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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Relatório sobre o filme Cromwell, o homem de ferro.


            O presente relatório tem por objetivo relacionar por meio de meus comentários minha percepção sobre as informações encontradas no filme “Cromwell, o homem de ferro” com o texto “A Revolução Inglesa” de José Jobson de Andrade Arruda.

            O filme inicia mostrando os eventos relacionados com as “Leis de cercamentos” (Enclosures) e o conflito entre camponeses e nobres devido a está politica real iniciada no século XVI e editada por sucessivos monarcas ingleses. Esse evento remete a reflexão sobre o que nos diz José Arruda em seu texto: “(...) a reunião dos lotes de terra dispersos numa área contínua que permitiria ao seu proprietário isolá-la das demais propriedades ou posses, transformando a terra em mercadoria e criando condições para a especialização da produção, a intensificação da divisão social do trabalho agrícola e a penetração mais intensa no campo.” (ARRUDA, pg. 19). Os cercamentos gerarão grandes conflitos sociais, pois por meio deles estava sendo atingido o que restava do antigo sistema feudal e as bases do capitalismo começaram a se instaurar. Estes conflitos levaram a Inglaterra a grandes transformações quando vemos que no século XVI os cercamentos de grandes propriedades “(...) intensificando o êxodo que, por sua vez, resulta em infinita variedade de trabalhos marginais, criando um exercito de reserva para a composição dos exércitos mercenários ou para atividades manufatureiras” (ARRUDA, pg. 20).

            Cromwell é um protestante puritano que não deseja nenhuma aproximação da Inglaterra com a Igreja Católica. Isso devido ao fato do rei Carlos I ter se casado com uma católica e possuir uma política duvidosa sobre o assunto, pois o rei deseja levar o anglicanismo para longe do calvinismo e os puritanos viam nisso uma reintrodução do catolicismo romano. Em um momento do filme vemos Oliver Cromwell revoltar-se dentro da igreja devido ao fato do rei Carlos I ter autorizado o Arcebispo a reintroduzir símbolos católicos no altar, resultando que Cromwell destrói todos os símbolos por ele considerados idolatras. Neste instante em particular do filme remete-me ao que nos é relato por José Arruda, quando mostra-nos o poder que “A Igreja Anglicana transformou-se então num instrumento direto do poder do Estado, cabendo ao Rei à indicação dos bispos” (ARRUDA, pg. 52).

            No filme Carlos I pede dinheiro ao parlamento para o conflito religioso na Escócia que havia invadido o Norte da Inglaterra em 1639, mas o parlamento nega seu pedido, Oliver Cromwell fala de democracia ao rei. Descontente com o parlamento o rei começa a mandar prender e decapitar os seus membros incluindo Cromwell que o desafia e ameaça de uma guerra civil. Neste momento sou levado a pensar nas palavras de Arruda ao afirmar que “Isto colocava a monarquia diante de uma falência iminente. Não restava alternativa a não ser reunir o Parlamento (...)” (ARRUDA, pg. 73).

            Agora a trama cinematográfica começa a desenvolver-se com o inicio da Guerra Civil onde fica claro a falta de um exercito nacional permanente por parte do rei ao ser necessário contratar mercenário para lutar ao seu lado com os Realistas também chamados “Cavaleiros” contra as forças do parlamento. Os revolucionários eram chamados de Puritanos ou “Cabeças redondas”. Deste o inicio da Guerra Civil temos nas palavras de Arruda a difícil tarefa dos Puritanos que “O inicio da guerra foi desastroso para as milícias arregimentadas pelo Parlamento, pois não eram tropas profissionais e, portanto pouco adestradas no uso das armas.” (ARRUDA, pg. 78). Coube então a Oliver Cromwell com o título de General liderar o treinamento e organizar as tropas Puritanas do parlamento para enfrentar os Realistas partidários do rei como pude observar no filme. O evento que culminante da Guerra Civil foi a Batalha de Naseby em julho de 1645, segundo os dados do filme, aonde as tropas lideradas por Oliver Cromwell e Lorde Fairfax massacram as tropas Realistas lideradas pelo próprio Rei Carlos I. Nesse momento do desenrolar cinematográfico levo-me aos textos de José Arruda que nos mostra claramente o desenrolar desses eventos, como vemos:

“Coube a Oliver Cromwell, um puritano (...), criar o Novo Modelo do Exército (New Model Army), constítuido de forma revolucionaria, pois a ascensão não se fazia por nascimento e sim por merecimento, estimulando entre os próprios homens a livre discussão, o que, flagrantemente contrariava as elites do exército revolucionário. (...) E finalmente, em Naseby, em 1645, os liderados de Cromwell derrotaram os comandos do Príncipe Rupert que liderava as tropas Realistas. Terminava a guerra civil (...).”
(ARRUDA, pg. 78-79)

            Cromwell assume o controle do parlamento como observei no filme e elabora com o mesmo os termos de paz que o próprio Cromwell entrega ao rei Carlos I, mas o mesmo não aceita os termos e inicia uma trama para uma segunda guerra civil. José Arruda passa-nos todos esses eventos de forma clara ao contar-nos que no ano “(...) de 1646, o comandante Lorde Fairfax, em nome do Parlamento toma Oxford, obrigando o Rei Carlos I a fugir para a Escócia. (...) Os setores mais conservadores do Parlamento, os presbiteranos, passam a tramar junto ao Rei, pretendendo livrar-se do exército, enviando-o para conquistar a Irlanda, sem pagamento de seus soldos.” (Arruda, pg. 79).

            No filme as palavras ganham vida quando Cromwell decide levar o Rei Carlos I a julgamento por traição e agora Cromwell quer a sua cabeça. Segue agora como Arruda nos passa esses eventos. “Em 1647, o exército aprisiona o Rei com a finalidade de impedir um acordo com o setor presbiteriano do Parlamento. (...) Com a prisão do Rei, os independentes (opositores no parlamento aos presbiterianos), liderados por Cromwell, tinham o controle da situação (...).” (ARRUDA, pg. 80).

            Então temos o inicio das dramáticas cenas que culminam com a execução do Rei. Todos os membros do Parlamento assinam um documento sentenciando o Rei Carlos I a morte. O Rei com uma Bíblia na mão ao saber da decisão encarra corajosamente sua execução, dirigindo-se até o carrasco. O Rei faz um breve discurso e posiciona-se para execução, depois de um breve sinal seu o carrasco desce o machado. No Texto a Revolução Inglesa de José Arruda, temos com extrema exatidão em suas palavras os motivos que levaram a tal decisão: “Consciente do perigo representado pelo Rei, em constante ameaça de  restauração, o Exército força o julgamento e a condenação do Rei pelo Parlamento depurado. No dia 30 de janeiro de 1649, Carlos I foi decapitado.” (ARRUDA, pg.81).