quarta-feira, 22 de julho de 2015

A formação das monarquias nacionais na Europa e a visão do outro: europeus e americanos.




Luis XIV da França.

As Monarquias Nacionais e o Estado Absolutista: A consolidação das monarquias nacionais assumiu formas diferentes em cada lugar da Europa ocidental. Na França, o poder do rei começou a se fortalecer na Baixa Idade Média (século X–XV), para se tornar absoluto na Idade Moderna (século XV-XVIII). Mas na Inglaterra não foi assim. Fortemente centralizado nos séculos XI e XII, o poder real se enfraqueceu progressivamente no final da Idade Média, transformando-se em uma monarquia com poderes limitados pela Magna Carta. No Sacro Império Romano-Germânico, na península Itálica (Itália) e na península Ibérica (Portugal e Espanha). O exercito perdeu seu caráter feudal por meio de novas leis reais ao qual permitiam ao rei convocar os homens livres (burgueses, artesãos e cavaleiros) para o exército. Por meio do capitalismo comercial, política mercantilista e o sistema colonial o Estado Absolutista, com seu soberano autocrático, não era um simples Estado de transição entre o Estado feudal e o Estado burguês que emergiria da Revolução Francesa em fins do século XVIII. Trata-se de um estado forte, centralizado e duradouro que tomou a forma de monarquia nacional. Com a ascensão das monarquias nacionais e os Estados Absolutistas as nações europeias começaram a organizar-se de forma mais estável. A partir do século XV a economia europeia conheceu um período de grande crescimento. Mas surgiu também um novo obstáculo a essa expansão, configurando uma crise de crescimento.

A expansão comercial e marítima europeia: uma das saídas encontradas para a superação da crise forma as Grandes Navegações. A partir do século XV, os europeus se lançaram à exploração de mares que pouco conheciam. Essa aventura permitiu a abertura de novas rotas para os mercados tradicionais do Oriente, além do encontro de novas fontes de metais preciosos para a cunhagem de moedas. Os pioneiros na expansão marítima foram os portugueses e os espanhóis, seguidos depois por ingleses, franceses e holandeses.

A visão do outro: europeus e americanos: no final do século XV, em 1492, os espanhóis aportaram em terras americanas e, em 1500, foi a vez dos portugueses. A partir daí, começou o processo de conquista e colonização do continente por povos da Europa. Nos anos seguintes, diversos deles, como os franceses, ingleses e holandeses, desembarcaram em terras americanas formando colônias e buscando riquezas. Dessa forma, em vários lugares do continente americano, no decorrer do século XVI, europeus foram se organizando e tomando posse de terras que já eram habitadas por comunidades com raízes culturais e hierárquicas há muito definidas. Esses povos estavam distribuídos em diferentes pontos do continente e organizavam-se em sociedades com características próprias, muitas delas altamente complexas, causando admiração aos recém-chegados. Entretanto, a colonização, para os europeus, sempre esteve relacionada à expansão territorial e comercial, o que, de certa forma, restringiu o conato entre eles e os nativos à obtenção de gêneros cuja extração ou produção gerasse o acúmulo de riquezas nos cofres europeus. Esse fato, somado à grande importância da religião na cultura europeia, contribuiu para que os costumes europeus fossem impostos em detrimento dos costumes nativos. Assim, primeiro, o contato entre europeus e povos nativos alterou os costumes vigentes nas terras encontradas e, apesar do menor impacto, mostrou aos conquistadores realidades e costumes diferentes dos conhecidos na Europa. Além da relação América-Europa, a colonização do novo continente alterou a realidade africana, com a implantação do sistema de trabalho escravista, que realocou milhares de africanos para supri a necessidade de mão de obra na América. As relações que se seguiram à chegada dos europeus com a chamada conquista da América (e também de outros continentes) foram de dominação, trocas culturais, assimilação e destruição de muitas das organizações sociais nativas. Nessa relação, a inexistência da noção de direitos humanos, somada à certeza dos europeus de que seu modo de vida e religião eram os corretos, além da intenção de explorar as novas terras, contribuíram para a desintegração quase completa de diversas culturas nativas. É possível afirmar que a colonização das Américas, assim como a que ocorreu em outros lugares no período, seguindo a lógica das expansões marítimas e comerciais, foi um processo marcado pelo etnocentrismo – europeus priorizavam suas crenças e objetivos comerciais, deixando de lado os costumes preestabelecidos pelos povos nativos.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Mitologia brasileira: será que você conhece os deuses?

Afinal, em povos tribais, a maior parte das explicações para fenômenos naturais era atribuída a entidades sobrenaturais, o que pode parecer ridículo, mas até hoje é aplicado: afinal, quem nunca pediu ajuda pra São Longuinho pra achar alguma coisa?

Tupã

Esse mítico deus dos trovões e tempestades brasileiro é uma versão tupiniquim do deus nórdico Thor, e, da mesma forma, era a explicação dos povos antigos para a raiva luminosa dos relâmpagos que iluminam o céu. Onipresente, também poderia ser uma analogia ao deus grego Zeus, já que é considerado o líder da cúpula divina da mitologia tupinambá.

Jaci
Essa deusa da lua e da noite seria a responsável pela magia e encanto na vida dos homens, e teria sido criada por Tupã para embelezar o mundo que havia criado. Irmã de Iara, a deusa dos lagos serenos, mais tarde Jaci acabou se tornando a própria esposa de Tupã.

Guaraci (ou Quaraci)
Uma representação indígena do deus Sol, é associado à pureza e verdade, assim como Brahma (hinduísmo) e Osíris (egípcio).

Yorixiriamori
Era um deus que encantava as mulheres com seu talento e beleza, e que por isso acabou virando alvo de ódio dos homens, transformando-se num pássaro para fugir. Essa história é contada no conto “A árvore cantante”, um clássico dos Ianomâmis.

Anhangá

O análogo a Hades e o Diabo, esse é o inimigo de Tupã e deus do “inferno”, e pode se transformar em vários animais diferentes. Quando alguém o vê, esse costuma ser um sinal de azar.

Ceuci
Deusa das lavouras, moradias e filha de Jurupari (que é o nome de um peixe brasileiro), nasceu dos frutos da árvore Purumã, que representa a morte e a vida para os Tupi-Guarani (como a Yggdrasil nórdica).

Akuanduba
Uma divindade dos índios araras, toca a sua flauta para dar sustentação e ordem ao mundo, representando a harmonia divina.

Wanadi
Deus dos iecuanas, faz parte de um mito no qual teria criado três seres vivos para habitar o mundo. Os dois primeiros, entretanto, teriam saído defeituosos, tornando-se os males do mundo, enquanto o terceiro teria nascido perfeito.

Yebá Bëló
Chamada de “mulher que apareceu do nada”, é citada como a responsável pela criação da humanidade segundo os Dessanas. De acordo com a lenda, teria moldado os homens e mulheres das folhas de coca que masca, chamadas de ipadu.