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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Pestes da Europa vieram da China, indica novo estudo.

As grandes ondas de peste negra que devastaram a Europa por vários séculos e mudaram o curso da sua história tiveram origem na China.

A informação é de um estudo publicado na edição de ontem da revista científica "Nature Genetics".

De acordo com cientistas, a peste negra teria chegado à Europa através da chamada "rota da seda"- principal elo entre o Ocidente e o Oriente na antiguidade.

A doença começou a ser identificada nos países europeus em 1347 e matou pelo menos 30% da população do continente. A epidemia continuou por alguns séculos e seu último grande "ataque" aconteceu entre 1665 e 1666.

ESTUDO GENÉTICO

Os pesquisadores fizeram uma reconstrução do percurso histórico da doença ao longo de séculos por meio de estudos genéticos de ossos e dentes do período, encontrados nas regiões europeias atingidas pela peste.

Os cientistas acharam duas linhagens da bactéria da peste negra. Eles acreditam que a Europa medieval deve ter sido invadida por duas diferentes fontes da bactéria Yersinia pestis.

Uma grande onda da doença chegou ao porto de Marselha, na costa sul da França em 1347, e espalhou-se por todo o país.

Em 1349, já tinha alcançado Hereford, no Reino Unido, uma cidade que era um centro de peregrinação e, assim, disseminou-se.

"O trabalho dos geneticistas é impressionante", disse Lester Little, especialista em peste negra do Smith College, em Massachusetts, EUA.

DO ORIENTE


De acordo com os cientistas, a origem da praga na China não tem a ver com características genéticas do seu povo ou com o fato de as cidades serem muito populosas.

Isso porque a bactéria não tem interesse na população, mas nos hospedeiros naturais- várias espécies de roedores, como ratos, marmotas e arganazes, encontrados em toda a China.

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http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/823869-pestes-da-europa-vieram-da-china-indica-novo-estudo.shtml

Tutancâmon morreu de malária e infecção óssea, diz estudo.

O Faraó Tuti

O Faraó egípcio Tutancâmon pode ter morrido de malária combinada com uma rara infecção nos ossos, sugere um estudo publicado nesta terça-feira na revista científica Journal of the American Association.

O faraó egípcio Tutancâmon morreu jovem, aos 19 anos

Os cientistas, liderados pelo arqueólogo-chefe do Egito, Zahi Hawass, passaram dois anos pesquisando os restos mumificados do faraó, que morreu aos 19 anos, e de outras dez múmias pertencentes à família real, inclusive a avó e o pai de Tutancâmon, para extrair amostras de DNA.

Na análise do DNA do faraó, os pesquisadores encontraram sinais do parasita da malária – a mais antiga prova genética da doença já identificada. Além disso, o estudo sugere ainda que Tutancâmon poderia ter sofrido de uma inflamação rara nos ossos, chamada de Doença de Kohler.

O faraó ainda teria um pé torto congênito e uma curvatura na espinha.

Segundo os pesquisadores, essas descobertas explicariam porque foram encontrados cajados e pedaços de madeira entre os pertences de Tutancâmon, que poderiam ter sido usados como bengalas pelo faraó.

Desde a descoberta da tumba intacta do faraó por Howard Carter, no Vale dos Reis, em 1922, acadêmicos vêm especulando sobre o motivo da morte prematura de Tutancâmon e sugerem que ele pode ter sido traído e assassinado.

Outras teorias sugerem que ele poderia ter sido atropelado por uma charrete ou que, como morreu novo e não deixou herdeiros, o faraó poderia sofrer de uma doença genética.

Alguns artefatos da época mostram que a realeza tinha uma aparência curvada e feminina, o que, segundo alguns acadêmicos, seria típico de condições hereditárias como a síndrome de Marfan, caracterizada por membros longos.

Mas a equipe de Hawass rejeita essas explicações.

Diagnóstico

A explicação oferecida pelo estudo sugere que Tutancâmon teria quebrado a perna pouco antes de morrer. Por conta da doença, o osso não teria sido curado de maneira adequada, o que teria provocado uma infecção.

Segundo a hipótese sugerida pela pesquisa, com o corpo já fragilizado e suscetível à infecções, a malária provou ser fatal para o faraó.

“Uma fratura repentina na perna provavelmente causada por uma queda pode ter resultado em uma condição que pôs a vida dele em risco depois da infecção com a malária”, disse Hawass.

“Sementes, frutas e folhas encontradas na tumba, e possivelmente usadas como tratamento médico, apoiam esse diagnóstico”, afirmou.

Segundo o professor de antropologia física da Universidade de Liverpool Bob Connolly, que já examinou a tumba de Tutancâmon, disse que os pesquisadores foram “sortudos” por terem conseguido extrair amostras de DNA do faraó egípcio para o estudo.

“Ele não é uma múmia bem preservada. É uma carcaça carbonizada. Hawass e a equipe dele foram incrivelmente espertos e sortudos por terem conseguido isso”, disse Connolly.

Ele não descartou que Tutancâmon tenha morrido de malária, mas disse que pessoalmente duvida disso.

“Só porque eles encontraram o parasita no sangue dele não significa necessariamente que ele sofria de malária ou que morreu disso. A doença pode não ter causado nenhum problema a ele”, afirmou.

“Eu ainda acredito que ele tenha sido atropelado pela charrete. A cavidade do peito dele estava perfurada e ele tinha costelas quebradas”, disse.

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http://www.bbc.co.uk/

Núcleo da Terra pode se regenerar continuamente, sugere estudo.


Núcleo da Terra funde-se no leste e solidifica-se no oeste, em um ciclo de 100 milhões de anos, afirmam cientistas franceses

O núcleo de ferro sólido da Terra pode reciclar-se a cada 100 milhões de anos, fundindo-se em um lado e resolidificando-se no outro. Isso poderia explicar por que o núcleo transmite ondas sísmicas a velocidades diferentes nos hemisférios ocidental e oriental.

Em maio, uma equipe liderada por Marc Monnereau, da Universidade de Toulouse, na França, sugeriu que o núcleo interno está sendo continuamente adicionado no oeste, enquanto derrete no leste, criando uma esteira móvel de criação e destruição.

Agora, Thierry Alboussière, da Universidade Joseph Fourier, em Grenoble, na França, e colegas calcularam a escala de tempo em que isso poderia ocorrer. Em estudo, publicado na revista "Nature", estimaram que um ciclo completo duraria 100 milhões de anos.

Resta testar a ideia, o que não deve ser um feito fácil, pois as tecnologias atuais ainda não são capazes de detectar um ciclo de período tão longo.

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http://www1.folha.uol.com.br/

Mais primitivo réptil voador era gaúcho.

As mesmas rochas gaúchas onde se encontram os restos dos avós dos dinossauros revelaram outra relíquia: o animal que pode ser o réptil voador mais primitivo do mundo, dizem cientistas.

Com cerca de 215 milhões de anos, o Faxinalipterus minima era, de fato, mínimo. Em vida, teria o tamanho de um pardal, ou de um morceguinho (comparação mais apropriada, já que ele não possuía penas, mas sim asas membranosas). Trata-se um ensaio modesto na evolução dos pterossauros, bichos que chegariam a ter 12 m de uma ponta à outra das asas.

O bicho foi batizado por Cesar Schultz e Marina Soares, ambos da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), e pelo argentino José Bonaparte, da Fundação de História Natural Félix de Azara. O inusitado "primeiro nome" da criatura vem de Faxinal do Soturno (RS), origem dos fósseis.

"Ele era contemporâneo do Guaibasaurus, ou seja, da segunda geração de dinossauros", explicou Schultz à Folha. A comparação com pterossauros achados na Europa sugere que o bicho gaúcho é tanto ligeiramente mais velho que eles quanto mais primitivo -termo que, para os paleontólogos, tem sentido mais preciso.

CARA DE ANCESTRAL

Primitiva, nesse jargão, é a criatura com traços mais semelhantes aos do grupo ancestral. E é exatamente o que acontece com o F. minima. Um exemplo importante envolve a tíbia e a fíbula, os dois ossos das patas traseiras abaixo do joelho. Eles aparecem separados, e não fundidos num único osso, como em outros répteis alados.

"A vantagem de ter dois ossos separados é poder girar o membro", explica Schultz. "Mas, se você voa, fundi-los significa um ponto a menos do corpo para destroncar durante o impacto com o solo no pouso, coisa que é um problema com os paraquedistas, por exemplo."

Nesse ponto, portanto, o bicho gaúcho era "do modelo antigo" -talvez um voador menos eficaz que outros pterossauros. Outros detalhes viram especulação, porque o fóssil é fragmentado, correspondendo basicamente a cacos dos ossos das patas da frente e de trás. "Pode ser que ele se revele algo ainda mais interessante, algo que ainda não era exatamente um pterossauro", diz Schultz.

Tal polêmica já está em curso. Alexander Kellner, especialista em pterossauros do Museu Nacional da UFRJ, está agora reexaminando o fóssil e diz ter dúvidas sobre sua classificação. "Estamos na fase inicial da pesquisa, fazendo uma redescrição."

Kellner aposta que se trata de um bicho que estaria na origem da linhagem dos pterossauros, sem ser um réptil voador verdadeiro, ou então algo que antecede a separação evolutiva de dinos e pterossauros, já que os dois grupos possuem um ancestral comum bastante próximo.

Isso preencheria um buraco dos grandes no registro fóssil, já que, até hoje, todos os pterossauros descobertos, mesmo os mais antigos, aparecem já "prontos", totalmente voadores. Mas formas mais intermediárias e terrestres devem ter existido.

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Encontrado dinossauro com 15 chifres na cabeça; restos estavam em Utah (EUA)

Caçadores de fósseis encontram restos do que pode se tornar o animal com mais chifres da Terra. A criatura viveu cerca de 77 milhões de anos atrás em Utah, nos EUA, e possuía 15 deles na cabeça.

Imagem ilustrativa do dinossauro, com crânio de 2 metros, corpo com 5 metros e peso de 2,5 toneladas

Chamado de Kosmoceratops, em inglês, o dinossauro tinha um crânio do tamanho de dois metros, corpo com cinco metros e nada menos do que 2,5 toneladas.
"Estes animais eram basicamente rinocerontes de grande porte com uma porção maior de chifres na cabeça", disse o pesquisador Scott Sampson, do Museu de História Natural de Utah.

O Kosmoceratops teria um chifre no nariz e outros dois em cada uma das regiãões próximas aos olhos e nas laterais. O resto ficaria no topo da cabeça.

A função dos chifres gera as mais diversas especulações. Uma teoria diz que seriam usados para inibir os predadores em brigas e outra fala que tinham uma função sexual para exibição entre as fêmeas. Elas, por sua vez, possuíam o mesmo adorno, provavelmente para fins de sobrevivência, sendo confundidas com machos.

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Ancestral gigante de pinguim encontrado no Peru não usava "black-tie"

Fósseis de um pinguim que viveu 36 milhões de anos atrás, com aproximadamente 1,50 metro de altura, fornece algumas pistas sobre as características e a evolução do animal, indicou a paleontologista Julia Clarke, da Univesidade do Texas, em Austin, nos EUA.

Paleontologista Julia Clarke durante escavações do fóssil encontrado na Reserva Nacional de Paracus, no Peru

"Antes desse fóssil, não tínhamos evidência sobre as penas, a cor ou as asas dos pinguins. Tínhamos dúvidas, e esta é a primeira oportunidade para começarmos a respondê-las", comentou ela sobre o estudo do fóssil publicado na revista "Science".
N. Adam Smith/AP

Os restos do animal estavam na Reserva Nacional de Paracus, no Peru, e colaboram com especulações anteriores de que os pinguins desenvolveram a estrutura corporal e as nadadeiras para nadarem mais rápido.

As espécies são altamente adaptadas a ambientes gelados e aquáticos, e as alterações tanto corporais quando nas asas permitem que nadem velozmente sem se congelarem. Contudo, até hoje não eram muito conhecidos os termos da evolução da espécie.

Por razões que os cientistas ainda não conhecem, a cor padrão dos pinguins com corpo escuro e a parte frontal branca parece ser também uma característica adotada recentemente. Segundo os cientistas, a mudança na propulsão debaixo d'água pode ter afetado os melanossomos --estruturas celulares que armazenam pigmentos que dão cor à pele-- e influenciado na cor das penas.

Encontrado na penugem de criaturas vivas, os melanossomos foram achados em fósseis de aves em 2008. Agora, Clarke e equipe mostram que eles também podem ajudar a determinar o desenvolvimento evolucionário dos pinguins.

Os pesquisadores analisaram os fósseis encontrados no Peru e, aparentemente, as asas e as penas do pinguim antigo parecem muito com o que vemos nos animais de hoje, mas os melanossomos, não.

Jakob Vinther, um dos primeiros a notar a presença de células da pigmentação em fósseis, disse que o fato de só poder observar a cor de organismos extintos já é um marco.

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