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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Predador que se assemelha a um réptil, dimetrodon é desenterrado no Texas.

Fóssil "Wet Willi", de um dimetrodon, encontrado ao norte do estado do Texas (EUA); no detalhe, dentes do animal

Uma região ao norte do Texas (EUA) escondia o fóssil de um dimetrodon, predador com características de um réptil que andou na Terra cerca de 287 milhões de anos atrás.

O esqueleto do animal, com peso aproximado de 180 kg, foi removido no último fim de semanal e será preparado para ser exposto no Museu de Ciência Natural de Houston daqui a dois anos.

O dimetrodon é conhecido por uma enorme nadadeira em seu dorso e frequentemente confundido com dinossauros. Mas viveu bem antes, em milhões de anos, e se encaixa na categoria de mamíferos modernos.

Os paleontólogos comemoram porque o fóssil é quase completo. Segundo David Temple, curador do museu responsável pela descoberta, ele não tinha ideia de que o esqueleto praticamente inteiro seria revelado ao dar de cara com a mandíbula do dimetrodon, a primeira peça com o qual se deparou nas escavações em junho deste ano.

O fóssil recebeu o nome de "Wet Willi" (algo como "Willi molhado") por estar em uma área lamacenta e como homenagem a Samuel Williston, paleontólogo e educador que realizou escavações no passado no mesmo condado de Baylor onde foi achado o esqueleto.

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domingo, 5 de dezembro de 2010

EXAME DE FEZES PRÉ-HISTÓRICAS.

Conhecendo os hábitos alimentares de animais extintos

André Perticarrari
Educador da Casa da Ciência / Hemocentro de Ribeirão Preto-USP

Os animais apresentam os mais variados hábitos alimentares, se alimentando de vegetais a outros animais, além de detritos e outro itens. Essa seqüência onde um ser vivo serve de alimento para outro e cada um tenta conseguir sua cota de energia para sobrevivência chama-se cadeia alimentar.

Os animais podem ser herbívoros, outros carnívoros e ainda podem se alimentar tanto de outros animais quanto de vegetais, sendo, portanto onívoros.

Que os animais têm hábitos alimentares tão variados é fato, mas como os biólogos fazem para estudar o comportamento alimentar das espécies?

É fácil, estudando e analisando suas fezes. Parece um trabalho não muito agradável, porém, a análise das fezes pode indicar o hábito alimentar de um animal, ou seja, se ele alimenta-se de pequenos animais, se é “vegetariano” (herbívoro) ou onívoro.
Portanto, para se estudar o “cardápio” preferido dos animais é só ir a busca de suas fezes e analisá-las.

Agora responda rápido: como os cientistas conseguem saber sobre os hábitos alimentares de animais extintos? Como é possível saber que um dinossauro era herbívoro ou carnívoro, se alimentava de insetos ou era onívoro?

Você deve estar pensando que esse conhecimento é apenas uma hipótese ou imaginação dos cientistas, pois se conhecem apenas os ossos destes animais, ou seja, os fósseis.

Bem! Antes de respondermos as perguntas anteriores, precisamos entender o que são fósseis.

Os fósseis: pistas do passado

É fato que a vida na Terra surgiu a mais ou menos a 3,5 bilhões de anos atrás e que desde então ela vem se transformando ao longo do tempo. Muitos seres vivos já não existem mais, outros surgiram a muitos milhões de anos e apresentam representantes nos dias atuais. Conhecer esses seres é conhecer o passado da Terra e entender como a vida evolui. E esse conhecimento vem através do estudo dos fósseis.

Estes organismos deixaram vestígios de sua existência, como restos de plantas, ossos, além de pegadas, ovos de animais entre outros. Esses vestígios são chamados de FÓSSEIS. Os restos de seres vivos sofreram um processo de mineralização dos tecidos “transformando-se em pedras”. As partes duras do corpo, como por exemplo os ossos, dentes, conchas, são as mais facilmente fossilizadas. Contudo, impressões deixadas por organismos, como pegadas, impressões de folhas e conchas, rastros e penas também são fósseis, mais especificamente ICNOFÓSSEIS, que evidenciam a atividade dos organismos extintos.
Voltando as nossas perguntas, é possível sim conhecer os hábitos alimentares de animais extintos. Mas, como isso é feito? Como vimos, fóssil é qualquer vestígio de organismos que viveram em um passado remoto. E as fezes de animais extintos também podem sofrer o processo de fossilização. Fezes fósseis são conhecidas pelos cientistas como COPRÓLITOS (do grego antigo, copros = fezes + litos = pedra), um tipo de icnofóssil (FIGURA 1). Elas podem fornecer importantes informações a respeito da dieta destes animais. Entretanto, é muito difícil associar uma fezes fossilizada ao animal que a originou.

coprolito29b
http://www2.igc.usp.br/replicas/coprolito29c.jpg
http://webpages.fc.ul.pt/~cmsilva/Paleotemas/Mineralizacao/Minerl05.jpg
A
B

Figura 1. Fotos de coprólitos (A). Em B coprólito de mamífero. fonte:IGC/USP.

Para estudar os coprólitos, os paleontólogos fazem cortes muitos finos através de técnicas especiais, para observá-las ao microscópio. A partir destas análises é possível identificar restos de comidas petrificadas, como exoesqueletos de insetos, ossos e partes de plantas. Com isso, os cientistas podem afirmar com alguma certeza que um animal, como um dinossauro, era herbívoro, carnívoro ou onívoro.

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http://www2.igc.usp.br/replicas

http://www.cienciahoje.uol.com.br.

Kuck D.W., 2003. Fezes fossilizadas revelam hábitos de dinossauros: estudo de coprólitos ajuda a entender dieta de espécies pré-históricas do Brasil. Ciência Hoje on line.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Pequeno terópode pode ser antecessor dos T-rex.

Com os mesmos hábitos e comportamentos o Raptorex kriegsteini era um T-rex em miniatura.

Nesta imagem, o crânio do Raptorex é comparado com o crânio de um T. rex adulto.

Milhões de anos antes do primeiro Tyrannosaurus rex existir e aterrorizar todos os dinossauros, a espécie Raptorex kriegsteini possuía todas as características próprias de um tiranossauro, porém, em miniatura.

Pesando cerca de 1% da massa corpórea do grande terópode (T-rex), os Raptorex eram exímios caçadores e tinham a mesma forma bípede de locomoção, os mesmos braços curtos e o mesmo faro aguçado de seus grandes e assustadores “primos”. Apesar de ser um dinossauro bem menor que o T-rex, tinham quase três metros de comprimento e pesavam cerca de 80 kg. Provavelmente conseguia caçar mamíferos de até 2 metros e meio.

"Não há outro exemplo melhor sobre a evolução dos grandes Tyrannosaurus rex, esse dinossauro era um “projeto” 100 vezes menor do que acabaria se tornando milhões de anos depois", explica Paul Sereno, paleontólogo da University of Chicago, em uma declaração preparada. Ele e outros cinco co-autores descrevem o novo carnívoro em um artigo recentemente publicado na revista Science.

Nesta imagem, o crânio do Raptorex é comparado com o crânio de um T. rex adulto.

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Crocodilos Brasileiros da Era dos Dinossauros

Fósseis do interior de São Paulo e de Minas mostram que, há mais de 65 milhões de anos, parentes dos jacarés atuais eram caçadores terrestres e até comiam insetos

Por Felipe Mesquita de Vasconcellos, Ismar de Souza Carvalho, Reinaldo José Lopes e Thiago da Silva Marinho

CROCODILOS, JACARÉS, ALIGATORES E GAVIAIS não são exatamente o grupo mais diversificado de vertebrados atuais. É verdade que ainda existem 23 espécies desses animais, espalhadas por todos os continentes, com exceção da Antártida, mas um observador casual provavelmente não erraria muito se afirmasse que quem viu uma delas conheceu todas. Afinal, esses animais são, sem exceção, adaptados à vida semiaquática, ganhando seu sustento como predadores de emboscada. Os fósseis, no entanto, mostram que esse estilo de vida não tem nada de inevitável para esse grupo de animais. No passado remoto, os crocodiliformes, como são conhecidos coletivamente, podiam ocupar nichos ecológicos quase inimagináveis para quem vê as formas modernas do grupo no Pantanal, no Brasil, ou nos grandes rios africanos.

Esqueletos encontrados em camadas de rocha nos estados de São Paulo e Minas Gerais estão ajudando a contar essa história surpreendente. Em alguns casos, vários indivíduos da mesma espécie foram preservados, praticamente intactos, de forma que é possível estudar não apenas sua morfologia como fazer inferências sobre o comportamento dos animais e as razões que os levaram à morte.

O quadro pintado por esses restos deixa claro que muitos eram caçadores terrestres, corredores de patas esguias e eretas – mais próximos de um lobo-guará que de um jacaré moderno, por assim dizer. Outros, de porte mais modesto, teriam se adaptado ao consumo de insetos e até plantas, enquanto os que hoje nos pareceriam mais estranhos ostentavam uma armadura de placas semelhante à de um tatu. E todos tinham suas garras firmemente plantadas em terra firme, no imenso semideserto que cobria o interior do Brasil no período Cretáceo, há mais de 65 milhões de anos, antes da extinção em massa que eliminou os dinossauros.

A intensificação das coletas de fósseis feitas por nós e outros colegas brasileiros e o uso de novas tecnologias, como a tomografia computadorizada e as animações em 3D, estão ajudando a reconstruir essas criaturas com um grau de detalhamento e precisão sem precedentes.

Estamos acostumados a chamar os crocodiliformes modernos de “répteis”, embora haja uma enorme distância de parentesco entre eles e outras criaturas que recebem essa denominação popular, como serpentes, lagartos e tartarugas. O mais correto, do ponto de vista evolutivo, é classificá-los dentro de um subgrupo de vertebrados terrestres cujo único outro ramo ainda vivo é o das aves.

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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dinossauros eram bem mais altos do que se imaginava, dizem cientistas.

Mais e mais altos

Como se os dinossauros, ou pelo menos alguns deles, já não fossem grandes o bastante, um novo estudo relata que os esqueletos que vemos em museus deveriam ser até 30 centímetros mais altos do que o são hoje. Os dinossauros, escreveram paleontólogos na revista científica "PLoS One", tinham grossos pedaços de cartilagem entre suas juntas --e isso aumentava sua altura.

Conduzindo o estudo, os pesquisadores examinaram dois parentes modernos dos dinossauros, o avestruz e o crocodilo. Eles mediram comprimentos de membros dos animais, e então descarnaram os membros, removendo o peso de cartilagem e tecidos moles.

Em ambos os casos, a cartilagem representou aproximadamente de 6% a 10% do comprimento dos membros nessas criaturas.

Os cientistas usaram essa informação para estimar a espessura da cartilagem em diversos dinossauros.

A cartilagem pode não ter elevado significativamente a altura de dinossauros terópodas, como o tiranossauro, pois eles se movimentavam numa posição encurvada, afirmou Casey Holliday, paleontólogo da Universidade do Missouri e principal autor do estudo.

Mas os dinossauros ornitísquios e saurópodes, como o tricerátopo e os braquiossauros, tinham uma postura mais ereta e podem ter sido mais altos do que se imaginava anteriormente. Os braquiossauros, com altura estimada de 13 metros, poderiam ser 30 centímetros mais altos, segundo o estudo.

"As cartilagens e outros tecidos moles foram todos perdidos", disse Holliday. "O fato de que estamos vendo essa cartilagem gigante pode significar que mais paleontólogos tentarão analisar os tecidos moles".

Em humanos, os ossos possuem saliências chamadas côndilos, que ajudam a formar as juntas. Uma quantidade mínima de cartilagem é necessária. Como os espécimes de ossos de dinossauros geralmente possuem pontas arredondadas, grossas capas de cartilagem podem ter agido como côndilos.

Entender a cartilagem dos dinossauros pode ajudar os cientistas a aprender mais sobre a velocidade com que essas criaturas podiam andar ou correr, afirmou Holliday.

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Pólen jurássico pode explicar extinção dos dinossauros.

Dinossauros em Pauta

De todos os espaços da feira de ciência Empírika, que acontece em Salamanca, Espanha, o estande dos dinossauros é certamente o mais lotado --e o preferido pelas crianças.

Historiador Luis Angel Izquierdo, do Museu dos Dinossauros, mostra fósseis durante feira de ciências Empírika, na Espanha

O espaço tem fósseis originais e réplicas de peças encontradas especialmente na região norte da Espanha, onde, de acordo com o historiador Luis Angel Izquierdo, está boa parte da riqueza fóssil desse país.

Izquierdo é do Museu dos Dinossauros, da Fundação para os Estudos de Dinossauros da região de Castela e Leão, responsável pelo estande na Empírika.
Sabine Righetti/Folhapress
Historiador Luis Angel Izquierdo, do Museu dos Dinossauros, mostra fósseis durante feira de ciências Empírika, na Espanha
Historiador Luis Angel Izquierdo, do Museu dos Dinossauros, mostra fósseis durante feira de ciências Empírika, na Espanha

A Espanha é privilegiada em fósseis marinhos, como conchas de cerca de 500 milhões de anos. Nesse país também estão os icnofósseis (nesse caso, pegadas de dinossauros) mais nítidos já encontrados até hoje, em Costalomo, na região de Castela e Leão.

Lá, está registrado um longo caminho traçado por um dinossauro que atravessou um rio. Como o fundo era de lama, as pegadas ficaram marcadas depois que o rio secou, como um molde em argila.

FLORA JURÁSSICA

Os pesquisadores da região espanhola de Castela e Leão também estão focados em um projeto de paleobotânica coordenado pelo Museu dos Dinossauros, que visa estudar restos de plantas jurássicas, como folhas e troncos.

De acordo com Izquierdo, isso é importante para entender as condições climáticas e ambientais nas quais os dinossauros viveram --o que pode ajudar a entender por que eles foram extintos.

Recentemente, arqueólogos e paleontólogos espanhóis descobriram em Salas de los Infantes, um município na província de Burgos, pedras com pólen de até 135 milhões de anos.

Os estudos dos pólens encontrados (o que é chamado de paleopalinologia) revelaram grande diversidade de gminospermas, pteridófitas e briófitas (como musgos), o que pode sinalizar a prevalência de clima subtropical naquele período.

Já a quantidade de angiospermas descobertos pelos cientistas na região foi pequena, talvez porque essas plantas surgiram na Terra entre 140 e 130 milhões de anos. "Esses achados podem ser uma luz para entendermos a evolução das plantas", destaca Izquierdo.

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Cientistas reconstituem ‘camarão predador gigante’ pré-histórico.

Pesquisadores de quatro países reconstruíram pela primeira vez uma espécie semelhante a um camarão gigante que viveu há cerca de 500 milhões de anos nos mares da América do Norte.

Reprodução da 'Hurdia victoria' (Imagem: Science/AAAS)

O animal pré-histórico foi reconstruído com base em pedaços de fósseis recolhidos ao longo de um século no sítio arqueológico de Burgess Shale, no Canadá, considerado pela ONU como patrimônio da humanidade.

Com um corpo formado por vários segmentos e uma espécie de "carapuça" sobre a cabeça, ele teria ainda dezenas de dentes e um par de garras.

Segundo os pesquisadores, o animal teria sido um dos maiores predadores de sua época.

A primeira referência ao animal semelhante aos crustáceos, batizado de Hurdia victoria, é de 1912, mas agora pela primeira vez os cientistas conseguiram descrevê-lo por completo.

'Quebra-cabeça'

Até agora, acreditava-se que algumas das partes descobertas anteriormente pertenciam a outras espécies, mas descobertas recentes de fósseis mais completos ajudaram os pesquisadores a montar o "quebra-cabeça".

Segundo os cientistas, de universidades da Suécia, do Canadá e da Grã-Bretanha, a nova descoberta deve ajudar a coletar informações sobre a origem dos artrópodes, maior grupo de animais existente, com mais de 1 milhão de espécies descritas, e que engloba insetos, aranhas e crustáceos, entre outros.

"Esta estrutura é diferente de tudo o que já se conhecia sobre outros fósseis ou artrópodes vivos", afirma a pesquisadora Allison Daley, da Universidade Uppsala, na Suécia.

"O uso da grande carapaça que se estende na frente de sua cabeça é um mistério. Em muitos animais, uma concha ou carapaça é usada para proteger partes moles do corpo, como acontece com caranguejos ou lagostas, mas esta estrutura na Hurdia é vazia e não cobre nem protege o resto do corpo. Podemos apenas imaginar qual seria sua função", diz Daley.

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http://www.bbc.co.uk

Baleia pré-histórica 'dava à luz em terra'.

Cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descobriram um novo ancestral da baleia que viveu há cerca de 47 milhões de anos e dava à luz seus filhotes não no mar, mas em terra firme.

Representação artística do exemplar macho da Maiacetus inuus

A pesquisa foi possível após a descoberta de dois fósseis da espécie Maiacetus inuus, uma fêmea e um macho, em bom estado de preservação.

Os fósseis foram encontrados no Paquistão em 2000 e 2004. Junto ao fóssil da fêmea, descoberto em 2000, foi encontrado também o de um feto.

Como os demais mamíferos que dão à luz em terra, a cabeça deste feto estava posicionada para ser a primeira parte do corpo do animal a deixar o ventre materno.

Estilo de vida

Este foi o primeiro esqueleto de feto já encontrado do grupo conhecido como arqueocetos, os ancestrais das atuais baleias.

O nome da nova espécie reflete as condições da descoberta: Maiacetus significa "baleia mãe" e inuus era um deus romano da fertilidade.

Após a análise dos fósseis, os pesquisadores também concluíram que os filhotes da espécie já chegavam ao mundo equipados para buscarem comida sozinhos, pois tinham os dentes bem desenvolvidos ao nascer.

O macho, descoberto em 2004, tinha cerca de 2,5 m de comprimento, 12% a mais que a fêmea, e dentes caninos 20% maiores que os dela.

Os pesquisadores dizem acreditar que a diferença de tamanho não era grande o suficiente para indicar que os machos controlassem as fêmeas a ponto de possuir haréns.

"Os dentes grandes, apropriados para agarrar e comer peixes, sugerem que os animais viviam a maior parte do tempo no mar, vindo à terra apenas para descansar, copular e ter filhotes", disse Philip Gingerich, responsável pelo estudo.

Ele afirma que, como outros arqueocetos, os exemplares tinham quatro patas adaptadas para ajudar o nado e, embora esses membros pudessem suportar o peso, os Maiacetus inuus provavelmente não se aventuravam muito longe da água.

"Elas eram claramente atreladas à costa. Viviam entre o mar e a praia", disse Gingerich.

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http://www.bbc.co.uk

Imagens tridimensionais revelam detalhes de aranhas pré-históricas.

Cientistas do Imperial College London usaram equipamentos de tomografia computadorizada e programas de computação gráfica para criar imagens tridimensionais de fósseis de duas espécies de aranhas que viveram há 300 milhões de anos.

eophrynus prestvicii

Imagem mostra que E. prestvicii tinha espinhos nas costas (cortesia Museum of Natural History e Imperial College London).

Apesar de tão antigas, as espécies Cryptomartus hindi e Eophrynus prestvicii são "parentes próximas" de aranhas modernas. A tecnologia já havia sido usada antes, mas poucas vezes em fósseis tão antigos, que mostram o início da vida na Terra.

As imagens tridimensionais revelam detalhes até então desconhecidos das criaturas, como mecanismos de defesa e que as aranhas tinham hábitos predadores, e dão aos cientistas uma ideia melhor do que se passava no período, anterior ao dos dinossauros.

Os resultados foram publicados na revista especializada Biology Letters.

Os cientistas fizeram cerca de 3 mil imagens de cada fóssil. O software desenvolvido pelo Imperial College London foi usado para juntar todas as imagens em um modelo virtual único, detalhado e tridimensional das aranhas.

As imagens tridimensionais revelam que as patas dianteiras da Cryptomartus hindi estavam direcionadas para a frente, sugerindo que a aranha poderia usá-las para agarrar suas presas.

Os pesquisadores sugerem que o animal, provavelmente, era "um predador que caçava por emboscada" como a moderna aranha caranguejeira, que aguarda escondida a aproximação da presa.

Os pesquisadores também concluíram que a outra espécie, a Eophrynus prestvicii, tinha espinhos nas costas, provavelmente como medida de defesa para torná-la menos palatável aos anfíbios, que seriam seus predadores naturais.

"Nossos modelos quase trazem essas criaturas de volta à vida e é muito excitante conseguir examiná-las em tantos detalhes", disse o pesquisador Russel Garwood, do Imperial College London e principal autor do estudo.

"Nosso estudo ajuda a construir uma imagem do que estaria acontecendo neste período do início da história da vida na Terra."

A técnica também poderá ser usada para re-examinar fósseis do mesmo período, já analisados pelos meios convencionais, disseram os cientistas.

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Mais primitivo réptil voador era gaúcho.

As mesmas rochas gaúchas onde se encontram os restos dos avós dos dinossauros revelaram outra relíquia: o animal que pode ser o réptil voador mais primitivo do mundo, dizem cientistas.

Com cerca de 215 milhões de anos, o Faxinalipterus minima era, de fato, mínimo. Em vida, teria o tamanho de um pardal, ou de um morceguinho (comparação mais apropriada, já que ele não possuía penas, mas sim asas membranosas). Trata-se um ensaio modesto na evolução dos pterossauros, bichos que chegariam a ter 12 m de uma ponta à outra das asas.

O bicho foi batizado por Cesar Schultz e Marina Soares, ambos da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), e pelo argentino José Bonaparte, da Fundação de História Natural Félix de Azara. O inusitado "primeiro nome" da criatura vem de Faxinal do Soturno (RS), origem dos fósseis.

"Ele era contemporâneo do Guaibasaurus, ou seja, da segunda geração de dinossauros", explicou Schultz à Folha. A comparação com pterossauros achados na Europa sugere que o bicho gaúcho é tanto ligeiramente mais velho que eles quanto mais primitivo -termo que, para os paleontólogos, tem sentido mais preciso.

CARA DE ANCESTRAL

Primitiva, nesse jargão, é a criatura com traços mais semelhantes aos do grupo ancestral. E é exatamente o que acontece com o F. minima. Um exemplo importante envolve a tíbia e a fíbula, os dois ossos das patas traseiras abaixo do joelho. Eles aparecem separados, e não fundidos num único osso, como em outros répteis alados.

"A vantagem de ter dois ossos separados é poder girar o membro", explica Schultz. "Mas, se você voa, fundi-los significa um ponto a menos do corpo para destroncar durante o impacto com o solo no pouso, coisa que é um problema com os paraquedistas, por exemplo."

Nesse ponto, portanto, o bicho gaúcho era "do modelo antigo" -talvez um voador menos eficaz que outros pterossauros. Outros detalhes viram especulação, porque o fóssil é fragmentado, correspondendo basicamente a cacos dos ossos das patas da frente e de trás. "Pode ser que ele se revele algo ainda mais interessante, algo que ainda não era exatamente um pterossauro", diz Schultz.

Tal polêmica já está em curso. Alexander Kellner, especialista em pterossauros do Museu Nacional da UFRJ, está agora reexaminando o fóssil e diz ter dúvidas sobre sua classificação. "Estamos na fase inicial da pesquisa, fazendo uma redescrição."

Kellner aposta que se trata de um bicho que estaria na origem da linhagem dos pterossauros, sem ser um réptil voador verdadeiro, ou então algo que antecede a separação evolutiva de dinos e pterossauros, já que os dois grupos possuem um ancestral comum bastante próximo.

Isso preencheria um buraco dos grandes no registro fóssil, já que, até hoje, todos os pterossauros descobertos, mesmo os mais antigos, aparecem já "prontos", totalmente voadores. Mas formas mais intermediárias e terrestres devem ter existido.

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Encontrado dinossauro com 15 chifres na cabeça; restos estavam em Utah (EUA)

Caçadores de fósseis encontram restos do que pode se tornar o animal com mais chifres da Terra. A criatura viveu cerca de 77 milhões de anos atrás em Utah, nos EUA, e possuía 15 deles na cabeça.

Imagem ilustrativa do dinossauro, com crânio de 2 metros, corpo com 5 metros e peso de 2,5 toneladas

Chamado de Kosmoceratops, em inglês, o dinossauro tinha um crânio do tamanho de dois metros, corpo com cinco metros e nada menos do que 2,5 toneladas.
"Estes animais eram basicamente rinocerontes de grande porte com uma porção maior de chifres na cabeça", disse o pesquisador Scott Sampson, do Museu de História Natural de Utah.

O Kosmoceratops teria um chifre no nariz e outros dois em cada uma das regiãões próximas aos olhos e nas laterais. O resto ficaria no topo da cabeça.

A função dos chifres gera as mais diversas especulações. Uma teoria diz que seriam usados para inibir os predadores em brigas e outra fala que tinham uma função sexual para exibição entre as fêmeas. Elas, por sua vez, possuíam o mesmo adorno, provavelmente para fins de sobrevivência, sendo confundidas com machos.

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Ancestral gigante de pinguim encontrado no Peru não usava "black-tie"

Fósseis de um pinguim que viveu 36 milhões de anos atrás, com aproximadamente 1,50 metro de altura, fornece algumas pistas sobre as características e a evolução do animal, indicou a paleontologista Julia Clarke, da Univesidade do Texas, em Austin, nos EUA.

Paleontologista Julia Clarke durante escavações do fóssil encontrado na Reserva Nacional de Paracus, no Peru

"Antes desse fóssil, não tínhamos evidência sobre as penas, a cor ou as asas dos pinguins. Tínhamos dúvidas, e esta é a primeira oportunidade para começarmos a respondê-las", comentou ela sobre o estudo do fóssil publicado na revista "Science".
N. Adam Smith/AP

Os restos do animal estavam na Reserva Nacional de Paracus, no Peru, e colaboram com especulações anteriores de que os pinguins desenvolveram a estrutura corporal e as nadadeiras para nadarem mais rápido.

As espécies são altamente adaptadas a ambientes gelados e aquáticos, e as alterações tanto corporais quando nas asas permitem que nadem velozmente sem se congelarem. Contudo, até hoje não eram muito conhecidos os termos da evolução da espécie.

Por razões que os cientistas ainda não conhecem, a cor padrão dos pinguins com corpo escuro e a parte frontal branca parece ser também uma característica adotada recentemente. Segundo os cientistas, a mudança na propulsão debaixo d'água pode ter afetado os melanossomos --estruturas celulares que armazenam pigmentos que dão cor à pele-- e influenciado na cor das penas.

Encontrado na penugem de criaturas vivas, os melanossomos foram achados em fósseis de aves em 2008. Agora, Clarke e equipe mostram que eles também podem ajudar a determinar o desenvolvimento evolucionário dos pinguins.

Os pesquisadores analisaram os fósseis encontrados no Peru e, aparentemente, as asas e as penas do pinguim antigo parecem muito com o que vemos nos animais de hoje, mas os melanossomos, não.

Jakob Vinther, um dos primeiros a notar a presença de células da pigmentação em fósseis, disse que o fato de só poder observar a cor de organismos extintos já é um marco.

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