PESQUISE AQUI!

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Cuidar do Próximo em Tempos de Pandemia


 Autor: Professor Adilson Bauer Silva, graduado em Geografia e pós-graduado em Metodologia do Ensino em Geografia e História.

            Como você já deve ter percebido, estamos vivendo tempos atípicos[1]. As escolas estão fechadas, há um número menor de pessoas circulando pelas ruas, todos têm de usar máscaras, o comércio estava quase completamente fechado até algumas semanas atrás. Mas o que exatamente está acontecendo?

            Segundo órgãos e organizações ligadas à saúde, estamos enfrentando uma pandemia. Esta não é a primeira pela qual a humanidade passa. E, para a nossa tristeza, provavelmente não será a última também. Mas o que é uma pandemia?

            Pandemia é quando uma doença transmissível[2] (geralmente causada por vírus) se propaga muito rapidamente atingindo um grande número de pessoas, em pouco tempo e por todo o planeta. Uma doença também pode provocar surtos, endemias e epidemias. Estas últimas, as epidemias, acontecem quando uma doença se espalham por um país[3] ou uma região e, às vezes, quase atingem um continente inteiro.

            A pandemia que estamos enfrentando é causada por um Coronavírus, mais precisamente o SARS-CoV-2[4]. Ele dá origem a uma doença chamada de COVID-19, que pode levar a complicações respiratórias (podendo gerar uma pneumonia e, em casos mais graves, levar a morte). Surgiu na China e se espalhou pelo mundo em apenas três meses depois de ser descoberta. Mas por que isso aconteceu?

            Existem várias maneiras de uma doença transmissível se espalhar. Porém, assim como a gripe (influenza comum ou H1N1), o Coronavírus se propaga através de gotículas[5] de saliva ou muco que saem do corpo quando alguém fala, tosse, espirra ou, simplesmente, respira. Estas gotículas contaminadas ficam pelo ar ou em superfícies próximas. Quando uma outra pessoa respira este “ar contaminado” ou toca nessas superfícies, e após isto coloca as mãos nos olhos, na boca ou nariz, ela poderá contrair o vírus e, por consequência, desenvolver a doença. Sendo este o jeito mais fácil de uma doença ser transmitida.

E como podemos cuidar do próximo nesta situação?

            O primeiro cuidado que devemos ter é evitar o máximo possível situações aonde poderemos nos contaminar. Ou seja, só saia de casa se for realmente necessário. Mas por que isso é importante? Evitando “pagar” o vírus, você também evitará espalhar ele, principalmente para sua própria família. E se mesmo assim você se contaminar?

            Caso você se contamine, faça de tudo para não contaminar outras pessoas. É uma questão de ética e de cidadania. Isto vale para a COVID-19 e para qualquer doença transmissível, desde uma gripe, resfriado ou até mesmo o HIV.

            E, por fim, mantenha contato. O ser humano é um ser social, ele necessita interagir com seus semelhantes. Converse com sua família e, se possível, com seus amigos e colegas. Hoje em dia não é preciso sair de casa para “falar” com outras pessoas. A internet possibilitou uma comunicação quase que instantânea com qualquer parte do mundo, use-a.



[1] Atípicos: que estão fora da normalidade.

[2] Que se pode transmitir/passar.

[3] O Brasil, por exemplo, já passou por várias epidemias como de Dengue e Meningite.

[4] Este número 2 no final indica que ele é o segundo deste “tipo” de vírus que pode infectar seres humanos.

[5] Gotas muito pequenas.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Bob Marley, e a religião Rastafári.

 

Robert Nesta Marley, popularmente conhecido como Bob Marley, foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano. Pode se dizer que foi o cantor de reggae mais conhecido do mundo. Vendeu cerca de 75 milhões de discos.

Na adolescência, Marley começou a fazer parte da religião Rastafari. Nessa religião, eles acreditam que “Jehovah”, (popularmente chamado de “Jah”), é o Deus. O “messias”, não é Jesus Cristo, mas é a reencarnação de Haile Selassie I, no qual o nome verdadeiro é “Ras Tafari Makonnen”, (que era o imperador da Etiópia, e acreditavam que ele libertaria a raça negra do domínio branco). E é por conta dele, o nome da religião.

A morte de Marley se deu após um machucado na unha do pé, durante uma partida de futebol, e essa ferida acabou infeccionando. Virou posteriormente uma espécie de câncer de pele. Quando diagnosticado, os médicos disseram que ele teria que amputar o dedo do pé, e Marley negou por conta da religião Rastafari, cuja filosofia é de que o corpo é um templo sagrado e nada deve ser modificado.

Especulações

Existe uma história que diz que cerca de um ano antes de sua morte, Bob foi batizado em nome de Jesus Cristo. Segundo Tommy Cowan que estava junto com ele quando se converteu, disse que Bob ficou chorando durante 45 minutos e exclamou “Jesus my Savior, Jesus Christ” (Jesus meu Salvador, Jesus Cristo!).

Bob nasceu em um lar cristão, e tinha algumas músicas que falavam sobre isso. “:(..)"I never forget no wa (..)"I never forget no way, how they crucified Jesus Christ"(..) Em português: "Eu nunca esqueci não, como eles crucificaram Jesus Cristo"(..)“, trecho da música “So much things to say”.

Em uma entrevista a uma televisão jamaicana, a esposa de Bob, Rita Marley, não sabia do batismo de Bob, e disse que achou a atitude dele estranha. Minutos antes de morrer, ter dito “Me leve senhor Jesus Cristo”. Ela disse que esperava que ele chamasse por Selassie. Porém, nada disso está no site oficial de Bob Marley, onde conta sobre sua vida e religião. Lá conta apenas sobre a religião Rastafari. Há quem diga que essa história não teve repercussão por conta de que muitos rastafáris fariam o mesmo, por influência de Marley.

O que é a religião rastafári?

É uma crença nascida na Jamaica na década de 30, popularizada pelas músicas do cantor de reggae Bob Marley e atualmente seguida por cerca de 1 milhão de pessoas no mundo. Com alguns elementos empresta...

Por que um imperador da Etiópia foi adorado como deus na Jamaica - influenciando até Bob Marley.

Quando se fala em rastafáris, provavelmente a primeira imagem que vem à cabeça de muitas pessoas é a do rei do reggae Bob Marley e seus rastas icônicos. Mas além do famoso artista, há outro homem ainda mais importante no coração deste movimento - Ras Tafari. Esse foi o nome do último imperador da Etiópia, nascido em 23 de julho de 1892, mas ele adotou o nome real de Haile Selassie ao ser coroado.

Para os rastafáris, ele é Deus (Jah) encarnado, o messias redentor.

Mas como um imperador da Etiópia, cuja capital está situada a quase 13 mil quilômetros de Kingston, se tornou adorado na Jamaica? O vínculo entre os dois, na verdade, está relacionado a um grupo de jamaicanos pobres que acreditavam que a coroação de Ras Tafari era o cumprimento de uma profecia e que ele era seu redentor, o messias: o "Rei dos reis, Senhor dos senhores". Eles acreditavam que seriam libertados pelo imperador, que os tiraria da pobreza no Caribe e os levaria à África, a terra dos seus antepassados e um centro espiritual para os jamaicanos.

Quem era Ras Tafari?

Tafari era filho de um colaborador do imperador Menelik 2º, um dos governantes mais importantes da história da Etiópia, e casou-se com uma de suas filhas, Wayzaro Menen.

Desde a infância, sua inteligência chamou a atenção do imperador, que o ajudou a seguir carreira política. Quando a filha de Menelik 2º, a imperatriz Zauditu, morreu em 1930, seu protegido foi coroado imperador. A coroação de Haile Selassie foi um evento esplendido e contou com a presença de autoridades do mundo todo.

Na época, o jornal The New York Times especulou que as celebrações haviam custado mais de US$ 3 milhões (R$ 9,5 milhões, em valores atuais). A revista Time dedicou a capa ao novo imperador, que logo se transformou em um fenômeno global. Pouco depois da coroação, Selassie encomendou a primeira constituição escrita da Etiópia, que restringia em grande medida os poderes do parlamento.

Na prática, ele era o governo da Etiópia.

Segundo a constituição, a sucessão ao trono se restringia somente aos seus descendentes, e a pessoa do imperador era "sagrada, sua dignidade, inviolável e seu poder, indiscutível". Mas, na Jamaica, Selassie estava se convertendo em algo mais do que um poderoso imperador.

A profecia de Marcus Garvey


"Olhem para a África, onde um rei negro vai ser coroado, anunciando que o dia da libertação estará próximo". Essa é a profecia que deu início a toda história, e foi feita por Marcus Garvey.

Ele era um ativista jamaicano que lutou pela mudança política e social em uma ilha que havia sido um centro importante durante o período da escravidão. Depois da abolição, em 1833, a vida não melhorou muito para os antigos escravos, nem para seus filhos ou para as gerações seguintes. Ainda não está claro se o "rei negro" a quem Garvey se referia era uma pessoa real, mas o mais provável é que se tratasse de uma figura simbólica. 

Mas, quando as notícias da coroação de Haile Selassie em 1930 chegaram à Jamaica, muitos dos seguidores de Garvey fizeram uma associação que lhes parecia lógica: Ras Tafari era rei, e, portanto, o dia da libertação estaria próximo. Isso significava que eles deveriam se preparar para um êxodo para a África. Apesar de Marcus Garvey nunca ter sido um rastafári, ele é considerado um dos profetas do movimento, e suas ideias formaram a filosofia rastafári. "O 'garveyismo' se converteu em um tipo de nacionalismo militante que deu aos negros um sentido de identidade com o conjunto da África, numa época em que a independência estava em evidência", afirma Jabob Bauman, em uma publicação da Universidade do Estado de Washington, nos EUA. 

Atualmente, as crenças dos rastafáris são muito diferentes. Enquanto os primeiros seguidores da religião procuravam um retorno à África, declaravam que seu único deus era Haile Selassie e que a Etiópia era o verdadeiro Sião (sinônimo de terra de Israel, ou terra prometida), hoje muitos dão mais importância a um retorno "espiritual". 

Segundo o autor da Enciclopédia Global das Religiões, Stephen Glazier, o movimento rastafári se converteu em parte a um estilo de vida, mais que uma religião, e as práticas também variam muito. Entre elas, se destacam o consumo ritual da maconha (ganja) e o reggae. Poucos anos após a coroação de Haile Selassie, a Etiópia se envolveu em uma guerra terrível. Em 1935, o líder italiano Benito Mussolini invadiu o país e Selassie partiu para o exílio. Ele ficou cinco anos fora do país e somente em 1941 foi restituído como imperador, com a ajuda da Grã-Bretanha. Em 21 de abril de 1966, ele finalmente visitou a Jamaica - e mesmo 36 anos depois de sua coroação, o entusiasmo dos rastafáris seguia intacto, com uma nova geração de adeptos que cultivavam a ideia de um êxodo para a o continente africano. 

Selassie foi tomado pela recepção eufórica, e não fez nada para dispersar crenças sobre sua suposta condição divina. Garvey já estava morto, e suas críticas a Selassie por deixar o país em tempos de guerra já haviam sido esquecidas na Jamaica. Mas no resto do mundo o julgamento sobre ele não foi unânime - embora Selassie quisesse projetar uma imagem de um imperador progressista, ele também enfrentou acusações de ser um ditador ganancioso. Entre a multidão que apareceu para honrar e receber seu "Redentor", estava a esposa de um músico jamaicano de 21 anos, que tinha acabado de formar uma banda chamada The Wailers.

Seu nome era Robert Nesta Marley.

Selassie doou 200 hectares de terra a membros do movimento rastafári para que se estabelecessem na África; a comunidade ainda existe

Bob Marley foi o rastafári mais influente da história.

Ele nunca se classificou como profeta, embora muitas suas canções fossem consideradas com um caráter profético, e também nunca foi um líder, embora os seguidores o tratassem como tal. Dois dos discos mais importantes da carreira de Marley - Catch a Fire, de 1973, e Natty Dread, de 1975, foram sucesso de vendas e estavam cheios de símbolos e motivos do rastafarianismo. Na época do lançamento de Rastaman Vibration, em 1976, havia rastafáris em quase todas as cidades britânicas e em muitas partes dos Estados Unidos. Jovens negros usavam o cabelo com os mesmos dreadlocks de Marley e vestiam roupas com as cores da bandeira etíope: verde, amarelo e vermelho. Enquanto seus pais eram na maioria cristãos, jovens negros em cidades como Londres começaram a ser atraídos por uma teologia diferente, que incorporava a crítica política. 

'Mentiras de Babilônia'

Enquanto isso, as coisas se complicavam para Selassie na Etiópia. Em 1973, uma forte crise de fome matou cerca de 200 mil etíopes.

Um ano depois, um grupo de militares do Exército com uma agenda marxista chamado Derg destronou o imperador após um golpe militar. Ele morreu em 1975, doente e encarcerado. Sua morte dele foi descrita por seus seguidores como uma "desaparição", já que eles se negavam a acreditar que Selassie havia morrido. E quando se falava sobre ele, a comunidade rastafári usava frequentemente a frase "mentiras de Babilônia". Muitos acreditavam que a estrutura dominada por brancos - chamada por eles de "Babilônia", havia espalhado uma mentira para tentar debilitar o crescente movimento rastafári. 

Outros simplesmente rechaçaram a notícia afirmando que Jah, o nome rastafári para Deus, havia apenas ocupado temporariamente o corpo de Selassie. A morte "corporal" do imperador era tida como um sinal de que Jah não era apenas um ser humano, mas também um ente espiritual. Uma terceira interpretação - e a mais aceita entre os rastafáris - se refere aos conceitos sobre a unidade essencial de toda a humanidade. Segundo esse princípio, ainda que habitemos corpos distintos, todos estamos unidos espiritualmente. Pode ser que Haile Selassie já tivesse partido, mas vê-lo como um único deus é uma interpretação errônea do significado do rastafári: seu espírito está em todos nós e não pode ser extinto. Segundo eles, desde que nascemos, somos todos corpos efêmeros, mas nossas almas seguem vivendo.

Você quer saber mais?

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-a-religiao-rastafari/

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao-fisica/religiao-de-bob-marley/50297

https://www.bbc.com/portuguese/geral-39596814 

 

domingo, 4 de outubro de 2020

VERCINGETÓRIX

 

V

ercingetórix (72 a.C. - 46 a.C.), chefe do povo dos Avernos, herói legendário da guerra dos Gauleses, foi, como seu nome em língua celta indica, "o grande rei dos guerreiros". Conseguiu reunir ao redor de si a maior parte dos povos que constituíam a Gália, até lá dividida entre diversos povos rivais, e dirigir durante dez meses a unidade da resistência contra as legiões de César, na  época o maior exército do mundo, submetendo César a uma derrota esmagadora na Gergóvia, antes de ser vencido em Alésia.

Quando César invade a Gália, em 58 a.C., o pai de Vercingetórix, Celtill, que preparava-se para assumir a liderança da Gália contra os romanos, foi assassinado pela aristocracia averna, que desconfiava que ele havia a intenção de tornar-se rei. Depois de sua morte, Vercingetórix serve o exército de César como aliado durante seis anos, antes de juntar-se novamente a seu povo no início da primeira rebelião gaulesa, em Cenabum (Orléans), em 52 a.C., um motim geral que conseguiu liderar.

Sua estratégia passa então a por evitar o conflito direto com as legiões de César e cansar o exército romano através de uma política da terra queimada. Mas quando César, derrotado na Gergóvia, decide atacar Narbona, os gauleses cometem o erro de atacar o exército romano em movimento perto de Dijon. Vercingetórix é obrigado a se retirar para Alésia onde, pego em uma armadilha, depois de dois meses de resistência joga suas armas aos pés de César. Ele morrerá seis anos mais tarde, estrangulado na prisão subterrânea de Tullianum, em Roma.

Você quer saber mais?

Currículo Lattes

http://lattes.cnpq.br/3735590007579581

Linkedin

https://br.linkedin.com/in/construindohistoriahoje

http://www.france.fr/pt/homens-e-mulheres-excepcionais/vercingetorix-72-ac-46-ac