Fritz Julius Kuhn, conhecido como o Führer americano e Líder do German American Bund.
Entre
as muitas organizações potencialmente subversivas que surgiram nos Estados
Unidos, uma delas causou grande preocupação ao FBI por sua determinação em
alterar a inicial neutralidade norte-americana e propiciar o apoio norte-americano
aos países do Eixo. Tratava-se do Bund Germano-Americano. O país tinha outras
organizações com ideologia mais ou menos similar, como o Partido
Nacional-Socialista Americano, a Frente Cristã, os Cruzados Cristãos pelo
Americanismo, o comitê América Primeiro e os grupos ultra-americanos e
patriotas, sem esquecer da Ku-klu-Klan, mas o Bund era a mais organizada de
todas elas.
Em
1933, Rudolf Hess havia autorizado a fundação de um Partido Nazista
norte-americano, denominado Amigos da Nova Alemanha, com o apoio do cônsul
alemão em Nova York. O primeiro líder do partido foi Heinz Spanknobel, e uma de
suas primeiras atividades consistiu na edição de um jornal em alemão, o New
Yorker Staats-Zeitung, para promover um sentimento simpatizante para com o
nazismo. Mas Spanknobel acabou sendo deportado por causa
de suas atividades e considerado um agente inimigo dos Estados Unidos. Como as
atividades do grupo eram pouco discretas, Hess dissolveu-o em 1935.
Congresso da Federação Germano-Americana em 1939.
Muitos
de seus ex-membros fundaram uma organização no ano seguinte, em Buffalo (estado
d Nova York). Tratava-se da Liga Germano-americana (Amerikadeutscher
Volksbund), sob a direção de Fritz
Kuhn, um veterano alemão da Primeira
Guerra Mundial. Rapidamente, a organização viu crescer o número de seus membros,
muitos dos quais eram imigrantes alemães de primeira ou segunda geração. O Bund
imitava a organização do partido alemão, e inclusive chegou a ter sua versão do
uniforme da Juventude Hitlerista. Além da atividades culturais e desportivas, existia um forte doutrinamento
político entre seus membros.
O
Bund chegou a criar colônias de férias em Nova York e New Jersey e várias
cervejarias, cujos donos eram alemães, converteram-se em centros de encontro em
Chigaco e Milwaukee. Os ataques antisemitas tornaram-se mais freqüentes e a
organização começou a ficar cada vez mais parecida com sua inspiradora. A
Alemanha apenas prestou ajuda ao Bund, mas seus membros estavam desejosos de
reconhecimento.
Passeata organizada pela Federação Germano-Americana em Nova Iorque em Wall Street.
Em
1936, por ocasião da Olimpíadas de Berlim, uma delegação do Bund, encabeçada
pelo próprio Kuhn, viajou até a cidade e
foi recebida por Adolf Hitler na Chancelaria. Um ano depois, o FBI vigiava
rigorosamente suas atividades, e chegou-se a cogitar que aproximadamente 200
mil membros da organização estavam dispostos a fazer uso de armas contra os Estados Unidos. Na verdade, o Bund nunca teve mais de 8,5 mil membros e 5
mil simpatizantes. A Alemanha continuou sem prestar apoio e chegou a proibir a
utilização de seus símbolos pelo Bund.