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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Dicas de Leitura. Deus é Vermelho: a história secreta de como o cristianismo sobreviveu e floresceu na China comunista.


Este livro é uma prova da coragem e fé de pessoas dispostas a tudo pelo que acreditam. Dispostas a se entregarem de corpo e alma, mesmo diante das mais horrendas ameaças. Indo de casa em casa, reunindo-se em porões e sótãos, vivendo à margem da religião oficial do Estado, assim caminham os cristãos chineses. Correndo perigo de prisão, castigos e até morte, assim vivem os que desafiam o regime para manter e cultivar a fé em Jesus Cristo. Conversas sussurradas, códigos cifrados, bíblias e material evangelísticos contrabandeados, assim o evangelho é pregado cotidianamente. Deus é vermelho é o relato tocante e desafiador de uma Igreja viva que não só sobrevive, mas também cresce num dos regimes mais fechados do planeta.

Não esqueça que esse Marcador Dicas de Leitura, contará com a participação de todos. Basta enviar através do Formulário de Contato o Título do Livro e Autor que o Construindo História Hoje realizará uma postagem no Marcador Dicas de Leituras sobre ele. Já realizei uma postagem sobre o livro de Liao Yiwu no Desconstruindo o Comunismo já realizou uma postagem sobre o livro em O CAMINHO ATÉ A MONTANHA ÉVERMELHO, passe lá também para conferir!

Sobre a obra:

Na China comunista, sob o regime de Mao Tsé-tung, todas as práticas religiosas foram banidas. O comunismo tornou-se a religião nacional e Mao foi entronizado, deificado e adorado. Apenas a igreja oficial era permitida, mas em seus cultos, apenas palavras de honra e louvor ao regime e ao líder Mao. Mas debaixo de tanta opressão e massacre, a semente do cristianismo brotou e floresceu. 

QUAL A ORIGEM E O SIGNIFICADO DA ESTRELA DE DAVI (MAGEN DAVID) QUE APARECE NA BANDEIRA DE ISRAEL?



Estrela de Davi na bandeira de Israel. Imagem: Numinosumteologia.

Circula no youtube um vídeo que afirma que a Estrela de Davi, símbolo que aparece na bandeira de Israel, foi uma imposição de uma seita secreta chamada illuminati aos judeus por ocasião da formação do Estado de Israel em 1948.  O símbolo, diz ainda o vídeo, teria origem pagã e não judaica.

É verdade que o símbolo não é originalmente judaico (aliás, a cruz também não é um símbolo originalmente cristão), mas a versão que afirma ser o hexagrama uma imposição de uma suposta seita chamada illuminati não passa de um delírio sem fundamento.

Abaixo uma explicação sobre a origem do símbolo num livro especializado em cultura e religião judaica:

A estrela de Davi, de seis pontas, ou selo de Salomão, também chamada de “Magen Davi”, tornou-se um símbolo dos judeus no fim da Idade Média (grifo nosso). Em tempos anteriores, ela figurava também em símbolos cristãos e islâmicos. Foi, mais tarde, adotada pelo movimento sionista e na bandeira de Israel [1].

Sinagoga, séc. III. Imagem: Numinosumteologia.
Ronald Eisenberg diz que o símbolo remonta a uma época ainda mais antiga. Ele afirma que a Estrela de Davi já era um símbolo popular na Europa e no Oriente Médio desde os tempos antigos por causa de sua simetria geométrica. O primeiro uso conhecido do hexagrama judaico foi encontrado em um selo de cerca do século VI a.C. Na sinagoga de Cafarnaum, em Israel (segundo ou terceiro século d.C.), o hexagrama aparece como decoração em um friso de pedra, que também possui um pentagrama (estrela de cinco pontas) e uma suástica [2].

Hexagrama em colar assírio (centro). Imagem: Numinosumteologia.

Uma investigação mais atenta confirma que o hexagrama não é um símbolo originalmente judaico. Ele aparece em gravuras budistas e até mesmo em relevos assírios[3] feitos algumas dezenas de séculos antes de Cristo. Ao que parece, o movimento sionista resgatou esse emblema antigo e lhe deu novo significado. Seja como for, em dado momento os judeus viram no símbolo uma ótima representação para a nação judaica.

Muitas tentativas foram feitas para explicar o emprego da estrela da Davi pelos judeus, que em hebraico transliterado aparece como “magen David” (lê-se maguén David), literalmente “escudo de Davi”. Segundo Elza Galdino há uma tradição judaica [em minha opinião, pouco crível] que diz que os soldados do rei Davi tinham em seus escudos a estrela de seis pontas [4]. Outra tradição, continua Elza Galdino, diz que os dois triângulos seriam formados pelo entrelaçamento de duas letras gregas “delta” (Δ), equivalente à letra hebraica “dalet” (ד), que aparece no começo e no fim da grafia hebraica do nome desse rei. Esta última explicação faz sentido, desde que o símbolo seja admitido que uma assimilação cultural e não uma criação judaica. É possível que algum judeu tenha notado que o hexagrama lembra dois deltas entrelaçados e acabou achando que seria um bom emblema para a nação judaica. Acho esta uma explicação aceitável, ainda assim carece de provas.

Os dois deltas no nome de Davi. Imagem: Numinosumteologia.

Sobre o primeiro uso do hexagrama como símbolo dos judeus, recorro a Grace Cohen:

O principal símbolo que representa o povo judeu hoje é a estrela de seis pontas. Embora geralmente referido como Magen David (escudo de David), não há nenhuma referência bíblica ou talmúdica para esta associação. Amplamente utilizado como um motivo geométrico ou amuleto em outras culturas, a estrela de seis pontas foi oficialmente usada como um símbolo judaico em Praga, em 1354, quando o imperador Carlos IV concedeu o privilégio aos judeus de exibirem a sua própria bandeira em ocasiões especiais [5].

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Dicas de Leitura. Coleção História Ilustrada: Egito Antigo.


Hoje trago aos amigos do Construindo História uma excelente dica de leitura para aqueles que são aficionados pela história do Antigo Egito, sua grandiosidade e suas inigualáveis realizações arquitetônicas. Não esqueça que esse Marcador Dicas de Leitura, contará com a participação de todos. Basta enviar através do Formulário de Contato o Título do Livro e Autor que o Construindo História Hoje realizará uma postagem no Marcador Dicas de Leituras sobre ele.

Sobre a obra:

É impossível falar do Egito antigo sem mencionar sua situação geográfica. Os fatores físicos de sua localização, o ritmo do Nilo e seu vale fértil deram aos egípcios e à sua cultura características singulares (estabilidade e isolamento) que permitiram sua perpetuação na história da humanidade. Houve uma época em que todo o Egito era habitável, porém, com o passar do tempo, as chuvas diminuíram e os desertos aumentaram consideravelmente, obrigando os egípcios a se deslocarem para os oásis, sobretudo para o vale do rio Nilo. Neste lugar encontraram água, além de excelentes e produtivos depósitos aluviais. Caçadores paleolíticos se tornaram agricultores e pastores do vale do delta, formando a economia agrícola do Egito neolítico.

A grandiosidade das construções e os inigualáveis rituais funerários da cultura dos antigos egípcios nos estimulam a propor questões instigantes: por que envolver cadáveres em bandagens?  De que maneira aqueles gigantescos blocos de pedra foram transportados a alturas tão impressionantes?  Com que propósito se dedicar a tamanha realização arquitetônica?

O “Hermano” Hitler: A relação entre a Argentina e a Alemanha na Segunda Guerra Mundial.



Mapa que mostra o plano de Hitler para reconfigurar a América do Sul. O mapa foi encontrado em um táxi que bateu em Buenos Aires em 1941. Posteriormente, descobriu-se que havia sido forjado pela inteligência britânica. Mas, os historiadores indicam que, apesar da falsidade do mapa, ele ilustra bem como o vegetariano austríaco que transformou-se em genocida queria reconfigurar o mundo. Imagem: La Nácion.

A conhecida relação entre a Argentina e o nazismo já rendeu ótimos livros de ficção e teorias conspiratórias. Mas até há pouco tempo, limites entre real e imaginário ainda eram turvos. A publicação de uma nova leva de documentos dissipou algumas dúvidas. Mostrou como as ligações batiam na cúpula argentina e tramavam planos que obrigariam brasileiros a torcer por Maradona.

Perón e o Terceiro Reich


Comício nazista em pleno centro portenho, no dia 10 de abril de 1939. Imagem: La Nación.
“A luta de Hitler na paz e na guerra nos servirá de guia. As alianças serão o primeiro passo. Temos o Paraguai, temos a Bolívia e o Chile. Com a Argentina, Paraguai, Bolívia e Chile será fácil pressionar o Uruguai. Logo, os cinco países unidos vão atrair facilmente o Brasil devido a sua forma de governo e suas grandes comunidades alemãs. Quando o Brasil cair, o continente americano será nosso”.

A frase, pronunciada pelo general Juan Domingo Perón em maio de 1943, ilustrava quais eram os projetos do governo argentino de plantão para o Brasil na época. Nesse momento, a Alemanha nazista e seus aliados do Eixo estavam no apogeu de seu poderio, dominando a maioria da Europa, dos Pirineus até as estepes ucranianas, do deserto da África até os fiordes noruegueses.
Hitler e seus assessores já pensavam na extensão de seu domínio ou influência na América do Sul, para distrair as forças dos EUA que começavam à chegar à Europa e atrapalhavam os planos do Japão no Oceano Pacífico.
Seu instrumento seria Perón, na época secretário de Guerra, e a eminência parda do poder na Argentina. Perón, que não era nem um pouco tonto, também utilizou os nazistas como instrumento, e no pós-guerra, serviu-se de centenas deles, que na Argentina trabalharam em âmbitos variados: desde técnicos para fábricas militares, físicos nucleares, e até torturadores e especialistas em propaganda política.

“Duvido que os alemães pensassem seriamente em uma invasão da América do Sul, mas fizeram o possível para estimular o surgimento de governos favoráveis ao Reich, de forma a incomodar os EUA”, afirma o historiador Uki Goñi.
O então coronel Perón já vinha estabelecendo contatos e colaborações com o Terceiro Reich desde o início da Segunda Guerra Mundial. Ele liderava o Grupo Oficiales Unidos (GOU), uma agrupação de oficiais que em 1943 realizaria um golpe de Estado vitorioso.
Não são tropas alemãs na frente da Casa Rosada apesar do capacete de estilo prussiano São tropas argentinas desfilando na frente da Casa Rosada o palácio presidencial nos anos 40 Esse modelo de capacete perdurou até a segunda metade dos anos 50. Imagem: La Nación.

A anterior estadia de Perón na Itália de Mussolini em 1940, sua visita à Paris ocupada e as multidões frenéticas na Piazza Venezia, deixaram o futuro presidente argentino inspirado.
“Não diria que Perón era um nazista”, me explicou o jornalista e historiador norte-americano-argentino Uki Goñi, autor de “Perón e os alemães”, onde traz à tona uma série de documentos sobre os vínculos do general argentino com o Terceiro Reich.
“Neste tema, as ideologias ou religiões não possuem nenhuma importância. A única coisa que importa é o poder. Nazistas são os que enchiam os estádios por Hitler. Peronistas são os que enchiam a Plaza de Mayo. Perón não era nazista”, diz.
No entanto, Goñi admite que “Perón admitia sua admiração pelas ideias do fascismo, e muito depois, nos anos 70, ainda criticava o Julgamento de Nuremberg, que definia como uma infâmia. Dizia que havia tentado resgatar o máximo de alemães de Nuremberg. E o conseguiu”.
O ranço fascista dos militares argentinos chamou a atenção de Goñi, e decidiu – após dois anos de investigações e a descoberta de documentos inéditos – escrever “Perón e os alemães”, já considerada a melhor obra do gênero no país.
A espionagem alemã na Argentina estava constituída principalmente pela Sicherheitsdienst (SD). A Argentina, que se manteve neutra até semanas antes da vitória dos Aliados, foi o principal centro da espionagem alemã na América do Sul, e grande parte da informação sobre os EUA passava por Buenos Aires. Com a ajuda discreta do GOU, a espionagem alemã no país manteve-se praticamente intacta até o fim da guerra.

Juan Domingo Perón. Imagem: La Nación.
O principal enlace entre a Argentina e o Terceiro Reich foi Juan Carlos Goyeneche, líder dos nacionalistas católicos, que viajou dezenas de vezes à Alemanha, onde reuniu-se com o chanceler Joachin Von Ribbentrop, o líder das SS Heinrich Himmler, e outros líderes fascistas europeus como Mussolini.
Sua capacidade de contatos surpreende até hoje: Goyeneche correspondia-se com Himmler ainda em março de 1945, um mês e meio antes da derrota nazista. Nas décadas posteriores, divertiu seus amigos contando características pessoais dos ministros de Hitler.
No entanto, era um enlace informal. Goñi considera que “a História da região poderia ter sido diferente se Osmar Hellmuth não tivesse sido capturado pelos ingleses”.
Hellmuth, ao contrário de Goyeneche, era um germano-argentino, colaborador da SD, e enviado como emissário especial por Perón para negociar com Hitler um apoio argentino em troca de armas.
No entanto, Hellmuth foi preso pelos britânicos no meio do caminho e permaneceu preso até o fim da guerra, impedindo as conversações oficiais de uma possível aliança argentina-germânica.

O ditador paraguaio Higino Morinigo, o qual Perón paparicava, de olho em mais influência em Assunção. Imagem: La Nación.
Goñi relata a supresa de um chefe da seção latino-americana da Chancelaria do Reich que em agosto de 1944, após o desembarque aliado na Normandia e com Berlim sob constante bombardeio, recebeu um telegrama de Perón dizendo que ainda acreditava na vitória alemã.
“Na verdade, os militares argentinos não acreditavam na vitória nazista, mas consideravam que Hitler poderia obter uma paz separada com os EUA e a Grã-Bretanha, e ter as mãos livres para continuar a guerra com a URSS”. Segundo Goñi, Perón acreditava que era possível uma paz condicional, e que a Argentina e o Vaticano, poderiam ser os mediadores da paz.
Durante a Guerra, Perón planejava constituir uma faixa de proteção à Argentina, constituída por países como a Bolívia e o Paraguai. Este, foi um dos primeiros alvos de Perón: em 1943, tentou seduzir o general Higino Morínigo, presidente paraguaio, com aparatosa recepção em Buenos Aires.
O mordaz jornalista Ray Joseph, do The Buenos Aires Herald, descreveu a visita de Higino Morínigo como a “dessas boas-vindas que Mussollini costumava dar a Hitler”.

Juan Carlos Goyeneche. Imagem: La Nación.
Segundo Joseph, os muros portenhos foram cobertos com cartazes com a imagem de Morínigo, “uma imagem tão hollywoodiana que duvido que o próprio pudesse se reconhecer nelas”. No entanto, apesar das lisonjas, o paraguaio ficou do lado dos EUA, que lhe havia oferecido armas. Perón dedicou-se imediatamente a outro alvo: a Bolívia.
Esse país recebeu atenção especial de Perón. Ali, o GOU, o SD articularam um golpe que derrubou o governo do general Enrique Peñaranda em dezembro de 1943. No seu lugar, com apoio do magnata do estanho, o germano-bolivano Gustav Eickenberg, foi colocado o general Gualberto Villarroel. Em troca, a Argentina prometeu ajuda econômica e a construção de uma ferrovia.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Dicas de Leitura. Santo Agostinho: uma biografia.


Saudações aos amigos do Construindo História Hoje. Hoje venho informar a todos a criação de um novo Marcador; DICAS DE LEITURAS. Seu objetivo será indicar aos meus visitantes livros que li, que estou lendo, livros que estão cotados como Best-Sellers e também livros indicados por você amigo. Isso mesmo, esse Marcador irá contar com a participação de todos. Basta enviar através do Formulário de Contato o Título do Livro e Autor que o Construindo História Hoje realizará uma postagem no Marcador Dicas de Leituras sobre ele.

Sobre a obra:

Para começar irei indicar um livro excelente que estou lendo atualmente; Santo Agostinho: uma biografia de Peter Brown. Está biografia clássica foi originalmente publicada em 1967 e, há mais de trinta anos, firmou-se como a narrativa-padrão sobre a vida e os ensinamentos de Santo Agostinho – conhecido como o “Santo da Inteligência”. Este doutor da Igreja e filósofo viveu entre 354 e 430, durante a dominação romana, em uma colônia sem tradição, na província da Numídia, atual território da Argélia. Ele foi Consagrado como grande pensador da condição humana, por meio da investigação de temas como conhecimento e amor; memória e presença; sabedoria; Deus e o destino do homem.

Esta narrativa que realta a trajetória do vaidoso professor de retórica, voltado inicialmente à busca mundana dos bons negócios e do prazer, recria com vigor o panorama da vida nas colônias romanas do Mediterrâneo. Aborda o descompromisso do jovem Agostinho, seus relacionamentos amorosos, os casamentos, a busca de oportunidades profissionais e status nos centros políticos e intelectuais do Império como Roma e Milão, e a influência da filosofia Greco-romana. Investiga aspectos curiosos do relacionamento de Agostinho com sua mãe, Mônica, fundamental na formação e conversão do filho.

A extraordinária descoberta recente de um número considerável de cartas e sermões agostinianos lançou uma nova luz sobre a primeira e a última década de sua experiência como bispo em Hipona, na África do Norte. Esses textos circunstanciam a levar historiador Peter Brown a reexaminar algumas de suas avaliações de Agostinho, tanto como autor das Confissões (397 d.C) e Cidade de Deus (413-427) quanto como o bispo idoso que pregou e escreveu durante os últimos anos de dominação romana.