INTEGRALISMO NO BRASIL, Parte III.
Prof. César Augusto Machado da Silva
Prof. César Augusto Machado da Silva
FATORES QUE LEVARAM À DOUTRINA INTEGRALISTA (S)
Ao se iniciar o séc.XX, vários antagonismos se destacaram: o Socialismo não só se opunha ao Capital-Liberalismo, como também ao Absolutismo-Monárquico, que ainda perdurava na Europa, nos Impérios Russo, Alemão e Austro-húngaro, oriundos do Congresso de Viena.
Por outro lado, um forte Nacionalismo Patriótico despertava em várias regiões da mesma Europa (Polônia, Tchecoslováquia, Bóznia-Hezergovina, Bascos na Espanha, etc...). Segundo o Historiador inglês Edward Carr afirmava, “Em História, tôdo o acontecimento tem consequências futuras onde o passado e o presente se inserem no tempo.” Após a Primeira Guerra Mundial, o advento do Fascismo Italiano, de cunho Nacionalista, muito aguçou os sentimentos patrióticos não só na Europa, como aqui na América, particularmente no Brasil. Não apenas cultuavam os sentimentos nacionais, como combatiam a rescém-Revolução Russa, que pregava o Internacionalismo comunista. No Brasil do início do século XX, os movimentos literários de Cruz e Souza e Elísios de Carvalho, até 1918, pregavam os valores morais do homem brasileiro, valores êstes ‘Integrais’, dentro do espírito indígena, caldeado com o europeu e o negro africano, assim foram os movimentos naturista e modernista. No entanto, à partir da criação do Partido Comunista Brasileiro, em março de 1922, esses mesmos movimentos literários despertaram para mais uma luta: o Anti-Comunismo. Esta foi a motivação do nascimento verde-amarelo,grupo que depois se constituiu no famoso “Grupo da Anta”, animal sagrado do folclore tupi. Daí, até 07/10/1931, são fundados outros movimentos, como “Ação Patrinovista do Brasil” e a “Ação Social Brasileira,mas ambas acabaram por se absorver à “Ação Integralista Brasileira”,em 07 de Outubro de 1932.
Assim, dentro da Historiografia Positivista, observamos os fenômenos de Causas e Efeitos.
ASCENÇÃO E QUEDA DO INTEGRALISMOPor outro lado, um forte Nacionalismo Patriótico despertava em várias regiões da mesma Europa (Polônia, Tchecoslováquia, Bóznia-Hezergovina, Bascos na Espanha, etc...). Segundo o Historiador inglês Edward Carr afirmava, “Em História, tôdo o acontecimento tem consequências futuras onde o passado e o presente se inserem no tempo.” Após a Primeira Guerra Mundial, o advento do Fascismo Italiano, de cunho Nacionalista, muito aguçou os sentimentos patrióticos não só na Europa, como aqui na América, particularmente no Brasil. Não apenas cultuavam os sentimentos nacionais, como combatiam a rescém-Revolução Russa, que pregava o Internacionalismo comunista. No Brasil do início do século XX, os movimentos literários de Cruz e Souza e Elísios de Carvalho, até 1918, pregavam os valores morais do homem brasileiro, valores êstes ‘Integrais’, dentro do espírito indígena, caldeado com o europeu e o negro africano, assim foram os movimentos naturista e modernista. No entanto, à partir da criação do Partido Comunista Brasileiro, em março de 1922, esses mesmos movimentos literários despertaram para mais uma luta: o Anti-Comunismo. Esta foi a motivação do nascimento verde-amarelo,grupo que depois se constituiu no famoso “Grupo da Anta”, animal sagrado do folclore tupi. Daí, até 07/10/1931, são fundados outros movimentos, como “Ação Patrinovista do Brasil” e a “Ação Social Brasileira,mas ambas acabaram por se absorver à “Ação Integralista Brasileira”,em 07 de Outubro de 1932.
Assim, dentro da Historiografia Positivista, observamos os fenômenos de Causas e Efeitos.
DE 1922 A 1927 => Formação do grupo ‘Verde-Amarelo’, e formação do ‘Grupo da Anta’, daí até 1927, se amplia o sentimento Nacional, com os valores nacionais, onde o “totem” é o sentimento indígena à tupi, onde se distinguem a “Ação Patrianovista do Brasil”, de Olbiano de Melo, e a “Ação Social Brasileira”, de J. Fabrino;
DE 1928 A 1932 => Já são nítidos os pensamentos integralistas, com os Manifestos e as obras de Plínio Salgado: “O Estrangeiro”; “Literatura e Política”; “República de 1889, Favorável e Desfavorável”; “A Cidade e a Província” e “A Quarta Humanidade”;
DE 1932 A 1934 =>Proclamação Oficial da AIB (Ação Integralista Brasileira),em
07/10/1932 com Plínio Salgado, Alfredo Buzaid, Santiago Dantas, Rui Arruda,Almeida Sales e Angelo Simões Arruda, quando paralelamente são criados o jornal “A Razão” e o SEP (Sociedade de Estudos Políticos), a AIB dá ao governo Vargas, uma vez que este adotou o sistema corporativo baseado na Carta del Lavoro,de Mussolini, fato que culminou com a Constituição de 16/07/1934;
DE 1934 A 1938 => Apogeu do Integralismo, com a nítida característica de Estado, quando se organiza em executivos nacional, regional órgãos consultivos (Câmara dos 40 e Câmara dos 400) e Núcleos Municipais.Os aspectos jurídicos eram julgados pelo SEP. Em 10 de Novembro de 1937, Vargas fecha o Congresso, impõe a Carta de 1937, fecha todos os partidos políticos, inclusive a AIB. Esta se rebela e conspira; em 11 de Maio de 1938, ataca o Palácio Guanabara, com a intenção de depor Vargas e proclamar o Estado Integralista. Mas, a intenção não vinga, os rebeldes são dominados, os chefes são presos e fuzilados; Mas alguns conseguem escapar, se refugiando em Embaixadas estrangeira; Plínio Salgado seria preso em 26 de Janeiro de 1939, e exilado inicial mente na Fortaleza de Santa Cruz (Niterói), e depois em Portugal, até o fim do governo Vargas, em 1945;
DE 1938 A 1945 => Hiato de tempo, em que o Brasil esteve sob a ditadura do Estado Novo;
DE 1945 A 1965 => Com o fim da ditadura Vargas(29/10/1945), a AIB ante os traumas e rancores do Anti-Fascismo, procurou se organizar com a sigla PRP (Partido da Representação Popular), mas por circunstâncias lógicas, não mais com aquela ênfase e força, porém, ainda conseguiu dentro deste período,eleger para a Câmara Federal alguns deputados; Com o Golpe Militar de 31 de março de 1964, todos os partidos foram perdendo forças, até ao seu fecha mento definitivo, em 27/10/1965, incluindo o PRP....
Com a criação do PRP (Partido de Representação Popular), o Integralismo fez um gigantesco esforço para ressuscitar a sua ideologia, porém encontrou sérios obstáculos, como:
a) A legalização do Partido Comunista Brasileiro (PCB),em 1945, com forte conotação política;
b) O Anti-Fascismo do Pós-Segunda Guerra;
c) Forte oposição liberal;
Mesmo assim, consegue uma fraca representação nas câmaras municipais, estaduais e federal, e seu lema principal, era o Anti-Comunismo e no campo social, o aprimoramento das classes.
Decorridos três anos, em 1948, a sua atuação ficou mais fácil, pois o PCB, fora fechado um ano antes, os rancores da guerra estavam amainados e o Governo Dutra necessitava de aliados contra os comunistas rancorosos, e assim, neste ano todos os oficiais das Forças Armadas, que foram excluídos por ocasião do levante de 11/05/38, foram anistiados e reintegrados.
O PRP procurou então, fazer o seu programa mais corporativo possível, fazendo alianças com um partido conservador (UDN), com essa finalidade. Manteve-se nesse programa os governos que se seguiram: Getúlio Vargas (1951/54), Café Filho(1954/55), sendo que neste período foi lançada a Candidatura de Plínio Salgado à Presidência da República; foi derrotado por Juscelino Kubistchek (1956/61), mas obteve cerca 8% de votos válidos.
Em 1957, quando houve o Congresso Integralista, no qual foram homenageados os “Águias Brancas”(postos honoríficos da extinta AIB), decidiu-se pela candidatura de Plínio Salgado à Câmara Federal, sendo concretizado em 1958, e se reelegendo sucessivamente em 1962, 1966 e 1970.
Com o advento do Regime Militar (1964/85), os Integralistas apoiaram o Golpe, nos seus primórdios, todavia passaram a criticá-lo já em 1965, inclusive o mesmo ano em que o Ato
Institucional N° 2, de 27/10/1965 extinguia todos os partidos, criando o Bipartidarismo, sendo
um de apoio ao Governo (Arena - Aliança Renovadora Nacional) e um da oposição (MDB –
Movimento Democrático Brasileiro); Plínio Salgado se inscreveu na Arena e lá permaneceu até
se afastar da vida pública em 1974.
Ainda em pleno regime militar, no Governo do General Garrastazu Médici (1969/74), há uma última tentativa de ressurgimento do Integralismo, com o Ministro da Justiça Alfredo Buzaid tenta enxertar complementos corporativos na Constituição de 1969, sem êxito. Com o falecimento de Plínio Salgado aos 80 anos em SP, em 07 de Dezembro de 1975, os ideais integralistas sofreram um rude golpe, mas não morreram de todo, pois de minha passagem pela Universidade Santa Úrsula, de 1987 a 1990, conheci quatro colegas integralistas, que tinham a coragem não só de assumirem, como se defrontarem com uma grande massa de marxistas.
Foi realizado nos dias 04/12 e 05/12 de 2004 na cidade de São Paulo o Congresso Integralista para o Século XXI. Na ocasião foi criado o novo movimento Integralista hoje denominado FIB (Frente Integralista Brasileira). Atualmente, os integralistas reorganizam-se em todo país, com a criação de centenas de núcleos nas mais diversas regiões. A Frente Integralista Brasileira conta com alguns braços regionais.
O Integralismo em toda a sua trajetória, principalmente na década de 1930, penetrou com muita receptividade tanto na Sociedade, como na família brasileira, dado ao seu próprio lema “DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA”.Assim,como o imenso apoio da Igreja Católica, a quem o Povo Brasileiro maciçamente pertencia e ainda pertence! Já no ‘Manifesto da Anta’,em 1922,essa característica, e o Anticomunismo foram as bases com as quais o grupo verde-amarelo lançou as premissas do que seria mais tarde, o Integralismo. Essas premissas foram paulatinamente ganhando eco em toda a camada da classe média brasileira, como também, em grande parte da classe humilde, durante a década de 20.
Outro fator preponderante foi a essência da doutrina corporativa, uma vez que, as classes sempre tiveram uma coesão de reivindicações. Isto teve uma grande influência na década de 30.
E, justamente a partir desta década, foi que o Integralismo penetrou a fundo na sociedade brasileira, dando o seu espírito de patriotismo radicalmente dentro dos parâmetros nacionalistas, recebendo as adesões de todos os setores sociais, incluindo de uma boa parte das forças armadas, principalmente da Marinha(cerca de 80%!)..
O que é importante, porém, é que havia nessas adesões, um sentimento puro e honesto de um ideal que via realmente um Brasil acima de quaisquer interesses regionais e mesquinharias políticas e ambições individuais, objetivando unicamente um País forte e integrado dentro de suas origens, tradições e princípios nativistas, com os quais se acreditava no verdadeiro sentido de “Ordem e Progresso”. Essas foram as razões às quais, o Integralismo se refletiu na sociedade e na família brasileira.
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