quinta-feira, 30 de junho de 2016

O que são os Vedas?



Basicamente os Vedas são as quatro escrituras básicas (Rg, Yajur, Sama e Atharva-Vedas),  os Puranas (cujo principal é o Srimad Bhagavatam), os épicos - o Mahabharata (do qual o Bhagavad-gita é a seção mais importante) e o Ramayana, os Upanishads, os Sutras (mais famosos sendo o Vedanta Sutra e o Yoga Sutra), as ciências auxiliares (ayurveda, astrologia, etc.) e os comentários ou livros escritos pelos grandes mestres baseado nesses textos.

As quatro escrituras, Rg, Yajur, Sama e Atharva-Vedas, descrevem os elaborados rituais e mantras usados na religião do povo nos tempos védicos, que se centrava na adoração de semideuses (ou deuses da natureza). Assim, como encontramos praticamente em toda a parte do mundo antigo (Grécia, Roma, Egito, Norte da Europa, América do Sul, etc.) a adoração de seres como o deus do sol, deus dos ventos, do mar, etc., também encontramos exatamente isso como sendo a religião popular da época védica. Por envolverem intricados rituais que não são mais seguidos, essas quatro escrituras não são úteis atualmente. Nelas praticamente não encontramos a verdadeira jóia do conhecimento e práticas espirituais de auto-realização em yoga, em puro amor ao Senhor Supremo.

Os Upanisads são muito em número (mais de 108). São tratados filosóficos sobre a Verdade Última, sobre a Realidade. Entre os Upanishads, um dos mais importantes é o Sri Isopanishad (disponível em Português impresso e em áudio MP3). Ele se destaca por ser o único que é diretamente parte de uma das quatro escrituras básicas, sendo parte do Yajur Veda.

O Srimad Bhagavatam é o Purana mais famoso e um livro de espantosa beleza, profundidade, riqueza, filosofia e sabedoria. Ele revela em grande detalhe a natureza de Deus, da alma, do “reino de Deus”, do mundo material, do processo de auto-realização, do problema e inutilidade inerente da adoração de semideuses e importância de buscar Deus acima deles, do efeito da consciência na matéria e vice-versa e muito mais. O livro tem 12 Cantos, com mais de 14 mil versos. Sua versão traduzida e comentada por Srila Prabhupada contém 19 mil páginas e está disponível em Português.

O Bhagavad-gita tem toda uma posição especial dentre os Vedas (ou literatura védica), pois apresenta o aspecto mais refinado da filosofia e prática espiritual védica - o caminho da auto-realização em yoga. É um resumo de toda a espiritualidade e filosofia da cultura védica. É o texto mais importante sobre yoga e auto-realização e é aceito como o livro base da tradição da espiritualidade e religião da Índia.

No Bhagavad-gita se descrevem as diferentes etapas do caminho do yoga (karma, jnana e bhakti). De todas as práticas de yoga, Krisna explica no Bhagavad-gita, no verso 6.47, que a prática superior é bhakti-yoga (yoga com devoção ou consciência de Krishna). A conclusão do Bhagavad-gita é que a essência de todo o conhecimento védico é a pura consciência de Krishna. Essa declaração encontramos no Capítulo 15, verso 15, onde Krishna diz, “Através de todos os Vedas, é a Mim que se deve conhecer. Na verdade, sou o compilador do Vedanta e sou aquele que conhece os Vedas.”.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Las primeras puertas automáticas de la Historia



Ya conocíamos a Herón de Alejandría por el ser creador de la 1ª máquina expendedora de la Historia, pero no sólo ha pasado a la Historia por ello. También fue el primero en idear un sistema para crear las primeras puertas automáticas de la Historia.

Este famoso inventor greco-egipcio del siglo I recogió en su tratado de ingeniería “La Neumática” un sistema para que las puertas de los templos se abrieran solas, sin intervención humana.

El mecanismo utilizaba el vapor de agua que obtenía al calentar fuego en un altar. Esta energía era aprovechada por un sistema de poleas que permitían abrir las puertas.

La verdad es que tuvo que sorprender a propios y extraños sobre todo porque consiguió, no solo abrir las puertas, sino que a la vez sonasen trompetas.


Heron de Alejandria

terça-feira, 21 de junho de 2016

Processo de Industrialização da cidade de Gravataí (1939-1990).



Por Leandro Claudir Pedroso


 1-    Introdução: 

Foi em meados da década de 1960, que a cidade inicia um rápido processo de industrialização. Vários fatores contribuíram para esse rápido processo, e podemos destacar alguns deles como determinantes para que Gravataí deixasse a economia agrária, como a construção da Freeway e a criação do distrito indústria. Deixando Gravataí de ser uma cidade dormitório em relação a Porto Alegre (aonde os trabalhares vão somente para dormir) para assumir a condição de importante polo industrial no cenário da economia gaúcha. O início do processo de industrialização de Gravataí está intimamente ligado com o deslocamento das indústrias de Porto Alegre e com a implantação de um Distrito Industrial nos anos 1970 no município.  O deslocamento industrial de Porto Alegre para Gravataí foi primeiramente realizado de forma “espontânea”.

Os atrativos elaborados pelas administrações municipais que se sucederam desde o final dos anos 1950 para a instalação de indústrias e, um pouco depois, o anúncio da construção da rodovia BR-290 e de um distrito industrial através das políticas de planejamento metropolitano atestam a regulamentação desse deslocamento. Os Censos Industriais de 1960 e 1970 demonstram que o principal ramo industrial de Gravataí era o de produtos alimentares. A partir de 1975, as indústrias dos ramos metal-mecânico e químico passam a ser a principal atividade. Concomitante à implantação do distrito e às melhorias de infraestrutura, o capital industrial internacional também passou a se instalar no município. A característica em comum das indústrias que se instalaram em Gravataí neste momento é o grande porte. O que pode ser observado nos dias de hoje pela permanência de suas edificações.

Não podemos deixar esquecer que já na década de 1930 em Gravataí no Passo do Ferreiro, achava-se uma fábrica de móveis e uma casa destinada à torrefação e moagem de café, pertencentes ao Sr. Joaquim Antônio de Vargas. Na mesma localidade havia também um curtume e uma correaria e uma fabrica de louças de barro. A cultura da mandioca teve participação ativa na economia do Município, fornecendo a farinha de mandioca e o polvilho. As atafonas eram moinhos manuais ou movidos por tração animal para a obtenção da farinha de mandioca. Por muitos anos, a economia do Município foi baseada na farinha de mandioca.

●Delimitação do tema:

Foi na década de 1930, que chegou a prefeitura do município José Loureiro da Silva, que, em seu governo, estabeleceu inúmeras inovações de grande importância no desenvolvimento de Gravataí. Podemos dizer que as principais realizações que influenciaram posteriormente o município como polo industrial, foi o primeiro sistema de energia elétrica na cidade, o alargamento e calçamento das primeiras ruas, a construção da faixa ligando Gravataí a Porto Alegre e o projeto urbanístico atual do centro da cidade. Durante o governo de José Loureiro da Silva esses empreendimentos foram de extrema importância para o futuro da economia e industrialização de Gravataí, de modo a serem marcos na história do município. A primeira rodovia municipal, ligando à capital, faixa estreita de cimento, calçada com paralepípedos nas laterais, ocorreu no município de Gravataí, sob a administração do Dr. José Loureiro da Silva. A rodovia, hoje levando o nome de Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira, foi inaugurada em 8 de abril de 1934.

Outro acontecimento marcante na economia de Gravataí foi a instalação do Complexo Industrial da General Motors, que se deu em 17 de março de 1997, marco do desenvolvimento do município, pois a General Motors veio fazer parte do Parque Industrial. O Complexo Industrial da General Motors firmou a face industrial da cidade e fez do município um dos grandes polos industriais da metal-mecânica no Brasil.

Mesmo o tema sendo delimitado por esse modelo lembramos que a cidade em 1902 já possuía uma fábrica de sabão de propriedade de Enedino Fonseca. Também nos primórdios da economia de Gravataí, houve grande número de engenhos, moinhos e alambiques. Os engenhos eram movidos por tração animal. Garapa é o nome que se dá ao líquido que escorre da cana moída. O alambique é o lugar onde se fabrica cachaça, sendo a água destilada da garapa. O município teve alguns moinhos graneleiros mandados construir pelo governador José Marcelino de Figueiredo. A mecanização da lavoura, as terras gastas e o êxodo rural encarregaram-se de fazer diluir, quase que totalmente, tais afazeres no seio da população gravataiense.

Na década de 1920 e 1930, Gravataí já contava com um número expressivo de atafonas em torno de 232, todas movidas a tração animal e por água. A cidade possuía 41alambiques e 17 indústrias de rapadura.

Em fins da década de 1950, iniciou-se uma campanha, principalmente por parte da Câmara de Vereadores, objetivando a industrialização do Município. Doava-se o terreno a quem quisesse implantar alguma indústria. A partir de 1960, a Câmara Municipal aprovaria uma lei, isentando do recolhimento do imposto as novas indústrias. A partir de 1964, o processo de industrialização do Município acentuou-se, oferecendo mais empregos e novas fontes de riqueza. O marco inicial da expansão industrial de Gravataí ocorreu em 1958, instalando-se na cidade a Indústria Rio-Grandense de Papel e Papelão Ltda., hoje denominada Riopel S/A – Indústria de Papelão e Artefatos. Após, instalou-se na cidade a Synteko Indústria e Comércio S/A. Em 1962, instalou-se em Gravataí a Icotron S/A, pertencente ao Grupo Siemens.

2- Justificativa:

●Relevância social:

            Dentre os diversos livros, artigos, monografias e trabalhos que li sobre o processo de industrialização e também aqueles que falavam especificamente sobre a industrialização em Gravataí, nenhum deles abordava o tema de forma centralizada na cidade de Gravataí, em sua população e no impacto da industrialização para a cidade. Desde modo posso citar a obra de Jorge Rosa, a história de Gravataí; Sandro Ruduit Garcia, “O polo automotivo de Gravataí”; Acácia Maria Ramires Maduro. “Guia preliminar de fontes para o estudo do processo de industrialização no Rio Grande do Sul (1889-1945)”; Ana Clara Fernandes, “Boletim Gaúcho de Geografia Nº 37”; Maria Soares Almeida e William Mog, “A imagem do ambiente habitacional dos anos 1970: a região metropolitana de Porto Alegre”; Eduardo Bueno, "Indústria de Ponta- Os Gaúchos e a industrialização"; Tatiane Bartmann, "Artigo no XI encontro estadual de história sobre a industrialização e imigração no Rio grande do Sul: um estudo historiográfico".

A primeira linha telefônica da cidade de Gravataí foi inaugurada na administração ainda dos intendentes pelo coronel Antônio Afonso de Jesus, em 1903 ligando Gravataí a Porto Alegre. O telefone era de gancho e movido a manivela.

Nos anos de 1910 até 1919, a luz, na cidade de Gravataí era gerada pelos lampiões, alimentados por querosene, nos cantos da praça. Posteriormente, a luz vinha de um dínamo, ligado a um motor de uma fábrica de moer café, de propriedade do Sr. Lulu Fialho, proximidades, do atual edifício do Fórum. Era uma Locomove, movida a vapor, e o dínamo era ligado para a Prefeitura das 18 às 24 horas. Mais tarde esse dínamo queimou-se.

O Dr. Loureiro conseguiu trazer a luz da Toca de São Leopoldo, o prefeito Loureiro inaugurou a luz na cidade em 27 de agosto de 1932. Oportunizando assim grandes chances de progresso para o Município. Com a eletricidade chegando ao município na década de 1930 e o acesso a capital facilitado pela faixa ligando Gravataí a Porto Alegre, estavam abertas as portas para a industrialização do município que até então era praticamente um município agrário.

A Lei n.º 01, de 14/06/1960, isenta do recolhimento de impostos sobre mercadorias as indústrias sem similares no Município durante vinte e cinco anos, foi posteriormente revogada pela Lei n.º 228, de 10/10/1985, concedendo-lhes tal isenção, no máximo, cinco anos. Até julhos de 1986, havia em Gravataí, 348 indústrias, ressaltando: Semag Equipamentos Agrícolas Ind. Ltda. (25/08/1985); Moore Formulários Ltda. (15/10/1985); Carlos Becker Metalúrgica Ind. Ltda. (31/01/1986); Tupy Ind. E Com. De Produtos Químicos Ltda. (02/05/1986); SENAI- Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (1986).

            Na década de 1970, as políticas do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, articuladas com  diretrizes nacionais de desenvolvimento, elegeram Gravataí para a instalação de um Distrito Industrial. Estas políticas foram elaboradas com base em “um programa de desenvolvimento industrial cujas metas prioritárias são aproveitar os recursos existentes, atrair novos investimentos e proporcionar melhores condições socioeconômicas ao Estado”. Em 1973 a Companhia de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Rio Grande do Sul – CEDIC desapropriou em torno de 387 hectares para a construção do distrito. Ele foi planejado para abrigar indústrias de porte médio e grande, somente do ramo mecânico-metalúrgico. Para a ocupação imediata foram selecionadas onze empresas procedentes de Porto Alegre: Aços Laminados Panatlântica S. A.; Albarus S. A.; Artemp Ar Condicionado Ltda.; Gildemeister Máquinas Operatrizes S. A.; Luiz A. Rauter & Cia. Ltda.; Metalúrgica.
Jackwal Ltda.; Schubert-Salzer Máquinas Têxteis Ltda.; Semag – Equipamentos Agrícolas e Industriais Ltda.; Wallig Sul S. A.; Wotan Máquinas Operatrizes S. A.; Zivi S. A.

Os loteamentos passam a fazer parte do cenário urbano de Gravataí pelo menos duas décadas antes de seu processo de industrialização. A presença de grande quantidade de trabalhadores oportunizou a implantação de conjuntos habitacionais planejados através de políticas estaduais, de forma direta ou indireta, através do financiamento a empresas loteadoras. Estes projetos executados a partir da década de 1970, não foram suficientes para atender a demanda de moradias, principalmente da população de baixa renda. Concomitante à implantação do distrito e às melhorias de infraestrutura, o capital industrial internacional também passou a se instalar no município.

Ao longo da década de 1970 e 1980, o municípios de Gravataí  apresentava uma variação populacional decorrente da concentração do emprego industrial gerando grande expansão urbana. A política de implantação dos distritos industriais que empregaram um grande contingente populacional alavancou o desenvolvimento urbano dessas cidades. Enquanto, no começo da década de 1970, o número de empregos industriais nos dois municípios não somava mais de 4.000 empregos industriais, em fins da década de 1980 esse número já ultrapassava a 20.000 empregos no setor. Na década de 1970 em Gravataí, a população urbana passou a ser maior que a rural destacando o crescimento da cidade. De acordo com as informações dos setores da economia e do grau de urbanização, uma clara relação se estabelece entre o crescimento da indústria em função da criação dos distritos industriais e o crescimento populacional na área urbana nos dois municípios. Ao compararmos o número de pessoal ocupado no setor industrial no final da década de 1970 com os outros setores, é evidente a importância desse setor para a economia da região.


●Relevância acadêmica:

            Não existem trabalhos que abordem a importância desse período histórico para a cidade de Gravataí referente as décadas de1930 à 1990 e as importantes mudanças ocorridas no município que propiciaram tornar-se o polo industrial que hoje é um dos maiores do Brasil. O impacto da industrialização para a população do município foi muito grande, pois passou de um município que dependência da produção agrária basicamente de mandioca para as industrias de grande porte. E é no decorrer destes 60 entre a década de 1930 e 1990 que encontraremos as explicações e razões que levaram Gravataí a esta mudança de situação econômica diante dos outros municípios do Rio grande do Sul.

●Critério de viabilidade:

            Ainda que sejam esparsas e poucos trabalhos que aborde o tema de forma como um todo é possível encontrar muito material que aborda parte dos acontecimentos no período da industrialização de Gravataí que estudaremos em nossa pesquisa e por essa razão torna-se ainda mais essencial um trabalho que aborde toda a história e contexto desse processo de industrialização do município.

●Critério de originalidade:

            Não existe nenhum trabalho que aborde de forma especifica o período histórico compreendido como o período da industrialização do município e mostre através de acontecimentos históricos do período de industrialização que foram resultantes da mesma e que resultaram na mesma.

3-    Objetivos:

a)    Identificar os principais eventos que levaram o município a culminar com a industrialização que continua até a época atual.

b)    Analisar esses eventos que permitiram que Gravataí alcançasse o potencial industrial que atingiu.

c)    Comparar os períodos da industrialização desde a chegada da primeira rede elétrica ao município passando pelo processo de urbanização e industrialização.

d)    Localizar no tempo e espaço os eventos resultantes e originários do processo.

e)    Relatar os acontecimentos da época e como eram visto pelo governo e população.

f)     Desenvolver o trabalho de forma clara e precisa em seus dados e fontes.

g)    Industrialização, primeiras indústrias, distrito industrial, economia, população, urbanização, condomínios populares e crescimento social-econômico por década.

         4- Quadro teórico:
           
O processo de industrialização de Gravataí possuí um conjunto de possibilidades que nos leva a situa-lo dentro da História Contemporânea, pois se comparado com o restante do Brasil e muito mais o mundo como um todo foi um processo recente e que se encontra em pleno desenvolvimento. Como lemos no livro “Economia brasileira contemporânea” de Walter Franco Lopes da Silva: “Nos anos 1930, o mercado internacional não tinha interesse, nem capacidade, de absorver grande parte das tradicionais exportações do agronegócio brasileiro. Composta basicamente pelo café, nossa principal pauta de exportação era uma commodity de luxo e facilmente substituível nas economias sem recessão, como era o caso da norte-americana. E foi nesse cenário pouco propício ao comércio internacional do Brasil que Getúlio Vargas iniciou o processo de substituição das importações, passando a enxergar o crescimento do mercado local como o principal foco da política econômica governamental. Foi a partir dessa época que o Brasil se viu forçado a abandonar sua tradicional vocação como grande exportador da monocultura cafeeira e iniciar uma transformação rumo à diversificação de sua matriz exportadora e ao desenvolvimento de um novo modelo industrial. Esse novo modelo acarretou profundas mudanças na sociedade brasileira, transformando-a de maneira definitiva nas cinco décadas subsequentes”. (SILVA, pg. 25).

Ainda para corroborar com as abordagens e a necessidade de um trabalho de amplo espectro da história da industrialização de Gravataí e como esse processo se desenvolveu a nível municipal, metropolitano, estadual e nacional temos o trabalho da Universidade Federal de Juiz de Fora elaborado pelos professores Amaury Patrick Gremaud, Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos e Rudinei Toledo Jr. Com o título “Economia Brasileira Contemporânea”. No qual encontramos as razões que levaram ao nosso processo industrial: “A crise dos anos 30 foi um momento de ruptura ou transformação estrutural na Economia Brasileira. Desde esta data o modelo agroexportador é paulatinamente afastado e ocorre a industrialização A forma assumida pela industrialização brasileira, pelo menos entre 1930 e 1960, foi a chamada industrialização substituidora de importações.” (GREMAUD et al., 2002).

 É exatamente neste período que o presente projeto pretende entrar nas implicações dos diversos meios de industrialização na cidade. Como as Atafonas movidas a roda de água, as fábricas de tamancos, os alambiques, ferrarias, fábricas de rapaduras e louças de barro e os tambos dentre outras atividades que entraram no processo contemporâneo da industrialização.  A década de 30 foi marcada pelas políticas populistas e pela condução do governo por parte de Getúlio Vargas, sobre um equilíbrio instável entre os grupos que o apoiavam. Os compromissos básicos sobre os quais se assentava os governos da fase populista eram: Não alterar a situação política e fundiária do campo, trazer para a base de sustentação do governo as massas urbanas sem radicalização.

Como podemos ver ao longo do projeto a industrialização se faz por etapas e apesar de ao final se buscar uma indústria completa, a industrialização se faz por partes (rodadas) a pauta de importações ditava a sequência dos setores e objeto dos investimentos industriais.  Como podemos ver isso ocorria devido aos fatores citados no trabalho “Economia brasileira contemporânea”, como segue: “Escassez de fontes de financiamento: quase inexistência do sistema financeiro, em decorrência principalmente da “Lei da Usura”. Ausência de uma reforma tributária ampla apesar das mudanças ocorridas na economia brasileira.” (GREMAUD, et al. 2002).

A influência da urbanização nesse processo foi extremamente importante para a cidade e podemos ver estes acontecimentos ao longo do projeto, pois a urbanização é necessária para a melhor movimentação dos produtos e para as moradias dos trabalhadores. Dentro desse processo podemos citar o livro de Maria Encarnação B. Sposito em seu livro “Capitalismo e Urbanização”, aonde fica claro que “Ainda que a indústria seja a forma através da qual a sociedade apropria-se da natureza e transforma-a, a industrialização é um processo mais amplo, que marca a chamada Idade Contemporânea, e que se caracteriza pelo predomínio da atividade industrial sobre as outras atividades econômicas. Dado o caráter urbano da produção industrial (produção essa totalmente diferenciada das atividades produtivas que se desenvolvem de forma extensiva no campo, como a agricultura e a pecuária) as cidades se tornaram sua base territorial, já que nelas se concentram capital e força de trabalho. Esta concentração é decorrência direta da forma como se estruturou a partir do mercantilismo, o próprio modo de produção capitalista. Decorrentes desse processo, as cidades deram ao mesmo tempo suporte a ele. Nesta perspectiva, entender a urbanização a partir do desenvolvimento industrial, é procurar entender o próprio desenvolvimento do capitalismo.”  (SPOSITO, pg. 48).

Quando muitos aperfeiçoamentos técnicos já haviam ocorrido, e a produção industrial ainda era predominantemente artesanal do ponto de vista técnico, o domínio do artesão sobre o processo produtivo diminuía. Desta forma, o trabalho assalariado entrou em processo de "gestação". Embora os artesãos ainda fossem donos de seus meios de produção, e muitas vezes ainda possuíssem um pedaço de terra, o capitalista (ainda de fato, um comerciante) começou a subordinar a produção ao capital. Este processo de decomposição da produção em fases, cabendo a cada artesão a responsabilidade por uma destas etapas, significava a sua perda de controle sobre o preço do produto, direito este que passou ao comerciante, responsável pela venda da mercadoria.

Paulatinamente a produção industrial passa a ser realizada na fábrica, onde através dos investimentos realizados pelos capitalistas, concentram-se instrumentos de produção mais modernos, que permitem uma produção mais rápida e de custo menor. A concorrência torna-se inexorável para a produção artesanal, e a emergência e predominância do trabalho assalariado, um fato consumado como vemos: “O aumento das taxas de crescimento populacional também permitiu a ampliação do contingente de expropriados, que portadores apenas de sua força de trabalho, constituíam-se mão-de-obra abundante para a produção fabril, e reforçavam a instituição do trabalho assalariado como forma predominante O início da industrialização entendida aqui como traço da sociedade contemporânea, como principal atividade econômica e principal forma através da qual a sociedade se apropriava da natureza e a transformava marcou de forma profunda e revolucionou o próprio processo de urbanização. "A expressão da urbanização via industrialização não deve ser tomada apenas pelo elevado número de pessoas que passaram a viver em cidades, mas sobretudo porque o desenvolvimento do capitalismo industrial provocou fortes transformações nos moldes da urbanização, no que se refere ao papel desempenhado pelas cidades, e na estrutura interna destas cidades. Castells sugere que ao invés de se falar de urbanização, que se fale de produção social das formas espaciais, na perspectiva de apreender "as relações entre o espaço construído e as transformações estruturais de uma sociedade". Assim, não devemos apenas enxergar na urbanização que se dá via industrialização, uma acentuação da proporção de pessoas vivendo em cidades. Devemos analisá-la no contexto da passagem da predominância da produção artesanal para a predominância da produção industrial (entendida aqui, no seu sentido mais restrito, pós-Revolução Industrial), ou seja, da passagem do capitalismo comercial e bancário para o capitalismo industrial ou concorrencial”. (SPOSITO, pg.58).

5- Hipóteses:

A industrialização do município de Gravataí foi um processo que teve seu inicio, mas que se perpetua até a época atual e é dentro de desse período de espaço e tempo que analisaremos os prefeitos, suas influencias na industrialização bem como a sociedade e economia do município e as mudanças que se deram no decorrer do tempo em que Gravataí percorreu esse trajeto até tornar-se um dos maiores polos industriais do Brasil. Pois estaremos pesquisando um processo que ainda está em desenvolvimento.

6- Procedimentos metodológicos:
            Os instrumentos de pesquisa utilizados para este trabalho projeto foram livros, registros históricos e trabalhos de pesquisa na rede mundial de computadores. Visita ao museu Agostinho Martha em Gravataí que é única e como tal principal fonte sobrevivente de dados sobre essas informações primárias da industrialização na cidade e análise dos registros de contribuintes, indústrias e anos dos mesmos. Além é claro das fotos presentes nos anexos dos registros analisados.

7- Bibliografia:

a)    Fontes primárias:


Prefeitura Municipal de Gravatahy: indústria e profissões. (1931) pg.1-100.

Registro de Indústrias e profissões de Gravatahy (1937-1938) pg.1-30.

Lançamento do Imposto de Licenças sobre comércio, indústria e profissões (1939) pg. 1-77.

Imposto de Indústrias e profissões de Gravatahy (1935) pg.1-30.

Imposto de Indústrias e profissões de Gravatahy (1939) pg.1-77.

Imposto de Indústrias e profissões de Gravatahy (1940-1944) pg.1-31.

Imposto de Indústria e profissões (1951-1953) pg. 1-97.


b)   Fontes secundárias:


FERNANDES, Ana Clara. Boletim Gaúcho de Geografia (BGG) N.º 37 – Porto Alegre – Maio 2011. Tempos, formas e conteúdos do espaço urbano-industrial em Gravataí (RS).


ALMEIDA, Maria Soares; Mog William. A imagem do ambiente habitacional dos anos 1970: a região metropolitana de Porto Alegre, 2012.


ROSA, Jorge. História de Gravataí. Gravataí: EDIGAL, 1987. pg. 42, 43, 53, 63-65,81-88, 116, 117, 136.


Dinâmicas e territórios industriais em Gravataí – Região Metropolitana de Porto Alegre,RS,Brasil<http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Geografiasocioeconomica/Geografiaindustrial/19.pdf > página acessada em 06 de setembro de 2015 as 17:35.

SILVA, Walter Franco Lopes da. Economia Brasileira Contemporânea.1. ed — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2008. pg. 25.

GREMAUD, Amaury Patrick; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; TOLEDO JR, Rudinei. Economia Brasileira Contemporânea: material de apoio didático. 4ºEd.Juiz de Fora: Editora Atlas, 2002. pg. 3.

SPOSITO, Maria Encarnação B. Capitalismo e Urbanização. São Paulo: Editora Contexto, 1988. pg. 48, 58.




8- Cronograma:
           
            ●Anexos:


Registro de indústrias e profissões no período de 1931
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.


CONTRIBUINTES

INDÚSTRIAS/PROFISSÕES

ANO
Serafim de Oliveira Fogaça
Alambique
1931
Albino João Fost
Atafona
1931
Bento Antônio da Silva
Ferraria
1931


Registro de indústrias e profissões de Gravataí no período de 1935
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.

CONTRIBUINTES
INDÚSTRIAS/PROFISSÕES
ANO
Demétrio Antônio Gomes
Atafona
1935
Felipe Lopes
Ferraria
1935
João Luiz da Silva
Alambique
1935



Registro de indústrias e profissões de Gravataí no período de 1937-1938
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.


CONTRIBUINTES

INDÚSTRIAS/PROFISSÕES

ANO
Octávio José de Souza
Aguardente. Fab. “p (sic.)
1937
Antônio Limeira Ramos
Torrefação de Café
1937
Alfredo Escauer
Engenho a água
1937
Pedro Maurício Filho
Olaria
1938

Registro de indústrias e profissões no período de 1939
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.


CONTRIBUINTES

INDÚSTRIAS/PROFISSÕES

ANO
Alfredo Exuer
Moinho
1939
Albino João Fost
Atafona
1939
Bento Antônio da Silva
Tambo
1939

Registro de indústrias e profissões no período de 1940-1944
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.


CONTRIBUINTES

INDÚSTRIAS/PROFISSÕES

ANO
Boa Ventura Vieira da Roja
Atafona
1940
Arlindo Oliveira
Olaria
1940
Lino Miguel Schuck
Ferraria
1940
Ataíde Pacheco Garcez
Aguardente-fab”p (sic.)
1940
Augusto Stump
Fábrica de Tamancos
1940
Angelo Rocha e Filhos
Gasolina-bomba
1940
Camilo Dutra de Mattos
Carpintaria
1940
Otacílio Candido Bernardo
Fábrica de Rapaduras
1942
Albano Möller
Engenho
1942
Guilherme Ludivig
Fab. De Louças de Barro
1942
Floriano Alsiro dos Santos
Funilaria
1944
Florentino Antonio da Silva
Emp. Pedreira
1944


Registro de indústrias e profissões no período de 1951-1953
Na tabela que se segue estão presentes as principais atividades industriais de Gravataí no período em questão, seus proprietários e o ano de contribuição tratado nos documentos consultados.


CONTRIBUINTES

INDÚSTRIAS/PROFISSÕES

ANO
Arthur Trein
Tambo
1951
Airlindo Montin
Fab. De Vassouras
1951
João Braun
Engenho
1950