interiormente e exteriormente, tanto no nível nacional quanto na escala internacional. Mas, a meio caminho, no curso desse processo dialético, perderam-se a cristandade e Deus... Temos aqui um exemplo típico daquilo que se deve chamar, malgrado todos os legítimos argumentos teológicos opostos, a dialética do bem e do mal. Uma situação má, no caso a divisão das sociedades e do planeta, é provocada pelos revolucionários (antítese). As tensões nacionais e internacionais que ela engendra clamam por um retorno ao bem, à unidade social e ao apaziguamento dos conflitos internacionais. Mas a síntese proposta sob o disfarce de retorno à normalidade, e que busca efetivamente voltar à unidade social, não é de maneira alguma semelhante à situação inicial: o mundialismo e o ‘Estado de todo o povo’ não são senão a forma mais completa e acabada do totalitarismo integral. Trocou-se a unidade social pelo totalitarismo, a unidade pela totalidade" (12).

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A infame Unidade Bacteriológica 731 (UB-731)


Complexo da Unidade 731 em Harbin. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial como os amigos Construtores tem observado, temos sido constantemente informados sobre o uso de armas químicas e biológicas por diversas nações ao longo dos anos. O que muitos não sabem é que seu emprego já estava bem à frente do front de batalha durante a Segunda Guerra Mundial. Usados contra civis, mulheres, crianças e idosos sem nenhuma piedade. As armas biológicas adoeciam a população alvo e depois levavas a mais variedades de horríveis mortes.

            Um livro chamado “Unidade Bacteriológica 731”, foi publicado no Japão, depois da Segunda Guerra, por um homem chamado Akiyama Hiroshi, que havia sido membro da unidade. Segundo este livro, havia um grupo de edifícios com cerca de quatro quilômetros de circunferência, e o principal tinha quatro vezes o tamanho do Edifício Marunouchi, no Japão. Havia por volta de 3.000 empregados que criavam dezenas de milhares de ratos. Tinha ainda 4.500 incubadoras, onde criavam quantidades astronômicas de pulgas e produziam 300 quilos de germes de peste bubônica por mês.


Experiência de hipotermia, usando como cobaias prisioneiros chineses sob vigilância de soldados japoneses. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Havia uma prisão onde 400 ou 500 prisioneiros de guerra ou patriotas chineses e antijaponeses esperavam para serem usados nas experiências. Alguns eram chineses, outros soviéticos, ou ainda cidadãos da República da Mongólia. Não se referiam a eles como homens, mas como “lenha”. Pelo menos seiscentos eram torturados até a morte todos os anos, e os experimentos realizados neles eram de uma crueldade indescritível. Alguns eram esfolados vivos; alguns postos em refrigeração para experiências e os ossos de suas mãos continuavam tremendo mesmo depois de a carne estar congelada; outros eram deitados em mesas de operação como sapos, enquanto uma equipe os dissecava; outros eram amarrados a estacas apenas com suas roupas de baixo, enquanto bombas de germes eram explodidas na sua frente; e outros eram bem alimentados e daí infectados com germes, e se isto não os matasse, o experimento era repetido até que morressem.

            Quando estava nessa Unidade 731, o autor ouviu dizer que os germes criados ali eram mais poderosos que qualquer outra arma, e poderiam matar 100 milhões de pessoas, uma cifra da qual o exército japonês se orgulhava.

            Quando o Exército Soviético chegou a Harbin, essa unidade tentou esconder todos os traços dos seus crimes. Os japoneses envenenaram todos os prisioneiros sobreviventes, planejando queimá-los e enterrar as cinzas numa grande cova. Como os executores estavam em pânico, não queimavam os cadáveres completamente nem conseguiram enterrar todos. Puxaram então os cadáveres semi-queimados, separaram a carne dos ossos, queimaram a carne e colocaram os ossos numa máquina pulverizadora. Finalmente, os edifícios principais foram explodidos.

           

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O resistente cérebro do esquilo-do-ártico.


Esquilo-do-ártico. Imagem: Despertai!

Quando um animal hibernante começa a dormir, a temperatura de seu corpo diminui. Até que ponto ela cai? Observou-se que a temperatura corporal de 12 esquilos-do-ártico chegou a -2,9° C, o que parece ser um novo recorde! O normal seria o cérebro dele congelasse a essa temperatura. Como o esquilo-do-ártico consegue essa proeza?

Analise o seguinte: A cada duas ou três semanas durante sua hibernação, o esquilo-do-ártico treme para se aquecer e voltar à temperatura de 36,4° C. Daí demora de 12 a 15 horas para a temperatura voltar a cair. Pesquisadores dizem que esse período de aquecimento, embora curto, faz a diferença para que o cérebro sobreviva. Além disso, durante a hibernação, parece que a cabeça do esquilo permanece levemente mais quente do que o resto do corpo. Durante as experiências com aqueles 12 esquilos, foi constatado que a temperatura do pescoço deles nunca caiu abaixo de 0,7° C.

Quando a hibernação acaba, o cérebro do esquilo retoma sua atividade normal em cerca de duas horas. Uma pesquisa chega a sugerir que o desempenho do cérebro é melhor depois da hibernação! Essa incrível recuperação deixa os especialistas perplexos. Eles dizem que é como se o solo de uma floresta devastada por um incêndio começasse a ter nova vegetação depois de poucos dias.

Os pesquisadores esperam que isso nos ajude a entender melhor o potencial do cérebro humano. O objetivo deles é aprender mais sobre como prevenir e até reverter os danos celulares causados por doenças cerebrais, como o mal de Alzheimer.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Efeito Lazaro. Parte III. Hospitais de SP testam método para tratar pacientes que tiveram ataque do coração.


Os procedimentos básicos de desfibrilação com a aplicação de uma corrente elétrica em um paciente, através de um desfibrilador, um equipamento eletrônico cuja função é reverter um quadro de fibrilação. Imagem: HC/SP.

Uma técnica que permite o resfriamento do corpo em até 5ºC  é utilizada em hospitais de São Paulo para diminuir o risco de sequelas em vítimas de paradas cardíacas. A cada dez pacientes tratados com o novo método no Hospital Municipal Doutor Moysés Deutsch, no M'Boi Mirim, na zona sul, pelo menos oito recuperaram totalmente a consciência e tiveram alta. Nos casos em que o procedimento não foi utilizado, de 60% a 90% das vítimas morreram. Dos sobreviventes, 80% tiveram sequelas. O sistema é adotado desde 2008 no local.

A parada cardíaca interrompe repentinamente o bombeamento de sangue, que leva oxigênio para o resto do organismo. O alto número de mortes está relacionado à ausência de oxigênio no cérebro e ao gasto excessivo de energia por parte das células. Os neurônios morrem quando ficam sem oxigênio por mais de três minutos, o que pode provocar danos irreversíveis a atividades cerebrais e motoras do paciente.

Esses sintomas podem ser evitados baixando a temperatura do corpo de 37ºC para 32ºC, o que gera diminuição do metabolismo (conjunto de reações químicas) do cérebro em 30%, segundo o coordenador da UTI do Hospital do M'Boi Mirim, administrado pelo Hospital Albert Einstein, Antonio Cláudio Baruzzi. A redução de 5ºC só pode ser feita depois que o paciente recuperar os batimentos cardíacos.

Bolsas de gelo são colocadas sobre pescoço, axilas e virilha. Soro gelado pode ser aplicado no paciente, diz Baruzzi. 

– É um procedimento barato que pode salvar vidas. Antes dele, vítimas de parada cardíaca morriam ou ficavam em estado vegetativo.
O paciente é mantido sedado e resfriado na UTI por 24 horas. Após uma análise médica, é iniciado o processo de aquecimento, que pode contar com cobertores ou mantas térmicas e leva mais 24 horas.
Gerente médico da UTI do Hospital Sírio-Libanês, Guilherme Schettino lembra que nem toda vítima de parada cardíaca pode ser submetida à hipotermia.
– Usamos apenas quando a pessoa apresenta alguma disfunção neurológica, como diminuição de consciência ou coma.

domingo, 21 de julho de 2013

Efeito Lazaro. Parte II. Resfriamento do cérebro pode permitir ressuscitação após 5 horas depois de um ataque cardíaco.


Membrana que permite o encontro entre o oxigênio e o sangue, oxigenando (saturando) as Hemoglobinas . Imagem: Medicina Intensiva. 

Pacientes podem ser ressuscitados horas após morte, diz médico: Resfriamento do cérebro 'é chave' para evitar decomposição do órgão, que pode voltar à vida até cinco horas após um ataque cardíaco.
Um médico defende que uma pessoa pode ser ressuscitada várias horas depois de seu coração parar de bater. Será que isto pode mudar a forma como encaramos a morte?

Carol Brothers não consegue se lembrar da hora em que "morreu", há três meses.

"Eu sei que era uma sexta-feira, na hora do almoço, porque a gente tinha acabado de voltar do supermercado", conta a britânica de 63 anos. "Mas não me lembro de ter saído do carro".

Já seu marido David tem memórias muito mais claras daquele dia. Ele abriu a porta de casa e viu a mulher caída no chão, ofegante e pálida.
Carol acabara de sofrer uma parada cardíaca. Por sorte, um vizinho conhecia os procedimentos básicos de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e rapidamente começou a pressionar seu tórax repetidas vezes na tentativa de reanimá-la.

Os paramédicos chegaram logo em seguida e, em algum momento entre 30 e 45 minutos depois do ataque cardíaco, o coração de Carol voltou a bater.

"Apesar de 45 minutos ser um tempo enorme que levaria muitas pessoas a acreditarem que ela estaria morta, hoje sabemos que há pessoas que voltaram a vida três, quatro, cinco horas após morrerem e depois disso tiveram vidas normais", diz o médico Sam Parnia, diretor de pesquisa sobre ressuscitação na Stony Brook University, em Nova York.

Muitas pessoas consideram uma parada cardíaca como sinônimo de morte, diz ele. Mas muitas vezes não é o fim.

O efeito de Lázaro 

Parnia é autor do livro Lazarus Effect ("O Efeito de Lázaro", em tradução livre, uma alusão à passagem bíblica que relata que Jesus ressuscitou Lázaro quarto dias após sua morte). Ele explica que, depois que o cérebro para de receber oxigênio por meio da circulação sanguínea, não morre imediatamente, mas entra em estado de hibernação, uma forma de se defender do processo de decomposição.

E o "acordar" desse estágio de hibernação pode ser o momento mais crítico de todos, já que o oxigênio pode se tornar tóxico para o cérebro.

O efeito, compara Parnia, é como o de um tsunami após um terremoto, e a melhor resposta é resfriar os pacientes, de 37ºC para 32ºC.

"A razão pela qual a terapia de resfriamento funciona bem é porque desacelera a decomposição do cérebro", diz Parnia.

E foi nesse momento que Carol Brothers teve sorte. Depois que seu coração voltou a bater, ela foi transferida para um helicóptero, onde um médico a resfriou utilizando pacotes de comida congelada que ela havia acabado de comprar.

Depois de dias em coma na UTI, durante os quais exames sugeriam que ela estava com morte cerebral, Carol acordou.

"Ela me disse três palavras", relembra a filha Maxine. "Estou voltando para casa", teria dito Carol, sussurrando.

Deus ou diabo 

Sam Parnia é fascinado por relatos de pacientes que sentiram a morte de perto.

"Pessoas no mundo todo descrevem experiências semelhantes, mas a interpretação do que eles veem depende muito de sua crença", diz ele.

Essas descrições incluem viagens em túneis iluminados, encontros com figuras angelicais, recordações de eventos passados e, em alguns casos, a sensação de se observar a mesa de cirurgia da perspectiva de quem está "fora do corpo".
O médico está atualmente trabalhando com vários hospitais para investigar relatos desse tipo de experiências "fora do corpo". Como parte do estudo, os pesquisadores posicionaram objetos em prateleiras em salas de operação, que só podem ser observados do alto.

Efeito Lazaro. Parte I. Manter o cérebro resfriado após parada cardíaca pode permitir ressuscitação.


Uma solução interessante pode estar num aparelho chamado RhinoChill que dispara um líquido congelado de perfluorocarbono pelo nariz logo depois da parada cardíaca. Dessa maneira o que acontece é que é induzida de maneira controlada uma hipotermia que torna mais lento o metabolismo das células, prevenindo assim a liberação de moléculas tóxicas que podem causar dano permanente. Imagem: Fayerwayer.  

De volta à vida: médico afirma que é possível ressuscitar pacientes!

Especialista explica que a parada cardíaca não significa o fim, e que é possível restabelecer pessoas que passaram várias horas mortas. 

De acordo com Parnia, o segredo do procedimento é manter o cérebro resfriado para desacelerar o processo de decomposição. O especialista explica que, após a morte, apesar de o cérebro parar de receber oxigênio através da circulação, ele não morre imediatamente. Na verdade, o órgão entra em uma espécie de estado de hibernação, como forma de autopreservação.

Parece que foi justamente esse um dos fatores determinantes na “volta à vida” de Carol, paciente que ficou 45 minutos sem batimentos cardíacos — como no caso de Carol. Depois que os paramédicos foram chamados para atendê-la, seu corpo foi resfriado enquanto ela era transportada ao hospital. Outro procedimento envolve ligar os pacientes a uma máquina que mantém o sangue oxigenado e circulando — conhecida como ECMO ou oxigenação por membrana extracorpórea —, o que é padrão em alguns países.