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domingo, 27 de julho de 2014

Palestina: a Terra, o seu Povo e a sua História, Parte I.


Parte do Muro original de Jebus (atual Jerusalém).

            Jerusalém foi fundada há 4200 anos por um dos povos que constituem a estirpe palestina: os jebuseus, pertencentes ao tronco cananeu. O seu nome original, Jebusalem, incorpora a palavra Salem (Salam) que significa paz. Os cananeus partilharam o seu território em completa harmonia com os filisteus, que se estabeleceram na costa e se misturaram racialmente com outros povos do mar, sobretudo com as ilhas gregas, especialmente Creta. Alguns historiadores confundiram-se e consideram os filisteus originários dessa ilha, mas isso foi uma integração posterior. Outros, equivocadamente, consideram os filisteus e os cananeus como povos camitas. Basta ver os seus idiomas para reconhecer a origem semita, aparentados com o idioma árabe. Mil anos mais tarde, os hebreus chegaram à Palestina, conquistando-a a sangue e fogo; os hebreus não foram os povoadores originais da Palestina e não fundaram Jerusalém.
           
            Há mais de 5.000 anos, depois que um período de seca assolou a Península Arábica, os cananeus, tribos dos árabes semitas, vieram se estabelecer nos territórios a leste do Mar Mediterrâneo que formam, hoje, a Síria, o Líbano, a Jordânia e a Palestina. Os jebusitas, um subgrupo cananeu, fundaram Jebus – Jerusalém – no lugar onde ela está localizada hoje e edificaram o primeiro muro a seu redor, dotado de 30 torres e sete portões. Aproximadamente 2.000 anos mais tarde, os filisteus, vindos de Creta, chegaram na terra de Canaã. Misturaram-se com as tribos cananeias e viveram na área que agora se estende da Faixa de Gaza até Ashdod e Ashkelon. Os cananeus deram aos territórios que eles habitaram o nome bíblico de “A Terra de Canaã”,  enquanto os filisteus deram-lhe o nome de Filistina ou ‘Palestina’.

            Os cananeus descobriram que estavam numa localização estratégica e cercada por poderosos impérios originários do Egito a sudoeste, através do Mediterrâneo a oeste, e Mesopotâmia e Ásia a nordeste. Mais de um milênio antes do nascimento de Cristo, egípcios, assírios, babilônios, persas, mongóis, gregos e romanos cresceram ao redor da terra dos cananeus e filisteus e a governaram por variados períodos de tempo. A posição geográfica da área significava que ela servia tanto como um ponte entre os vários impérios regionais, como uma arena para as lutas e conflitos entre eles. Em consequência, os cananeus nunca puderam estabelecer um estado forte e unificado, e suas organizações políticas tomaram a forma de cidades independentes dotadas de governos ligados por relações federativas. 

A Copa Além do Futebol!


            Nossa nação encontra-se longe de possuir condições para receber um evento de magnitude internacional como a Copa do Mundo de Futebol. Baseio-me nisto pelo grande absurdo de nossa realidade do dia-a-dia. Vivemos em uma nação rica onde uma pequena elite fica com toda riqueza e o restante da população precisa lutar pelo que sobra. A realização da Copa no Brasil custará 30 bilhões de reais, sendo 94% advindo de dinheiro dos cofres públicos. Quando comparamos esse valor ao que é investido em educação e saúde no Brasil em relação ao nosso PIB, nosso governo gasta 10% de seu PIB em educação e 12% em saúde. O Brasil ocupa 85° posição no IDH mundial (Índice de desenvolvimento humano), ocupamos a penúltima posição no ranking mundial de educação (segundo pesquisa da Economist Intelligence Unit (EIU)). Sem esquecermos-nos das áreas menos favorecidas de nossa nação aonde nem escolas existem e se existem mal possuem a presença de professores.

            Nossa realidade não está em conformidade com os gastos exorbitantes de um evento que não proporcionará o retorno desejável, pois necessitamos de cidadãos com uma boa educação para nos tornarmos uma nação campeã na educação, nossas escolas e professores estão abandonados. Escolas completamente esquecidas pelo governo com bibliotecas sem recursos, ausência de especialização técnica, falta de professores em diversas áreas da educação básica e média, uma assustadora formação de analfabetos funcionais, poucas ou nenhuma presença de salas de multimídia e informática. Necessitamos de grandes investimos na saúde, pois nossos hospitais estão “sucateados”, abandonados, nossos irmãos brasileiros ficam meses esperando para consultar com um especialista nos Postos de Saúde do SUS. Pessoas morrem todos os dias em todos os Estados da Federação de doenças evitáveis ou por falta de tratamento ou atendimento de urgência/especialidade.

            Embora muito se tenha falado sobre haver vantagens na realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, particularmente como cidadão e contribuinte não concordo com essas afirmações, pois não caracterizam nossa realidade nacional. Uma realidade de uma nação subdesenvolvida, com a população carente dos mais básicos serviços públicos.  Muitos falam que a visibilidade que o país terá neste período será uma vantagem, mas oque será realmente visto? Os Estádios “Padrão Fifa” ou as Escolas e Hospitais dentre outros “Padrão Brasil”. Os mais otimistas esperam que esta visibilidade possa atrair, por exemplo, investidores para que venha conhecer o país e suas características, não só futebolísticas. Mas que tipos de investidores esse evento pode trazer para um país onde grande parte da população vive a margem da miséria? Investidores no turismo sexual, no tráfico de drogas, no tráfico humano.