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sábado, 14 de setembro de 2024

Império Bizantino: a glória do Oriente.

 O Império Bizantino, também conhecido como Império Romano do Oriente, nasceu oficialmente com a divisão do Império Romano em 395 d.C. Após a morte do imperador Teodósio I, o império foi dividido entre seus dois filhos, e o império oriental, com sua capital em Constantinopla (atualmente Istambul), começou a trilhar seu próprio caminho. A cidade, renomeada por Constantino, tornou-se um dos centros políticos e culturais mais importantes do mundo antigo.

Durante os primeiros séculos, o Império Bizantino se consolidou e manteve um papel dominante na região mediterrânea. No século VI, sob o governo do imperador Justiniano I (527-565 d.C.), o império alcançou seu auge territorial e cultural. Justiniano tentou reverter a queda do Império Romano do Ocidente, realizando campanhas militares para recuperar terras perdidas na África do Norte e na Itália. Além disso, o código legal de Justiniano, conhecido como Corpus Juris Civilis, tornou-se uma base fundamental para o direito europeu.

A religião também desempenhou um papel crucial na história bizantina. A Igreja Ortodoxa, com seu centro em Constantinopla, tornou-se uma das principais instituições do império, desenvolvendo uma forma de cristianismo distinta da Igreja Católica Romana. A separação entre as duas igrejas foi formalizada em 1054 d.C., com o Grande Cisma. As diferenças teológicas e políticas, além de disputas sobre a autoridade papal e as práticas litúrgicas, contribuíram para essa divisão, resultando em duas tradições cristãs separadas: o Catolicismo Ocidental e a Ortodoxia Oriental.

No entanto, o Império Bizantino enfrentou uma série de desafios ao longo dos séculos. As invasões de povos germânicos, as disputas internas e a crescente ameaça dos árabes e turcos começaram a minar a estabilidade bizantina. A expansão árabe no século VII resultou na perda de grandes partes do território bizantino no Oriente Médio e na África do Norte. As guerras constantes e as dificuldades econômicas, agravadas por crises internas e disputas dinásticas, enfraqueceram o império.

A partir do século XI, a situação do Império Bizantino tornou-se ainda mais precária. As derrotas militares, como a Batalha de Manzikert em 1071 contra os turcos seljúcidas, resultaram na perda de grande parte da Anatólia, uma região vital para o império. A pressão externa continuou a enfraquecer o império, que sofreu novos ataques dos turcos otomanos. Finalmente, em 1453, Constantinopla caiu nas mãos dos otomanos sob o comando do sultão Mehmed II, marcando o fim do Império Bizantino. A queda de Constantinopla significou a extinção do império que, por mais de mil anos, fora um bastião da cultura e da política na região mediterrânea.

Você quer saber mais?

SMITH, J. M. H. O Império Bizantino. Lisboa: Edições 70, 2004.

NORWICH, John Julius. História do Império Bizantino. São Paulo: Planeta, 2013. (Original em inglês, 2011.)

SIQUEIRA, José Carlos. O Grande Cisma: A Separação da Igreja Cristã em 1054. Petrópolis: Vozes, 2012.

LOSSKY, Vladimir. A Igreja Ortodoxa e o Império Bizantino. São Paulo: Paulus, 2011.

Islamismo: ascensão e expansão.

 O islamismo surgiu no século VII, na região da Arábia, com a pregação de Maomé (Muhammad), considerado pelos muçulmanos como o último profeta de Deus, ou Alá, em árabe. Maomé nasceu em 570 d.C., em Meca, uma importante cidade comercial, e começou a receber revelações divinas em 610 d.C., aos 40 anos. Essas revelações foram posteriormente reunidas no Alcorão, o livro sagrado do Islã.

No início, as mensagens de Maomé, que pregavam a crença em um Deus único e a justiça social, não foram bem aceitas pelos líderes de Meca, que se beneficiavam do comércio relacionado à adoração de vários deuses na Caaba, o principal santuário da cidade. Em 622 d.C., Maomé e seus seguidores foram obrigados a deixar Meca e se mudaram para Medina, no evento conhecido como Hégira, que marca o início do calendário islâmico. Em Medina, o Islã começou a se fortalecer, tanto religiosa quanto politicamente.

Em 630 d.C., Maomé e seus seguidores conseguiram conquistar Meca, e o Islã se tornou a principal religião da região. Após a morte de Maomé, em 632 d.C., a expansão islâmica continuou rapidamente sob a liderança dos califas, os sucessores do profeta. Em menos de um século, o Islã se espalhou por vastas áreas do Oriente Médio, Norte da África, Península Ibérica e até partes da Ásia Central.

A rápida expansão do Islã foi facilitada por fatores como a fraqueza dos impérios Bizantino e Sassânida (Persa), que dominavam a região, além da unificação política e religiosa oferecida pelo Islã, que atraía muitos povos. O comércio e as redes de caravanas também ajudaram a disseminar a nova religião. Entre 711 e 718 d.C., os exércitos islâmicos conquistaram boa parte da Península Ibérica. Ao longo do tempo, o islamismo influenciou profundamente a cultura, ciência e política das regiões por onde se espalhou. Hoje, o Islã é uma das maiores religiões do mundo, com mais de um bilhão de seguidores.

Você quer saber mais?

ARMSTRONG, Karen. O Islã. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

CHEBEL, Malek. História do Islã. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2002.

GRUNEBAUM, Gustave E. von. A Civilização do Islã Clássico. São Paulo: Perspectiva, 2014.

GRIN, Monica. O que é o Islã?. São Paulo: Brasiliense, 1996. (Coleção Primeiros Passos)