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domingo, 28 de outubro de 2018

Perón e o Terceiro Reich


Caras e caros, começamos hoje, 1 de setembro, terça-feira, aniversário número 70 do início da Segunda Guerra Mundial, uma sequência de postagens diárias sobre a guerra e a Argentina, nazistas, neonazistas & congêneres.
Hoje, veremos Perón e os nazistas.
- Na quarta-feira, teremos a peculiar Guia Turístico Nazista de um importante centro de esqui argentino e o boom de livros que ocorre há anos na Argentina sobre o Terceiro Reich.

- Na quinta-feira, veremos os neonazistas argentinos que adoram os strunfs (sim, aqueles simpáticos duendezinhos azuis…eles acreditam que são arianos) e a história de A.Biondini, o argentino que sonhava ser Führer. Na virada deste século.

- Na sexta-feira, uma entrevista feita há 10 anos com Wilfred Von Oven, o secretário de imprensa de Joseph Goebbels. Uma entrevista na qual ele devorou uma caixa de frutas de caju cristalizada.

- No sábado, breve intervalo para falar de futebol (pelo jogo Brasil versus Argentina)

E na segunda-feira, mais Segunda Guerra Mundial, com a história do plano dos EUA para bombardear Buenos Aires…desde o Uruguai.
“A luta de Hitler na paz e na guerra nos servirá de guia. As alianças serão o primeiro passo. Temos o Paraguai, temos a Bolívia e o Chile. Com a Argentina, Paraguai, Bolívia e Chile será fácil pressionar o Uruguai. Logo, os cinco países unidos vão atrair facilmente o Brasil devido a sua forma de governo e suas grandes comunidades alemãs. Quando o Brasil cair, o continente americano será nosso”.

A frase, pronunciada pelo general Juan Domingo Perón em maio de 1943, ilustrava quais eram os projetos do governo argentino de plantão para o Brasil na época. Nesse momento, a Alemanha nazista e seus aliados do Eixo estavam no apogeu de seu poderio, dominando a maioria da Europa, dos Pirineus até as estepes ucranianas, do deserto da África até os fiordes noruegueses.
Hitler e seus assessores já pensavam na extensão de seu domínio ou influência na América do Sul, para distrair as forças dos EUA que começavam à chegar à Europa e atrapalhavam os planos do Japão no Oceano Pacífico.
Seu instrumento seria Perón, na época secretário de Guerra, e a eminência parda do poder na Argentina. Perón, que não era nem um pouco tonto, também utilizou os nazistas como instrumento, e no pós-guerra, serviu-se de centenas deles, que na Argentina trabalharam em âmbitos variados: desde técnicos para fábricas militares, físicos nucleares, e até torturadores e especialistas em propaganda política.

“Duvido que os alemães pensassem seriamente em uma invasão da América do Sul, mas fizeram o possível para estimular o surgimento de governos favoráveis ao Reich, de forma a incomodar os EUA”, afirma o historiador Uki Goñi.
O então coronel Perón já vinha estabelecendo contatos e colaborações com o Terceiro Reich desde o início da Segunda Guerra Mundial. Ele liderava o Grupo Oficiales Unidos (GOU), uma agrupação de oficiais que em 1943 realizaria um golpe de Estado vitorioso.

Não são tropas alemãs na frente da Casa Rosada apesar do capacete de estilo prussiano São tropas argentinas desfilando na frente da Casa Rosada o palácio presidencial nos anos 40 Esse modelo de capacete perdurou até a segunda metade dos anos 50. Imagem:

A anterior estadia de Perón na Itália de Mussolini em 1940, sua visita à Paris ocupada e as multidões frenéticas na Piazza Venezia, deixaram o futuro presidente argentino inspirado.
“Não diria que Perón era um nazista”, me explicou o jornalista e historiador norte-americano-argentino Uki Goñi, autor de “Perón e os alemães”, onde traz à tona uma série de documentos sobre os vínculos do general argentino com o Terceiro Reich.
“Neste tema, as ideologias ou religiões não possuem nenhuma importância. A única coisa que importa é o poder. Nazistas são os que enchiam os estádios por Hitler. Peronistas são os que enchiam a Plaza de Mayo. Perón não era nazista”, diz.
No entanto, Goñi admite que “Perón admitia sua admiração pelas ideias do fascismo, e muito depois, nos anos 70, ainda criticava o Julgamento de Nuremberg, que definia como uma infâmia. Dizia que havia tentado resgatar o máximo de alemães de Nuremberg. E o conseguiu”.
O ranço fascista dos militares argentinos chamou a atenção de Goñi, e decidiu – após dois anos de investigações e a descoberta de documentos inéditos – escrever “Perón e os alemães”, já considerada a melhor obra do gênero no país.
A espionagem alemã na Argentina estava constituída principalmente pela Sicherheitsdienst (SD). A Argentina, que se manteve neutra até semanas antes da vitória dos Aliados, foi o principal centro da espionagem alemã na América do Sul, e grande parte da informação sobre os EUA passava por Buenos Aires. Com a ajuda discreta do GOU, a espionagem alemã no país manteve-se praticamente intacta até o fim da guerra.
O principal enlace entre a Argentina e o Terceiro Reich foi Juan Carlos Goyeneche, líder dos nacionalistas católicos, que viajou dezenas de vezes à Alemanha, onde reuniu-se com o chanceler Joachin Von Ribbentrop, o líder das SS Heinrich Himmler, e outros líderes fascistas europeus como Mussolini.
Sua capacidade de contatos surpreende até hoje: Goyeneche correspondia-se com Himmler ainda em março de 1945, um mês e meio antes da derrota nazista. Nas décadas posteriores, divertiu seus amigos contando características pessoais dos ministros de Hitler.

No entanto, era um enlace informal. Goñi considera que “a História da região poderia ter sido diferente se Osmar Hellmuth não tivesse sido capturado pelos ingleses”.
Hellmuth, ao contrário de Goyeneche, era um germano-argentino, colaborador da SD, e enviado como emissário especial por Perón para negociar com Hitler um apoio argentino em troca de armas.
No entanto, Hellmuth foi preso pelos britânicos no meio do caminho e permaneceu preso até o fim da guerra, impedindo as conversações oficiais de uma possível aliança argentina-germânica.
Goñi relata a supresa de um chefe da seção latino-americana da Chancelaria do Reich que em agosto de 1944, após o desembarque aliado na Normandia e com Berlim sob constante bombardeio, recebeu um telegrama de Perón dizendo que ainda acreditava na vitória alemã.
“Na verdade, os militares argentinos não acreditavam na vitória nazista, mas consideravam que Hitler poderia obter uma paz separada com os EUA e a Grã-Bretanha, e ter as mãos livres para continuar a guerra com a URSS”. Segundo Goñi, Perón acreditava que era possível uma paz condicional, e que a Argentina e o Vaticano, poderiam ser os mediadores da paz.
Durante a Guerra, Perón planejava constituir uma faixa de proteção à Argentina, constituída por países como a Bolívia e o Paraguai. Este, foi um dos primeiros alvos de Perón: em 1943, tentou seduzir o general Higino Morínigo, presidente paraguaio, com aparatosa recepção em Buenos Aires.
O mordaz jornalista Ray Joseph, do The Buenos Aires Herald, descreveu a visita de Higino Morínigo como a “dessas boas-vindas que Mussollini costumava dar a Hitler”.
Segundo Joseph, os muros portenhos foram cobertos com cartazes com a imagem de Morínigo, “uma imagem tão hollywoodiana que duvido que o próprio pudesse se reconhecer nelas”. No entanto, apesar das lisonjas, o paraguaio ficou do lado dos EUA, que lhe havia oferecido armas. Perón dedicou-se imediatamente a outro alvo: a Bolívia.
Esse país recebeu atenção especial de Perón. Ali, o GOU, o SD articularam um golpe que derrubou o governo do general Enrique Peñaranda em dezembro de 1943. No seu lugar, com apoio do magnata do estanho, o germano-bolivano Gustav Eickenberg, foi colocado o general Gualberto Villarroel. Em troca, a Argentina prometeu ajuda econômica e a construção de uma ferrovia.
Mas a armação do golpe foi descoberta pelos EUA, e o governo boliviano precisou manter um low profile até o fim da Guerra. Victor Paz Estenssoro, que mais tarde seria presidente da Bolívia em três ocasiões, também foi um dos conspiradores, e durante o governo de Villarroel, foi ministro da Fazenda.
Villarroel ficou no poder até 1946. No pós-guerra, foi difícil manter-se, e foi derrubado em uma sangrenta revolução. Como Mussolini, foi assassinado, e seu corpo pendurado de um poste. Estenssoro conseguiu fugir, e até a virada deste século, já nonagenário, evitava falar sobre o tema.

Jesus Cristo e a Arqueologia




Seguindo um ponto tradicional, o objeto de estudo da arqueologia seria apenas o estudo das "coisas", particularmente os objetos criados pelo trabalho humano (os "artefatos"), que constituiriam os "fatos" arqueológicos reconstituíveis pelo trabalho de escavação e restauração por parte do arqueólogo. Essa concepção encontra-se muito difundida entre aqueles que consideram ser a tarefa do arqueólogo simplesmente fazer buracos no solo e recuperar objetos antigos. Na verdade, a palavra arqueologia deriva do grego e significa "conhecimento dos primórdios" ou "relato das coisas antigas". Tive inclusive em Janeiro de 2011 o privilégio de participar de uma escavação arqueólogica em Israel e digo com toda a certeza que arqueologia não é Indiana-Jones. A arqueologia tem, nos últimos anos, alargado seu campo de ação para o estudo da cultura material de qualquer época, passada ou presente. A arqueologia industrial, por exemplo, estuda construções e objetos ligados à indústria, no passado e no presente. A arqueologia histórica constitui outro exemplo do estudo do passado recente e do próprio presente, pela arqueologia contemporânea. Mas existe uma outra parte da arqueologia divulgada muito mais nas últimas décadas pela quantidade de achados que estão ajudando a sua teoria a ser comprovada:
A arqueologia bíblica.

A arqueologia bíblica estuda restos materiais relacionados direta ou indiretamente com os relatos bíblicos e com a história das religiões judaico-cristãs. E é sobre a sua relação com a veracidade histórica de Cristo que iremos falar hoje neste artigo.

Jesus existiu?

"Flávio Josefo (37-100 d.C), um historiador judeu que se aliou aos romanos, escreveu um clássico tratado sobre a história dos judeus, desde os primórdios até o primeiro século d.C., período em que ele mesmo vivera. Ele menciona nominalmente Jesus em pelo menos 3 ocasiões, embora a última seja reconhecidamente uma interpolação tardia e, portanto, não merece ser avaliada.
Mas, numa designação muito clara do ministério de Jesus, ele escreveu:
'Por esse tempo, surgiu Jesus, homem sábio (se é que na realidade se pode chamar de homem). Pois era obrador de feitos extraordinários e mestre dos homens que aceitam alegremente coisas estranhas. Ele arrastou após si muitos judeus e muitos gregos. Era considerado o Messias. Embora Pilatos, por acusações de nossos chefes, O condenasse à cruz, aqueles que O tinham amado desde o princípio não cessaram de proclamar que, passado o terceiro dia, Ele apareceu-lhes novamente vivo. Os profetas de Deus tinham respeito por Ele. Ademais, até o presente, a estirpe dos cristãos, assim chamada por referência a Ele, não cessou de existir.' "

Nesse texto podemos ver claramente a visão de Josefo sobre o mestre e seus milagres. Ele não era seu seguidor e portanto não teria porque repetir o testemunho de seus feitos. Josefo, provavelmente não teria visto pessoalmente nenhum dos milagres (ele nasceu depois de sua morte), mas conheçeu testemunhas pessoais dos fantásticos acontecimentos relacionados ao ministério dEle.

Mas, será que existe algum relato romano sobre cristo?

O historiador Tácito que, por volta do ano 115 mencionou o incêndio de Roma de 64 d.C. e mencionou a perseguição de Nero aos cristãos e o nome de Cristo que, segundo ele, não era um título mas um nome.

Os essênios e o Cristianismo

Seguindo o entusiasmo inicial provocado pela descoberta dos rolos do Mar Morto e a publicação das obras principais dos essênios, vários estudiosos procuraram estabelecer paralelos entre as ideias religiosas e as práticas dos essênios e a igreja cristã primitiva.

Mas se há alguma semelhança entre os ensinos de cristo e a seita, é porque ambos remontam à mesma fonte: o velho testamento.

Não há nenhuma evidência de contato entre Jesus e a comunidade de Qumram, por outro lado, João Batista, durante sua longa permanência no deserto poderia ter algum contato com os essênios. Isto não quer dizer que João aprendeu algo com os essênios.

Os Essênios não eram os únicos a advogar uma vida de ceticismo ou a praticar o batismo. Se João partilhava com os essênios a expectativa do Messias, a qual se considerava o precursor, havia inúmeros outros israelitas que acariciavam a mesma esperança. Convém mostrar que em contraste com os essênios que viviam no deserto, João dirigia sua palavra a todos e não apenas a uma elite espiritual. Além disso, o batismo realizado por João era feito uma só vez e não várias vezes como os essênios faziam.

Baixo império-romano: o início da perseguição

Jesus pregou suas ideias durante o governo de Otávio Augusto (27 a.C. - 14 a.C). Após a morte de Jesus, as ideias cristãs se propagaram por todo o império, conquistando um considerável número de adeptos.

Mas porque a propagação do cristianismo tornou-se um problema para Roma?
As idéias defendidas por Cristo eram completamente opostas a religiao romana, inclusive colocando em dúvida o caráter divino do imperador. O cristianismo foi abraçado pela maioria da população, especialmente por escravos , que se identificaram com o princípio de igualdade entre os homens diante de um único Deus.

ICHTUS?

Se você pensa que a cruz de cristo é o símbolo cristão mais antigo, está errado. Na verdade a cruz nem símbolo cristão é.
A cruz, era um dos métodos mais cruéis e brutais de morte criado pelos romanos, o que não se adapta muito a uma religião que prega o amor de uns aos outros, não acha?

O peixe, o verdadeiro símbolo cristão. Os cristão primitivos usavam o desenho de um peixe como código de identificação. A palavra ICHTUS, "peixe" em grego, servia para traduzir a expressão Jesus (Iesous) Cristo (CHristos) Filho de Deus (THeou Uios) Salvador (Sôter).
A Destruição de Jesrusalém

Lucas 21:6 Quanto a estas coisas que vedes, dias virão em que não se deixará pedra sobre pedra, que não seja derrubada.

No ano de 66 d.C. a revolta judaica começou inicialmente devido a tensões religiosas entre gregos e judeus com protestos anti-taxações e ataques a cidadãos romanos. Terminou quando as legiões romanas sob o comando de Tito sitiaram e destruíram o centro da resistência rebelde em Jerusalém e derrotaram as restantes forças judaicas.

Segundo Josefo, os romano ficaram horrorizados ao verem que com o cerco "mães se alimentavam da carne de seus próprios filhos para poderem sobreviver". As pessoas pensaram que se refugiando no templo estariam a salvo já que a ordem de Tito era de não o destruir. Mas um soldado no quente da batalha atirou uma flecha flamejante no templo e assim segundo Josefo, o sangue escorria pelas paredes como água. O templo era feito de ouro e os soldados no dia seguinte tentaram tirar o ouro de dentro das pedras e assim a profecia acaba se cumprindo. Outra vez, as muralhas e o templo de Jeová (que o rei Herodes ampliara e embelezara, tornando-o portentoso) foram destruídos, e o resto da cidade voltou a ficar em ruínas.

Conclusão

Por mais que arqueologia possa provar a veracidade do Jesus histórico, nada vai mudar em sua vida se você não tiver fé e acreditar que sua vida pode ter um rumo diferente. "Ele há de voltar assim como prometeu e mesmo que a arqueologia não possa 'provar' isso, podemos verificar nos rastros do passado as evidências e os passos de um Deus que se aproxima. Vislumbrar Sua face entre as nuvens e anjos no céu será, sem dúvida, o maior de todos os achados!"

Wesley Alfredo G. de Arruda é estudante,fascinado por Arqueologia e também pela Bíblia. Visitou diversos sítios arqueológicos no mundo como na Jordânia (Numeira e Bab Edh-ra) e no Egito (Saqqara, Giza). Também foi colaborador de um projeto de pesquisa israelense, o Temple Mount Sifting Project, localizado em Jerusalém.

Discurso do Chefe Guaicaípuro Cuatemoc, aos Líderes da Comunidade Europeia



22 de fevereiro de 2008

O Discurso do século
Um surpreendente discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, advogando o pagamento da dívida externa do seu país, o México, deixou embasbacados os principais chefes de Estado da Comunidade Europeia. A conferência dos chefes de Estado da União Europeia, Mercosul e Caribe, em maio de 2002 em Madri, viveu um momento revelador e surpreendente: os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc.
"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a descobriram só há 500 anos”.
 O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento - ao meu país -, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros.
Consta no Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Teria sido isso um saque?
Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!
Teria sido espoliação?
Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.
Teria sido genocídio?
Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização europeia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas.
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.
Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano 'MARSHALL MONTEZUMA', para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, e de outras conquistas da civilização.
Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar:
Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?
NÃO. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar.
Ao dizer isto, esclarecemos que NÃO NOS REBAIXAREMOS A COBRAR DE NOSSOS IRMÃOS EUROPEUS, AS MESMAS VIS E SANGUINÁRIAS TAXAS 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.
Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total será necessária expandir o planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.

Dinastia Tudor: a era de ouro da monarquia inglesa

Personagens emblemáticos como Henrique VIII, Mary, a Sanguinária, e Elizabeth, a Virgem, deram à Inglaterra um brilho inédito, marca de um período áureo repleto de tensões religiosas, lutas pelo poder e problemas conjugais.


Henrique Tudor não herdou a coroa da Inglaterra, ele a conquistou. Derrotou Ricardo III na Batalha de Bosworth Field, o último episódio da guerra travada durante 30 anos entre a casa real de Lancaster e a de York. A chamada Guerra das Rosas causou estragos nas famílias nobres do reino, de modo que Henrique Tudor acabou sendo o herdeiro da casa de Lancaster. Pelo lado da mãe, Lady Margaret Beaufort, Henrique pertencia aos Lancaster. Mas pelo lado do pai, o galês Edmund Tudor, ele não tinha nenhum sangue Plantageneta. Buscando antepassados gloriosos, Henrique diria ser descendente de Cadwaladr, filho de Cadwallon, poderoso rei galês do século VII, e reivindicaria o legado do lendário rei Artur, ancorando assim as raízes Tudor no mais antigo solo inglês.

O verdadeiro fundador da casa de Tudor foi Owen, um jovem senhor galês, bonito, corajoso e inteligente, que se tornara famoso por seu romance com Catarina de Valois, viúva de Henrique V, e pelo importante papel que desempenhou na Guerra das Rosas. Owen e Catarina tiveram cinco filhos, entre os quais Edmund, pai de Henrique VII. Mas, apanhado pelo turbilhão sangrento da guerra fratricida, Edmund Tudor morreu antes do nascimento do filho. Henrique foi educado, instruído e treinado na arte da guerra por seu tio Jasper, conde de Pembroke, que fora o arquiteto da conquista da Inglaterra e do País de Gales pelos Lancaster.
O Parlamento o recebeu como um novo Josué, enviado por Deus para libertar o povo da tirania. Henrique Tudor, no entanto, estava consciente da fragilidade das suas pretensões à coroa. Sua linhagem era boa, porém havia quem estivesse mais perto do trono do que ele. Por precaução, ele mandou levar para a Torre de Londres Eduardo, conde de Warwick, um menino simplório de 10 anos de idade, fi lho de George de York, duque de Clarence. Prudente, escolheu como conselheiros homens de valor selecionados entre os York e entre os Lancaster, e, para consolidar a legitimidade da sua descendência, casou-se com Elizabeth de York, a fi lha mais velha de Eduardo IV. Teriam sete filhos, dos quais quatro sobreviveriam: Arthur (1486-1502), Margareth (1489-1541), Henrique (1491-1547) e Mary (1496-1533). A descendência da dinastia estava garantida.
O rei queria que Arthur nascesse em Winchester, um dos prováveis locais do castelo do rei Artur e capital de Camelot, e foi ali, também, que ele foi confiado aos maiores mestres do momento. Naquela época, os casamentos selavam alianças políticas. Com apenas 3 anos de idade, Arthur estava noivo de Catarina, fi lha de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Para o rei Tudor, uma aliança com a Espanha era a melhor maneira de contrabalançar o poder da França, da qual a Inglaterra ainda possuía somente Calais. Para pôr um fim às disputas com seus turbulentos vizinhos escoceses, Henrique VII casou sua fi lha Margareth com o rei James IV, vinte anos mais velho que ela, enquanto a jovem Mary estava destinada a partilhar a vida e o leito do velho rei da França, Luís XII, de quem ficaria rapidamente viúva.
Na política interna, Henrique VII tomou medidas eficientes, apoiando-se em três classes poderosas: a gentry (nobreza sem título), os yeomen (pequenos proprietários rurais não nobres) e os comerciantes. Reorganizou o exército e promoveu o comércio e a navegação. Concluiu um tratado comercial com a Holanda (Magnus Intercursus), primeiro marco da política dos tempos modernos: a conquista dos mercados estrangeiros. Ele participou também das mais importantes descobertas marítimas do seu tempo. Rei pacífico e parcimonioso, encheu novamente os cofres do Tesouro real. A recuperação financeira do reino foi espetacular. O casamento de Arthur e Catarina de Aragão foi celebrado em novembro de 1501. No entanto, Arthur era frágil e morreu alguns meses mais tarde. Henrique VII decidiu unir seu segundo filho, Henrique, à jovem viúva, para preservar a aliança com a Espanha e evitar devolver o dote.

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Você quer saber mais? 

CRÉTÉ, Liliane. Dinastia Tudor: a era de ouro da monarquia inglesa. História Viva, São Paulo, edição 110, dezembro de 2012.




























Afinal, o que é inteligência?




Isaac Asimov
Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – Kitchen Police).
Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.
Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?
Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.
Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos. No fim, ele sempre consertava meu carro.
Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico. Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico.
Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.
Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal. A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.
Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez. Ele adorava contar piadas. Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou:
“Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?”

Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois dedos, como uma tesoura.

Construindo História Hoje é mais Brasil!


Viva ao Brasil!

domingo, 21 de outubro de 2018

As melhores histórias da mitologia Asteca, Maia e Inca.



Comecei agora a ler o livro “As melhores Histórias da Mitologia Asteca, Maia e Inca de A.S Francini e é incrível tal como a mitologia Asteca (Mexica) a similaridade de seus mitos com personagens e inclusive histórias presentes na Europa e Oriente Médio. Histórias sobre um dilúvio universal que extinguiu a última civilização humana anterior a nossa, águas de um rio que se abrem para o povo sagrado passar (etnia quiche Maia), um rei asteca monoteísta que prega o fim dos sacrifícios humanos e o culto a um único Deus, o mesmo constrói um templo sem ídolos dedicado ao deus único e espiritual. Um deus branco chamado Votan pelos maias (tal qual o Wotan germânico), o deus civilizador Quetzalcoatl (para os Astecas) e Kukulcan (para os Maias) um deus que veio de Tula no oriente pelo mar e para lá retornou prometendo voltar. Tula a cidade que ninguém consegue localizar seja na geografia mitológica ou factual. 
São tantas as similaridades com histórias que conhecemos serem baseadas no Velho Mundo que chega a ser um disparate não considerar um contato anterior a 1492, seja pelos Vikings ou outro povo. Uma grande "coincidência" foi que a chegada de Hernaz Cortez  na América Central coincidiu com o ano do retorno de Quetzalcoatl, a serpente emplumada, um deus asteca que prometeu retornar ao seu povo após partir. Isso se deu no ano de 1519 da era Cristã que coincidiu com o calendário asteca de 52 anos cíclicos!

Leandro Claudir Pedroso


domingo, 7 de outubro de 2018

Música tema do Construindo História Hoje



Música de banda militar escocesa tocada com gaitas de fole e tambores durante o festival de verão em Edinburgh na Inglaterra em 2013. Música tema do Construindo História hoje!

Mitologia egípcia e o conhecimento através dos números. (Continuação)!




Para os egípcios, o maior mistério de todos era a “transformação” (o número nove) do Criador de Não visto para Visto, o Um que se manifesta como muitos. Essa transformação foi revelada através de sucessivos estágios: Atum (ou Rá) em Heliópolis, Ptah em Mênfis, Toth em Hermópolis e Amun em Tebas. Segundo o Papiro de Qenna do Museu de Leyden, escrito durante a décima oitava dinastia:

“Os deuses ao todo são três: Amun, Rá e Ptah, que não têm iguais. Aquele cuja natureza (literalmente, “cujo nome”) é um misterioso, sendo Amun; Rá é a cabaça, Ptah o corpo. Suas cidades na terra, estabelecidas para sempre são: Tebas, Heliópolis e Mênfis (estáveis) para sempre. Quando uma mensagem vem do céu, é ouvida em Heliópolis, repetida em Mênfis para Ptah, e transformada em carta escrita com letras de Toth (em Hermópolis) para a cidade de Amun (Tebas)”.

Essa ideia de mensagem representa o progresso da “transformação” de Céu para Terra. Porque Heliópolis era considerada o “ouvido do coração”, foi lá que a mensagem do ouvida. Nos textos sagrados, como o Sol era tido como o coração do sistema solar, então Heliópolis era o coração do Egito, a cidade do Sol. O nome Heliópolis, como é usado nos textos funerários, significa “a origem absoluta das coisas”, o que não quer dizer que isso se referia estritamente à cidade física de mesmo nome. Quando se diz em textos egípcios: “vim de Heliópolis” ou “vou para Heliópolis”, significa que “eu procedo do início” ou “estou retornando para a Fonte”.

Segundo os ensinamentos em Heliópolis, o Um que iniciou a “transformação“ é Atum, cujo nome significa “tudo” e “nada” e representa o potencial de criação imanifesto. Atum é “um” com Nun, que é o oceano cósmico e indefinível. O primeiro ato de Atum foi se distinguir de Nun, conforme é descrito na mitologia egípcia. Assim que Atum (o Todo ou Absoluto) tomou consciência de si, emergiu de Nun como a colina primordial e criou Shu, o princípio de espaço e ar, e Tefnut, o princípio do fogo, que, segundo os textos da Pirâmide de Saqqara, ele cuspiu para a existência (os textos da Pirâmide de Saqqara são um conjunto de hieróglifos, datando da quinta e da sexta dinastias do Antigo Império, aproximadamente 2350 a 2175 AEC, e que foram inscritos nas paredes das pirâmides, embora se acredite que tenha sido composto muito antes, por volta de 3000 AEC).

Em outra versão, ele se autocriou projetando o seu coração, formando os oitos princípios primários conhecidos como a Grande Enéade de Heliópolis. A Grande Enéade era composta pelos nove grandes deuses osirianos: Atum, Shu, Tefnut, Geb, Nut, Osíris, Ísis, Seth e Néftis. O termo também é usado para descrever o grande conselho de deuses e também como uma designação coletiva para todos os deuses. Osíris, Ísis, Seth e Néftis representam a natureza cíclica da vida, morte e renascimento, sendo que nada disso é dissocidado de Atum, segundo os Textos da Pirâmide.

Atum representa a “Causa” inescrutável. Pode ser pensado em termos do conceito ocidental de deus. A partir dele tudo foi criado. Está no topo da Enéade. Dele, todos os demais princípios do universo emanam. De Atum nasceram Shu (ar/vento) e Tefnut (água/umidade), os elementos mais importantes para a vida, representando o estabelecimento da ordem social. Shu apresenta o principio da Vida e Tefnut, o principio da ordem. De Shu e Tefnut, foram criados Geb e Nut, terra e céu. De Geb nasceu o Sol. Quando Nut e Geb encontraram Tefnut, ocorreu a escuridão. De Nut e Geb nasceram Osíris, Ísis, Seth e Néftis.

A aplicarmos os quatro princípios (umidade, dualidade, conciliação e o conceito de matéria), Osíris representa a encarnação e reencarnação, vida e morte, que é renovação. Seth é o princípio de oposição, ou antagonismo.

Esses acontecimentos da criação têm lugar fora dos limites do tempo terreno, além da esfera temporal. Ocorrem no céu, não na terra. De acordo com Schwaller, esses mistérios não são para serem entendidos pelos processos de raciocínio da inteligência mental. É um mistério que não é compreendido pela mente racional e só pode ser percebido pelo que os simbolistas chamam de “inteligência do coração”. Trata-se de fato, do mistério primordial de deus e sua criação, Atum, que se tornou um, dois, e assim por diante até chegar a oito.

“Eu sou Um que se transformou em
Dois. Eu sou Dois que se transformou em Quatro. Eu sou Quatro que se transformou em Oito. Depois disso eu sou Um”.

Sarcófago de Pentamon, Museu do
Cairo, [artefato] n°1160.

Essa manifestação ou proliferação de um em muitos, que ocorreu em Heliópolis, é o princípio abstrato da criação. Em Mênfis, Ptah leva mais longe essa abstração e traz para a Terra fogo do céu. Em Hermópolis o fogo divino começa a interagir com o mundo terreno. Em Tebas, a reiteração desses três processos é combinada em um, representado pela tríade de Amun.

Segundo John Anthony West, em Serpent in the Sky, a Grande Enéade emana do Absoluto, ou “fogo central”. Os nove neteru (princípios) são contidos pelo Um (o absoluto), que se torna tanto um e dez, e é a simbólica semelhança da unidade original. A Grande Enéade é a repetição e um retorno à fonte, que é vista na mitologia egípcia como Hórus, o divino filho que vinga o assassinato e desmembramento do seu pai, Osíris.

Os egípcios propugnavam uma filosofia holística, natural, que descrevia a criação do homem não como um ser lançado num mundo perigoso e violento, mas como a encarnação do divino num sentido espiritual. O homem era o Cosmo e o papel do indivíduo era de perceber isso, para alcançar a eternidade. Pitágoras compreendeu essa filosofia e descreveu-a de maneira muito coerente em seus escritos e ensinamentos. Os egípcios falavam disso na forma de mitos que encerravam uma verdade espiritual.


Leandro Claudir Pedroso

Referências:

MALKOWSKI, Edward F. O Egito Antes dos Faraós: e suas misteriosas origens Pré-históricas. São Paulo: Cultrix, 2010.


Mitologia egípcia com misticismo numérico.



A história mítica de Hórus e Seth caracteriza as estruturas rítmicas da dualidade. Das menores parcelas da realidade – o próton e o elétron – à vida orgânica e a nós, humanos, homens e mulheres – há um ritmo constante de dualidade na vida natural. É assim que o mundo funciona, tanto o animado quanto o inanimado. O próton atrai o elétron para criar uma realidade física. O macho e a fêmea, de toda a vida animal, são atraídos um pelo outro para assegurar a continuidade da vida. A dualidade está contida dentro da unidade absoluta. Eis o significado do número dois. Todo o ser humano experimenta essa dualidade já que o mundo natural reflete isso com a divisão em macho e fêmea de toda vida orgânica. Contudo, essa divisão deve encontrar conciliação, como fizeram Hórus e Seth. Essa conciliação é representada no número três.

O número três representa a relação e a conciliação entre a causa absoluta (um) e a dualidade (dois) que ela cria de si mesma. Existe meramente em um plano espiritual. Com esse decreto filosófico existe uma inegável associação entre causa e dualidade. Podemos entender isso como o que poderíamos chamar de “efeito”. Esforçamo-nos a valer para afetar pessoas e acontecimentos, muitos de nós por meio de preces ou pensamentos positivos quando as ações diretas não são ou não podem ser bem-sucedidas. Os antigos egípcios comportavam-se do mesmo modo. Em vez de chamar de prece ou pensamento positivo, eles chamavam a isso de magia.

O número quatro, representando a ideia do mundo material, era recorrente no simbolismo egípcio – as quatro regiões do céu, os quatro filhos homens de Hórus, o quatro filhos de Geb, os quatro canopos nos quase os órgãos dos mortos eram depositados no funeral. Segundo o mito egípcio, Geb se casou com sua irmã Nut, a deusa do céu, sem a permissão do poderoso deus sol, Rá. Rá ficou zangado com Nut e Geb que forçou o pai deles, Shu, o neter do ar, a separá-los: por isso a terra é separada do céu. Além disso, Rá proibiu que Nut tivesse filhos em qualquer mês do ano. Felizmente, Toth, o divino escriba, decidiu ajudar e induziu a Lua a jogar damas com ele, sendo que o prêmio era a luz da Lua. Toth ganhou tanta luz que a lua foi obrigada a acrescentar cinco novos dias ao calendário oficial. E Nut e Geb tiveram quatro filhos: Osíris, deus dos mortos, Seth, deus do caos, Ísis, deusa mãe e feiticeira, Néftis, deusa do lar.

O entendimento do número cinco, ou vida, pelos egípcios, pode ser visto no conceito do homem consciente, unido com o Absoluto e alcançando unidade com a Causa (deus). Ele se tornaria uma estrela, e “se tornaria um na companhia de Rá”. Nos hieróglifos, o símbolo para estrela era desenhado com cinco pontas. Visto como sagrado em diversas culturas, o pentagrama e o pentágono também refletem o valor místico do cinco.

Os egípcios escolheram simbolizar os fenômenos temporais e espaciais com o número seis, o número do mundo material, do tempo e do espaço. O seis representa, as divisões básicas temporais, como às 24 horas do dia, os trinta dias do mês, e os doze meses do ano, todos múltiplos de seis. O seis também é visto no cubo egípcio, o símbolo de volume, com suas seis direções de extensão (para cima, para baixo, para a frente, para trás, para a esquerda, para a direita). O faraó assentava-se em seu trono, que era um cubo, onde o homem é colocado inequivocamente na existência material.

O número sete, significando a união entre o espírito e a matéria, é expresso na pirâmide, que é uma combinação da base quadrada – simbolizando os quatro elementos – e os lados triangulares – simbolizando os três modos de espírito (4 lados na base + 3 lados triangulares = 7). Não é apenas simbólica, mas também é prevalecente em outras culturas do antigo Oriente.

O Xamã da Ásia central acreditava que a “árvore cósmica” tinha sete ramos e que também havia sete céus planetários. Era um conceito em que o Xamã, em sua busca ritualista, subiria ao céu ao longo do eixo do mundo. Segundo Mircea Eliade, em Shamanism: Archaic Technique of Ectasy, a árvore cósmica é uma ideia arcaica e universa. O mito do arco-íris, com suas sete cores sendo a estrada dos deuses e a ponte entre o céu e a terra, existia tanto nas crenças religiosas da Mesopotâmia quanto na tradição japonesa. As sete cores do arco-íris também foram incorporadas na ideia e no simbolismo dos sete céus. Tradições como essas são encontradas na Índia e na Mesopotâmia, e também no judaísmo.

Durante o Médio Império, o número oito era retratado na Ogdóadaoito entidades que formam outra variação da mitologia egípcia da criação. Embora esses seres fossem adorados principalmente em Heliópolis, aspectos da criação eram combinados com alguns mitos. Cada entidade ou aspecto é um membro de um par masculino/feminino (ou marido/ mulher), e cada par representa um aspecto do caos primordial do qual o mundo físico foi criado.

Nun e Naunet representam as águas primordiais; Kuk e Kauket, a escuridão infinita; Hu e Hauhet, o espaço vazio; e Amum e Amaunet, os poderes secretos da criação. Os deuses eram normalmente representados com homens com cabeças de cobras, e as deusas como mulheres com cabeças de rãs. Eles construíram uma ilha no vasto vazio em que o ovo “cósmico” foi colocado. Desse ovo veio Atum, o deus sol, que iniciou o processo de criação do mundo, que corresponde ao mundo físico como a humanidade o experimenta. Às vezes, a Ogdóada era representada como babuínos anunciando o primeiro nascer do sol, mostrando sete dos deuses da Ogdóada e Hórus, o falcão representando o deus Ra-Harakhty. O lugar referido como “ilha da chama” viu o nascimento do deus Sol e também era chamado de Khemenu, ou Cidade dos Oito. Os gregos a chamavam de Hermópolis.

Continua...


Leandro Claudir

Referências:

MALKOWSKI, Edward F. O Egito Antes dos Faraós: e suas misteriosas origens Pré-históricas. São Paulo: Cultrix, 2010.