"Esta
será a árvore do Menino Jesus! Reuni-vos em torno dela, não mais
no bosque selvagem, mas em vossos lares; ali não haverá sangue, mas
abrigo, presentes amorosos e gestos de bondade."
Um
santo muito estimado na Alemanha, mas menos conhecido no Brasil: São
Bonifácio, apóstolo dos povos germânicos e popularmente
identificado como o “criador da árvore de Natal“.
Ele nasceu na
Inglaterra por volta do ano 680 e, após entrar na ordem dos monges
beneditinos, foi enviado como missionário à região da atual
Alemanha, onde, como bispo, começou a percorrer os povoados como
apóstolo incansável da mensagem de Cristo. Nas palavras do Papa
Bento XVI, ele tinha um “dom para a organização” e era
reconhecido pelo “caráter flexível e amigável, mas forte”.
O “deus do
trovão”
Na região da Baixa
Saxônia, perto de Geismar, havia uma comunidade pagã que, no
inverno, realizava um sacrifício humano ao deus nórdico do trovão,
Thor. A vítima costumava ser uma criança. O terrível sacrifício
era feito junto a um carvalho, árvore considerada sagrada por aquele
povo. Tratava-se, precisamente, do “Carvalho do Trovão”.
Lá pelo ano 723,
São Bonifácio viajava por aquela região e, a conselho de outro
bispo, resolveu destruir o Carvalho do Trovão para acabar com
aqueles assassinatos abomináveis e para mostrar aos pagãos que não
cairia do céu nenhum raio lançado por Thor contra a sua cabeça.
Junto com seus
companheiros, São Bonifácio chegou ao vilarejo na véspera de
Natal, justo a tempo de impedir o sacrifício. O santo se aproximou
das pessoas reunidas diante do Carvalho do Trovão, levantou seu
báculo de bispo e declarou:
“Eis
o Carvalho do Trovão e eis a Cruz de Cristo que romperá o martelo
do Thor, o falso deus!”
O carrasco ainda
tentou levantar um martelo para matar o menino que ia ser
sacrificado, mas o bispo estendeu o báculo para frear o golpe e
então aconteceu o milagre: o báculo de madeira fez o pesado martelo
de pedra se espatifar, salvando aquela vida inocente.
Um
dos mais emblemáticos discursos de Natal de todos os tempos
Segundo a tradição, São Bonifácio disse ao povo:
“Escutai,
filhos do bosque! Não jorrará sangue esta noite. Porque esta é a
noite em que nasceu o Cristo, o Filho do Altíssimo, o Salvador da
humanidade. Ele é mais justo que Baldur, maior que Odim, o sábio,
mais gentil que Freya, o bom. Desde a vinda d’Ele, o sacrifício
terminou. A escuridão, Thor, a quem invocastes em vão, é a morte.
No profundo das sombras de Niffelheim ele se perdeu para sempre. A
partir de agora, vós começareis a viver. Esta árvore sangrenta
nunca mais escurecerá a vossa terra. Em nome de Deus, eu a
destruirei”.
Bonifácio então,
sempre de acordo com os relatos populares, pegou um machado que
estava perto do carvalho e, quando o brandiu no ar, uma poderosa
rajada de vento varreu de repente o bosque e derrubou a árvore pelas
próprias raízes, deixando-a em quatro pedaços. Com sua madeira,
ele construiria mais tarde uma capela.
São Bonifácio
árvore de Natal
Diante do povo
estarrecido porque Thor não fulminara Bonifácio com seu raio
vingador, o bispo prosseguiu o seu discurso, agora apontando para
outra árvore ali próxima: um pequeno abeto.
“Esta
arvorezinha, este pequeno filho do bosque, será nesta noite a vossa
árvore santa. Esta é a madeira da paz; é o sinal de uma vida sem
fim, porque as suas folhas são sempre verdes. Olhai a sua ponta
voltada ao céu. Esta será a árvore do Menino Jesus! Reuni-vos em
torno dela, não mais no bosque selvagem, mas dentro dos vossos
lares; ali haverá abrigo e não ações sangrentas; ali haverá
presentes amorosos e gestos de bondade”.
O nascimento de
uma belíssima tradição
É claro que não
existem registros documentais desse episódio para além das
tradições repassadas popularmente. O que é fato histórico é que
São Bonifácio realmente foi um dos maiores responsáveis pela
conversão dos povos germânicos, pela eliminação dos sacrifícios
humanos vinculados aos cultos pagãos naquela região e pelo início
de uma nova tradição que perdura até hoje: a de, na época do
Natal, decorar nos lares uma árvore que celebrasse a nova vida
trazida pelo nascimento do Salvador.
Atribui-se a São
Bonifácio, historicamente, a adoção da árvore de Natal como
símbolo da vinda de Jesus.
Você
quer saber mais?
O santo que criou
a árvore de Natal e derrotou com ela o “deus do trovão”: São
Bonifácio e a árvore de Natal.
https://pt.aleteia.org/2019/06/05/o-santo-que-criou-a-arvore-de-natal-e-derrotou-com-ela-o-deus-do-trovao/
https://radio.cancaonova.com/cachoeira-paulista---fm/arvore-de-natal-existe-um-dia-certo-para-monta-la/
https://cleofas.com.br/o-que-a-arvore-de-natal-simboliza/
https://www.portalsaofrancisco.com.br/calendario-comemorativo/arvore-de-natal