Uma inscrição grega que faz referência à ressurreição de Jesus e a imagem de um grande peixe com uma figura humana na boca, que seria uma representação que evoca a passagem bíblica do profeta Jonas. Imagem: Arqueologia da Bíblia.
Pesquisadores descobriram, em um túmulo localizado em Jerusalém, a mais
antiga referência arqueológica à ressurreição de Jesus já registrada. A
descoberta foi anunciada em Nova Iorque em março de 2012, pela equipe do
professor James Tabor, diretor do departamento de estudos religiosos da
Universidade da Carolina do Norte.
O trabalho que levou os pesquisadores a essa conclusão foi feito em um
túmulo descoberto em 1981 durante as obras de construção de um prédio no bairro
de Talpiot, situado a menos de 4 km da Cidade Antiga de Jerusalém.
“Até agora me parecia impossível que tivessem aparecido túmulos desse
tempo com provas confiáveis da ressurreição de Jesus ou com imagens do profeta
Jonas, mas essas evidências são claras”, disse Tabor, ao explicar que as câmeras
de alta tecnologia utilizadas pra explorar o túmulo encontraram uma inscrição
grega que faz referência à ressurreição de Jesus e a imagem de um grande peixe
com uma figura humana na boca, que seria uma representação que evoca a passagem
bíblica do profeta Jonas.
Essa não é a primeira vez que arqueólogos estudam a tumba, mas
dificuldades anteriores impediam de se fazer mais imagens e uma exploração mais
detalhada do local. Uma das dificuldades encontradas pelos pesquisadores foi o
fato de que os ortodoxos condenam a escavação de túmulos judaicos, o que fez
com que as autoridades políticas selassem a tumba. Até então só haviam sido
feitas algumas fotos do local e poucos objetos foram retirados das tumbas,
entre eles o ossário de uma criança, que compõe a coleção do Estado de Israel.
De acordo com o Correio Braziliense a idade exata dos túmulos não foi
definida com testes de carbono 14, mas pode-se afirmar que os mesmos são do
século primeiro devido à estética funerária, típica dos anos 20 a 70. De acordo
com os pesquisadores, depois desse período, com a destruição da cidade sagrada
pelos romanos, os judeus deixaram de usar caixas de pedra nos funerais.
As descobertas atuais foram feitas graças a uma autorização que James
Tabor e Rami Arav, professor de arqueologia na Universidade de Nebraska,
conseguiram da Autoridade de Antiguidades de Israel para estudar novamente a
tumba. Os estudos foram feitos entre 2009 e 2010 utilizando câmeras de alta
tecnologia manipuladas por um braço robótico. O equipamento especial foi
patrocinado pelo canal de televisão Discovery Channel, que vai exibir um
documentário sobre as descobertas ainda neste ano.
Uma das inscrições encontradas diz, em grego antigo, “Divino Jeová, me
levante, me levante” ou “Divino Jeová, me levante até o Lugar Sagrado”. Tabor
explicou que “essa inscrição tem algo a ver com a ressurreição dos mortos ou é
uma expressão da fé na ressurreição de Jesus”. Em um estudo publicado no site
de arqueologia bíblica Bibleinterp.com o professor afirmou ainda: “Se alguém
tivesse dito que encontrou uma declaração sobre a ressurreição em uma tumba
judaica desse período, eu diria que era impossível”. Ele afirma que as
inscrições provavelmente foram feitas “por alguns dos primeiros seguidores de
Jesus”.
“Nossa equipe se aproximou do túmulo com certa incredulidade, mas os
indícios que encontramos são tão evidentes que nos obrigaram a revisar todas as
nossas presunções anteriores”, afirmou Tabor, que ara divulgar as descobertas
publicou um livro intitulado The Jesus Discovery, contendo todas as conclusões
de sua pesquisa.
James
Tabor concluir reconhecendo que suas conclusões são “controversas” e que vão
causar certo repúdio entre os “fundamentalistas religiosos”. Segundo o
professor, outra reação será a dos acadêmicos, que seguirão duvidando das
evidências arqueológicas da cristandade.
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