O
presente trabalho tem por objetivo analisar a ética segundo seu conceito e
estudos relacionados com a Filosofia da Educação e sua importância para a
sociedade como um todo, e igualmente para o individuo como membro dessa
sociedade. Veremos sua influências e desse modo aprenderemos sua importância
para a coexistência e crescimento do individuo humano consigo mesmo e com o
outro.
O
que motiva os indivíduos como seres humanos diante do sofrimento de seus
semelhantes, de modo a moverem-se e lutarem por seus direitos e do próximo?
Porque sentimos indignação diante das injustiças cometidas pelo mais forte
diante do mais fraco? Nessas situações entra em ação nosso senso moral e nossa
consciência moral, pois são perguntas que necessitam de explicação para nós e para
a sociedade, razões para que assumamos suas consequências.
São
os valores éticos que nos guiam como uma bússola oferecendo garantia de nossa
condição de sujeitos e não objetos, pois como sujeitos os seres humanos tem
capacidade de racionalizar, livre-arbítrio, capacidade comunicativa e a
interação com outros de seu grupo. Um objeto é uma coisa sem expressão ou
vontade própria que pode ser usado e manipulado a bel-prazer de alguém, e a
ética é quem proíbe que humanos sejam tratados como objetos através da
moralidade.
O
campo ético é composto pelos valores e obrigações do sujeito moral que é
formado pelo conteúdo das condutas morais. Segundo a ética para que o sujeito
moral exista é necessário que seja consciente, capaz de refletir e reconhecer
sua existência, e a do próximo como semelhante. Deve possuir vontade, sendo
capaz de controlar e escolher seus desejos e sentimentos conforme a
consciência. O individuo deve ser responsável, ciente de seus direitos e
deveres para com a sociedade e para com o próximo. Ele deve ser livre, não
estar submetido à vontade de terceiros, ele deve ser possuidor de
autodeterminação. Assim concluímos que o campo ético é composto pelo sujeito
moral e os valores morais que se interacionam de modo que se completam.
O
sujeito moral vem a existir a partir do momento que começa a ser educado para
os valores morais, uma educação que visa colocar-nos em harmonia com os valores
de nossa sociedade.
Para
entendermos melhor as razões da existência da moral em sua cultura é necessário
que exista a filosofia moral, pois ela é que fará as pessoas refletirem como
seres críticos sobre os valores éticos, interpretando seus valores e os
problematizando de forma que se houver discrepância entre o escrito ou dito e o
praticado pela cultura em questão, seja motivo para a entrada da filosofia
moral. A filosofia moral faz com que nossa ética não seja algo mecânico, como
uma simples repetição daquilo que nos foi ensinado desde a infância, os
costumes.
Segundo
Marilena Chaui, podemos resumir a ética dos antigos em três aspectos
principais: “1. O racionalismo: a vida
virtuosa é agir em conformidade com a razão, que conhece o bem, o deseja e guia
nossa vontade até ele; 2. O naturalismo: a vida virtuosa é agir em conformidade
com a Natureza (o cosmo) e com nossa natureza (nosso ethos), que é a parte do
todo natural; 3. A inseparabilidade entre ética e política: isto é, entre a
conduta do indivíduo e os valores da sociedade, pois somente na existência compartilhada
com outros encontramos liberdade, justiça e felicidade.” (CHAUI, 2002. p.
342.).
A ética cristã surge com um diferencial em relação
as religiões da antiguidade que eram nacionais e políticas, pois ela prega a
religião de indivíduos independente de
sua nacionalidade ou questões políticas. Considerando o ser humano por si só
incapaz de realizar o bem, baseados nessa visão de mundo o cristianismo
institui uma nova visão dentro da moral: o conceito de dever. Dever que vem por
meio das Leis de Deus, e as Revelações dos Profetas. E a ética cristã não se
resumia somente aos atos, mas também as intenções de realizar atos que
contrariam a ética cristã, isto é intenções invisíveis.
Rousseau,
um filosofo que surge após o renascimento, afirmava que a consciência moral era
parte da natureza humana, segundo ele quando o dever passa a se tornar
obrigação é por que a bondade da natureza humana foi corrompida. Já no mesmo período temos as ideias de Kant,
que afirmava que nascemos com nossa natureza humana má e sem consciência moral
e por isso necessitamos do dever para podermos nos tornar seres dotados de
consciência moral. Como afirma a autora:
“Rousseau e Kant procuraram conciliar o
dever e a ideia de uma natureza humana que precisa ser obrigada à moral.” (CHAUI,
2002. P. 347).
Uma
questão atual que está presente na filosofia é a natureza e o respeito ao meio
ambiente. A ética humana em relação ao respeito com o meio-ambiente como
habitat da espécie humana. Essa nova ética que o autor Leonardo Boff define
como novo ethos que ele defino assim: “[...]
a casa humana, vale dizer, aquela porção do mundo que reservamos para
organizar, cuidar e fazer o nosso habitat. Temos que reconstruir a casa humana
comum – a Terra – para que nela todos possam caber. Urge modelá-la de tal forma
que tenha sustentabilidade para alimentar um novo sonho civilizacional.” (BOFF,
2002.p. 27). Segundo o que temos observado essa ética visa proteger nosso
planeta e tornar os seres humanos mais envolvidos com a coletividade, mais
voltados para a espiritualidade, que surge da própria profundidade da natureza
humana, e é onde se encontra esse novo ethos. Vemos que é no cuidado para com o
próximo e a nossa casa, o planeta Terra e toda sua biodiversidade que iremos
encontrar o ethos que precisamos para a civilização humana desenvolver-se de
forma construtiva.
Então
podemos ver que na Filosofia da Educação, o filosofo é aquele que desestabiliza
certezas e questiona o que é convencional. Usando a dúvida como desencadeadora
desse processo crítico. Refletindo e tomando o próprio pensamento, pensado e
voltar para si e coloca-lo em questão o que já se conhece, buscando as raízes
das questões, explicando os fundamentos do pensar e do agir. E, por conseguinte
ao questionarmos os fundamentos da educação pedagógica, fazemos filosofia da
educação. Buscando dessa forma caminhos possíveis para aqueles que serão os
futuros educadores e para que esses futuros educadores possam filosofar sobre a
educação.