Winston Churchill
(esquerda), presenteando Joseph Stalin com a Espada de Stalingrado, em
reconhecimento da posição heroica do povo soviético na vitória da batalha de
Stalingrado, dezembro de 1943.
Nessa
postagem estaremos dando continuidade aos estudos históricos sobre esse
emblemático personagem da História russa e as pretensões em comum que ele
compartilhava com os países do ocidente. Adentraremos em sua carreira política
e seu modus operandi como
político comunista. Stalin foi para as pessoas de sua época e sua nação uma
figura de dupla personalidade político-social: em uma viam o homem que tirou a
Rússia da simples produção agrícola para um país altamente industrializado, mas
também viam o homem que desconfiava de todos ao seu redor e não possuía nenhum
remorso em matar, tortura ou exilar quem se opôs a suas ideias.
Fome que matou milhões de russos no processo de coletivização das fazendas 1. Imagem: http://veja.abril.com.br/
Em
1922, talvez percebendo que Stalin fosse uma força a ser considerada e achando
que a melhor coisa a fazer era manter os inimigos perto de si, Lênin o nomeou
secretário-geral do partido. Foi um erro fatal, mas antes que pudesse corrigir
a situação ele sofreu uma série de derrames. Isso deu a Stalin a oportunidade
pela qual sempre havia esperado e, com Lênin incapacitado, assumiu rapidamente
o controle do partido.
Finalmente
Lênin, ao se dar conta de que se havia equivocado ao pensar que Stalin poderia
ser um bom líder conseguiu ditar uma carta a uma de suas secretárias. Ele
pretendia que essa declaração fosse lida em voz alta durante o próximo
congresso do partido, mas, como quis o destino, ele sofreu uma hemorragia
cerebral fatal no dia 21 de janeiro de 1944. Stalin adiou imediatamente o
congresso e desapareceu com o documento.
Nesse
interem, instigou a remoção de praticamente todos os que estavam em seu
caminho, até mesmo Trótski (que foi deportado e depois assassinado), Zinóviev e
Kámeniev (ambos expulsos do partido e depois assassinado), bem como Bukhárin.
Fome matou milhões de russos no processo de coletivização das fazendas 2. Imagem: http://veja.abril.com.br/
Em
1929, Stalin tinha conseguido o poder supremo e o poder ficaria em suas mãos
por nada mais, nada menos que 24 anos que forma regidos com mãos de ferro.
Desde o início visou transformação a Rússia agrária em uma nação
industrializada mais moderna e mais de acordo com o século XX. Deseja a Rússia
emparelhada com o Ocidente. Com esse propósito em mente, Stalin pôs em pratica
Planos econômicos como os que se seguem:
Plano Econômico
Quinquenal: que,
entre coisas, obrigava todos os camponeses a se reunirem em cooperativas
agrícolas de propriedade estatal, para onde tinham de levar todas as suas
máquinas, gado e cereais, passando a depender do governo para receber um
salário ou a sobreviver do que sobrava depois que o governo tirava a sua parte.
Os resultados foram estarrecedores. Em vez de entregar o que era legitimamente
seu, grande parte dos camponeses começou a queimar as safras e matar o gado. Isso
levou a fome de proporções nacionais, embora os habitantes do sul tivessem sido
particularmente atingidos. Estima-se que aproximadamente três milhões de pessoas foram
afetadas só na Ucrânia (RSS, República Socialista Soviética da Ucrânia) e dizem que alguns pais e mães recorreram ao canibalismo,
devorando os próprios bebês mortos.
Fome que matou milhões de russos no processo de coletivização das fazendas 3. Imagem: http://veja.abril.com.br/
Mas
infelizmente, Stalin não parou aí, Obrigou os camponeses a trabalhar nas
fazendas coletivas, e os mais ricos deles (os Kulaks) e os que se opunham à
coletivização foram deportados e mortos às centenas de milhares para que o Estado
pudesse se apropriar das terras deles.
Aqueles
que escaparam desse destino não tiveram melhor sorte, pois foram obrigados a
trabalhar nas novas Fábricas Controladas pelo Estado ou enviados
para campos de trabalhos forçados, onde labutavam até morrer. As fábricas não constituíam
opção muito melhor, eram grandes linhas de montagem onde os operários mais
pareciam dentes de uma engrenagem. Toda a fábrica apropriada pelo Estado
recebia uma meta, que tinha de ser satisfeita todo ano durante um período de
cinco anos. As metas eram estimadas e
definidas pelo:
Gosplan: Gosudarstvennyi
Alanovyi Komitet, o comitê de planejamento do Estado. Mais de meio milhão de
operários lotados nessa repartição não faziam outra coisa senão estabelecer
metas para todas as fábricas da Rússia. Claro que também verificavam se elas
haviam sido alcançadas. Naturalmente, isso representava uma pressão enorme
sobre os homens e mulheres que administravam e trabalhavam nessas unidades.
Muitos administradores eram executados por não atingirem as metas, e logo os
empregados tinham de trabalhar em turnos
cada vez mais longos para completar as cotas a tempo.
Tirar
licença por doença ou faltar um dia de trabalho, fosse qual fosse o motivo,
tornou-se um crime punível pela lei ,e, como Stalin exigia metas cada vez menos
realistas, os responsáveis começaram a falsificar os números para acobertar as
falhas.
Durante
essa parte de nosso estudo sobre Stalin lemos sobre sua ascensão política, bem
como os meios ilegais usados por ele para alcançar seus interesses, mostrando
desde o inicio ser uma figura capaz de qualquer coisa para conseguir o que
deseja. Observamos em seus planos econômicos para a agricultura bem como para a
industria uma completa desumanidade para com seus compatriotas. Estabelecendo
metas inatingíveis tanto para as fazendas coletivas como para as indústrias
Estatais. Passos esses que mesmo colocados sobre uma completa falta de empatia
pelo seus semelhantes conseguiu levar a União Soviética a ser considerada uma
das grandes potências do mundo ao ponto de não poder mais ser ignorada pelo
ocidente mesmo diante dos crimes cometidos por Stalin contra a humanidade o
Ocidente precisava desse aliado para derrubar Hitler e seu III Reich.
No
próximo texto trarei na parte III os eventos que se desenrolaram na história
russa após sua expansão industrial-militar.
PARTE I: http://construindohistoriahoje.blogspot.com.br/2013/04/joseph-stalin-o-tio-joe-da-russia-parte.html
01/05/2013
Leandro Claudir é
Acadêmico de História pela Universidade Luterana do Brasil, Técnico em
Informática pela QI Escolas e Faculdades. Habilitado em Liderança de Círculos
de Controle de Qualidade Empresarial pelo Sesi. Criador e Administrador do
Projeto Construindo História Hoje. IBSN- 7837-12-38-10.
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KLEIN,
Shelley. Os ditadores mais perversos da História. São Paulo: Editora Planeta do
Brasil, 2004.
Bom dia Multiplicador Leandro, desejamos muita paz pra você e a sua família!
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IRIVAN