As
Cruzadas foram expedições militares europeias enviadas ao Oriente a partir do
final do século XI.
A convocação do papa: Em 1076, Jerusalém, cidade sagrada para os cristãos, foi tomada por
turcos muçulmanos. No final do século XI,
o papa Urbano II convocou os
cristãos para reconquistar Jerusalém.
Reis, nobres e pessoas provenientes de diferentes regiões da Europa atenderam o
chamado do papa e rumaram em direção à cidade. A palavra ‘cruzada’ não é contemporânea
ao seu acontecimento, ou seja, não era utilizada por aqueles que viveram no período.
Apenas em meados do século XIII,
quando o movimento cruzadista declinou é que esse termo apareceu. O nome surgiu
por causa da vestimenta dos guerreiros cristãos, que costuravam cruzes em suas
roupas. Quando as cruzadas tiveram início forma chamadas apenas de peregrinação ou de guerra-santa.
Além da religiosidade: Não era apenas a Igreja que
tinha interesse em promover as Cruzadas. Comerciantes das cidades de Gênova e
de Veneza monopolizavam as atividades comerciais no Mar Mediterrâneo. Esses
homens procuravam formas de também controlar os portos do Oriente. Para eles,
as Cruzadas representavam a oportunidade ideal para ampliar e defender as áreas
de comércio. Ainda havia interesses políticos e sociais na organização das
Cruzadas. O aumento populacional deixou
muitos nobres sem terras, uma vez que apenas o primogênito podia herdar as
terras da família. Por isso, muitos nobres aderiram às Cruzadas em busca de
riquezas e terras no Oriente. Já para os marginalizados da sociedade europeia,
as Cruzadas representavam a oportunidade de conseguir melhores condições de
vida nas regiões orientais.
Os resultados das Cruzadas: Os cruzados conquistaram
Jerusalém e fundaram pequenos Estados no
Oriente. Na metade do século XIII, porém, Jerusalém foi reconquistada pelos
muçulmanos e os Estados cristãos desapareceram. Apesar do insucesso religioso,
as Cruzadas contribuíram para acelerar as mudanças sociais que já estavam
ocorrendo na Europa desse período.
►Enfraquecimento do sistema feudal, já
que, de um lado, os senhores endividaram-se para montar seus exércitos e, de
outro, muitos servos que partiram para as Cruzadas com seus senhores não
retornaram.
►Muitas
terras do norte da Europa ficaram
praticamente despovoadas em razão da partida de seus habitantes para a
luta.
►O
Mar Mediterrâneo recuperou a importância
de antes, pois, com as Cruzadas, aumentou o movimento de embarcações que
transitavam por ele.
►O
aumento do comércio entre o Oriente e o
Ocidente, principalmente pelos portos de Gênova e Veneza, usados pelos
cruzados para embarcar para o Oriente.
►O contato com os muçulmanos possibilitou
ampliar o acesso dos europeus ao conhecimento produzido na Antiguidade
greco-romana, preservado pelos
árabes, em áreas como filosofia
e matemática. Além disso, com
as Cruzadas, os europeus tiveram mais contato com o próprio conhecimento produzido pela cultura
muçulmana, sobretudo nas áreas da matemática e da arquitetura. Não se
pode, no entanto, supervalorizar o papel das Cruzadas no enfraquecimento do
sistema feudal. A sua importância foi a de contribuir para a expansão comercial e para a crise do trabalho servil, mudanças que
já estavam ocorrendo na Europa.
O
cotidiano das Cruzadas: Não
foram apenas clérigos, peregrinos, comerciantes e cavaleiros que participaram
das Cruzadas. Muitas crianças, doentes, mulheres e aventureiros seguiram nas
expedições. Essas pessoas enfrentavam inúmeras dificuldades: falta de
alimentos, enchentes, estradas esburacadas, ataques de bandidos e doenças.
Acredita-se que, de cada quatro cruzados que partia da Europa, apenas um
conseguia chegar à Terra Santa.