Francisco
Franco, 1939. Imagem: umich.edu.
Por
Félix Maier (Este autor concorda com o uso dos seus textos, desde que informem
a autoria e o local da divulgação).
A Guerra Civil foi o
acontecimento mais dramático e traumático que ocorreu antes da eclosão da
Segunda Guerra Mundial. Nela estiveram presentes, em aberto enfrentamento,
todos os elementos ideológicos, políticos e militares que marcaram o século XX. A guerra civil teve início
após um pronunciamento dos militares ‘rebeldes’ nacionalistas liderados por
Francisco Franco, entre 17 e 18 de Julho de 1936, e terminou em 1° de abril de 1939, com a
derrota dos republicanos comunistas.
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“A
Constituição de 1931 havia feito da Espanha uma ‘república democrática dos trabalhadores de todas as classes’, com
separação entre Igreja e Estado, parlamento unicameral, regime parlamentarista,
autonomia regional para o País Basco e para a Catalunha, sufrágio universal
extensivo às mulheres e aos soldados. Os títulos de nobreza foram abolidos e
decretou-se o divórcio. Uma lei agrária, de 15-IX-1932, permitiu a expropriação
dos latifúndios. As propriedades das ordens religiosas foram postas à
disposição da nação. (...) Tão drásticas reformas não chegaram a efetivar-se:
perderam-se na violência generalizada, em greves e motins de toda sorte”
(Barsa, Encyclopaedia Britannica do Brasil, Vol. 8, pg. 390 e 391).
Situação da frente em novembro de 1938. Imagem: umich.edu.
Uma cruzada contra o
comunismo
A violência da
esquerda se intensificou a partir de 1936: “Em junho, a violência piorou. A 16
de junho, Robles, num último aviso, leu em voz alta para as Cortes uma lista de
ultrajes e atrocidades: 160 igrejas queimadas, 269 assassinatos (a maioria
políticos), 1.287 casos de agressão, 69 destruições de escritórios políticos,
113 ‘greves gerais’, 228 greves parciais, 10 sedes de jornal saqueadas” (Paul
Johnson, in "Tempos Modernos", pg. 273).
A República espanhola foi tomada pela polícia secreta de Stalin, pois o PC espanhol era controlado pela Embaixada russa, pelas unidades da NKVD e da OGPU, sob Alexander Orlov, e por figuras do Komintern, como o francês André Marty.
As facções em luta no início do conflito (Verão de 1936); a zona nacionalista está em azul, a republicana em vermelho, e o verde expressa os avanços dos nacionalistas. Imagem: umich.edu
A guerra civil estourou no
dia 17 de julho. Tropas
do general Franco, aliadas dos
monarquistas, classes conservadoras e falangistas se rebelam contra o Governo
republicano dominado por liberais, radicais, socialistas, anarquistas,
comunistas (tanto stalinistas quanto trotskistas), separatistas bascos e
catalães, ocasionando a Guerra Civil (1937-39).
Os republicanos da
“Frente Popular” receberam ajuda militar do Reino Unido, México,
França, URSS e, principalmente, das “Brigadas Internacionais”,
formadas
por 60.000 voluntários de todo o mundo. “A URSS limitou-se a enviar técnicos e
‘conselheiros’ desarmados, pagando-se, ao fim da guerra, com o seqüestro do
ouro do Tesouro espanhol” (Barsa, Vol. 8, pag. 390) – o que comprova a íntima
ligação entre o Governo “republicano” e os comunistas.
Os nacionalistas de Franco contaram, ainda,
com o apoio das organizações católicas e monárquicas, e receberam
ajuda da Legião Condor, da Alemanha nazista, e de várias divisões de
camisas-negras, da Itália fascista e de Portugal (Viriatos foi o nome genericamente dado aos voluntários portugueses
que combateram na Guerra Civil Espanhola ao lado dos nacionalistas. O
seu número total de membro da “Legião
Viriatos” é matéria ainda controversa. Uma estimativa cautelosa aponta para
um número máximo de 6000.
Situação da frente em outubro de 1937. Imagem: umich.edu
Nessa
Guerra, em 1937, foi feito o primeiro emprego maciço de bombas, pelos nazistas,
contra