Imhotep. (Imagem: Brooklin
Museum of New York.)
Considerado
o fundador da medicina egípcia, seu nome em grego significa “aquele que vem em
paz”. Personagem emblemática, viveu entre 2800 a.jC. e 2700 a.C. e foi um homem de múltiplas facetas. Vizir e arquiteto do
rei Djeser (III dinastia), era também filósofo. No pedesral de uma estátua do
rei Dejeser, ele é apresentado como “o chanceler do rei do Baixo Egito, o
primeiro após o rei do Alto Egito, administrador do palácio, nobre herdeiro,
grande sacerdote de Heliópolis, Imhotep, o construtor, o escultor.
Djeser
faraó da III dinastia, obteve um oficial extraordinário, o primeiro indivíduo
revelado por registros humanos: Imhotep. Esse homem parece ter vindo
originalmente do templo de Rá, o deus-Sol, em Heliópolis. Djeser o transformou
no segundo homem do reino, concedeu-lhe a prestigiosa situação de participar da
família régia e o divinizou virtualmente, permitindo que suas distinções fossem
inscritas em sua própria estátua no complexo funeral régio de Sakkara, que
Imhotep construíra para ele: “O Ministro do Rei do Baixo Egito, o primeiro
depois do Rei do Alto Egito, administrador do grande palácio, chefe
hereditário, o Sumo Sacerdote de Heliópolis, Imhotep, o construtor, o escultor,
o realizador de vasos de pedra”.
Pode ele ter sido todas essas coisas? A imagem de
Imhotep transmitida a gerações posteriores foi a de um gênio universal, mas
principalmente, a de um médico fundador do sistema egípcio de medicina
considerado por muitos o mais importante do mundo antigo.
Divinizaram-no
como o próprio deus da cura no tempo de ptolomeu, os gregos o igualaram a
Asclépio. O que podemos assegurar é que ele foi um arquiteto de originalidade e
visão incomparáveis. Seu próprio tempo o chamou, curiosamente, de “o realizador
de vasos de pedra”. O vaso de pedra se tornou a primeira grande conquista da
cultura egípcia. Nos dias de Imhotep, eles eram feitos em quantidades
surpreendentes; mais de 40 mil deles foram encontrados no complexo de Djeser,
ainda que muitos possam ter sido trazidos por ele de tumbas dinásticas
anteriores, tentando anular a ação dos saqueadores. Vale lembrar que, para
confeccionar e polir todos esses objetos, milhares de horas e homens eram
necessários. Imhotep foi o primeiro a fazer uso integral das técnicas dos
pedreiros em monumentos arquitetônicos. Tradicionalmente, os egípcios
construíam com adobes oblongos compostos da lama do Nilo, areia e pedaços de
palha.
Imhotep
concebeu, a primeira construção inteiramente pétrea da história, mas não parou
por aí: ele ousou rematar a obra com uma Pirâmide em Degraus – e circundá-la
com um enorme complexo de pedra constituído por um grupo de templos, altares e
dependências afins. Toda a disposição desse projeto foi baseada no grande
palácio real de Mênfis com seus muros e ameias.
Estátua de bronze de Imhotep. (Foto: Rafal Cichawa, Equipe Dreamstime).
Predemos
a respiração ao pensar na audácia de Imlhotep e no rigor com que levou seu
projeto adiante. Grande parte do que ele erigiu tem sido reconstruída, tal qual
originalmente, com blocos de silar, fazendo-nos compreender suas reais
dimensões e tamanho. Imhotep instaurou a glória arquitetônica mais marcante não
só do Antigo Império mas dea civilização egípcia como um todo. Igualmente
surpreendente é a coragem e aoriginalidade de cada detalhe. A partir de uma
criativa petrificação das plantas de papiros, tradicionalmente utilizadas na
construções com lama e colmo , Imhotep inventou o pilar de pedra e a
arquitrave. Ele também se utilizou de caneluras abstratas em suas colunas. Em
meados de 1920, quando o complexo foi amplamente escavado pela primeira vez, os
arqueólogos ficaram atônitos ao ver o que aparentemente eram colunas dóricas
emergindo das areias e detritos. Como elas podiam ter sido construídas 2 mil
anos antes dos gregos? Mas as pedras não mentiam: Imhotep, o Leonrado de
Mênfis, ofuscara os tempos clássicos.
O
gigantesco complexo é um exercício de compreeensão teológica superior, cujo
propósito era ser constrruído para a eternidade. Imhotep foi o primeiro a
pensar na associação entre a pedra e imortalidade. Ele não tornou a tumba de
Sjeser apenas dum espaçoso empório de vasos de pedra, mas reproduziu em pedras
cada elemento material do cotidiano egípcio do segundo quarto do terceiro
milênio. Portas de madeira, dobradiças de cobre, esteiras e ferrolhos de metal
foram todos imitados, fidedigna e exatamente, em pedra. De fato, ele petrificou
um ativo palácio egípcio de mais ou menos 2650 a.C. em uma tumba que durasse
para sempre, assegurando, assim, a imortalidade do rei e de seus dependentes (ele
próprio incluíndo). Ele também abasteceu o palácio tumbal com bens
petrificados: de cestos de palha a tecelagens, de potes de metal a
rebites...tudo reproduzido em pedra.
Pirâmide escalonada de Djoser em Saqqara, obra de Imhotep. (Foto: Shariff Che'Lah, Equipe Dreamstime).
Imhotep
coroou sua obra-prima com a compacta abstração da Pirâmide em Degraus, ela própria
uma petrificação osimbólica da realeza perene. Ninguém jamais havia visto uma
construção como essa no mundo. Tanto da capital, MNênfis, quanto do deserto e
do vale, mesmo a muitos quilômetros de distância, ela se fazia plenamente
visível, mas era muito mais do que um ponto de referência espetacular. Pela
primeira vez, espaços imensos não foram organizados com fins utilitários, mas
pela procura consciente de um objetivo artístico inspirado por concepções
religisosas. A realização desse projeto apoteótico de pedra demonstrou, como
nunca até então, a capacidade e a habilidade da humanidade organizada.
Construções de pedra ainda eram uma novidade; memso em direçaõ ao fim da
Segunda Dinastia, quando os anos de reinado eram caractereizdos antes por eventos
do que por números, um deles foi descrito como “O ano em que o prédio ‘A deusa
Robustece’ foi construído em pedra”. O complexo pétreo e triunfal de Imhotep
parece ter inspirado, nos egípcios e no faraó, uma paixão pela construção em
pedra, que se transformou talvez na mais estranha obsessõa his´toriaca. Ainda é
difícil compreende-la inteiramente, mas para que isso possa acontecer temos de
alcançar o sentido da própria função faraônica e de sua importância para o povo
egípcio.
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JOHNSON, Paul. Coleção
História Ilustrada: Egito Antigo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2010.
Olá Leandro, tudo bem meu amigo?
ResponderExcluirTenho estado um pouco ausente da net, por isso a demora por vezes em passar aqui.
Muito inteligente sua postagem , faz jus ao nome do seu blog. Construir História deve ser muito trabalhoso e requer muitas pesquisas,principalmente sobre os temas dificiéis que você escolhe. Creio que Precisa de muita experiência, paciência e pesquisas pra contruir textos magnificos como esse sobre sobre Imhotep.
Eu acho os egipcios um povo muito estranho, meio que complicado, exigente e politeístas risosss.Imhotep pelo visto tinha muita influência e muitas facetas.
Parabéns pela postagem,
Uma ótima semana!
Fique com Deus!
Abraços!
Oi amiga Smareis, estou bem! É muito gratificante para mim, saber que meu humilde estudo tenha contribuido com o conhecimento das pessoas.
ResponderExcluirÉ mesmo poderiamos dizer que os egípcios eram exêntricos e metodicos, mas um povo de grande conhecimento, e que buscava a sabedoria e não media esforços para tal empreitada.
Imhotep, foi uma daquelas figuras que revolucionam toda a história de seu povo.
Obrigado por tudo, Deus lhe abençoe nome de Jesus Cristo.
Abraços!