PESQUISE AQUI!

Mostrando postagens com marcador ARQUEOLOGIA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ARQUEOLOGIA. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Impérios perdidos das Américas

 


Tente mover o mundo – o primeiro passo será mover a si mesmo.” Platão

    Os primeiros europeus a contemplar a vasta cidade de Tenochtitlán (Asteca- na América Central), menos de um século depois que ela se tornara o centro do estado mais poderoso da América Central ficaram extasiados com sua beleza. Um deles, o conquistador Bernal Diaz, escreveu que “estes grandes burgos e pirâmides e edifícios que se erguiam da água, todos feitos de pedra, pareciam uma visão encantada. Era tudo tão maravilhoso que eu não sei como descrever essa primeira visão de coisas nunca ouvidas, vistas ou sonhadas antes”. Diaz estava escrevendo sobre a capital de um dos dois grandes impérios do Novo Mundo que, sem qualquer contato direto ou conhecimento um do outro, chegaram a ser dominantes em suas regiões no decurso do século XV. Ambos os impérios — um onde é agora o México, o outro, estendendo-se pela orla ocidental da América do Sul (civilização Maia) — possuíam estruturas sociais complexas e construíram imensas cidades. Suas artes e ofícios atingiram altos níveis de sofisticação, embora desconhecessem veículos com rodas e os trabalhos em ferro e a única escrita que usassem fosse a pictográfica — linda de se olhar, mas complicada para transmitir informações. As duas sociedades demonstravam cuidado e engenhosidade no provimento da subsistência de seus cidadãos, ao mesmo tempo que praticavam o sacrifício humano — uma delas numa escala única nos anais históricos.

    Esses mundos alternativos, às vezes com traços estranhamente parecidos aos das culturas eurasianas, às vezes surpreendentemente originais, foram os impérios dos astecas e dos incas. Ambos atingiram a proeminência no decorrer do século anterior, mas seriam destruídos poucas décadas depois de 1500, após a chegada dos conquistadores espanhóis. A história dos astecas — os construtores de Tenochtitlán — iniciara-se pouco mais de duzentos anos antes da conquista espanhola, quando tinham chegado ao fértil vale do México como um bando empobrecido de bárbaros, vestidos com roupas grosseiras de sisal e carregando com devoção a imagem de seu deus tribal, Huitzilopochtli. Haviam sido forçados a abandonar sua antiga terra natal a noroeste, possivelmente em consequência de mudanças climáticas que haviam transformado seus campos em desertos. Outras tribos da mesma região derrotaram os astecas na competição pelas boas terras agrícolas da bacia do México e, entre 1220 e 1260, fundaram cidades-estados nas proximidades do lago Texcoco. Essas tribos rivais preencheram o vácuo deixado pelo colapso do antigo império tolteca e logo dominaram os refugiados remanescentes daquela civilização pelo poder militar. Um punhado de cidades-estados toltecas que ainda existiam, tais como Xico e Colhuacán, tinham conseguido se manter, impressionando os imigrantes com sua cultura e tradições. Seus orgulhosos senhores adaptaram-se às novas circunstâncias, permitindo o casamento de suas filhas com os chefes que estavam chegando.

    Aos poucos, estabeleceu-se um modus vivendi. Quando apareceram pela primeira vez, os astecas foram considerados pelos outros ocupantes da bacia como grosseiros que mantinham costumes tão primitivos, que acabavam por prestar serviço aos reis toltecas de Colhuacán, primeiro como servos, depois como soldados mercenários. Os astecas tinham assimilado a crença local na superioridade cultural tolteca, mas o desejo de imitar seus suseranos não os impediu de manter seus próprios rituais. Mas após uma desavença devido aos seus rituais religiosos e terem ultrajado seus benfeitores, os astecas tiveram que fugir, instalando-se numa pequena, remota e isolada ilha cercada de brejos, no oeste do lago Texcoco. De acordo com a lenda, ali encontraram um uma águia sentada em um cacto, com uma serpente no bico, um sinal que fora previsto há muito tempo por seus sacerdotes, indicando o sítio de sua futura capital. Chamando o povoamento de Tenochlitlán, de Tenoch, nome do líder que os guiará até o vale do México, essa se tornaria a capital do futuro Império Asteca.

Quanto mais você lê, mais fáceis de entender se tornam os textos. Aplique-se a leitura, independente da profissão que escolher para seu futuro. Pois a leitura lhe fará um profissional melhor a cada dia.” Leandro Pedroso, professor de História



domingo, 3 de maio de 2020

CIVILIZAÇÕES ESQUECIDAS: HARAPPA


A
 primeira civilização da Índia e uma das maiores da Antiguidade, foi tão desenvolvida quanto o Egito e a Mesopotâmia. Mas sua história está apenas começando a ser desvendada.

O vaivém de peregrinos é intenso, frenético, louco. Eles chegam aos montes, vindos de pequenos vilarejos vizinhos, nos vales ao leste do Paquistão. As ruas, tomadas por mercadores itinerantes, ganham, aos poucos, o colorido dos artistas performáticos e das trupes de circo. Músicos ajudam a entreter as multidões. Luzes e sons misturam-se. Mulheres gazeteando pelas vias procuram peregrinos mais experientes, para dar a eles as oferendas religiosas que serão repassadas a divindades de lugares distantes – tudo para garantir que, no futuro, seus filhos sejam saudáveis e – preferencialmente – do sexo masculino. À primeira vista, este é apenas mais um tradicional ritual de cultura popular, desses que o tempo insiste em manter vivos.

E é mesmo. Conhecido por sang – algo como “feira de encontro” –, é realizado até hoje nas grandes cidades do vale do rio Indo, perto da fronteira entre o Paquistão e a Índia. Mas esconde uma curiosidade. Remete a uma das civilizações mais desenvolvidas de toda a Antigüidade, um povo que viveu ali, na mesma região, há milhares de anos. Não eram egípcios, nem mesopotâmios, tampouco chineses. Esse povo esquecido atingiu um surpreendente grau de desenvolvimento, comparável inclusive ao dos célebres vizinhos. A diferença é que não ficaram tão conhecidos – pelo menos nos dias de hoje –, embora tenham interagido profundamente com algumas dessas culturas avançadas. Eles eram a civilização do Vale do Indo, ou civilização harappiana, nome derivado de sua principal cidade, a capital Harappa.

Por volta de 3000 a.C., numa época em que Egito, Mesopotâmia e China começavam a esbanjar desenvolvimento e a ocupar o centro do mundo, os harapiannos floresciam no vale do rio Indo. Como as potências vizinhas, também dominavam técnicas e conhecimentos inimagináveis para aquele período da história. No seu auge, entre 2600 a.C. e 1900 a.C., espalharam-se por mais de 1500 vilas e estenderam-se por uma área duas vezes maior que o próprio Egito antigo e a Mesopotâmia. Ergueram cidades amplas e muito bem planejadas, com sistemas de drenagem sofisticados e prédios muitos complexos, e já conheciam as técnicas de fundição a mais de 930°C. Eram artesãos habilidosos que se destacavam principalmente por seus trabalhos com cerâmica e argila.

O conhecimento traçou os rumos de Harappa. Seus habitantes abriram rotas comerciais que os levaram ao Golfo Pérsico, à Ásia Central e à Mesopotâmia. Por outro lado, as cidades harappianas viraram centros de comércio do mundo antigo. O artesanato local espalhou-se, tendo sido encontrado até nos sítios arqueológicos mesopotâmios. Textos antigos desta civilização, as inscrições cuneiformes, também comprovam o contato entre as duas culturas. Falam sobre o comércio com povos originários da distante Índia, que costumavam chamar de Meluha e Makkan. Assim como ainda acontece atualmente, naquela época os moradores dos pequenos vilarejos harappianos iam para as grandes cidades em dias de festivais – ou feiras de encontro, para comprar, vender ou trocar produtos, participar de cerimônias e até para rever familiares.
Democracia e Religião
Apesar de ser a maior das quatro civilizações da Antigüidade, o Vale do Indo só foi descoberto em 1920, quando arqueólogos escavaram parte das ruínas de Harappa e Mohenjo-daro, as duas maiores cidades da região, áreas que hoje correspondem às províncias paquistanesas de Punjab e Sindh, respectivamente. Mesmo assim, ainda há muito a ser escavado e, principalmente, desvendado. Questões básicas sobre estes povos continuam sem respostas. Vários sítios arqueológicos permanecem intocados, incluindo grandes cidades, e sua escrita está longe de ser decifrada. Alguns pontos, porém, são dados como certos.

A semelhança entre as plantas e a arquitetura das cidades harappianas, por exemplo, mostram que o Vale do Indo mantinha uma estrutura social e econômica uniforme. A economia era baseada na produção agrícola e nas atividades comerciais. Ou seja, comerciantes e artífices tinham grande influência na sociedade e, muito provavelmente, compunham a elite dominante. O povo era pacífico e não apresentava uma cultura belicosa, embora possuísse armas como lanças e espadas. Não havia reis nem teocratas – prova disso é a inexistência de palácios e templos suntuosos, mesmo nas ruínas das grandes cidades. As maiores construções eram mercados e prédios de banhos públicos, algo tão sofisticado para época que nem mesmo no Império Romano, dois mil anos depois, este tipo de facilidade chegava às classes mais baixas. “As principais edificações não são voltadas para os líderes, mas sim para a população. Isso sugere, inclusive, que havia um possível exercício arcaico de democracia, baseado principalmente em valores econômicos”, comenta o professor de cultura da Índia e língua sânscrita Carlos Eduardo Barbosa, do Instituto Narayana, de São Paulo.

Essa organização social não exclui, no entanto, a participação e a influência de líderes religiosos na sociedade. É provável que eles tenham sido a chave para manter unida uma civilização tão abrangente, que não tinha como característica usar a força para subjugar outros povos. Apesar de não haver provas arqueológicas da existência destes líderes, existem estudos que indicam que eles formavam uma elite dominante, que manteve a hegemonia por meio da religião e de rituais sagrados. “É o que aconteceu mais tarde com o hinduísmo, em que milhões de pessoas permaneceram unidas não pelo uso da força, mas sim da persuasão”, pondera Iravatham Mahadevan, do Conselho de Pesquisa Histórica da Índia, que há mais de 30 anos estuda a escrita do Vale do Indo. “Além disso, existem selos encontrados nos sítios arqueológicos que mostram a prática de rituais sagrados, com adorações a deuses nus, sentados em posição de yoga”, acrescenta Mahadevan.

Apogeu e decadência

Embora não se saiba muito da cultura do povo harappiano, sabe-se que a cidade de Harappa viveu seu boom econômico entre os séculos 2800 a.C. e 2600 a.C. Foi nesse período que os artesãos desenvolveram técnicas avançadas de manipulação de argila e outras matérias-primas, criando tijolos simétricos de barro e objetos refinados de cerâmica cobertos por uma espécie de esmalte. A fabricação de produtos têxteis também decolou aí. Enquanto os egípcios notabilizavam-se pela manufatura de peças de linho, os harappianos teciam com algodão. Surgiu nessa época ainda o sistema formal de escrita local, estampada em vários vasos e selos de argila encontrados nos sítios arqueológicos. Estes objetos, ilustrados com figuras geométricas ou representações de animais, parecem ter tido uso comercial ou administrativo. Seriam usados basicamente pela elite dominante e funcionavam como um mecanismo de controle econômico e demonstração de poder político.
Alguns pesquisadores, como Mahadevan, acreditam que eles também indicavam os títulos de seus usuários e até nomes e profissões. Para os harappianos, seria algo útil numa cidade que chegou a ter cerca de 80 mil habitantes, segundo as estimativas do arqueólogo Jonathan Mark Kenoyer, professor de antropologia da Universidade de Wisconsin e um dos líderes dos grupos de escavações dos sítios arqueológicos. Esses e outros segredos de Harappa, no entanto, continuam escondidos atrás de um enigma: a indecifrável escrita do Vale do Indo.

Depois de quase dois mil anos de existência, a civilização do Vale do Indo começou a entrar em declínio. Várias teorias explicam esta fase, mas nenhuma é unânime. A mais aceita combina uma série de motivos. O primeiro deles seria a incapacidade da elite em manter a ordem num território tão vasto e povoado, que por volta de 1900 a.C. já se estendia para além das planícies do rio Ganges. “Essa falta de autoridade levou a uma reorganização da sociedade, não apenas em Harappa mas em toda a região do Vale do Indo”, escreveu Kenoyer em artigo publicado na revista Scientific American. Prova disso é o desaparecimento gradual de símbolos característicos da região, como os selos, vasos e pesos usados na taxação e comércio de produtos.
Outro fator importante para a queda da civilização harappiana foram as alterações climáticas que ocorreram ao longo dos séculos, possivelmente causadas pelo crescente desflorestamento para obtenção de matérias-primas. Em 2000 a.C., um dos mais importantes rios da região, o Sarasvati, começou a secar e deixou várias cidades sem uma base viável de subsistência. Estas populações teriam migrado para áreas agrícolas e cidades como Harappa e Mohenjo-daro, superpovoando lugares que não tinham estrutura para receber mais pessoas. Por conseqüência, os mecanismos de manutenção das rotas comerciais acabaram comprometidos.

Uma das teorias mais antigas, porém, conta outra história. Teria havido uma simples dispersão da população para outras regiões. Mas esta é uma hipótese pouco considerada pelos estudiosos atualmente. “Vestígios arqueológicos encontrados em escavações recentes mostram que as cidades continuavam habitadas entre 1900 a.C. e 1300 a.C.”, escreveu Kenoyer. Uma terceira tese atesta ainda que os harappianos foram aniquilados pelos indo-arianos a partir do segundo milênio antes de Cristo. De fato, o período entre o ano 2000 a.C e o ano 1300 a.C. foi bastante conturbado, com guerras eclodindo em várias partes do mundo. Além disso, existem indícios de batalhas nos sítios arqueológicos do Vale do Indo.

Mesmo assim, é pouco provável que os indo-europeus tenham destruído toda a civilização. A maioria dos especialistas acredita que a imigração ariana aconteceu depois que os harappianos entraram em declínio – e a relação entre estes povos foi muito provavelmente pacífica. “Quando chegaram à região, os indo-europeus tornaram-se sedentários e seus rebanhos ajudaram a fertilizar os campos agrícolas. Em troca, seus cavalos alimentavam-se da palha da cevada que era produzida pelos agricultores”, argumenta Barbosa. E por fim há uma hipótese indiana ultra-nacionalista, que acredita no caminho inverso ao ensinado pelo etnocentrismo europeu. Ela defende a idéia de que a civilização do Vale do Indo deu origem aos védicos, povos que surgiram logo em seguida aos harappianos e formularam o Rig Veda, a mais antiga escritura sagrada hindu. De acordo com a tese, eles conquistaram os sumérios e teriam expandido seus domínios para o oeste, influenciando também os povos do Ocidente. Ufanismo? Pode ser. Mas esta também é mais uma pergunta que continua sem resposta.

Altos e baixos no Vale do Indo

Os harappianos deixaram uma herança para a Índia

3300 a.C. – 2800 a.C.
É a primeira fase da civilização harappiana, chamada de Ravi. No começo deste período, plantam trigo, cevada e leguminosas. Técnicas especializadas de artesanato avançam pelo vale do rio Indo e as primeiras rotas comerciais começam a se desenvolver, com pequenos vilarejos formando-se ao seu redor. Na mesma época, sumérios construíam os primeiros zigurates e egípcios enterravam seus mortos junto com suas riquezas em túmulos de tijolos de barro.
2800 a.C. – 2600 a.C.
Período conhecido como Kot Diji. Harappa torna-se um próspero centro econômico, dando início à urbanização. Artesãos aprimoram suas técnicas e produzem peças refinadas de cerâmica esmaltada, trabalhando com fornos em altas temperaturas. Aumenta a quantidade de matérias-primas que chegam à cidade, em carroças e barcos. Rodas feitas de terracota surgem neste período.

2600 a.C. – 1900 a.C.
É o apogeu da civilização do Vale do Indo, com mais de 1.500 vilas espalhadas por uma área muito maior do que a de todas as antigas civilizações juntas, com exceção da China. As rotas comerciais chegam até o Golfo Pérsico, à Ásia Central e à Mesopotâmia. Cidades amplas e bem planejadas multiplicam-se, com sistemas de drenagem e prédios sofisticados.

1900. a.C. – 1300 a.C.
Uma série de fatores ocasiona a queda de Harappa. Entre os motivos estão até variações climáticas, que provocaram a seca do rio Sarasvati. Há indícios de batalhas nos restos arqueológicos, mas pesquisadores não acreditam que a civilização tenha sido aniquilada por outros povos. A cultura em torno do Ganges assume a hegemonia.

1300 a.C. – 1000 a.C.
Uma nova ordem social entra em vigor. Seguidores da religião védica, que falam línguas indo-arianas, como o sânscrito, povoam o subcontinente indiano. O urbanismo e a arte harappiana, no entanto, sobrevivem. Artesanatos continuam sendo produzidos na regiãodo Vale do Indo, embora adaptados a novas exigências. Surgem garrafas e contasde vidro. Mais tarde, desenvolvem, paralelamente ao Ocidente, o aço.

 A sociedade das castas

Com o fim de Harappa, a Índia foi retalhada. Surgiu em cena o modelo que bagunça a estrutura social do país até hoje.

A divisão da sociedade indiana em castas surgiu da turbulência social e das invasões do subcontinente, logo após o declínio de Harappa. Foram criadas pelos védicos (hindus), na tentativa de instaurar a ordem e acalmar os ânimos das diferentes lideranças. A idéia era instituir territórios culturais das linhagens familiares. No início, quatro castas foram estabelecidas a partir da observação das aptidões naturais de cada grupo: brâhmanes, a classe dos sábios, sacerdotes e professores, incumbidos da orientação espiritual e aconselhamento dos governantes; kshatrias, a casta guerreira, encarregada de manter a ordem política e garantir a proteção social; vayshias, composta por comerciantes, artesãos e grandes proprietários de terras, responsáveis pela economia da sociedade; e shudras,ou trabalhadores braçais,que deveriam seguir os desígnios das outras três classes. De acordo com a teoria da invasão indo-ariana, esta era a casta dos harappianos, depois que foram assimilados pelos védicos. Com o passar dos anos, as castas multiplicaram-se e, hoje, estima-se que haja mais de 2000. Surgiram, por exemplo, os párias, cujo grau mais baixo é o dos chantalas – ou intocáveis, pessoas sem função social, como mendigos e andarilhos. O sistema das castas durou com relativa organização até o século 17, quando foram declaradas hereditárias. Até então, havia alguma mobilidade e pessoas de uma determinada classe poderiam ascender socialmente. Com a nova medida, a bagunça foi geral. Chegou a tal ponto que, no século 19, o guru hindu Sri Ramakrishna declarou o fim das estratificações. Oficialmente, porém, a estranha divisão da sociedade perdurou até 1960, quando as castas foram finalmente banidas por lei. Mas, na prática, a história é diferente. Até hoje elas são mantidas vivas pelo preconceito e por iniciativas do próprio governo indiano, que cria empregos, por exemplo, apenas para castas menos privilegiadas.

Que língua é essa?

Como ninguém consegue decifrar o harappiano, a civilização do Vale do Indo permanece envolta em mistérios que estão longe de serem desvendados.

O povo de Harappa deixou ruínas de grandes cidades como herança arqueológica, mas a única forma de escrita encontrada pelos pesquisadores são as pictografias dos selos e outros ornamentos artesanais. Decifrá-las segue sendo o desafio de estudiosos mundo afora. Primeiro, porque não existe – ou, pelo menos, não foi descoberta – uma Pedra de Roseta que contenha inscrições em duas línguas para ajudá-los a quebrar o código. Além disso, a variação de sinais dos milhares de selos achados pelos arqueólogos é muito pequena – há uma média de cinco por objeto, apenas, repetidos em outras peças. "Tudo indica que a disposição é totalmente aleatória. Se alguém encontrar uma placa de automóvel daqui a milhares de anos, por exemplo, dificilmente vai dizer que se trata de uma forma de escrita", compara o professor Carlos Eduardo Barbosa.

É certo que estes sinais foram amplamente difundidos na maioria das cidades da civilização harappiana, por causa da unidade cultural e das necessidades econômicas desses povos. A maior parte dos selos reproduz, também, figuras de animais e objetos usados em rituais. A imagem de unicórnios é a mais comum (aparece em 65% das peças), mas há desenhos de elefantes, búfalos, tigres, rinocerontes e outros animais.

Uma possibilidade sustentada por pesquisadores é a de a escrita harappiana ser a forma arcaica de alguma língua dos dravidianos, que habitaram o norte e noroeste do subcontinente. Como o balúchi por exemplo, que ainda é falado no Baluchistão e em algumas partes do Irã. "Mas isso é apenas uma teoria. A única coisa que podemos dizer é que são sinais escritos da direita para a esquerda, assim como o árabe e ao contrário do sânscrito", avalia o estudioso indiano, Iravatham Mahadevan. Mas ele ainda tem esperança de encontrar a chave da antiga civilização. "Sempre existe a possibilidade de se descobrir algo novo, um objeto ou mesmo uma tábua de argila bilíngue, em lugares como o Oriente Próximo. Os harappianos fundaram espécies de colônias por lá e é bem capaz de terem fabricado objetos com traduções na língua local".


Você quer saber mais?

(HARAPPA)

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Misteriosas descobertas arqueológicas nos Açores






São dezenas de estruturas em pedra ou escavadas na rocha encontradas em várias ilhas dos Açores e estão a gerar polémica, porque parecem apontar para a presença humana no arquipélago muito antes da chegada dos portugueses.

A multiplicação de descobertas arqueológicas no Corvo, na Terceira e noutras ilhas dos Açores está a provocar polémica, porque parece indicar a presença de navegadores muitos séculos antes da chegada oficial dos portugueses, em 1427 (Diogo de Silves).



Celtas, fenícios, cartagineses, romanos podem ter passado pelo arquipélago, porque o regresso ao Mediterrâneo ou ao norte da Europa de qualquer barco que viajasse ao longo da costa africana teria de ser feito pela chamada volta do Atlântico, por causa da direção dominante dos ventos de nordeste.

Essa rota passava precisamente pelo grupo central das ilhas dos Açores e pelos seus dois melhores portos naturais: Angra do Heroísmo, na Terceira, e Horta, no Faial.

Faltam sondagens, escavações e datações por radiocarbono para se tirarem conclusões definitivas, mas se fosse provada a origem pré-portuguesa dos achados arqueológicos, a História teria de ser rescrita, tanto no que diz respeito à descoberta das ilhas como ao paradigma da navegação no Atlântico.



Félix Rodrigues, professor catedrático da Universidade dos Açores, que descobriu e estudou em profundidade alguns destes achados, vai mais longe e afirma ao Expresso: "Seria a maior descoberta arqueológica da Europa dos últimos 100 anos".



terça-feira, 16 de agosto de 2016

Esqueletos acorrentados - Os membros da Rebelião de Cílon podem ter sido encontrados



O nos resta após a morte, além de poeira e ossos? O que nós nos tornamos depois que advém o inevitável fim? Uma triste verdade a respeito da condição humana é que nossa existência é meramente transitória. Do mais poderoso monarca, ao mais insignificante escravo, o destino de todos é um só.


Mas isso não significa que, nossa vivência não possa ser de alguma forma resgatada e compreendida pelas gerações futuras. Para muitos, essa é a única forma de imortalidade: a memória, o respeito e o interesse daqueles que nos sucedem.


Recentemente, arqueólogos trabalhando em um antigo cemitério no Delta do Rio Falyron, próximo de Atenas, capital da Grécia, fizeram uma descoberta ao mesmo tempo enigmática e aterrorizante. 


Oitenta esqueletos humanos foram enterrados lado a lado em uma cova comum no que deveria ser uma grande terreno baldio de solo pantanoso nos arredores da Cidade Estado. A princípio não parece ser uma notícia muito importante, já que covas coletivas eram algo corriqueiro no Mundo Antigo, frequentemente assolado por pragas, pestes e massacres. Contudo, é o fato desses esqueletos terem sido colocados na terra ainda usando grilhões de ferro que chama a atenção.


Os especialistas conjecturam que eles podem ter sido vítimas de uma execução em massa, entre os séculos VIII e V antes de Cristo. Contudo, não há como saber ao certo quem eles eram e porque passaram por tão estranha modalidade de execução. A descoberta é única, e constitui uma forma incomum de punição nas cidades estado da Grécia Antiga.


Arqueólogos supõem que o crime praticado tenha sido de enorme gravidade para que eles enfrentassem um fim tão incomum. 


As vítimas aparentemente foram escoltadas, puxando e arrastando suas correntes para uma área cerca de um quilômetro e meio fora da cidade antiga. Lá eles foram perfilados lado a lado e atingidos por um objeto contundente, supostamente uma clava ou bastão na cabeça. Os crânios apresentam ferimentos condizentes com esse tipo de golpe, mas há indícios que alguns tenham sido simplesmente atirados no buraco e enterrados vivos, já que os ferimentos não teriam força suficiente para matar. Alguns esqueletos estavam perfeitamente depositados na terra, com pernas e braços dobrados, mas outros, indicavam terem de alguma forma resistido. Além disso, eles parecem ter morrido ao mesmo tempo, o que reforça a teoria de uma execução coletiva.


Um elemento no qual os pesquisadores estão se concentrando é se certificar que os restos das correntes realmente não se assemelham ao que era usado em escravos no período. A primeira suspeita dos historiadores era que os homens poderiam ser escravos rebeldes, condenados à morte por matarem seus senhores. Contudo, os primeiros exames apontaram para o fato de todos os esqueletos, pertencerem a homens jovens e com boa saúde no momento de sua execução. Uma condição que não se enquadra em uma descrição típica de escravos ou servos - mesmo os gregos que eram significativamente mais bem tratados. 


As correntes restringiam os prisioneiros, sendo fixadas no pulso direito e no tornozelo esquerdo de cada um deles. Nenhuma ossada pertencia a pessoas "acostumadas a vestir" ferros de restrição e muito provavelmente não se tratavam de trabalhadores rurais ou indivíduos envolvidos com atividade marcial. Além disso, todos eram bastante jovens, tendo entre 16 e 27 anos aproximadamente.

O contexto histórico, concede as melhores pistas do motivo pelo qual a execução possa ter ocorrido naquela região em especial. Stella Chryssoulaki, responsável pela escavação contou a Reuters o seguinte:


"Este foi um período de grande instabilidade para a sociedade ateniense, um período em que aristocratas e nobres estavam batalhando uns contra os outros por poder e prestígio político. Ter uma opinião forte ou defendê-la poderia ser algo extremamente perigoso nessa época."


Mais notável, o período em que o cemitério foi usado, coincide com a Rebelião de Cílon em meados de 632 a.C. O incidente, que é um dos primeiros acontecimentos datados de forma confiável na História da Grécia, se refere a uma tentativa mal sucedida de golpe tentado pelo aristocrata e campeão olímpico Cílon, para derrubar de forma violenta a elite ateniense. Cílon aliado ao seu sogro Teágenes, foi motivado pelas palavras do Oráculo de Delfos que o aconselhou a tomar o Poder durante o Festival em Honra a Zeus (as Olimpíadas), quando ele seria favorecido pelos Deuses do Olimpo.


A rebelião, entretanto, foi frustrada pelos guardas da cidade e os envolvidos tiveram de buscar refúgio no Templo de Atena dentro da Acrópole. Clamando por Santuário - a proteção da Deusa Atena concedida pelos sacerdotes - as portas foram abertas a eles e fechadas diante de seus perseguidores. Embora Cílon tenha escapado, um número desconhecido de seus seguidores ficaram confinados no templo. Se estes aceitassem se tornar religiosos, ficariam intocáveis. 


Mégara, o tirano da cidade prometeu que se eles se entregassem poderiam enfrentar um julgamento justo ao invés de serem imediatamente condenados à morte. Os rebeldes aceitaram deixar o templo, mas apenas depois que uma corda fosse atada a estátua de Atena e a um deles, representando uma lembrança de que eles estavam sob efeito do Santuário. Ocorre que segundo os registros da época, a corda se rompeu (ou foi cortada) e aqueles que os acusavam apontaram para o fato como um indicador de que Atena não desejava mais protegê-los.


O destino dos rebeldes é historicamente incerto, mas Heródoto Trucidides, historiadores que viveram na época afirmavam que eles teriam sido executados por Mégara, ainda que não exista qualquer menção de como e onde se deu a execução.


Um aspecto fascinante da lenda diz que Mégara e seus descendentes foram amaldiçoados por terem violado a Lei do Santuário, executando aqueles que suplicavam o auxílio de Atena. Além de ter sido banido de sua cidade, o tirano recebeu como punição um miasma ("mácula"), que seria herdada por todos seus filhos e netos. O miasma era uma corrupção de corpo e alma, uma mancha física e espiritual passada a todos que tivessem contato com Mégara e os seus descendentes. Plutarco teria escrito que o miasma do tirano e de seus filhos o compelia a andar nas sombras, longe da luz do sol, incomodado pelo fogo, sempre doente e com frio. Ainda segundo as lendas, ele não podia ser recebido em casa alguma, pelo temor de contaminação, oque sugere que ele possa ter contraído alguma doença desfigurante.


Muito embora, Mégara tenha retomado o poder de Atenas anos mais tarde, a maldição não foi anulada e ele governou por pouco tempo, sendo detestado por todos, inclusive seus antigos aliados. Quando Mégara morreu, seus filhos foram presos e executados, seus netos atirados ao mar para que a linhagem perecesse com ele. Alguns, no entanto sobreviveram, e segundo as lendas teriam se aliado aos Invasores Persas quando estes levaram seus exércitos até a Grécia com propósito de conquista.

Seria possível que os esqueletos acorrentados possam ser os restos dos homens que tentaram se rebelar? Chryssoulaki espera descobrir:


"É possível que com testes de DNA possamos dizer de que região da Grécia antiga vieram esses homens o que ajudaria a confirmar a hipótese de que esses indivíduos poderiam ser parte da Rebelião de Cílon, uma tentativa de tomada de poder que falhou".

Então, quem foram esses homens e o que aconteceu com eles? O que fizeram para enfrentar um destino tão terrível? 


Talvez eles tenham ousado um dia se erguer contra um Tirano e tenham sofrido por isso. Seus ossos são o único testemunho de que eles um dia ergueram suas vozes e seus punhos, talvez, se hoje forem lembrados, eles possam garantir sua imortalidade.


Eu sei o que vocês estão pensando: 


 (...) "o miasma do tirano e de seus filhos o compelia a andar nas sombras, longe da luz do sol, incomodado pelo fogo, sempre doente e com frio".

Nem preciso dizer o que isso parece, não é?

E mais, além da miasma, temos tantos elementos interessantes nessa estória, salientando que a parte da descoberta dos ossos e dos registros históricos são verdadeiros, o que nos faz imaginar como uma boa estória poderia ser montada ao redor disso tudo.
Outro detalhe: Cílon, sim, em inglês é "Cylon", e sim, é o mesmíssimo nome usado pela raça de implacáveis máquinas inteligentes, vistas na série Battlestar Galactica. O nome foi usado para designar essas máquinas e sua rebelião e tem tudo a ver com a Rebelião histórica de Cílon.

Para quem achava que "Cilônio" fosse um termo genérico criado por algum roteirista de série de TV, engana-se, alguém ali conhecia bem História Clássica.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Arqueólogos descobrem cemitério filisteu em Israel



Pesquisadores em Israel afirmam ter descoberto um cemitério filisteu - seria, segundo eles, o primeiro a ser encontrado na história. O achado, ocorrido em 2013 e tornado público no domingo (10), pode trazer respostas sobre o antigo mistério em torno da origem do povo. A descoberta marcou o fim da escavação realizada pela Expedição Leon Levy na região do Parque Nacional de Ashkelon, no sul de Israel. Os trabalhos duraram 30 anos. Os líderes da pesquisa dizem ter encontrado 145 conjuntos de restos mortais em várias câmaras fúnebres, algumas cercadas por perfume, comida, joias e armas. As ossadas são originárias do período compreendido entre os séculos 11 a.C. e 8 a.C. Os filisteus são mencionados na Bíblia como arqui-inimigos dos antigos israelitas. Acredita-se que eles tenham migrado para as terras de Israel por volta do século 12 a.C., vindos de áreas do oeste.

O filisteu mais famoso é Golias, guerreiro gigante que, segundo o Livro sagrado, foi vencido pelo jovem Davi antes de ele se tornar rei.

“Após décadas estudando o que os filisteus deixaram para trás, nós finalmente ficamos cara a cara com essas pessoas”, afirmou Daniel M. Master, um dos líderes da escavação. “Com essa descoberta, estamos próximos de desvendar o segredo em torno de suas origens.”

O achado foi mantido em segredo por três anos, até que os trabalhos fossem finalizados. O objetivo era evitar atrair a atenção de ativistas judeus ultraortodoxos, que já haviam feito atos contra escavações. Os manifestantes acusavam os arqueólogos de perturbar locais de sepultamento. “Tivemos que segurar nossas línguas por um longo tempo”, disse Master.

Especialistas que estudaram o período divergem sobre a origem geográfica dos filisteus - Grécia, sua ilha Creta, Chipre e Anatólia, na Turquia, são apontados.

A equipe da expedição está agora fazendo exames de DNA, de datação por radiocarbono e outros testes nos restos mortais em uma tentativa de apontar com precisão sua ascendência.

A maioria dos corpos não foi enterrada com itens pessoais, afirmam os pesquisadores, mas perto de alguns havia utensílios onde eram guardados perfumes, jarras e pequenas tigelas.

Poucos indivíduos foram sepultados com pulseiras e brincos. Outros, com armas. “É assim que filisteus tratavam seus mortos, e esse é o ‘livro de códigos’ para decifrar tudo”, disse o arqueólogo Adam Aja, um dos participantes da escavação.

Nota: E mais um aspecto da história bíblica é confirmado pela pá dos arqueólogos, o que faz da Bíblia Sagrada o livro antigo mais respaldado por descobertas arqueológicas. [MB]


domingo, 10 de julho de 2016

Pirâmide de Gunung Padang na Indonésia



Esquecida no pequeno vilarejo de Karyamuki, na Indonésia, encontra-se a pirâmide de Gunung Padang. Recebeu esse nome pois, durante milênios, os moradores locais acreditaram que a pirâmide seria uma montanha sagrada. Gunung Padang significa Montanha da Luz ou Montanha da Iluminação.

Nas últimas décadas, cientistas começaram a realizar estudos na área com o auxílio de uma avançada aparelhagem tecnológica e chegaram à conclusão de que a montanha era, na verdade, um monumento construído pelo homem no formato de uma pirâmide.

Inicialmente, a equipe científica responsável pela realização dos testes em Gunung Padang foi recebida com hostilidade pelos moradores locais. Na concepção deles, os cientistas estariam profanando o local sagrado e deveriam abandonar a pesquisa.

Felizmente, os estudos continuaram e, em 2005, os primeiros resultados dos testes de datação do local foram publicados causando alvoroço na comunidade científica. Gunung Padang teria sido construída por uma sociedade humana há mais de 5000 anos atrás.



Em busca de aprimorar os teste de datação da pirâmide, os cientistas empreenderam uma série de perfurações no solo para coletar amostras com uma maior qualidade.

À medida que a perfuração continuava, eles obtinham resultados que colocavam Gunung Padang com uma idade cada vez mais avançada chegando até a incrível marca dos 23 mil anos. Esses dados fariam dessa pirâmide a estrutura megalítica mais antiga construída pelo homem.



Sundaland

Sundaland é o nome dado a uma grande área do continente asiático, duas vezes maior do que a Índia, englobando a Indochina, Malásia e Indonésia.

Atualmente, a sua maior parte encontra-se submersa, representada pelo Mar do Sul da China, o Golfo da Tailândia e o Mar de Java.

Os estudiosos de Gunung Padang acreditam que a pirâmide foi construída por uma sociedade avançada que teria vivido nessa região durante um longo período, antes de ser totalmente destruída por eventos cataclísmicos durante a época conhecida como a última era do gelo.




Repercussão Internacional

Essa descoberta não pode ser explicada de acordo com o paradigma histórico atual cujo enredo afirma que o mundo nesse período era habitado apenas por pequenos grupos sociais primitivos compostos por caçadores nômades incapazes de estabelecer um sistema organizado para construção de tais monumentos.

nenhuma surpresa, aqueles proclamados como “autoridades científicas” encontraram argumentos para desacreditar tais teorias, afirmando que os testes foram realizados de forma errônea.

Ao mesmo tempo em que as pesquisas em Gunung Padang estão apenas na sua caminhada inicial, uma grande batalha jurídica está acontecendo liderada por um lobby de arqueólogos que visa impedir o andamento das escavações.



Por outro lado, os políticos da Indonésia aparentam estar bastante satisfeitos com a descoberta. As investigações estão sendo financiadas pelo governo e provar a autenticidade da idade do local tornou-se uma tarefa d de âmbito nacional.

Segundo o geólogo Danny Hilman:

Isso é imenso. As pessoas pensam que a idade pré-histórica era primitiva, mas esse monumento prova o contrário.

Composição da Pirâmide

À primeira vista, o monumento aparenta ser composto por uma série de plataformas conectadas através de um conjunto de sucessivos degraus.

Um estudo realizado em 2013 descobriu colunas de andesito de origem artificial esculpidas no interior da pirâmide criando uma intrincada rede de câmaras subterrâneas e corredores.

Também foi detectada uma substância similar ao cimento, com uma composição de 45% de ferro, 41% de sílica e 14% de minerais diversos.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Templo megalítico de Mnajdra



Mnajdra é um templo megalítico localizado na costa sul de Malta. Localiza-se a cerca de 500 metros de Haġar Qim. Mnajdra foi construído em cerca de 6 mil anos atrás, e os templos megalíticos de Malta estão entre os centros culturais mais antigos do mundo, tendo sido descritos pelo comitê de Sítios do Patrimônio Mundial como "grandes peças de arquitetura únicas"

Em Malta podem ser encontrados os primeiros indícios de construções monumentais com engenharia arquitetônica muito desenvolvida para o período anterior ao egípcio, além de muita precisão matemática. Pesquisas indicam que Malta foi construída antes da invenção da roda e das ferramentas de metal.

Ao sul da Itália, no norte da África, no mar Mediterrâneo há um arquipélago constituído por 5 ilhas que juntas formam a República de Malta, destas, somente às 3 menores são habitadas, elas são: Malta, Gozo e Comino. Malta está na região central do mediterrâneo e possui uma história milenar pelas convergências (e mistérios) de suas civilizações. Segundo estudos ela é habitada desde cerca de 5200 A. C. e foi uma área importante para uma civilização pré-histórica anterior aos fenícios, os sicilianos.



Mnajdra (Complemento em espanhol)

Mnajdra es un templo megalítico que se encuentra e la costa sur de Malta, a 500 m de la estructura homóloga de Ħaġar Qim. Se encuentra cerca de un acantilado y desde ella es posible ver el islote de Filfla. Mnajdra fue construido en el 3000 a. C. y es por consiguiente una de las más antiguas estructuras autónomas del mundo, anterior incluso a las pirámides de Egipto y a Stonehenge.

Está compuesta por piedra caliza de origen coralino, la cual es mucho más fuerte que la del vecino Ħaġar Qim. En 1992, la Unesco declaró el conjunto de Mnajdra, junto a otros cuatro sitios megalíticos en el archipiélago de Malta, Patrimonio de la Humanidad.



El primero de los dos templos en la parte superior de los acantilados que visitamos fue Hagar Qim (se pronuncia "Hajareem"). Unos 500 metros de ella, cuesta abajo hacia el mar, es el templo Mnajdra. Los dos templos tienen mucho en común, pero también tienen diferencias significativas. Mnajdra es más complicada, siendo quizás una amalgama de tres estructuras individuales. Cada estructura se compone de un camino recto de la "puerta de entrada" a una cámara circular u oval en la parte posterior del templo. Fuera de este camino hay cámaras simétricas laterales, tal vez dos (uno a cada lado), o cuatro. La "puerta de entrada" tiene dos grandes piedras laterales bien vestidos, y está coronado por piedras horizontales dintel. Puertas internas, por otro lado, son a menudo agujeros rectangulares cortadas a través de una gran piedra vestido rectangular.


Interior do templo megalítico de Mnajdra na ilha de Malta

Muchas objetos decorados se encuentran en los templos. Algunos hemos visto en el sitio una y otra vez en el Museo Arqueológico, así que obviamente uno u otro debe ser una réplica. No hay indicios de que es el original, y son tan parecidos como para ser indistinguibles para el ojo inexperto. Replica u original, el "Árbol de la Vida" altar es una notable pieza de trabajo, cualquiera que sea la fecha, pero la más notable dada su fecha prevista de alrededor de 3500 aC, la época de las primeras ciudades sumerias. Gran parte de la superficie del altar es punteada. Lo mismo es punteado en varias piedras talladas. Claramente se hace con cuidado, dentro de un límite prescrito, incluso un área enmarcada, pero su propuesta es un misterio.



Mnajdra está a pocos pasos de Hagar Qim lo largo de una calzada construida, presumiblemente construido para mantener a los turistas fuera del terreno frágil. El templo está bien camuflada contra el fondo de piedra caliza bastante árido, pero cuando se construyó, la isla estaba cubierta de bosques, probablemente, y el templo podría haber sido en un claro, con miras a la salida del sol sobre el mar. Tenía que haber un punto de vista la salida del sol, porque las alineaciones solares parecen haber sido muy importante para los constructores del templo.