Os suspeitos.
Autor: Leandro CHH
O
primeiro dos suspeitos é George Chapman,
de origem polonesa, cujo verdadeiro nome é Severin Klosovski, proprietário de um salão de cabeleireiros.
Chapman é parecido com o homem visto com Mary Kelly. Além disso, algumas das
cartas assinadas por Jack, o Estripador, contêm expressões idiomáticas
americanas, e Chapman morou durante dois anos nos Estados Unidos. Mas ele é
enforcado em 1903, condenado pelo envenenamento de três de sua amantes.
Um
outro é o suspeito mais famoso, O Duque
de Clarence, filho mais velho do futuro rei da Inglaterra Eduardo VII.
Mentalmente retardado, aos 24 anos, o duque sofre de gota e de sífilis. Ele
corteja uma mendiga, o que não o impede de sentir atração por meninos. Clarence
não possui disposição para nada e em 1892, deixa a lista de suspeitos após
morrer de pneumonia, ou sífilis.
Entretanto,
o duque costumava contar a família que ele e Jack, o Estripador eram uma só
pessoa. Os companheiros de Clarence compõem um vasto leque de criminosos
potenciais. O tutor do duque em Cambridge, James Stephen, é um dos suspeitos,
enquanto o escudeiro é primo de dois outros suspeitos, Milis e John Druitt.
O
Doutor Neil Cream, envenenou quatro
prostitutas com estricnina, e ficou conhecido como o “Envenenador de Lambeth”.
Por esses crimes, é enforcado em 1892. No cadafalso, suas últimas palavras para
o carrasco são: Eu sou Jack, ...”. Contudo, no momento dos assassinatos, Crema
estava preso em Illinois, nos Estados Unidos. Absolvido pela Justiça
norte-americana em julho de 1891, está na Grã-Bretanha desde setembro. A
situação complica-se quando Cream envolve no caso um sósia dele.
De fato, anteriormente, para se defender num processo de bigamia, ele afirma que, á época dos crimes, estava detido em Sydney, na Austrália. O diretor da prisão confirma que um homem com as características de
Cream esteve preso na instituição, o que basta para esclarecer as dúvidas. Obviamente, dois homens serviram-se mutuamente de álibis, e as derradeiras palavras de Cream ao carrasco teriam sido uma última demonstração de generosidade ao seu cúmplice.
De fato, anteriormente, para se defender num processo de bigamia, ele afirma que, á época dos crimes, estava detido em Sydney, na Austrália. O diretor da prisão confirma que um homem com as características de
Cream esteve preso na instituição, o que basta para esclarecer as dúvidas. Obviamente, dois homens serviram-se mutuamente de álibis, e as derradeiras palavras de Cream ao carrasco teriam sido uma última demonstração de generosidade ao seu cúmplice.
De
origem burguesa, Montagne John Druitt, nasce
em 1857. Extremamente inteligente, obtém uma bolsa de estudos no Winchester
College e, depois, em Oxford. É um estudante brilhante, popular entre os
colegas, pratica remo e críquete. Em 1880, Druitt se forma, mas sua vida começa
a ficar complicada. Ele inicia o curso de Direito, mas abandona a escola. Entra
para a faculdade de Medicina, desiste do curso e retoma o de Direito. Trabalha
numa escola para sobreviver. Em 1888, é despedido.
Homossexualidade
ou conduta irresponsável? Druitt sentia que estava ficando louco como a mãe,
internada para sempre num hospital psiquiátrico. Druitt foi visto pela última
vez em 3 de dezembro de 1888, e seu corpo foi resgatado do Tâmisa, próximo a
Londres, no dia 31. Os bolsos, cheios de pedras, não deixam dúvidas quanto ao suicídio.
A morte de Druitt coincide como fim da onda de crimes, mas o fato de que jogava
críquete em Blackheath na manhã da descoberta dos corpos de Mary Chapman e de
Polly Nichols seria suficiente para inocentá-lo. Em março de 1889, os policiais
garantem a um membro do comitê de vigilância que reclama da redução das rondas,
que Jack, o Estripador, estava morto.
Segundo
a polícia, o fato não fora divulgado para poupar a mãe do criminoso, que estava
internada.
Vítimas.
No
decorrer das investigações, aparece também um conceituado médico, Dr. Lees, pertencente ao círculo
próximo á rainha Victoria. Lees afirma à polícia ter tido três visões
premonitórias dos crimes, e chegou a descrever a roupa do assassino. No início,
os agentes de polícia escutam o médico por educação, mas, quando ele faz
referências as orelhas decepadas, ficam atentos, pois ninguém havia comentado
esse fato. Lees conduz os policiais à casa de William Gull, também frequentador do palácio de Buckingham como
médico da rainha e do príncipe de Gales. A filha de Gull afirma aos inspetores
que, vitimado por um ataque em 1887, o pai regularmente assume um comportamento
violento. A casa é revistada e os policiais encontram no guarda-roupa um terno
de Tweed e uma capa que correspondem à descrição feita por Lees. O médico não
consegue explicar por que suas roupas estão sujas de sangue.
Convencido do poder de suas relações pessoais, Gull inicialmente não se preocupa. Morre em 29 de janeiro de 1890.
Convencido do poder de suas relações pessoais, Gull inicialmente não se preocupa. Morre em 29 de janeiro de 1890.
Corria
também uma outra versão: Gull encobria a algum membro da família real, pois,
debilitado psiquicamente, não possuía condições de cometer os assassinatos.
Finalmente,
Rasputin, o polêmico bruxo da corte
do czar Nicolau II, da Rússia, entra no caso. Um manuscrito, intitulado Les
Grands Criminels Russes (Os Grandes Assassinos Russos), é encontrado num cofre
na casa de Rasputin, após ele ter sido assassinado pelo príncipe Félix
Yussupov. O documento aponta um médico, o Doutor
Konovalov, como o verdadeiro Jack, o Estripador. Konovalov frequentemente
exibia impulsos homicidas e, por conta disso, a Okhana, polícia secreta
czarista, o teria mandado para Grã-Bretanha. Assim, Konovalov teria sido o
sósia de Klosovski – Chapman.
Mais
tarde, as suspeitas atingem um certo Michael
Ostrog, que seria Konovalov, um médico considerado louco, que conseguiu se
livrar de várias condenações. Ostrog tem a reputação de bater em mulheres e de
nunca se separar de seus instrumentos cirúrgicos. Um homem com as
características de Ostrog foi assassinado num asilo para loucos, logo após a
morte de uma mulher em Petrogrado. Por coincidência, essa mulher foi morta a
volta de Konalov à Rússia.
Frank Milles, é
pintor e viveu por algum tempo com o poeta Oscar Wilde. Eles se separaram em
1881. Milles é um exibicionista que gosta de chamar a atenção das prostitutas.
Artista talentoso, é internado num hospital para doentes mentais em dezembro de
1887. A data de morte de Milles é motivo d e de dúvida: pode ter sido em março:
pode ter sido em março de 1888 ou em
julho de 1891, e essa divergência muda tudo. Como vimos, o primo de Milles era
escudeiro do Duque de Clarence e os dois homens se conheciam. Quais seriam as
relações entre eles? Mistério.
Voltemos à associação Druitt, Clarence,
Miles, Stephen. O destino deste último lembra o de Druitt. Após mistério acidente,
no qual fere a cabeça, enlouquece. É o
que se conclui a partir dos fatos relatados por sua ilustre prima, a romancista
Virginia Wolf. Stephen, o filho de célebre magistrado, passa a se dedicar à
poesia, na qual deixa transparecer a raiva contra as mulheres. Misoginia
extrema ou furor causado pelo fim de sua relação com Clarence
, enviado pela família a um
regimento de hussardos? Em razão desses transtornos psicológicos, Stephen teria
consultado um médico... o doutor Gull. No fim de 1891, Stephen é internado num
asilo e morre em 3 de fevereiro do ano seguinte.
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Autor: Leandro CHH
Você quer saber mais?
SCHMIDT, Paulo. Jack, o Estripador: A verdadeira
História, 120 anos depois. São Paulo: Geração Editorial, 2008.
ROLAND,Paul.
Os Crimes de Jack, o Estripador. São Paulo: Editora Madras, 2010.
CORNWELL,
Patrícia. Retrato de Um Assassino – Jack , o Estripador. Lisboa: Editorial
Presença, 2003.
HARRINSON,
Shirley. O Diário de Jack, o Estripador, Lisboa: Editorial Presença, 1999.