Chegada de Cabral as terras indígenas que futuramente seriam chamadas pelos europeus de Brasil. Imagem: Guia dos Curiosos.
- Os povos que habitavam as Américas foram chamados pelos
europeus de índios. O termo é uma
invenção europeia e provém de um “erro histórico”. Ao chegar às Américas, os
europeus achavam que tinham chegado nas Índias. Assim, os povos que habitavam o
continente americano foram chamados de índios.
- Quando o Brasil foi conquistado, em 1500,
os historiadores calculam que existiam aqui entre 3 milhões e 5 milhões de
índios, divididos em 1.400 tribos. Havia três grandes áreas de concentração: litoral,
bacia do Paraguai e bacia Amazônica.
- No Brasil, muitos índios foram capturados e
escravizados. Os colonos diziam que os índios não eram gente, mas animais.
Quando os padres jesuítas chegaram ao Brasil, começaram a reverter esse quadro.
Em 1537, a bula Veritas
Ipsa, editada pelo papa Paulo III, declarou que os índios
eram “verdadeiros seres humanos”.
- As doenças trazidas pelos europeus causou a morte
de vários habitantes da terra. Os indígenas não resistiam ao sarampo,
varíola e gripe. Entre 1562 e 1563, cerca de 60 mil índios
morreram por causa de duas epidemias de “peste de bexiga” (tipo de varíola).
- Atualmente, calcula-se que 400
mil índios ocupam
o território brasileiro, divididos em 200 etnias e 170 línguas. Vale ressaltar
que este cálculo considera apenas os indígenas que vivem em aldeias. Há estimativas
de que, além destes, há entre 100 e 190 mil vivendo fora das terras indígenas.
Índios Xerente. Imagem: Guia dos Estudantes.
- O grão
de guaraná lembra
muito a figura de um olho humano. Isso deu margem a uma lenda espalhada pelos
índios saterê-maué. A índia Unai teria tido um filho concebido por uma serpente
e morto pelas flechadas de um macaco. No local em que ele foi enterrado, teriam
nascido as primeiras plantas de guaraná.
- Os índios Xerente realizam um ritual para batizar suas
crianças, chamado Uaké. Nele, a molecada participa de uma dança em círculo
enquanto recebe seus nomes, que depois são anunciados de porta em porta.
- Em
2004, foram realizados os Jogos Indígenas do Pará.
500 índios de 14 tribos participaram do evento, que teve competições de
arco-e-flecha, cabo-de-guerra, arremesso de lança, lutas corporais, natação,
canoagem, corrida de toras, maratona e atletismo.
- O Parque Nacional do Xingu é uma das maiores áreas indígenas da
América Latina, com 26 mil quilômetros quadrados (quase o tamanho do Estado de
Alagoas). Criado em 1961 para garantir melhores condições de vida e a posse da
terra à população indígena local, abriga hoje 4 mil índios de 15 grupos
diferentes.
- Os índios brasileiros adoram carne
de macaco, considerada um prato muito especial. Quanto mais
novo o macaco for abatido, mais macia é a carne. Os miolos são retirados e
misturados a um molho ou pão. Os cérebros são ricos em gordura e proteína.
Índios do dialeto tupimanbá. Imagem: Guia dos Estudantes.
- O tupi era uma das 1.200 línguas indígenas
identificadas no Brasil no ano de 1500. Até meados do século 18, tratava-se do
idioma mais falado no território brasileiro. Cerca de 20 mil palavras do atual
vocabulário, como amendoim, caipira, moqueca, taturana e pipoca, derivaram
dele.
- Quando Cabral chegou ao Brasil, a língua
era falada numa faixa de 4 mil quilômetros, do norte do Ceará ao sul de São
Paulo. O que predominava era o dialeto tupinambá, um
dos cinco grandes grupos tupis. Os outros eram: tupiniquins, caetés, potiguaras
e tamoios.
- Os bandeirantes se comunicavam em tupi. É por isso que
tantos estados, municípios e rios têm nomes de origem indígena. Neste sentido,
Paraná é “mar”; Pará é “rio”; Piauí é “rio de piaus” (um tipo de peixe);
Sergipe é “no rio do siri”; Curitiba é “muito pinhão”; Pernambuco é “mar com
fendas”, entre outros.
- Hoje restam 177 línguas indígenas. O antigo
tupi foi uma das que desapareceram completamente. Em 1758, o marquês de Pombal,
interessado em acabar com o poder da Companhia de Jesus no Brasil e em aumentar
o domínio da metrópole portuguesa sobre a colônia, proibiu o ensino e o uso do
tupi.
- Em 1955, o presidente Café
Filho obrigou
todas as faculdades de letras a incluir um curso de tupi no currículo.
Cerimônias indígenas. Imagem: Guia dos Estudantes.
- Em 1910, o Marechal Rondon criou o SPI (Serviço de Proteção ao Índio). Os
indígenas passaram a ter direito à posse da terra e seus costumes eram
respeitados. A entidade foi substituída pela Funai (Fundação Nacional do Índio). O órgão
federal que cuida hoje das nações indígenas foi criado em 5 de dezembro de
1967.
- Existem aproximadamente 200 grupos indígenas
identificados. Mas os dez mais numerosos representam 43% de todo o contingente
indígena brasileiro, que reúne 325.652 indivíduos. A maior parte (89.529) mora
na Amazônia.
- A Funai calcula que, além das tribos já
conhecidas, há em torno de 55 grupos totalmente isolados,
todos em áreas remotas da Amazônia. Em junho de 1998, na divisa do Brasil com o
Peru, uma equipe da Funai vislumbrou entre a copa das árvores doze malocas de
uma tribo indígena até então completamente desconhecida.
- A Amazônia é a última região do planeta onde
ainda vivem grupos humanos desconhecidos. Vivem em estágio bastante primitivo,
caçando, pescando e, em alguns casos, cultivando pequenas roças. Essas tribos
recebem da Funai a vaga denominação de “índios isolados”.
- Pelo Código Civil, o índio
não tem direito à propriedade da terra das reservas. Ele tem a posse e o
direito de usar o que nela existir (água, flora, fauna e minérios).
Ritual de canibalismo. Imagem: Guia dos Estudantes.
- Canibalismo ou antropofagia consiste no ato de comer a carne de
seres da mesma espécie. O termo vem da língua arawan,
falada por uma tribo indígena da América do Sul. A prática, conforme afirmam
estudiosos e arqueólogos, era comum em comunidades primitivas ao redor do
mundo.
- Na época em que os portugueses chegaram ao Brasil,
havia no país diversas tribos de índios canibais. Entre elas estavam os
tupinambá, os potiguares, os caetés, os aimorés, os goitacás e os tamoios. Eles
devoravam seus inimigos por vingança e acreditavam que, comendo seu corpo,
adquiriam seu poder.
- O ritual de “degustação” humana incluía um período de
engorda, em que a vítima era bem tratada e alimentada. Antes de sua morte, ela
recebia o privilégio de passar uma noite de amor com uma das mulheres da tribo.
Depois de morto, o corpo era dividido entre homens e mulheres.
- Relatos contam também que os tupis
realizavam impressionantes cerimônias antropófagas coletivas. Homens, mulheres e crianças
bebiam cauim e devoravam, animadamente, o inimigo assado em grelhas de varas.
Até 2 mil índios celebravam o ritual comendo pequenos pedaços do corpo do
prisioneiro.
- Os tamoios, por sua vez,
tinham por costume permitir que o preso vingasse sua morte antes da execução.
Ele recebia pedras para jogar contra os convidados, que vinham de longe para as
festas. O carrasco colocava um manto de penas e matava a vítima com um golpe de
borduna na nuca.
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O que vc acha dessa tese: Heroísmo de Tiradentes teria sido mero golpe de marketing praticado por membros da maçonaria e líderes da Inconfidência Mineira?
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