Nesta breve resenha estaremos realizando uma análise do
texto de Suzanne Pillorget sobre a crise do século XVII, onde a autora realiza
paralelos entre queda e expansão da produção entre os séculos XVI e XVII,
respectivamente. A queda na produção de
metais na América é vista pela autora como um dos grandes fatores para a crise
do século XVII, mas segundo a autora só a crise de metais não foi
suficientemente catastrófica para causar a crise.
No início do texto a autora explica que as grandes
descobertas do século XVI estimularam a atividade comercial e também as
atividades econômicas de Europa. A descoberta de jazigos de metais preciosos
possibilitara a expansão econômica do século XVI. Porém, o Século XVII começa
de uma forma inquietante já que a produção dos metais preciosos começa a
declinar. Na realidade não chegou a ser uma queda na produção, mas sim uma
demanda maior de metais preciosos por parte dos colonizadores, pois a
quantidade extraída ainda aumenta e o stock de metais preciosos em circulação no
mundo não se acha diminuído. A autora explica que a dita diminuição da produção
de metais preciosos ocorre num momento em que a economia da Europa demandava
uma massa monetária maior. Entre 1620 e 1630 a economia europeia entra num
período prolongado de recessão que dura mais de cem anos. Essa recessão termina
com a chegada de ouro proveniente do Brasil no século XVIII e Moçambique. Como
podemos acompanhar a autora não considera a escassez de metais o único fator
responsável pela crise do séc. XVII, mas toda uma estrutura ampla de eventos
que ocorreram dentro de uma conjuntura no cenário social/econômico mundial. Foi
uma situação nascida de um encontro de circunstâncias que foram o ponto de
partida para o início da recessão e escassez. No período entre 1620 e 1630, as
nações do mundo entram em uma prolongada época de estagnação, entrecortada por
breves recrudescimentos e de acidentes difíceis como naufrágios e batalhas
navais.
Podemos observar no texto, Um Mundo em Crise de Suzanne
Pillorget, que apesar da aparente ênfase que a autora apresenta na questão da
escassez de metais, devido à exigência de um volume superior de numerários, ela
não considera que somente o fator demanda em relação à extração de metais
preciosos seria suficiente para abarcar todas as consequências causadas pela
crise do séc. XVII. Suzanne Pillorget mostra-nos que todo um conjunto de
eventos ocorridos nesse período levou a crise, eventos estes que ocorrem em
diversos países com consequências de âmbito regional e mundial distintos, mas
que juntas abrangem as causas da recessão e retração econômicas mundial. Como
nos deixa claro a autora no final do texto onde afirmar a importância dos
metais e que sua escassez ainda que moderada possa provocar estagnação
econômica, mas não pode, por si só, ter provocado às catástrofes causadas pela
crise do séc. XVII.