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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Laser no campo de batalha.

Novas armas de luz mostram que o laser pode ir além das apresentações de PowerPoint

As pistolas laser ainda estão longe. Mas um tanque assim pode chegar logo. O Departamento de Defesa dos EUA lançou um desafio às empresas de tecnologia militar: desenvolver um canhão que sustente um raio de 100 quilowatts de potência por pelo menos 300 segundos – o suficiente para derrubar mísseis pequenos.

O prazo termina em 2008. A novidade dessa história, no entanto, nem é a arma laser em si. A primeira vez que um canhão desses conseguiu derrubar um míssil (em testes) foi em 1978. Em 2004, a construtora de armas Northrop Grumman conseguiu afinar o sistema e acertar até alvos minúsculos, como morteiros – usando uma potência até maior que os 100 quilowatts. Se é assim, qual o sentido desse desafio do Pentágono? Simples: esses canhões não podem se mover. O problema é o combustível deles. São dois compostos químicos que, combinados, produzem um gás. E ele fornece a luz do laser. Só que, para produzir o tal gás na quantidade suficiente para um tiro, vão caminhões de produtos químicos. Literalmente.

Então eles precisam construir uma fábrica debaixo do canhão para a coisa funcionar. Nada prático para um campo de batalha, certo? O que o Pentágono quer, então, é um canhão tão forte quanto os de laser químico, mas que seja pequeno o suficiente para caber num tanque ou num caminhão. Aí o jeito é imitar aqueles laser pointers de chaveiro: usar energia elétrica, um combustível bem menos potente que os produtos químicos. Mesmo assim, as coisas estão andando. Uma das empresas no páreo, a Lawrence Livermore, fez neste ano um laser elétrico capaz de derrubar morteiros a 1 quilômetro de distância. Por enquanto, a potência está na casa dos 25 quilowatts – o que dá uns 5 milhões de laser pointers juntos. Se cuida, Hans Solo.

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A verdadeira história do Natal.

A humanidade comemora essa data desde bem antes do nascimento de Jesus. Conheça o bolo de tradições que deram origem à Noite Feliz


Roma, século 2, dia 25 de dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone, nessa que é a data mais sagrada do ano. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados dias antes e se recuperam de uma longa comilança.

Mas não. Essa comemoração não é o Natal. Trata-se de uma homenagem à data de "nascimento" do deus persa Mitra, que representa a luz e, ao longo do século 2, tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. Qualquer semelhança com o feriado cristão, no entanto, não é mera coincidência.

A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o "renascimento" do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.

A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno – pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, esse culto é o que daria origem ao nosso Natal. Ele chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império.

Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. "O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes", dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome ("Religiões de Roma", sem tradução para o português). Os mais animados se entregavam a orgias – mas isso os romanos faziam o tempo todo. Bom, enquanto isso, uma religião nanica que não dava bola para essas coisas crescia em Roma: o cristianismo.



Solstício cristão

As datas religiosas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus só tinham a ver com o martírio dele: a Sexta-Feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição). O costume, afinal, era lembrar apenas a morte de personagens importantes. Líderes da Igreja achavam que não fazia sentido comemorar o nascimento de um santo ou de um mártir – já que ele só se torna uma coisa ou outra depois de morrer. Sem falar que ninguém fazia idéia da data em que Cristo veio ao mundo – o Novo Testamento não diz nada a respeito. Só que tinha uma coisa: os fiéis de Roma queriam arranjar algo para fazer frente às comemorações pelo solstício. E colocar uma celebração cristã bem nessa época viria a calhar – principalmente para os chefes da Igreja, que teriam mais facilidade em amealhar novos fiéis. Aí, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus teve a sacada: cravou o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, nascimento de Mitra. A Igreja aceitou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado. "Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade", diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Assim, a invenção católica herdava tradições anteriores. "Ao contrário do que se pensa, os cristãos nem sempre destruíam as outras percepções de mundo como rolos compressores. Nesse caso, o que ocorreu foi uma troca cultural", afirma outro historiador especialista em Antiguidade, André Chevitarese, da UFRJ.

Não dá para dizer ao certo como eram os primeiros Natais cristãos, mas é fato que hábitos como a troca de presentes e as refeições suntuosas permaneceram. E a coisa não parou por aí. Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram entrando para a tradição natalina. A que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa que os nórdicos faziam em homenagem ao solstício. O presunto da ceia, a decoração toda colorida das casas e a árvore de Natal vêm de lá. Só isso.

Outra contribuição do norte foi a idéia de um ser sobrenatural que dá presentes para as criancinhas durante o Yule. Em algumas tradições escandinavas, era (e ainda é) um gnomo quem cumpre esse papel. Mas essa figura logo ganharia traços mais humanos.



Nasce o Papai Noel

Ásia Menor, século 4. Três moças da cidade de Myra (onde hoje fica a Turquia) estavam na pior. O pai delas não tinha um gato para puxar pelo rabo, e as garotas só viam um jeito de sair da miséria: entrar para o ramo da prostituição. Foi então que, numa noite de inverno, um homem misterioso jogou um saquinho cheio de ouro pela janela (alguns dizem que foi pela chaminé) e sumiu. Na noite seguinte, atirou outro; depois, mais outro. Um para cada moça. Aí as meninas usaram o ouro como dotes de casamento – não dava para arranjar um bom marido na época sem pagar por isso. E viveram felizes para sempre, sem o fantasma de entrar para a vida, digamos, "profissional". Tudo graças ao sujeito dos saquinhos. O nome dele? Papai Noel.

Bom, mais ou menos. O tal benfeitor era um homem de carne e osso conhecido como Nicolau de Myra, o bispo da cidade. Não existem registros históricos sobre a vida dele, mas lenda é o que não falta. Nicolau seria um ricaço que passou a vida dando presentes para os pobres. Histórias sobre a generosidade do bispo, como essa das moças que escaparam do bordel, ganharam status de mito. Logo atribuíram toda sorte de milagres a ele. E um século após sua morte, o bispo foi canonizado pela Igreja Católica. Virou são Nicolau.

Um santo multiuso: padroeiro das crianças, dos mercadores e dos marinheiros, que levaram sua fama de bonzinho para todos os cantos do Velho Continente. Na Rússia e na Grécia Nicolau virou o santo nº1, a Nossa Senhora Aparecida deles. No resto da Europa, a imagem benevolente do bispo de Myra se fundiu com as tradições do Natal. E ele virou o presenteador oficial da data. Na Grã-Bretanha, passaram a chamá-lo de Father Christmas (Papai Natal). Os franceses cunharam Pére Nöel, que quer dizer a mesma coisa e deu origem ao nome que usamos aqui. Na Holanda, o santo Nicolau teve o nome encurtado para Sinterklaas. E o povo dos Países Baixos levou essa versão para a colônia holandesa de Nova Amsterdã (atual Nova York) no século 17 – daí o Santa Claus que os ianques adotariam depois. Assim o Natal que a gente conhece ia ganhando o mundo, mas nem todos gostaram da idéia.



Natal fora-da-lei

Inglaterra, década de 1640. Em meio a uma sangrenta guerra civil, o rei Charles 1º digladiava com os cristãos puritanos – os filhotes mais radicais da Reforma Protestante, que dividiu o cristianismo em várias facções no século 16.

Os puritanos queriam quebrar todos os laços que outras igrejas protestantes, como a anglicana, dos nobres ingleses, ainda mantinham com o catolicismo. A idéia de comemorar o Natal, veja só, era um desses laços. Então precisava ser extirpada.

Primeiro, eles tentaram mudar o nome da data de "Christmas" (Christ’s mass, ou Missa de Cristo) para Christide (Tempo de Cristo) – já que "missa" é um termo católico. Não satisfeitos, decidiram extinguir o Natal numa canetada: em 1645, o Parlamento, de maioria puritana, proibiu as comemorações pelo nascimento de Cristo. As justificativas eram que, além de não estar mencionada na Bíblia, a festa ainda dava início a 12 dias de gula, preguiça e mais um punhado de outros pecados.

A população não quis nem saber e continuou a cair na gandaia às escondidas. Em 1649, Charles 1º foi executado e o líder do exército puritano Oliver Cromwell assumiu o poder. As intrigas sobre a comemoração se acirraram, e chegaram a pancadaria e repressões violentas. A situação, no entanto, durou pouco. Em 1658 Cromwell morreu e a restauração da monarquia trouxe a festa de volta. Mas o Natal não estava completamente a salvo. Alguns puritanos do outro lado do oceano logo proibiriam a comemoração em suas bandas. Foi na então colônia inglesa de Boston, onde festejar o 25 de dezembro virou uma prática ilegal entre 1659 e 1681. O lugar que se tornaria os EUA, afinal, tinha sido colonizado por puritanos ainda mais linha-dura que os seguidores de Cromwell. Tanto que o Natal só virou feriado nacional por lá em 1870, quando uma nova realidade já falava mais alto que cismas religiosas.



Tio Patinhas

Londres, 1846, auge da Revolução Industrial. O rico Ebenezer Scrooge passa seus Natais sozinho e quer que os pobres se explodam "para acabar com o crescimento da população", dizia. Mas aí ele recebe a visita de 3 espíritos que representam o Natal. Eles lhe ensinam que essa é a data para esquecer diferenças sociais, abrir o coração, compartilhar riquezas. E o pão-duro se transforma num homem generoso.

Eis o enredo de Um Conto de Natal, do britânico Charles Dickens. O escritor vivia em uma Londres caótica, suja e superpopulada – o número de habitantes tinha saltado de 1 milhão para 2,3 milhões na 1a metade do século 19. Dickens, então, carregou nas tintas para evocar o Natal como um momento de redenção contra esse estresse todo, um intervalo de fraternidade em meio à competição do capitalismo industrial. Depois, inúmeros escritores seguiram a mesma linha – o nome original do Tio Patinhas, por exemplo, é Uncle Scrooge, e a primeira história do pato avarento, feita em 1947, faz paródia a Um Conto de Natal. Tudo isso, no fim das contas, consolidou a imagem do "espírito natalino" que hoje retumba na mídia. Quer dizer: quando começar o próximo especial de Natal da Xuxa, pode ter certeza de que o fantasma de Dickens vai estar ali.

Outra contribuição da Revolução Industrial, bem mais óbvia, foi a produção em massa. Ela turbinou a indústria dos presentes, fez nascer a publicidade natalina e acabou transformando o bispo Nicolau no garoto-propaganda mais requisitado do planeta. Até meados do século 19, a imagem mais comum dele era a de um bispo mesmo, com manto vermelho e mitra – aquele chapéu comprido que as autoridades católicas usam. Para se enquadrar nos novos tempos, então, o homem passou por uma plástica. O cirurgião foi o desenhista americano Thomas Nast, que em 1862, tirou as referências religiosas, adicionou uns quilinhos a mais, remodelou o figurino vermelho e estabeleceu a residência dele no Pólo Norte – para que o velhinho não pertencesse a país nenhum. Nascia o Papai Noel de hoje. Mas a figura do bom velhinho só bombaria mesmo no mundo todo depois de 1931, quando ele virou estrela de uma série de anúncios da Coca-Cola. A campanha foi sucesso imediato. Tão grande que, nas décadas seguintes, o gorducho se tornou a coisa mais associada ao Natal. Mais até que o verdadeiro homenageado da comemoração. Ele mesmo: o Sol.

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A disputa sobre as ilhas Curilas. Infografia.


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Tóquio adia acordo de cooperação com a Rússia devido a visita de Medvedev as ilhas Kuriles

Inventam de tudo para criar uma guerra

Japão adiou a assinatura de um documento sobre a cooperação econômica com a Rússia em protesto contra a recente visita do presidente russo, Dmitri Medvedev, Ilha Kunashir, o Arquipélago Curilas, território reivindicado pelo Japão, informou agência de notícias Kyodo .

Medvedev nas ilhas Kuriles

"O problema dos Territórios do Norte (nome japonês para quatro ilhas Curilas do Sul) é um grande problema. As ações do presidente (russo) ferir os sentimentos dos japoneses ", disse o ministro japonês da Economia, Akihiro Ohata. Rússia e Japão planejam assinar o documento para os seus respectivos Ministérios das Finanças no âmbito do IV Fórum de investimento russo-japonesa realizada em Tóquio. O documento prevê acordos para continuar a desenvolver a cooperação económica e investimentos estrangeiros.

O programa do fórum prevê a participação do ministro japonês da Economia, mas no caso envolveu o seu suplente, Tadahiro Marsushita. Por sua vez, o ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Elvira Nabiullina, que abriu o fórum, depois de um breve discurso, saiu da sala dizendo negócio urgente na Rússia. Relações entre a Rússia eo Japão estão em tensão após o último 1 novembro Kunashir Medvedev viajou para a ilha mais meridional do arquipélago das Ilhas Curilas, no que foi a primeira visita de um presidente russo a esses territórios que os pedidos de Tóquio como o seu próprio após o término da Segunda Guerra Mundial em 1945.

O primeiro-ministro japonês lamentou a visita, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão convocou o embaixador russo no Japão, Mikhail Beli, e entregou-lhe uma nota protestando contra a visita, também citou o seu embaixador na Rússia Masaharu Kono.

Por seu turno, a Rússia insiste que o líder russo não tem obrigação de concordar com as rotas da viagem para seu país. Japão reivindica as ilhas de Iturup, Kunashir, Shikotan e Habomai reivindicando um tratado assinado em 1855. As ilhas foram transferidos para a União Soviética sob os acordos internacionais assinados no final da Segunda Guerra Mundial. A Rússia, como sucessora legal da URSS, assumiu a soberania destes territórios.

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http://sp.rian.ru/neighbor_relations/20101112/147883145.html

Dinossauros eram bem mais altos do que se imaginava, dizem cientistas.

Mais e mais altos

Como se os dinossauros, ou pelo menos alguns deles, já não fossem grandes o bastante, um novo estudo relata que os esqueletos que vemos em museus deveriam ser até 30 centímetros mais altos do que o são hoje. Os dinossauros, escreveram paleontólogos na revista científica "PLoS One", tinham grossos pedaços de cartilagem entre suas juntas --e isso aumentava sua altura.

Conduzindo o estudo, os pesquisadores examinaram dois parentes modernos dos dinossauros, o avestruz e o crocodilo. Eles mediram comprimentos de membros dos animais, e então descarnaram os membros, removendo o peso de cartilagem e tecidos moles.

Em ambos os casos, a cartilagem representou aproximadamente de 6% a 10% do comprimento dos membros nessas criaturas.

Os cientistas usaram essa informação para estimar a espessura da cartilagem em diversos dinossauros.

A cartilagem pode não ter elevado significativamente a altura de dinossauros terópodas, como o tiranossauro, pois eles se movimentavam numa posição encurvada, afirmou Casey Holliday, paleontólogo da Universidade do Missouri e principal autor do estudo.

Mas os dinossauros ornitísquios e saurópodes, como o tricerátopo e os braquiossauros, tinham uma postura mais ereta e podem ter sido mais altos do que se imaginava anteriormente. Os braquiossauros, com altura estimada de 13 metros, poderiam ser 30 centímetros mais altos, segundo o estudo.

"As cartilagens e outros tecidos moles foram todos perdidos", disse Holliday. "O fato de que estamos vendo essa cartilagem gigante pode significar que mais paleontólogos tentarão analisar os tecidos moles".

Em humanos, os ossos possuem saliências chamadas côndilos, que ajudam a formar as juntas. Uma quantidade mínima de cartilagem é necessária. Como os espécimes de ossos de dinossauros geralmente possuem pontas arredondadas, grossas capas de cartilagem podem ter agido como côndilos.

Entender a cartilagem dos dinossauros pode ajudar os cientistas a aprender mais sobre a velocidade com que essas criaturas podiam andar ou correr, afirmou Holliday.

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Pólen jurássico pode explicar extinção dos dinossauros.

Dinossauros em Pauta

De todos os espaços da feira de ciência Empírika, que acontece em Salamanca, Espanha, o estande dos dinossauros é certamente o mais lotado --e o preferido pelas crianças.

Historiador Luis Angel Izquierdo, do Museu dos Dinossauros, mostra fósseis durante feira de ciências Empírika, na Espanha

O espaço tem fósseis originais e réplicas de peças encontradas especialmente na região norte da Espanha, onde, de acordo com o historiador Luis Angel Izquierdo, está boa parte da riqueza fóssil desse país.

Izquierdo é do Museu dos Dinossauros, da Fundação para os Estudos de Dinossauros da região de Castela e Leão, responsável pelo estande na Empírika.
Sabine Righetti/Folhapress
Historiador Luis Angel Izquierdo, do Museu dos Dinossauros, mostra fósseis durante feira de ciências Empírika, na Espanha
Historiador Luis Angel Izquierdo, do Museu dos Dinossauros, mostra fósseis durante feira de ciências Empírika, na Espanha

A Espanha é privilegiada em fósseis marinhos, como conchas de cerca de 500 milhões de anos. Nesse país também estão os icnofósseis (nesse caso, pegadas de dinossauros) mais nítidos já encontrados até hoje, em Costalomo, na região de Castela e Leão.

Lá, está registrado um longo caminho traçado por um dinossauro que atravessou um rio. Como o fundo era de lama, as pegadas ficaram marcadas depois que o rio secou, como um molde em argila.

FLORA JURÁSSICA

Os pesquisadores da região espanhola de Castela e Leão também estão focados em um projeto de paleobotânica coordenado pelo Museu dos Dinossauros, que visa estudar restos de plantas jurássicas, como folhas e troncos.

De acordo com Izquierdo, isso é importante para entender as condições climáticas e ambientais nas quais os dinossauros viveram --o que pode ajudar a entender por que eles foram extintos.

Recentemente, arqueólogos e paleontólogos espanhóis descobriram em Salas de los Infantes, um município na província de Burgos, pedras com pólen de até 135 milhões de anos.

Os estudos dos pólens encontrados (o que é chamado de paleopalinologia) revelaram grande diversidade de gminospermas, pteridófitas e briófitas (como musgos), o que pode sinalizar a prevalência de clima subtropical naquele período.

Já a quantidade de angiospermas descobertos pelos cientistas na região foi pequena, talvez porque essas plantas surgiram na Terra entre 140 e 130 milhões de anos. "Esses achados podem ser uma luz para entendermos a evolução das plantas", destaca Izquierdo.

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