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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

América Anglo-Saxônica

A América Anglo-Saxônica é formada principalmente por dois países: Estados Unidos e Canadá. Essa região está localizada na porção norte do continente americano e é chamada de "anglo-saxônica" por causa da forte influência da língua inglesa e da cultura britânica em sua formação histórica.

Geograficamente, possui grande diversidade de relevo e clima. Nos Estados Unidos, encontramos desde áreas montanhosas, como as Montanhas Rochosas, até planícies férteis e desertos. O Canadá tem vastas florestas boreais, lagos e regiões frias ao norte. Ambos os países têm grande extensão territorial e são ricos em recursos naturais.

No aspecto social, são países desenvolvidos, com alta qualidade de vida, elevado índice de desenvolvimento humano (IDH), bom acesso à saúde e educação. No entanto, também enfrentam desigualdades sociais, principalmente nas grandes cidades.

Economicamente, a América Anglo-Saxônica é muito poderosa. Os Estados Unidos possuem a maior economia do mundo, com forte presença na indústria, tecnologia e serviços. O Canadá também tem uma economia forte, baseada na mineração, energia, agricultura e comércio com os EUA.

Politicamente, ambos são democracias consolidadas. Os Estados Unidos têm um sistema presidencialista e o Canadá é uma monarquia parlamentarista, com a Rainha do Reino Unido como chefe de Estado simbólica. Eles têm grande influência nas decisões internacionais e participam de importantes blocos econômicos e políticos, como o G7 e a OTAN.

A cultura da América Anglo-Saxônica tem grande influência global, especialmente através do cinema, da música, da tecnologia e da moda. Hollywood, nos Estados Unidos, é o principal centro da indústria cinematográfica mundial. Além disso, grandes empresas de tecnologia como Apple, Microsoft e Google têm sede nessa região. O idioma inglês também é considerado uma “língua global”, sendo usado em negócios, ciência e turismo. Essa influência cultural reforça o poder geopolítico da região.

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Referências bibliográficas:

CLAVAL, Paul. Geografia e ação. Florianópolis: Editora da UFSC, 2011.

MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.

MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o Ensino Médio. São Paulo: Moderna, 2016.

VESENTINI, José William. Sociedade e espaço: geografia geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2013.

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

As Independências na África

Durante séculos, os países africanos foram colonizados por potências europeias, como Inglaterra, França, Portugal, Bélgica, entre outras. Esses países impuseram sua cultura, sua religião e exploraram os recursos naturais da África, como ouro, petróleo, diamantes e terras férteis. Além disso, os africanos foram frequentemente tratados como cidadãos de segunda classe, sem direitos políticos e com pouca ou nenhuma liberdade.

A situação começou a mudar no século XX, especialmente após a Segunda Guerra Mundial (1939–1945). A guerra enfraqueceu os países europeus e fortaleceu movimentos nacionalistas em várias partes do mundo. Muitos africanos que lutaram ao lado dos europeus durante a guerra voltaram com o desejo de conquistar liberdade para seus próprios países.

Nas décadas de 1950 a 1970, houve uma grande onda de independências no continente africano. Um dos primeiros países a conquistar sua independência foi Gana, em 1957, liderado por Kwame Nkrumah. Esse evento inspirou vários outros movimentos ao redor da África. Em poucos anos, dezenas de países africanos deixaram de ser colônias e se tornaram nações independentes.

No entanto, o processo de independência nem sempre foi pacífico. Em alguns lugares, como Argélia (colônia francesa) e Angola e Moçambique (colônias portuguesas), houve guerras sangrentas, com muitos mortos e destruição. Em outros, como Senegal e Tanzânia, a independência foi conquistada de forma mais pacífica, por meio de negociações.

Apesar da independência política, muitos países africanos enfrentaram (e ainda enfrentam) sérios desafios: pobreza, conflitos internos, corrupção, falta de infraestrutura e interferência de potências estrangeiras. Isso se deve, em parte, ao fato de que as fronteiras criadas pelos colonizadores não respeitavam os povos e culturas locais, o que causou conflitos entre grupos étnicos diferentes.

Mesmo assim, a conquista da independência foi um passo importante para a autodeterminação dos povos africanos. Com o tempo, muitos países vêm fortalecendo suas democracias, investindo em educação, saúde e cultura, e buscando um desenvolvimento mais justo para suas populações.

Hoje, estudar as independências africanas é essencial para entender como o colonialismo ainda impacta o mundo atual e por que a luta por igualdade e justiça continua em muitos países do continente.

Você quer saber  mais?

SANTANA, Allan. Pan‑Africanismo e descolonização das nações africanas: possibilidades de inserção no ensino de História. Belo Horizonte: Editora Dialética, 2021. 

MACQUEEN, Norrie. A descolonização da África Portuguesa. Lisboa: Inquérito, 1998.

SANTOS, Ynaê Lopes dos. História da África e do Brasil Afrodescendente. Rio de Janeiro: Pallas Editora, 2017. 

KI‑ZERBO, Joseph. História da África. [Tradução para o português]. São Paulo: editora (diversas edições). 2004.

UNESCO; Brasil; UFSCar etc. História Geral da África. Brasília: UNESCO / Secad / MEC / UFSCar, 2010.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

O Primeiro Reinado: Nem todos queriam a independência

A Independência do Brasil, proclamada por Dom Pedro em 7 de setembro de 1822, não significou que todo o território brasileiro aceitasse de imediato o rompimento com Portugal. Durante o Primeiro Reinado (1822–1831), o novo governo enfrentou várias resistências regionais, pois nem todas as províncias concordavam com a separação ou com a forma como ela ocorreu. Em algumas regiões, a presença de tropas portuguesas e a influência de comerciantes ligados à metrópole provocaram conflitos e atrasaram a consolidação da independência.

Na Bahia, a resistência foi intensa. Salvador permaneceu ocupada por forças portuguesas por quase um ano após o grito do Ipiranga. A população local, composta por soldados, lavradores, artesãos e mulheres, organizou-se para combater os portugueses. Entre os combatentes destacou-se Maria Quitéria de Jesus, que disfarçada de homem, alistou-se no exército e lutou bravamente pela causa da independência. Por sua coragem, foi reconhecida como heroína nacional e homenageada pelo próprio imperador Dom Pedro I.

No Pará, a adesão ao movimento independentista ocorreu apenas em 1823, e também foi marcada por conflitos. As elites locais temiam perder privilégios comerciais mantidos com Portugal e relutaram em aceitar a autoridade do novo governo do Rio de Janeiro. Situação semelhante aconteceu no Maranhão, onde a presença portuguesa era forte e as tropas leais a Lisboa resistiram por meses antes de se renderem.

Essas lutas mostraram que a independência não foi um processo pacífico e uniforme. Cada região viveu o movimento de forma diferente, dependendo de seus interesses econômicos e políticos. A consolidação do Brasil como país independente exigiu batalhas, negociações e a participação ativa de diversos grupos sociais, revelando que a construção da nação foi um processo longo e cheio de desafios.

Você quer saber mais?

MOTA, Myriam Becho; BRAICK, Patrícia Ramos. História: Sociedade & Cidadania – 8º ano. São Paulo: Moderna, 2018.

SCHMIDT, Mário Furley. Nova História Crítica – 8º ano. São Paulo: Nova Geração, 2017.

CAMPOS, Flávio de. História – 8º ano: das origens à formação do mundo moderno. São Paulo: Moderna, 2019.

Rede Urbana e Regiões Metropolitanas

A rede urbana é o conjunto de cidades que se relacionam entre si por meio de fluxos de pessoas, mercadorias, informações e serviços. Essas cidades se organizam de forma hierárquica, ou seja, há cidades maiores e mais importantes, chamadas metrópoles, e outras menores, que dependem delas em vários aspectos. As metrópoles concentram atividades econômicas, políticas e culturais, além de oferecerem uma grande variedade de serviços, como hospitais, universidades e centros comerciais.

No Brasil, a rede urbana se desenvolveu principalmente nas áreas litorâneas e nas regiões de maior industrialização, como o Sudeste. As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro são exemplos de metrópoles nacionais, pois influenciam todo o território brasileiro. Outras cidades, como Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador, são metrópoles regionais, com forte influência sobre os estados vizinhos.

As regiões metropolitanas surgem quando uma cidade central cresce e passa a se integrar com cidades próximas, formando uma grande área urbana contínua. Nessas regiões, é comum que as pessoas morem em um município e trabalhem em outro, utilizando o transporte público para se deslocar diariamente. Esse fenômeno é chamado de conurbação, e ele demonstra como as cidades estão cada vez mais conectadas.

As regiões metropolitanas enfrentam desafios como o trânsito intenso, a poluição, o aumento da população e a desigualdade social. Planejar essas áreas é essencial para garantir qualidade de vida, mobilidade urbana e sustentabilidade. A rede urbana, portanto, é um reflexo do desenvolvimento econômico e social de um país e ajuda a entender como as pessoas vivem e se organizam nas cidades.

Você quer saber mais?

MOREIRA, Igor. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2020.

VESENTINI, José William. Geografia Crítica: o espaço natural e o espaço humano. São Paulo: Ática, 2019.

ROSS, Jurandyr L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2021.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Aspectos naturais das Américas

O continente americano é o segundo maior do planeta, estendendo-se do Polo Norte ao Polo Sul e apresentando grande diversidade de aspectos naturais. Essa vasta extensão territorial faz com que o continente seja dividido em três partes: América do Norte, América Central e América do Sul. Essa divisão não é apenas geográfica, mas também influencia o clima, a vegetação, o relevo e a hidrografia.

O relevo das Américas é marcado por grandes contrastes. Na porção oeste, estende-se uma cadeia de montanhas quase contínua, formada pelas Montanhas Rochosas, na América do Norte, e pela Cordilheira dos Andes, na América do Sul. Já nas áreas centrais e orientais predominam planícies e planaltos, como as Grandes Planícies e o Planalto Brasileiro.

Os climas também variam bastante devido à latitude e à influência das correntes marítimas. Ao norte, predominam climas frios e polares; na faixa central, os climas tropicais e equatoriais; e ao sul, os climas temperados e frios. Essa diversidade climática contribui para a formação de diferentes tipos de vegetação, como as florestas temperadas, as florestas tropicais, os desertos e as pradarias.

A hidrografia é igualmente rica. O continente possui grandes bacias hidrográficas, como a do Rio Amazonas — a maior do mundo em volume de água —, a do Mississippi-Missouri e a do São Lourenço. Essa diversidade de rios, lagos e lagunas desempenha papel essencial na vida econômica e ambiental das Américas.

Assim, os aspectos naturais do continente americano influenciam diretamente a vida, a economia e a cultura dos povos que nele habitam, revelando a importância da relação entre o ser humano e o meio ambiente.

Você quer saber mais?

MORAES, Antônio Carlos Robert. Geografia: Grandezas Naturais e Humanas. São Paulo: Moderna, 2019.

MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil: Espaço e Globalização. São Paulo: Scipione, 2020.

ROSS, Jurandyr L. Sanches. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2018.

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Mapa mental- Agricultura no Brasil

 


Transformações no Campo: Produção, Economia, Tecnologias e Sustentabilidade

Nas últimas décadas, o campo passou por grandes transformações que modificaram a forma como os alimentos e outros produtos agrícolas são produzidos. Antes, o trabalho rural era feito de maneira mais simples, com ferramentas manuais e pouca tecnologia. Hoje, o campo está cada vez mais moderno, com o uso de máquinas, computadores, drones e sistemas de irrigação automatizados. Essas inovações aumentaram a produtividade e facilitaram o trabalho dos agricultores.

A economia do campo também mudou. A agricultura e a pecuária se tornaram atividades fundamentais para o desenvolvimento do país, gerando empregos e movimentando o comércio. Muitos produtos agrícolas, como soja, milho e carne, são exportados para outros países, o que fortalece a economia nacional.

Entretanto, o uso intenso de tecnologias e a expansão das áreas agrícolas trouxeram desafios. O desmatamento, o uso excessivo de agrotóxicos e a poluição dos rios são problemas que afetam o meio ambiente e a saúde das pessoas. Por isso, tem crescido a importância da sustentabilidade no campo, ou seja, produzir sem destruir a natureza.

Hoje, fala-se muito em agricultura sustentável, que busca equilibrar a produção de alimentos com a preservação do solo, da água e da biodiversidade. Práticas como o uso de adubos orgânicos, o plantio direto e a rotação de culturas ajudam a manter o campo produtivo e saudável. Assim, o desafio atual é continuar produzindo de forma moderna, mas com respeito ao meio ambiente e às gerações futuras.

Você quer saber mais?

ALMEIDA, J. A. de. Geografia: espaço e transformação. São Paulo: Moderna, 2019.

MENDONÇA, F. A.; SOUZA, M. A. A. Geografia geral e do Brasil: o espaço natural e socioeconômico. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

MOREIRA, J. C.; SENE, E. Geografia para o ensino fundamental: espaço e sociedade. São Paulo: Scipione, 2021.

domingo, 5 de outubro de 2025

O Governo de Fernando Henrique Cardoso (1995–2002): Estabilidade e Reformas

Fernando Henrique Cardoso (FHC) assumiu a presidência em 1995 com o prestígio conquistado pelo sucesso do Plano Real, do qual fora o principal articulador. Seu governo foi marcado pela estabilização econômica, com controle da inflação e aumento do poder de compra da população. FHC implementou um programa de reformas liberais, que incluiu privatizações, abertura ao capital estrangeiro e flexibilização das leis trabalhistas, buscando modernizar o Estado e reduzir o déficit público.

No campo social, criou programas importantes como o Bolsa Escola e o Comunidade Solidária, precursores do Bolsa Família. Em seu segundo mandato, sancionou a Lei de Responsabilidade Fiscal, que impôs maior controle dos gastos públicos. Apesar dos avanços econômicos, seu governo enfrentou críticas devido ao desemprego, à valorização cambial e à dependência do capital internacional.

FHC foi reeleito em 1998, após uma emenda constitucional que permitiu a reeleição, e concluiu seu governo em 2002, deixando um país mais estável, embora ainda desigual. Seu legado é amplamente reconhecido pela consolidação da estabilidade econômica e institucional do Brasil.

Você quer saber mais?

CARDOSO, Fernando Henrique. A Arte da Política: a história que vivi. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14. ed. São Paulo: Edusp, 2015.
SOUZA, Jessé. A elite do atraso: da escravidão à Lava Jato. São Paulo: Leya, 2017.

O Governo de Itamar Franco (1992–1994): Transição e Estabilidade Econômica

   Itamar Franco assumiu a presidência após o impeachment de Collor, em um momento de grande instabilidade política e econômica. Seu governo buscou restaurar a confiança nas instituições e promover a estabilidade nacional. Itamar adotou uma postura conciliadora e republicana, formando um ministério plural, com representantes de diferentes partidos e correntes ideológicas.

    O grande destaque de sua gestão foi a condução do Plano Real, lançado em 1994, idealizado pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. O plano introduziu uma nova moeda, o Real, e conseguiu estabilizar a economia após anos de inflação descontrolada. No campo político, Itamar se destacou pela defesa da soberania nacional e pelo incentivo à indústria automobilística, com a abertura de novas montadoras no país.

     Mesmo com pouco tempo de governo, Itamar Franco deixou um legado de estabilidade e credibilidade, pavimentando o caminho para o sucesso do Plano Real e para a eleição de seu sucessor.

Você quer saber mais?

BRASIL. Plano Real: documentos e discursos. Brasília, DF: Ministério da Fazenda, 1994.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14. ed. São Paulo: Edusp, 2015.
SILVA, Hélio. Itamar Franco: o presidente improvisado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.

O Governo de Fernando Collor de Mello (1990–1992): Reformas e Crise Política

O governo de Fernando Collor de Mello marcou o início da década de 1990 com promessas de modernização e combate à corrupção. Ele foi o primeiro presidente eleito por voto direto após a redemocratização. Collor assumiu o cargo em um contexto de hiperinflação e crise econômica. Seu principal objetivo era estabilizar a economia e reduzir a intervenção do Estado. Para isso, lançou o Plano Collor, que confiscou parte das poupanças e depósitos bancários, além de introduzir uma nova moeda, o Cruzeiro. A medida, embora drástica, não conseguiu conter a inflação de forma duradoura.

Collor também iniciou um processo de abertura econômica, reduzindo tarifas de importação e incentivando a privatização de estatais. Entretanto, seu governo foi marcado por denúncias de corrupção, envolvendo o esquema comandado por Paulo César Farias, tesoureiro de sua campanha. Em 1992, após intensa mobilização popular e a atuação dos “caras-pintadas”, Collor sofreu impeachment, sendo substituído pelo vice Itamar Franco. Seu governo deixou marcas profundas na política e na economia brasileira, abrindo caminho para novas reformas e estabilização futura.

Você quer saber mais?

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14. ed. São Paulo: Edusp, 2015.

GASPARI, Elio. A Ditadura Encurralada. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014.

SINGER, André. Collor: o homem, o tempo e o poder. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

O Governo de José Sarney (1985–1990): Transição e Desafios da Nova República

    O governo de José Sarney marcou o início da chamada Nova República, período de redemocratização do Brasil após duas décadas de regime militar. Sarney assumiu a presidência em 1985, após a morte de Tancredo Neves, eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral. Seu mandato foi caracterizado por profundas transformações políticas, econômicas e sociais. Um dos marcos de seu governo foi a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou a Constituição de 1988, símbolo do retorno pleno à democracia e das garantias de direitos civis, sociais e trabalhistas.

    No campo econômico, Sarney enfrentou uma grave crise inflacionária, herança dos anos anteriores. Para contê-la, lançou o Plano Cruzado (1986), que instituiu uma nova moeda e congelou preços e salários. Inicialmente bem recebido, o plano não se sustentou, gerando desabastecimento e novo aumento da inflação. Outros planos econômicos, como o Plano Cruzado II, o Plano Bresser e o Plano Verão, também fracassaram em estabilizar a economia.

    Politicamente, Sarney teve de equilibrar-se entre as pressões populares por reformas e as resistências das elites tradicionais. Seu governo foi essencial para consolidar as bases democráticas, mas terminou desgastado por denúncias de corrupção e pela crise econômica. Ainda assim, o período foi crucial para o fortalecimento das instituições republicanas e da liberdade de imprensa, além da ampliação da participação popular na vida política.

Você quer saber mais?

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14. ed. São Paulo: Edusp, 2015.
GASPARI, Elio. A Nova República: de Tancredo a Sarney. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016.

domingo, 28 de setembro de 2025

Império Romano

 O Império Romano foi uma das mais importantes civilizações da história, exercendo grande influência sobre a política, a cultura, a economia e a arte de seu tempo. Fundado em 27 a.C., quando Otávio Augusto tornou-se o primeiro imperador, o Império expandiu-se por vastos territórios da Europa, Norte da África e Oriente Médio. A administração romana era organizada e eficiente, com uma complexa rede de estradas, aquedutos e cidades planejadas, permitindo a integração de povos diversos.

O exército romano era uma das principais forças do Império, sendo responsável por conquistar e manter territórios, além de proteger fronteiras. A sociedade romana era estruturada em classes, incluindo patrícios, plebeus, escravos e libertos, cada uma com direitos e deveres específicos. A religião inicialmente politeísta influenciou profundamente a cultura, mas, com o tempo, o Cristianismo se tornou a religião oficial.

A economia romana baseava-se na agricultura, comércio e tributos das províncias conquistadas, possibilitando o enriquecimento da elite. O direito romano, com suas leis e códigos, influenciou sistemas jurídicos em diversos países até hoje. A arte e a arquitetura romanas, como o Coliseu, o Panteão e o Fórum Romano, refletem habilidade técnica e gosto estético refinado.

Durante séculos, o Império enfrentou crises políticas, sociais e econômicas, que culminaram em sua divisão em Império Romano do Ocidente e do Oriente. O Império do Ocidente caiu em 476 d.C., enquanto o Oriente, conhecido como Império Bizantino, perdurou até 1453. O legado romano é perceptível na língua, na arquitetura, na legislação e nos costumes contemporâneos.

Você quer saber mais?

CARR, E. H. História da Civilização Romana. Rio de Janeiro: Zahar, 1992.

FERRARI, L. O Mundo Romano: História, Cultura e Sociedade. São Paulo: Contexto, 2007.

WARD-PERKINS, B. A Queda de Roma e o Fim da Civilização. São Paulo: Unesp, 2006.

Hino do Rio Grande do Sul com a estrofe suprimida em 1966

Essa estrofe foi retirada da versão oficial do hino em 1966, durante o regime militar, por conter referências à democracia ateniense e críticas aos "tiranos", que poderiam ser interpretadas como subversivas.

Na atualidade, acabou gerando controvérsias, pois a ausência de uma estrofe tornou outra sem sentido, como ocorre com a palavra “virtude”. Ela se refere à virtude romana, que são valores fortemente ligados à maçonaria, da qual vários farrapos faziam parte.

Hino Rio-Grandense

Letra: Francisco Pinto da Fontoura (Chiquinho da Vovó)
Melodia: Joaquim José Mendanha
Harmonização: Antônio Corte Real

1ª Estrofe:
Como a aurora precursora
Do farol da divindade,
Foi o Vinte de Setembro
O precursor da liberdade.

Estribilho:
Mostremos valor, constância
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.

2ª Estrofe (suprimida em 1966):
Entre nós, reviva Atenas,
Para assombro dos tiranos,
Sejamos gregos na glória
E na
virtude, romanos.

Estribilho:
Mostremos valor, constância
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.

3ª Estrofe:
Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo;
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo.

Estribilho:
Mostremos valor, constância
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.



Transformação no campo e distribuição de terras

 As transformações no campo e a distribuição de terras fazem parte da nossa história e ainda são muito importantes hoje. Desde o tempo do Brasil Colônia, a terra sempre foi concentrada nas mãos de poucas pessoas, enquanto a maioria tinha pouco ou quase nada. Essa situação começou com as capitanias hereditárias e as sesmarias, quando enormes áreas eram dadas a famílias ricas e poderosas.

Com isso, surgiram os grandes latifúndios, que são fazendas enormes, voltadas para a produção em larga escala. Ao mesmo tempo, milhares de camponeses e trabalhadores rurais ficaram sem terra para plantar e viver. Essa desigualdade gerou muitos conflitos no campo, porque quem não tinha terra também queria a chance de trabalhar por conta própria e sustentar sua família.

No século XX, surgiram movimentos pedindo a chamada reforma agrária, que é a divisão de grandes propriedades para que mais famílias possam ter acesso à terra. A ideia é que a terra não sirva só para gerar lucro, mas também para cumprir uma função social, garantindo trabalho, alimento e dignidade para quem vive no campo.

Além disso, o campo também mudou muito por causa das máquinas, dos fertilizantes e dos agrotóxicos. Isso ajudou a aumentar a produção, mas também trouxe problemas, como o desemprego de muitos trabalhadores substituídos pelas máquinas e os impactos no meio ambiente.

Até hoje, a questão da terra continua sendo um dos grandes desafios do Brasil. Afinal, o campo pode ser um espaço de riqueza e fartura, mas também pode revelar muitas desigualdades que ainda precisamos enfrentar.

Na atualidade, a concentração de terras no Brasil ainda é muito grande, com poucas pessoas controlando enormes áreas, enquanto muitos trabalhadores rurais seguem sem acesso para viver e produzir. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um dos mais conhecidos nessa luta, organizando ocupações de terras improdutivas para pressionar o governo pela reforma agrária. Porém, o movimento também recebe muitas críticas, sendo acusado por alguns setores da sociedade de cometer abusos durante ocupações. Ao mesmo tempo, a agricultura moderna utiliza tecnologias como tratores, drones e sistemas de irrigação, o que aumenta a produção, mas também dificulta a vida de pequenos produtores que não conseguem acompanhar esses custos. Outro ponto importante é o uso de agrotóxicos, que levanta preocupações sobre saúde e meio ambiente. Apesar disso, a agricultura familiar continua sendo fundamental, pois garante a maior parte dos alimentos consumidos no país. O debate sobre a reforma agrária segue no Congresso, mas avança de forma lenta, mantendo a questão da terra como um dos grandes desafios ligados à justiça social e à segurança alimentar no Brasil.

Você quer saber mais?

MARTINS, José de Souza. O poder do atraso: ensaios de sociologia da história lenta. São Paulo: Hucitec, 1994.
PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
STEDILE, João Pedro (org.). A questão agrária no Brasil. São Paulo: Expressão Popular, 2005.

João Figueiredo e a transição para a democracia

 O governo do presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-1985) marcou o fim da ditadura militar no Brasil e o início da transição para a democracia. Último general a ocupar a presidência, ele assumiu prometendo “fazer do Brasil uma democracia” e dar continuidade ao processo de abertura política iniciado por seu antecessor, Ernesto Geisel. No entanto, essa promessa foi acompanhada de contradições, pois, ao mesmo tempo em que se falava em abertura, havia forte repressão contra movimentos sociais e greves de trabalhadores.

Um dos principais momentos de seu governo foi a Lei da Anistia, aprovada em 1979. Ela permitiu a volta de exilados políticos e concedeu perdão a crimes cometidos por opositores e também por agentes do Estado durante o regime militar. Isso trouxe alívio para famílias perseguidas, mas também gerou polêmica por colocar militares e torturadores sob a mesma condição de anistiados.

Figueiredo enfrentou uma grave crise econômica, marcada por inflação alta, desemprego e aumento da dívida externa. A insatisfação social cresceu, com greves de trabalhadores e mobilizações populares pedindo mais liberdade e participação política. Nesse contexto, surgiu o movimento “Diretas Já”, que defendia eleições diretas para presidente. Milhões de brasileiros foram às ruas, mas a emenda que permitiria o voto direto não foi aprovada pelo Congresso.

Dessa forma, manteve-se a regra da eleição indireta pelo Colégio Eleitoral. Em 1985, após intensas articulações políticas, Tancredo Neves foi eleito como o primeiro presidente civil após 21 anos de governos militares, embora indiretamente. Infelizmente, Tancredo faleceu antes de tomar posse, e quem assumiu foi seu vice, José Sarney, simbolizando o fim definitivo do ciclo militar no poder e a transição para a Nova República.

Assim, o governo Figueiredo representou tanto o último fôlego do regime militar quanto a preparação para a democracia. Sua gestão ficou marcada pelas tensões entre repressão e abertura, dificuldades econômicas e o desejo crescente da sociedade por participação popular.

Você quer saber mais?

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2015

GASPARI, Elio. A ditadura derrotada. São Paulo: Companhia das Letras, 2003

SKIDMORE, Thomas E. Brasil: de Castelo a Tancredo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

domingo, 7 de setembro de 2025

Uma breve história da Una Santa Igreja Católica Apostólica Romana

Ousar escrever um texto sobre a maior e mais antiga instituição internacional em funcionamento contínuo é um desafio. Uma instituição que vai além do mundo material, alcançando o transcendente e o espiritual, dedicada à salvação da humanidade por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 Seu nome completo é Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana (CIC 811–870). É Una, pois é única, fundada por Cristo; Santa, porque tem origem em Deus e é guiada pelo Espírito Santo; Católica, do grego katholikós, significa “universal”, chamada a anunciar o Evangelho a todos os povos; Apostólica, porque possui sucessão apostólica nos seus bispos; e Romana, pois seu centro espiritual está em Roma, na figura do Papa, sucessor de São Pedro. 

A Igreja tem sua origem no plano de Deus e se realiza progressivamente na história da salvação, mas sua fundação visível acontece com Jesus Cristo, no início de sua obra missionária (c. 27–30 d.C.). Sua manifestação plena como comunidade visível ocorreu em Pentecostes (c. 33 d.C.). 

Como instituição, a Igreja se sustenta em três pilares: Sagrada Escritura (Bíblia), Tradição (ensinamentos dos Apóstolos) e Magistério (ensinamentos oficiais do Papa e dos bispos). 

O próprio Cristo estabeleceu o primeiro Papa na pessoa de São Pedro (CIC 880–887). O primeiro concílio da Igreja, o Concílio de Jerusalém (c. 49 d.C.), definiu as bases essenciais das diferenças entre judaísmo e cristianismo. 

A Igreja Católica foi perseguida por cerca de três séculos no Império Romano. Em 313 d.C., o Edito de Milão, assinado por Constantino e Licínio, garantiu liberdade religiosa e pôs fim às perseguições. Em 380 d.C., o Édito de Tessalônica, de Teodósio I, tornou o cristianismo niceno — ou seja, a Igreja Católica — a religião oficial do Império. 

Quanto aos livros da Bíblia, foi a Tradição viva da Igreja, guiada pelo Espírito Santo, que discerniu e fixou o cânon das Escrituras (CIC 120 e 138). O primeiro concílio a definir oficialmente os livros da Bíblia foi em Roma, 382, sob o Papa Dâmaso I, registrado depois no Decretum Gelasianum. Os concílios de Hipona (393) e Cartago (397 e 419) confirmaram e consolidaram esse cânone, mantido até hoje.

Maria ocupa um lugar especial como Mãe de Cristo e modelo de santidade, enquanto os santos, unidos a Deus, intercedem por nós, demonstrando a unidade espiritual da Igreja (CIC 967–968; CIC 956–957).

Para a Igreja, os sete sacramentos são sinais sagrados instituídos por Cristo para transmitir graça divina: Batismo – nos incorpora à Igreja e nos purifica do pecado original; Confirmação (Crisma) – fortalece a fé pelo Espírito Santo; Eucaristia – participação no Corpo e Sangue de Cristo; Penitência (Confissão) – perdão dos pecados através do arrependimento; Unção dos Enfermos – consolo, graça e fortalecimento em momentos de doença ou perigo de morte; Ordem – confere o ministério sacerdotal ou episcopal; Matrimônio – união de um homem e uma mulher em amor e fidelidade, aberta à vida.

A Igreja Católica também é reconhecida como a maior instituição de caridade do mundo, atuando por meio de dioceses, paróquias, congregações religiosas e organizações como a Caritas Internacional, oferecendo saúde, educação e assistência social a milhões de pessoas.

Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam.”

Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome seja dada a glória.”

Lema dos Cavaleiros Templários



Você quer saber mais?

IGREJA CATÓLICA. Catecismo da Igreja Católica. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2013.

BÍBLIA. Sagrada Bíblia: Antigo e Novo Testamento. Tradução da Vulgata Latina por Pe. Matos Soares. São Paulo: Edições Paulinas, 1959.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

A República Romana

 A República Romana foi instaurada em 509 a.C., após a queda da monarquia etrusca e a expulsão do rei Tarquínio, o Soberbo. Esse período durou até 27 a.C., quando se consolidou o poder de Otávio Augusto e teve início o Império Romano. Durante a República, Roma estruturou um sistema político que buscava evitar a concentração de poder em uma única figura, como ocorrera na monarquia.

O governo republicano era exercido por magistraturas anuais e colegiadas, ou seja, os cargos tinham tempo limitado e eram compartilhados. Entre os principais magistrados estavam os cônsules, responsáveis pelo comando militar e administrativo, e os pretores, que cuidavam da justiça. Já os questores e edís atuavam em áreas financeiras e de manutenção da cidade.

A sociedade romana era marcada pela divisão entre patrícios, membros da aristocracia, e plebeus, que inicialmente eram excluídos das decisões políticas. Essa exclusão gerou as chamadas Lutas entre Patrícios e Plebeus, que resultaram em importantes conquistas sociais, como a criação do Tribunato da Plebe (494 a.C.), a publicação da Lei das Doze Tábuas (450 a.C.) e, mais tarde, o acesso às magistraturas.

O Senado, formado majoritariamente por patrícios, possuía enorme influência, orientando a política externa, controlando as finanças e servindo como conselho dos magistrados. Com o tempo, a República expandiu-se territorialmente, conquistando a Península Itálica e, depois, enfrentando grandes inimigos, como Cartago nas Guerras Púnicas (264–146 a.C.), que garantiram a supremacia romana no Mediterrâneo.

No entanto, a República também foi marcada por crises internas, decorrentes da desigualdade social, do acúmulo de terras nas mãos da nobreza e da ascensão de líderes militares poderosos, como Mário, Sula, Pompeu e Júlio César. A ditadura de César (49–44 a.C.) abalou as instituições republicanas, e seu assassinato abriu caminho para novas guerras civis.

Finalmente, em 27 a.C., o Senado concedeu a Otávio, sobrinho e herdeiro de César, o título de Augusto, marcando o fim da República e o início do Império Romano, que transformaria Roma na maior potência da Antiguidade.

Você quer saber mais?

LIVIO, Tito. História de Roma. São Paulo: Paumape, 1990.

FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Roma: vida pública e privada. São Paulo: Contexto, 2014.

GRIMAL, Pierre. História de Roma. Lisboa: Edições 70, 2009.

A Monarquia Romana

 A Monarquia Romana foi a primeira fase da história de Roma, tradicionalmente datada de 753 a.C., ano da fundação da cidade, até 509 a.C., quando a monarquia foi abolida e instaurada a República. Nesse período, Roma foi governada por sete reis, conforme a tradição preservada por autores como Tito Lívio. Os três primeiros – Rômulo, Numa Pompílio e Túlio Hostílio – foram de origem latina ou sabina, refletindo a diversidade étnica da região do Lácio.

A partir do século VII a.C., Roma passou a sofrer forte influência dos Etruscos, povo que habitava a região da Etrúria, ao norte do Lácio. Os reis etruscos, como Tarquínio Prisco (616–579 a.C.) e Sérvio Túlio (578–534 a.C.), introduziram importantes inovações urbanas, como a construção de muralhas, templos, o esgoto Cloaca Máxima e a organização do exército. Também fortaleceram o poder real, aproximando-o de um modelo mais aristocrático, em que os grandes clãs, os patrícios, ganhavam cada vez mais prestígio político.

Durante o reinado de Sérvio Túlio, houve reformas sociais e a primeira organização censitária, que dividia a população segundo sua riqueza, preparando a ascensão da aristocracia. Entretanto, foi no reinado de Tarquínio, o Soberbo (534–509 a.C.), que se consolidou o desgaste da monarquia. Conhecido por seu governo autoritário e violento, ele afastou o apoio dos patrícios e entrou em conflito com a nobreza romana.

O estopim para o fim da monarquia foi o episódio da violência contra Lucrécia, jovem patrícia que, após ser violentada por Sexto Tarquínio, filho do rei, suicidou-se. O fato revoltou a aristocracia, que liderou uma revolta sob comando de Lúcio Júnio Bruto. Em 509 a.C., Tarquínio foi deposto e exilado, dando lugar à criação da República Romana, marcada pela ascensão política dos patrícios e pela exclusão inicial dos plebeus das magistraturas.

Assim, a monarquia romana terminou como consequência da tensão entre os reis etruscos e a aristocracia local. A partir de então, Roma entrou em uma nova etapa de sua história, em que o poder real foi substituído por magistraturas anuais e colegiadas, preservando o prestígio dos patrícios e deixando a monarquia apenas como lembrança de um passado fundacional.

Você quer saber mais?

LIVIO, Tito. História de Roma. São Paulo: Editora Paumape, 1990.

GRIMAL, Pierre. História de Roma. Lisboa: Edições 70, 2009.

FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Roma: vida pública e privada. São Paulo: Contexto, 2014.

domingo, 24 de agosto de 2025

Vegetações nativas do Brasil

 O Brasil é um dos países mais ricos do mundo em biodiversidade, e suas vegetações nativas refletem a variedade climática, geográfica e ecológica do território. Cada bioma possui características próprias que contribuem para a manutenção dos ecossistemas, da fauna e da flora, além de desempenhar papel fundamental na vida das populações humanas.

A Amazônia é a maior floresta tropical do planeta, ocupando cerca de 40% do território brasileiro. Caracteriza-se por sua vegetação densa, árvores de grande porte, clima quente e úmido. Essa floresta é essencial para o equilíbrio climático, além de ser considerada o “pulmão do mundo” pela sua capacidade de absorver gás carbônico e liberar oxigênio.

A Mata Atlântica se estendia originalmente por grande parte do litoral brasileiro, mas hoje resta apenas uma pequena parcela devido ao desmatamento. Sua vegetação é bastante diversificada, com espécies endêmicas e adaptadas ao clima úmido. É uma das áreas mais ricas em biodiversidade do mundo, embora também esteja entre as mais ameaçadas.

O Cerrado, localizado principalmente no Planalto Central, apresenta vegetação composta por árvores retorcidas, gramíneas e arbustos. É considerado a savana brasileira e desempenha um papel vital na recarga de aquíferos e nas nascentes de importantes rios.

A Caatinga é uma vegetação típica do Nordeste, adaptada ao clima semiárido. Nela predominam plantas resistentes à seca, como cactos e arbustos espinhosos. Apesar de parecer uma vegetação pobre, é rica em espécies endêmicas que só existem nesse ambiente.

O Pampa, ou Campos Sulinos, ocupa a região do Rio Grande do Sul e é caracterizado por extensas áreas de gramíneas e poucas árvores. Essa vegetação é propícia para a pecuária, sendo importante para a economia da região.

O Pantanal apresenta vegetação variada, formada por áreas de campos, cerrados e florestas inundáveis. Durante o período das cheias, muitas plantas ficam submersas, adaptando-se ao regime sazonal das águas. É uma das áreas de maior biodiversidade do planeta.

A Mata de Araucária, também chamada de Floresta Ombrófila Mista, é típica da região Sul do Brasil, especialmente nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Sua vegetação é marcada pela presença da Araucária angustifolia, conhecida como pinheiro-do-paraná, árvore de grande porte e de grande importância econômica e cultural. Além da araucária, há outras espécies associadas, como imbuia e erva-mate. Esse tipo de vegetação está adaptado ao clima subtropical, com invernos frios e frequente ocorrência de geadas.

Assim, as vegetações nativas do Brasil não apenas representam a riqueza natural do país, mas também desempenham papéis fundamentais na regulação climática, na conservação da água, na proteção do solo e no equilíbrio ecológico. Preservá-las é essencial para garantir um futuro sustentável e equilibrado para as próximas gerações.

Você quer saber mais?

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Biomas brasileiros. Brasília: MMA, 2019.

IBGE. Biomas e sistema costeiro-marinho do Brasil: compatível com a escala 1:250.000. Rio de Janeiro: IBGE, 2019.

MIRANDA, E. E. de (Org.). Brasil: uma visão geográfica e ambiental no início do século XXI. Campinas: Embrapa Monitoramento por Satélite, 2008.

domingo, 17 de agosto de 2025

O clima brasileiro

 O clima no Brasil é bastante diversificado devido à sua grande extensão territorial e à variedade de fatores geográficos que o influenciam. O país está localizado majoritariamente na zona tropical, o que faz com que as temperaturas sejam, em geral, elevadas ao longo do ano. Entretanto, a combinação de relevo, latitude e massas de ar resulta em diferentes tipos de clima distribuídos pelo território.

Na região Norte, o clima predominante é o equatorial, marcado por temperaturas altas, chuvas abundantes e elevada umidade, características da Floresta Amazônica. Já no Nordeste, encontra-se o clima semiárido, especialmente no Sertão, com escassez de chuvas e longos períodos de estiagem, o que afeta a vegetação e a economia local.

Na região Centro-Oeste, o clima tropical é predominante, com duas estações bem definidas: uma chuvosa, no verão, e outra seca, no inverno. Essa característica é fundamental para o bioma Cerrado, que depende desse regime climático. No Sudeste, observa-se o clima tropical de altitude, com temperaturas mais amenas devido às áreas serranas e chuvas concentradas no verão.

Por sua vez, o Sul do Brasil apresenta clima subtropical, com estações bem definidas e possibilidade de geadas e neve em algumas áreas, especialmente nas serras. Essa diversidade climática influencia diretamente a agricultura, a biodiversidade e os modos de vida da população brasileira.

Portanto, o clima no Brasil é resultado da interação entre sua localização geográfica, massas de ar e relevo, compondo um quadro variado que torna o país rico em ecossistemas e paisagens naturais distintas.

As mudanças climáticas vêm sendo debatidas intensamente nas últimas décadas, pois seus efeitos já são sentidos em diferentes regiões do planeta, inclusive no Brasil. O aumento da temperatura média, o derretimento de geleiras, a elevação do nível do mar e a ocorrência de fenômenos extremos, como secas prolongadas e chuvas intensas, são indícios claros desse processo. Muitos cientistas apontam que a ação humana é um dos principais fatores responsáveis por essas transformações, principalmente pela emissão de gases de efeito estufa resultantes da queima de combustíveis fósseis, do desmatamento e da industrialização.

Por outro lado, existem grupos que argumentam que as mudanças climáticas também podem estar ligadas a processos naturais da Terra, como variações solares e alterações nos ciclos geológicos. Ainda assim, o consenso científico é de que a influência humana acelerou de forma inédita tais mudanças, tornando o cenário mais preocupante. No Brasil, por exemplo, o desmatamento da Amazônia e a poluição urbana contribuem diretamente para o agravamento da situação. Portanto, discutir se o ser humano é ou não responsável já não parece ser a questão central, mas sim quais medidas podem ser adotadas para minimizar os impactos e garantir um futuro mais sustentável.

Você quer saber mais?

NIMER, Edmon. Climatologia do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1989.

MONTEIRO, Carlos Augusto de Figueiredo. Clima e excepcionalismo: análise climática e abordagem dinâmica. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1991.

SANT’ANNA NETO, João Lima. Clima e organização do espaço no Brasil. São Paulo: Contexto, 2001.

Nelson Mandela e a luta do povo sul-africano

 Nelson Rolihlahla Mandela nasceu em 1918, na pequena aldeia de Mvezo, na África do Sul. Desde cedo, mostrou-se inconformado com as injustiças provocadas pelo apartheid, um regime cruel de segregação racial que separava brancos e negros em todos os aspectos da vida. Ainda jovem, envolveu-se em movimentos estudantis e políticos, tornando-se um dos principais líderes do Congresso Nacional Africano (CNA). Lutava pela igualdade, pela dignidade e pelo direito de seu povo viver em liberdade.

Em 1962, foi preso e condenado, passando 27 anos atrás das grades, a maior parte na prisão de Robben Island. Mesmo isolado, nunca perdeu a esperança. Mandela se tornou símbolo de resistência e inspiração para milhões de pessoas que sonhavam com uma África do Sul justa. Em 1990, ao ser libertado, demonstrou que sua luta não era pela vingança, mas pela reconciliação.

Em 1993, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, junto a Frederik de Klerk, por seus esforços para encerrar o apartheid. No ano seguinte, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, liderando um governo que buscava reconstruir o país sobre bases de união, perdão e respeito. Criou a Comissão da Verdade e Reconciliação, um marco no enfrentamento dos crimes do passado.

Mandela acreditava que o perdão era mais poderoso que o ódio, e que a liberdade só tinha sentido se fosse para todos. Após deixar a presidência, seguiu dedicando sua vida a causas humanitárias até sua morte, em 2013. Sua história continua sendo um exemplo de coragem, esperança e humanidade para o mundo inteiro.

Você quer saber mais?

CARLIN, John. Conquistando o inimigo: Nelson Mandela e o jogo que uniu a África do Sul. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

MANDELA, Nelson. Longa caminhada até a liberdade: a autobiografia de Nelson Mandela. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.


SAMPSON, Anthony. Mandela: a biografia autorizada. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

Mahatma Gandhi, o homem que inspirou seu povo

Mahatma Gandhi, cujo nome de nascimento era Mohandas Karamchand Gandhi, nasceu em 1869, na Índia, e se tornou um dos maiores líderes políticos e espirituais do século XX. Conhecido por sua filosofia da não violência (ahimsa) e da resistência pacífica, ele foi fundamental na luta pela independência da Índia em relação ao domínio britânico. Após estudar Direito em Londres, Gandhi trabalhou na África do Sul, onde enfrentou a discriminação racial e começou a desenvolver suas ideias de justiça social e igualdade.

Ao retornar para a Índia, engajou-se em movimentos de desobediência civil, incentivando a população a resistir às leis britânicas de forma pacífica. Entre suas ações mais marcantes está a Marcha do Sal, em 1930, que desafiava o monopólio britânico sobre a produção do sal. Gandhi pregava a importância do autocontrole, da verdade e da simplicidade, defendendo o uso de roupas artesanais e a valorização da cultura indiana.

Sua liderança inspirou milhões de indianos a participarem de protestos pacíficos, que enfraqueceram o poder colonial. Além da política, Gandhi também lutou contra desigualdades sociais, como o sistema de castas, defendendo os direitos dos intocáveis, a quem chamava de "harijans" (filhos de Deus).

Apesar de sua postura pacífica, enfrentou prisões e perseguições, mas nunca abandonou seus princípios. Gandhi tornou-se uma referência mundial, influenciando líderes como Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela. Assassinado em 1948 por um extremista hindu, seu legado permanece vivo como exemplo de luta por justiça sem recorrer à violência. Seu pensamento continua a inspirar movimentos sociais e a fortalecer a ideia de que a transformação do mundo pode começar por meio da paz.

Você quer saber mais?

BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Gandhi: a esperança anda de trem. São Paulo: Moderna, 2003.

DALTON, Dennis. Mahatma Gandhi: Nonviolent Power in Action. New York: Columbia University Press, 1993.

FISCHER, Louis. A vida de Mahatma Gandhi. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.

domingo, 10 de agosto de 2025

Tipos de Vegetação Nativa do Brasil

O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo. Isso significa que aqui encontramos uma grande variedade de plantas e animais, distribuídos em diferentes tipos de vegetação. Essas vegetações nativas se desenvolveram ao longo do tempo, adaptando-se ao clima, ao solo e ao relevo de cada região.

Uma das vegetações mais conhecidas é a Floresta Amazônica, localizada principalmente na região Norte. Ela é a maior floresta tropical do planeta, com árvores altas, grande variedade de espécies e clima quente e úmido. Sua importância é enorme, pois produz oxigênio, abriga milhares de espécies e ajuda a regular o clima do planeta.

Outra vegetação muito importante é a Mata Atlântica, que originalmente ocupava quase toda a faixa litorânea do país. Hoje, restam apenas fragmentos dessa floresta, que também é muito rica em espécies. O clima é úmido e as árvores são de médio e grande porte.

No interior do país encontramos o Cerrado, típico do Brasil Central. É considerado a savana mais rica em biodiversidade do mundo. Possui árvores retorcidas, gramíneas e arbustos adaptados ao clima seco de parte do ano e às queimadas naturais.

Na região Sul, destaca-se a Mata de Araucárias, formada principalmente por pinheiros-do-paraná. Ela está adaptada ao clima mais frio e hoje é bastante reduzida devido à exploração da madeira.

Nas áreas mais secas do Nordeste encontramos a Caatinga, vegetação adaptada à falta de água. As plantas têm espinhos, raízes profundas e folhas pequenas para economizar água.

No litoral, especialmente no Sudeste e Sul, há as Restingas e os Manguezais. As restingas crescem em solos arenosos próximos ao mar, enquanto os manguezais se desenvolvem em áreas alagadas, sendo fundamentais para proteger a costa e servir de berçário para várias espécies marinhas.

Por fim, no extremo sul do país, encontramos os Campos Sulinos, formados por gramíneas e pequenas plantas, muito usados para a criação de gado.

Cada tipo de vegetação do Brasil é único e desempenha um papel importante para o equilíbrio da natureza e para a vida das pessoas. Por isso, é fundamental proteger essas riquezas, garantindo que continuem existindo para as próximas gerações.

Você quer saber mais?

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Vegetação nativa do Brasil. Brasília: MMA, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-br. Acesso em: 10 ago. 2025.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Biomas e sistema costeiro-marinho do Brasil: compatível com a escala 1:250.000. Rio de Janeiro: IBGE, 2019.

RIZZINI, Carlos Toledo. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural, 1997.

VELLOSO, Ana Lúcia; SAMPAIO, Everardo Valadares de Sá Barretto; PAREYN, Frans L. Ecorregiões propostas para o bioma Caatinga. Recife: Associação Plantas do Nordeste; The Nature Conservancy do Brasil, 2002.


domingo, 13 de julho de 2025

O Relevo Brasileiro: Características e Importância Geográfica

O relevo brasileiro é marcado por uma grande diversidade de formas e estruturas, resultado de uma longa história geológica. Diferente de outros continentes, o Brasil não possui grandes cadeias de montanhas recentes, como os Alpes ou os Andes. Seu território é composto predominantemente por terrenos antigos e bastante erodidos, o que explica a ausência de grandes altitudes.

As principais unidades do relevo brasileiro são os planaltos, as planícies e as depressões. Os planaltos ocupam cerca de 60% do território e são formados por áreas elevadas e irregulares, onde predominam processos de desgaste. Dentre os principais planaltos destacam-se o Planalto Central, o Planalto Atlântico e o Planalto Meridional. São áreas que abrigam importantes nascentes de rios e grandes centros urbanos.

As planícies brasileiras, por sua vez, são áreas mais baixas e relativamente planas, modeladas por processos de sedimentação. As planícies amazônica, do Pantanal e costeira são exemplos relevantes e têm grande importância ecológica e econômica. Já as depressões são áreas rebaixadas em relação ao relevo ao redor e podem ser classificadas como depressões absolutas ou relativas, como a Depressão Sertaneja e do São Francisco.

Apesar da aparente estabilidade, o relevo brasileiro continua sendo modificado por agentes externos, como a água, o vento e o clima. A ação do intemperismo e da erosão contribui para moldar o solo e influencia diretamente a formação de rios, vegetação e até mesmo a ocupação humana.

Estudar o relevo é essencial para o planejamento urbano, agrícola e ambiental, pois ele afeta o uso da terra, o regime dos rios, o clima local e até as atividades econômicas. A diversidade do relevo brasileiro reflete a riqueza natural do país e a necessidade de preservação e uso sustentável de seus espaços geográficos.

Você quer saber mais?

AB'SABER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

ROSS, Jurandyr Luciano Sanches (org.). Geografia do Brasil. 6. ed. São Paulo: EDUSP, 2008.

VICTOR, Eduardo Pereira; CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia física do Brasil. Goiânia: Editora da UFG, 2006.


A Imigração: Desafios e Contribuições no Mundo Contemporâneo

A imigração é um fenômeno antigo e recorrente na história da humanidade, marcada por fluxos populacionais em busca de melhores condições de vida, segurança e oportunidades. Nos dias atuais, o tema se mostra cada vez mais presente nos debates políticos e sociais, principalmente diante das crises humanitárias, conflitos armados, desastres climáticos e desigualdades econômicas que forçam milhões a deixarem seus países de origem.

Entre os aspectos positivos da imigração está o dinamismo que ela proporciona às economias receptoras. Imigrantes frequentemente ocupam vagas de trabalho que não são preenchidas pela população local, contribuindo para o crescimento do setor produtivo, para a diversidade cultural e para a inovação tecnológica e científica. Além disso, enriquecem a cultura local com novas línguas, tradições e perspectivas, tornando as sociedades mais plurais e abertas.

Contudo, os desafios não podem ser ignorados. A chegada massiva de imigrantes pode pressionar os serviços públicos, gerar competição por empregos, especialmente em contextos de crise econômica, e alimentar discursos xenofóbicos e nacionalistas. Em muitos países, a imigração é tratada como uma ameaça, o que resulta em políticas de fechamento de fronteiras, deportações e desrespeito aos direitos humanos dos refugiados e migrantes.

Além disso, muitos imigrantes enfrentam discriminação, trabalho precário, exploração e exclusão social nos países de destino. Sua condição de estrangeiros é muitas vezes usada como justificativa para negar-lhes direitos básicos, como acesso à saúde, educação e moradia digna. Por outro lado, a saída em massa de cidadãos pode afetar negativamente os países de origem, que perdem mão de obra qualificada e talentos.

Portanto, é necessário pensar políticas migratórias mais humanas, que respeitem os direitos dos migrantes e considerem tanto os interesses dos países receptores quanto a dignidade daqueles que buscam recomeçar suas vidas. A imigração, longe de ser um problema a ser combatido, deve ser compreendida como um fenômeno complexo e inevitável, que precisa de soluções solidárias, planejadas e justas.

Você quer saber mais?

BAENINGER, Rosana. Migrações internacionais de retorno. Campinas: Núcleo de Estudos de População – NEPO/UNICAMP, 2012.

SAYAD, Abdelmalek. A imigração: ou os paradoxos da alteridade. São Paulo: Edusp, 1998.

CASTLES, Stephen; MILLER, Mark J. A era das migrações: movimentos internacionais de população no mundo moderno. 4. ed. São Paulo: UNESP, 2013.


terça-feira, 10 de junho de 2025

Mesopotâmia, a terra entre rios

A civilização da Mesopotâmia, considerada uma das mais antigas da humanidade, surgiu por volta de 4.000 a.C., entre os rios Tigre e Eufrates, em uma região que hoje corresponde ao atual Iraque. A fertilidade proporcionada pelos rios favoreceu o desenvolvimento da agricultura, impulsionando o crescimento de vilarejos que se tornaram grandes cidades-Estado, como Ur, Uruk, Lagash e Nippur.

Uruk, por exemplo, é considerada a primeira grande cidade da história, atingindo cerca de 50 mil habitantes por volta de 3.200 a.C. Nela, os sumérios desenvolveram uma das primeiras formas de escrita: a cuneiforme, feita com estiletes em tabuletas de argila. A Mesopotâmia foi palco de diversos povos e períodos históricos, como o sumério (c. 3.500–2.300 a.C.), o acadiano (2.300–2.100 a.C.), o babilônico (c. 1.800–1.200 a.C.) e o assírio (c. 1.350–612 a.C.).

Os mesopotâmios foram pioneiros em áreas como astronomia, matemática e engenharia hidráulica, criando sistemas de irrigação e calendário lunar. Construíram zigurates, grandes templos em degraus, dedicados aos seus deuses, como Anu (deus do céu), Enlil (deus dos ventos) e Ishtar (deusa do amor e da guerra). A religião era politeísta e profundamente ligada à organização social e política.

Hammurabi, rei da Babilônia no século XVIII a.C., ficou famoso por instituir o primeiro código de leis escritas, o Código de Hammurabi. A Mesopotâmia foi conquistada por diversos impérios até a dominação persa em 539 a.C., encerrando sua era de protagonismo, mas deixando um legado profundo para as civilizações posteriores.

Você quer saber mais?

BOTTÉRO, Jean. A Mesopotâmia: escrita, razão e os deuses. Tradução de André Telles. São Paulo: Editora UNESP, 1992.

KRAMER, Samuel Noah. A história começa na Suméria. Tradução de Waltensir Dutra. São Paulo: Hemus, 1981.

WOOLF, Alex. Civilizações antigas: Mesopotâmia. Tradução de Cecília Camargo Bartalotti. São Paulo: Publifolha, 2005.


terça-feira, 20 de maio de 2025

As principais divindades egípcias


Rá era o deus do sol e um dos deuses mais importantes do Egito Antigo. Acreditava-se que ele viajava pelo céu durante o dia em sua barca solar e descia ao submundo à noite.

Osíris
Antes de ser conhecido como o deus dos mortos, Osíris era o deus da agricultura e da civilização. Ele ensinou os egípcios a cultivar a terra e viver em sociedade. Após ser assassinado por Set, tornou-se senhor do submundo e símbolo de ressurreição.

Ísis
Deusa da magia, maternidade e proteção, Ísis era muito venerada. Ela era esposa de Osíris e mãe de Hórus, sendo associada ao poder feminino e à cura.

Hórus
Filho de Ísis e Osíris, Hórus era o deus do céu e dos faraós. Era representado como um falcão ou com cabeça de falcão, simbolizando proteção e poder real.

Set
Set era o deus do caos, das tempestades e da violência. É conhecido por matar seu irmão Osíris e por sua rivalidade com Hórus, simbolizando a desordem.

Anúbis
Anúbis era o deus dos mortos e da mumificação. Representado com cabeça de chacal, protegia os túmulos e guiava as almas no julgamento após a morte.

Toth
Toth era o deus da sabedoria, escrita e conhecimento. Era representado com cabeça de íbis e considerado o escriba dos deuses, associado ao equilíbrio e à justiça.

Bastet
Deusa com cabeça de gato, Bastet era protetora dos lares, da fertilidade e da música. Inicialmente feroz, tornou-se uma deusa associada à ternura e ao cuidado.

Hátor
Hátor era a deusa do amor, da alegria e da dança. Representada muitas vezes como vaca ou com chifres, era também uma divindade protetora das mulheres.

Maat
Maat era a deusa da verdade, justiça e ordem cósmica. Seu princípio regia todo o universo egípcio e seu símbolo, uma pena, era usado no julgamento das almas.

Sekhmet
Sekhmet era a deusa da guerra, da destruição e da cura. Com cabeça de leoa, era temida por sua fúria, mas também reverenciada como protetora dos faraós em batalha.

Khnum
Khnum era o deus criador, que moldava os seres humanos em seu torno de oleiro com o barro do Nilo. Era também associado às fontes do rio e à fertilidade.

Sobek
Com cabeça de crocodilo, Sobek era o deus da força e da proteção. Reverenciado especialmente no Alto Egito, era ligado ao Nilo e aos exércitos.

Nut
Nut era a deusa do céu, que arqueava seu corpo sobre a Terra. Era mãe de vários deuses importantes, como Osíris, Ísis, Set e Néftis, e protegia os mortos em sua jornada.

Geb
Geb era o deus da Terra, irmão e consorte de Nut. Seu corpo representava o solo fértil do Egito, e seus tremores eram interpretados como terremotos.

Néftis
Irmã de Ísis, Néftis era uma deusa protetora associada à morte e aos rituais funerários. Ajudava Ísis na proteção de Hórus e na ressurreição de Osíris.

Hapi
Hapi era a personificação do rio Nilo. Era considerado essencial para a fertilidade da terra egípcia, sendo representado como um homem robusto com peitos fartos, simbolizando abundância.

Ptah
Ptah era o deus da criação e patrono dos artesãos e arquitetos. De acordo com mitos, ele criou o mundo por meio da palavra e do pensamento.

Amon (ou Amon-Rá)
Originalmente um deus local de Tebas, Amon se fundiu com Rá, tornando-se Amon-Rá, o rei dos deuses. Era associado ao ar, ao oculto e à criação universal.

Você quer saber mais?

PINCH, Geraldine. Mitos do Antigo Egito. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

ASSMANN, Jan. A Mente Egípcia: História e Significado na Religião do Antigo Egito. Petrópolis: Vozes, 2011.

SHAW, Ian; NICHOLSON, Paul. Dicionário do Egito Antigo. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

domingo, 11 de maio de 2025

7A- Fluxo Populacional

Fluxo populacional é o movimento de pessoas de um lugar para outro. Isso acontece por muitos motivos e pode ser dentro do mesmo país ou entre países diferentes. Quando as pessoas saem de um lugar, chamamos isso de emigração. Quando elas chegam a um novo lugar, chamamos de imigração.

Esses movimentos ocorrem por várias razões. Algumas pessoas mudam em busca de trabalho, estudo ou melhores condições de vida. Outras saem por causa de guerras, desastres naturais ou violência. Esses fatores são chamados de fatores de repulsão e atração.

Um exemplo comum é quando pessoas saem do campo para viver nas cidades. Esse movimento se chama êxodo rural. Muitas vezes, elas buscam emprego, escolas e hospitais melhores. Isso faz com que as cidades cresçam muito rápido, o que pode causar problemas como falta de moradia e trânsito.

O fluxo populacional também afeta a cultura e a economia. Quando pessoas de diferentes lugares se misturam, há troca de costumes, comidas e tradições. Além disso, a chegada de novos moradores pode ajudar no crescimento econômico.

Entender os fluxos populacionais é importante para planejar cidades e garantir qualidade de vida para todos.

Você quer saber mais?

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 15. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006.

7 A- Comunicação e Transporte

Você já parou para pensar como as pessoas se comunicam e se locomovem no mundo? Comunicação e transporte são duas partes muito importantes da nossa vida. A comunicação é a forma como trocamos informações. Antigamente, as pessoas mandavam cartas que demoravam dias ou até semanas para chegar. Hoje, com a internet, conseguimos falar com alguém do outro lado do mundo em segundos!

A comunicação evoluiu muito com o tempo. Hoje temos celulares, redes sociais, televisão e rádio. Todos esses meios ajudam a espalhar notícias e informações muito rápido.

O transporte também mudou bastante. Antes, as pessoas andavam a pé, usavam cavalos ou carroças. Com o tempo, surgiram carros, trens, navios e aviões. Isso facilitou muito a vida, porque agora podemos viajar grandes distâncias em poucas horas.

Existem três tipos principais de transporte: terrestre (como carros e trens), aquático (como navios e barcos) e aéreo (como aviões e helicópteros). Cada um é usado de acordo com a necessidade.

A comunicação e o transporte são essenciais para o comércio, para o trabalho e até para os momentos de lazer. Eles ajudam a aproximar as pessoas e a conectar diferentes partes do mundo.

Sem eles, nossa vida seria muito mais difícil!

Você quer saber mais?

TOMAZ, Luiz Antônio. Transportes e comunicação: aspectos econômicos e sociais. São Paulo: Atlas, 2010.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Produção do espaço geográfico

A produção do espaço geográfico começou há milhares de anos, quando os seres humanos passaram a interagir com a natureza para sobreviver. No início, os grupos eram nômades — ou seja, não tinham moradia fixa e viviam se deslocando em busca de alimentos, caça e água. Como não paravam em um só lugar, eles pouco modificavam o ambiente, usando apenas o necessário da natureza.

Com o tempo, alguns grupos passaram a praticar a agricultura e a domesticar animais. Assim, deixaram de ser nômades e se tornaram sedentários, vivendo em um só lugar. Foi aí que o espaço geográfico começou a ser transformado de forma mais intensa. Eles construíam casas, armazenavam alimentos, criavam cercas e formavam vilas.

Essas mudanças deram origem aos primeiros povoados, que mais tarde se tornaram cidades. A terra passou a ser dividida, cultivada e ocupada de maneira organizada. Os povos sedentários começaram a modificar o espaço com suas construções, estradas, plantações e ferramentas.

Portanto, o espaço geográfico foi sendo produzido de diferentes formas: os nômades usavam o espaço sem grandes alterações, enquanto os sedentários começaram a transformá-lo permanentemente. Essa produção do espaço continua até hoje, com as cidades crescendo, as tecnologias mudando e o ser humano seguindo como agente principal dessas transformações.

Você quer saber mais?

CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos; CALLAI, Helena Copetti; KAERCHER, Nestor André. Geografia: o espaço natural e socioeconômico. 6. ed. São Paulo: FTD, 2018.

MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia para o ensino fundamental: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2015.

VESENTINI, José William. Sociedade e espaço: geografia geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2017.