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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fronteiras da Europa

A tentativa de implantação da cultura européia em extenso território, dotado de condições milenares, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em conseqüências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas idéias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrado0s em nossa terra. Podemos construir obras excelentes, enriquecer nossa humanidade de aspectos novos e imprevistos, elevarem à perfeição o tipo de civilização que representamos: o certo é que todo o fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem.

Assim antes de perguntar até que ponto poderá alcançar bom êxito a tentativa, caberia averiguar até onde temos podido representar aquelas formas de convívio, instituições e idéias de que somos herdeiros.

É significativa, em primeiro lugar, a circunstância de termos recebido a herança através de uma nação ibérica. A Espanha e Portugal são, com a Rússia e os países balcânicos (e em certo sentido também a Inglaterra), um dos territórios-ponte pelos quais a Europa se comunica com os outros mundos. Assim eles constituem uma zona fronteiriça, de transição, menos carregada, em alguns casos, desse europeísmo que, não obstante, mantêm como um patrimônio necessário.

Foi a partir da época dos grandes descobrimentos marítimos que os dois países entraram mais decididamente no coro europeu. Esse ingresso tardio deveria repercutir intensamente em seus destinos, determinando muitos aspectos peculiares de sua história e de sua formação espiritual. Surgiu, assim, um tipo de sociedade que se desenvolveria, em alguns sentidos, quase à margem das congêneres européias, e sem delas receber qualquer incitamento, que já não trouxesse germe.

Quais os fundamentos em que assentam de preferência as formas de vida social nessa região indecisa entre a Europa e a África, que se estende dos Pirineus a Gibraltar? Como explicar muitas daquelas formas, sem recorrer a indicações mais ou menos vagas e que jamais nos conduziriam a uma estrita objetividade?

Precisamente a comparação entre elas e as da Europa de além Pirineus, faz ressaltar uma característica bem peculiar à gente da Península Ibérica, uma característica que ela está longe de partilhar, pelo menos na mesma intensidade, com qualquer de seus vizinhos do continente. É que nenhum desses vizinhos soube desenvolver a tal extremo essa cultura da personalidade, que parece constituir o traço mais decisivo na evolução da gente hispânica, desde tempos imemoriais. Pode dizer-se, realmente, que pela importância particular que atribuem ao valor próprio da pessoa humana, à autonomia de cada um dos homens em relação aos semelhantes no tempo e no espaço, devem os espanhóis e portugueses muito de sua originalidade nacional. Para eles, o índice do valor de um homem infere-se, antes de tudo, da extensão em que não precise depender dos demais, em que não necessite de ninguém, em que se baste. Cada qual filho de si mesmo, de seu esforço próprio, de suas virtudes e as virtudes soberanas para essa mentalidade são tão imperativas, que chegam por vezes a marcar o porte pessoal e até a fisionomia dos homens.

Sua manifestação mais completa já tinha sido expressa no estoicismo que, com pouca corrupção, tem sido a filosofia nacional dos espanhóis desde o tempo de Sêneca. Essa concepção espelha-se fielmente em uma palavra bem hispânica “sobranceria” palavra que indica inicialmente a idéia de superação. Mas a luta emulação que ela implica eram tacitamente admitidas e admiradas, engrandecidas pelos poetas, recomendadas pelos moralistas e sancionadas pelos governos.

É dela que resulta largamente a singular tibieza das formas de organização, de todas as associações que impliquem solidariedade e ordenação entre esses povos. Em terra onde todos são barões não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida.

Os privilégios hereditários, que, a bem dizer, jamais tiveram influência muito decisiva nos países de estirpe ibérica, pelo menos tão decisiva e intensa como nas terras onde criou fundas raízes o feudalismo, não precisaram ser abolidos neles para que se firmasse o princípio das competições individuais. À frouxidão da estrutura social, à falta de hierarquia organizada devem-se alguns dos episódios mais singulares da história das nações hispânicas, incluindo-se nelas Portugal e o Brasil. Os elementos anárquicos sempre frutificaram aqui facilmente, com a cumplicidade ou a indolência displicente das instituições e costumes. As iniciativas, mesmo quando se quiseram construtivas, foram continuamente no sentido de separar os homens, não de uni-los. Os decretos dos governos nasceram em primeiro lugar da necessidade de se conterem e de se refrearem as interesses particulares momentâneas, só raras vezes da pretensão de se associarem permanentemente as forças ativas.

Você quer saber mais?

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1969.

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sábado, 18 de junho de 2011

NIGHT ANGEL. Formulário de denúncias da Polícia Federal vai abastecer mecanismo de busca parecido ao do Google


Josie Jeronimo, Do R7 de Brasília

As informações sigilosas que vão abastecer o formulário eletrônico (http://nightangel.dpf.gov.br/) lançado pela Polícia Federal para denúncias de sites que divulguem conteúdo de pornografia infantil ou assuntos que incentivem pedofilia vão abastecer um programa de varredura parecido ao usado pelos mecanismos de busca de sites de pesquisa como o Google. O rastreamento utilizado pela PF usa robôs que varrem a internet em busca de conteúdo relacionado à pedofilia. O diretor da divisão de Direitos Humanos da PF, delegado Stenio Santos Souza, diz que os links que serão indicados pelos internautas que fizerem denúncias serão cruzados com informações da base de dados da PF, em uma triagem para confirmar a existência de conteúdo ilícito na página da internet.

- Em termos de proteção à criança todo mundo é polícia, ninguém pode se omitir.

Souza acrescenta que o formulário vai incrementar o trabalho da polícia, pois antes o rastreamento era feito manualmente, com a visita página a página.

O trabalho da PF será feito em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência e a ONG SaferNet. O diretor de prevenção da ONG, Rodrigo Nejm, diz que o formulário eletrônico vai auxiliar o internauta que sabe de um conteúdo ilícito, mas se omitia para não ter a imagem exposta.

- A denúncia será feita sem que o internauta tenha de ir a uma delegacia de polícia para registrar a denúncia.

Além da pornografia infantil, o formulário eletrônico da PF também vai receber denúncias em relação a crimes de ódio (relacionados a preconceito racial, sexual e religioso) e genocídio.

De acordo com o delegado da PF, as regiões Sul e Sudeste estão no topo "da cadeia predatória" da divulgação de pornografia infantil.

Com o método do formulário eletrônico a polícia vai investigar dez vezes mais pedófilos do que investiga atualmente. Souza afirma que a maior dificuldade da polícia é a falta de cadastro dos internautas, pois os dados do usuário não são liberados pelos provedores de acesso.

- A gente vai pegar o dado para investigar, a gente não vai pegar simplesmente o dado e fazer a prisão.Link
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http://nightangel.dpf.gov.br/

http://www.safernet.org.br/site/denunciar

http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/formulario-de-denuncias-da-policia-federal-usa-mecanismo-de-busca-parecido-ao-do-google-20091112.html

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Profetas - Parte Final. João Batista. Um Profeta segundo a Bíblia Sagrada.

O Batismo de Cristo (1475) quadro dos artistas Andrea Del Verrocchio e Leonardo da Vinci que mostra São João Batista batizando Jesus Cristo.

Os profetas eram homens de Deus que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos. Nenhuma categoria, em toda a literatura, apresenta um quadro mais dramático do que os profetas bíblicos. Os profetas tinham cada um , lugar distinto na história, mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas.

Um exemplo de Profeta do Deus das Escrituras Bíblicas.

Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz.

“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.”

Apareceu João Batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento, para remissão de pecados.

João andava vestido de pêlos de camelo e com cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos mel silvestre, e pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das sandálias.

E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?

E confessou e não negou; confessou: EU NÃO SOU O CRISTO.

E perguntaram-lhe: Então, quem és, pois? És tu Elias? E disse: NÃO SOU. És tu profeta? E respondeu: NÃO.

Disseram-lhe, pois: Quem és, para que devemos resposta àqueles que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?

Disse: “EU SOU A VOZ DO QUE CLAMA NO DESERTO: ENDIREITAI O CAMINHO DO SENHOR, COMO DISSE O PROFETA ISAÍAS.”

E os que tinham sido enviados eram dos fariseus, e perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?

João respondeu-lhes, dizendo: “Eu batizo com água, mas, no meio de vós, está um a quem vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que foi antes de mim...

No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

ESTE É AQUELE DO QUAL EU DISSE: APÓS MIM VEM UM HOMEM QUE FOI ANTES DE MIM, PORQUE JÁ ERA PRIMEIRO DO QUE EU.

No dia seguinte João estava outra vez ali, na companhia de dois dos seus discípulos.

E, vendo passar a Jesus, disse: EIS O CORDEIRO DE DEUS.

Resumindo a obra de um verdadeiro profeta de Deus, nesse versículo da Bíblia Sagrada. Quando João Batista afirma em relação à Jesus Cristo:

“É necessário que ele cresça e que eu diminua.” João 3:30

Você quer saber mais?

A Bíblia Sagrada, King James Version. Nashville: Thomas Nelson Bibles, 2003. Lucas 1: 5-80; 3: 1-22; Mateus 3: 1-17; Marcos 1: 1-13.

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

“Profetas” Parte V. Mago Merlim.

Ilustração do século XIII sugerindo uma passagem de sua vida.

Um profundo mistério envolve tanto as origens como a própria vida desse personagem lendário – Myrddhinn, Myrddin ou Merzim para alguns e Merlim para a maioria de seus estudiosos.

A versão mais comum o faz um bardo galês, embora em algumas referências seja citado como bretão. Faltam dados precisos até para localizar a época em que ele viveu:

Para alguns, isso ocorreu na primeira metade do século V; outros defendem a tese de que foi no final desse século ou no começo do seguinte.

A lenda diz que sua mãe era uma princesa encerrada em um convento e que o teria gerado virgem, sendo seu pai um desconhecido. Outras versões o fazem filho do demônio com uma inocente menina. Na realidade, sua figura deve ser o resultado da fusão de mais de uma tradição, já que a primeira referência escrita data apenas do século XIII – quando o poeta Robert de Borron o coloca no centro de sua Trilogia sobre o Graal, embora o poema “Merlim” não tenha chegado inteiro até os dias de hoje.

Em sua infância, Merlim teria sido educado na corte do Rei Vortigem, ao qual, retribuição, revelou o segredo das fundações inseguras da torre de seu castelo. Adulto, o do da “previsão” tornou-o amigo, mestre e protetor do lendário Rei Artur.

Apaixonado por Viviana, a Mulher do Lago, preparou um sepulcro inviolável e encantado para quando morressem. A mulher, entretanto enganou o amante, deixando-o-enclausurado vivo no mausoléu, do qual, segundo a lenda, só poderá sair no dia do Juízo Universal.

As “profecias” de Merlim, ao que parece, foram editadas em Veneza por volta de 1279, mas não conseguiram grandes repercussões por serem muito herméticas, estranhas e até satíricas.

A maior parte das ditas “profecias” já se teria concretizado, como a invasão saxônica da Britânia, as guerras civis britânicas, a invasão dinamarquesa e a conquista normanda.

Outras mensagens (que no passado foram deixadas de lado) referem-se, ao contrário, a fatos do futuro e supostamente dos dias atuais.

O futuro “profetizado” pelo Mago Merlim não é dos mais atraentes como sempre: o “vidente” anuncia maremotos de proporções enormes, carestia terríveis e conflitos em escala global que teria como ponto inicial o Egito.

Você quer saber mais?

BASCHERA, Renzo. Os Grandes Profetas. São Paulo, Ed. Nova Cultural Ltda, 1985.

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terça-feira, 7 de junho de 2011

“Profetas” Parte IV. Edgar Cayce.


Aqueles que o seguiam diziam que era dotado de uma sensibilidade excepcional e, quando caía no sono hipnótico, transformava-se em “profeta” e “médico”. Edgar Cayce, que chegou a receber vários apelidos, como os de “vidente religioso”, “homem mais misterioso da América” e “profeta da Nova Idade”. Essa figura incomum nasceu nos Estados Unidos da América, em uma fazenda próxima da cidade de Hopkinsville, no dia 18 de março de 1877. Passou sua infância nesse ambiente rural, embora haja indícios de que, ainda criança, tivesse “visões”. Com 7 anos, chegou a comentar com os pais que “muitas vezes encontrava pessoas falecidas recentemente”.

Dizem que os primeiros sinais de hipersensibilidade surgiram quando começou a freqüentar a escola: Edgar aparentemente percebeu que dispunha de uma espécie de memória fotográfica, se assim é possível chamar, pois nem ao menos olhava os livros. Ou seja, bastava-lhe dormir algum tempo sobre os livros abertos para memorizar completamente o que estava escrito, por mais complicado que fosse o tema. Sua saúde precária, entretanto , impediu-lhe de continuar os estudos. Aos 21 anos, começou a trabalhar como representante comercial para uma empresa de papel.

Nesse período, foi acometido por uma paralisia gradativa dos músculos da garganta. Em breve, suas condições pioraram tanto que os médicos se declararam incapacitados para curá-lo.
Em uma tentativa desesperada, os médicos decidiram apelar para a hipnose. Esse foi um momento importantíssimo na vida de Cayce: sob os efeitos da hipnose ele “viu” aquilo que os médicos haviam se mostrado incapazes de perceber, dizem os biógrafos. O próprio Cayce sugeriu uma terapia e, em curto espaço de tempo, alcançou a “cura”. Dizem que o acontecimento passou a ser objeto de diversos estudos médicos, ao mesmo tempo que outros médicos, principalmente do Kentucky, supostamente pediram sua colaboração nos diagnósticos mais complicados. É que Cayce, sempre que caia em sono hipnótico, conseguia “ver claro o que não funcionava no corpo humano”. Em 9 de dezembro de 1910, o jornal New York Times dedicou duas páginas ao “caso Cayce”; outros jornais de grande tiragem também dedicaram espaço às “visões proféticas” ou à capacidade de diagnosticar” dessa figura que falava durante “um transe auto-imposto. Demonstrando o impacto que Cayce causava na sociedade, que expressa uma necessidade de “ver” além dos olhos naturais, uma busca que leva a caminhos que entorpecem a mente humana ao invés de elevá-la, como afirmam os seguidores desses "profetas".

Edgar Cayce aos 15 anos.

Edgar Cayce dizia que “só as pessoas serenas, capazes de desvencilhar-se das tentações diabólicas do mundo, conseguem ver e sentir algo do que está além do mundo”. Com estas palavras demonstra que humildade não era um requisito para estas “habilidades”! Pois, ele mesmo e sob a afirmativa de seus seguidores dizia ser simples, modesto, sempre sereno e disposto a ajudar as pessoas.

De suas visões e profecias, que referem a um arco de tempo de 62 anos (de 1936 a 1998), restam cerca de 14000 relatos taquigráficos, em sua maioria nos arquivos da ARE (Association for Research and Enlightenment), fundada em 1936 para coletar e conservar toda a documentação possível sobre o vidente – um material que ainda hoje é consultado por pesquisadores de fenômenos paranormais e até mesmo políticos e homens de negócios. Demonstrando que não são somente os leigos, mas os ditos doutos também se deixam levar pelos “mistérios” da existência humana, e por uma sede incansável por respostas que podem levar os desejosos pela mesma, acabarem sem água para sua sede ou seja, sem resposta para suas perguntas. Restando no final somente mais perguntas, pois talvez a resposta seja simples e sempre esteve aqui e ai com você meu caro leitor. DEUS, é a ele que buscam na realidade, mas se perdem por caminhos tortuosos.

Uma das “profecias” mais conhecidas e furadas de Cayce, realizada em 28 de junho de 1940 foi a referente ao retorno de Atlântida, antes do final do século em questão.

As “leituras clarividentes” e a vida de Cayce chegaram a ser tema de uma tese de doutorado na Universidade de Chicago, em 1954. Na obra de Cayce predomina o “quadro da transformação”, ou seja, as previsões sobre os acontecimentos telúricos que modificarão a superfície do planeta nos anos futuros – uma preparação para o advento dos “novos tempos” e que segundo Cayce será mais obra da natureza que do homem. Tudo isso deverá segundo Cayce acontecer antes de 2100, ano em que Cayce afirma com total arrogância que voltará à Terra: nascendo novamente, e ainda criança lembrará de sua vida passada nos detalhes mais insignificantes.

O “profeta” Edgar Cayce, um homem forte e robusto (após a cura "milagrosa") , morreu em 3 de janeiro de 1945 na miséria pesando apenas 27 Kg, ao que tudo indica, consumido fisiologicamente pelo número excessivo de preleções mediúnicas que realizou. Seus restos foram sepultados na cidade de Virginia Beach, no Estado de Virgínia. A biografia de Cayce, escrita por Joseph Milard, revela a extensão dos males que o envolvimento de Cayce com o ocultismo lhe causou – desde ataques psíquicos, perda periódica da voz, mudanças erráticas de personalidade e tormentos emocionais, constantes “má sorte” e reveses pessoais, assim como culpa induzida por preleções mediúnicas que arruinaram a vida de outras pessoas.

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BASCHERA, Renzo. Os Grandes Profetas. São Paulo, Ed. Nova Cultural Ltda, 1985.

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quarta-feira, 1 de junho de 2011

“Profetas” Parte III. Mago Ladino.

Mago Ladino ou seria Gerolamo Tovazzo?

A figura do vidente é um dos seus biógrafos, Arnaldo Saccardi, a dizê-lo em 1870 – “encontra-se envolta na neblina dos tempos”. Nada está confirmado em relação à sua vida, nem mesmo seu nome verdadeiro. Para alguns biógrafos, sob essa alcunha – Mago Ladino estaria o alquimista italiano Gerolamo Tovazzo ou Tovazzi (que, nesse caso, poderia Sr parente do conhecido historiador Giangrisostomo Tovazzi, autor da obra Medicaeum Tridentinum). Gerolamo Tovazzo teria nascido em uma aldeia da região de Friuli (norte da Itália) por volta de 1686, tendo morrido em Roma em 1769, refugiado na casa de uma família originária de Rovereto. E teria recebido o apelido de Ladino (A palavra “Ladino” refere-se ao grupo de dialetos neolatinos falados por alguns povoados do Alpes centrais (Trentino) e ocidentais (Grisões), com influência alemã. O vidente, que nasceu no Friuli, falava um desses dialetos) exatamente por ser friulano.

Segundo outros biógrafos, sob esse pseudônimo ainda maior, ou seja, o alquimista, mago e vidente Altatos, mestre do famoso Conde de Cagliostro. De qualquer maneira, há testemunho histórico de que também Gerolamo teve relacionamento com o Conde de Cagliostro: esteve presente, em 20 de abril de 1768, ao casamento do conde com Serafina Feliciani, celebrado pelo Padre Francesco Antonio Natilj, cura da Igreja do Santíssimo Salvador; encontrou-o em Veneza e em Verona quando o conde ainda usava seu nome verdadeiro, Giuseppe Balsamo. Tovasso manteve ainda contatos com o Marquês Scipione Maffei, autor de A Arte Mágica Aniquilada. Assim não pode ser excluída a possibilidade de que Tovazzo tenha tomado conhecimento de mensagens proféticas de autoria de Altatos e do próprio Cone de Cagliostro e que, depois de poli-las, as tenha difundido.

Os biógrafos relatam que as profecias do Mago Ladino provocaram muito rumor em Veneza. São mensagens que saem um pouco da linha tradicional da profecia do século XVIII: elas estão escritas com palavras simples e sempre rimando, como para “serem compreendidas facilmente pelo povo, memorizadas e assim transmitidas à viva voz, geração após geração”. A esse propósito, é interessante notar como algumas delas ainda fazem parte da memória de algumas comunidades camponesas italianas, mas não como profecias e sim como provérbios. As mensagens proféticas do Mago Ladino cobrem um período de tempo que vai de desde 1750 ao ano 3000, data fatídica para a qual o vidente prevê “o fim de todas as coisas”. A obra completa – chamada de jardim Profético – é composta de 147 (número esotérico, produto de 7X7X3) cantos ou “flores” cada um deles formado por seis dísticos.

Mago Ladino "profetizou" o dilúvio de fogo. Explosões vulcânicas na África abalaram toda a superfície terrestre.

Vou citar algumas das supostas “profecias” do agoureiro em questão:

O surgimento do Fascismo e Segunda Guerra Mundial pelo machado e a falsa cruz.

A idade da máquina com o surgimento de carroças sem cavalos.

O advento da energia nuclear ao qual chama de “o raio do sol”.

O surgimento da “águia sobre a grande cúpula” que seria o advento de João Paulo II.

Chuvas venenosas que seriam causadas pela poluição segundo os interpretes.

Rebeliões da terra causadas pelo abandono do campo e as super-populações nas cidades.

Terceira Guerra Mundial.

A Basílica de São Pedro será transformada em uma Mesquita.

Sete catástrofes sobre Roma.

Pedro II. O último papa.

Crise na Igreja Cristã. A única fé será no dinheiro.

O dilúvio de fogo. Explosões vulcânicas na África abalaram toda a superfície terrestre.

O caudilho azul. Aparecerá nos países nórdicos. Um grande líder que estabelecerá a ordem na Europa decadente.

No fim o planeta inteiro seria sugado por um buraco negro, segundo os interpretes.

Porque não é de admirar que mais este “profeta” prevê somente mais mortes, desastres, guerras e sofrimento para a humanidade. Não precisamos de pessoas assim, pois fatos como os que citam em sua maioria ocorrem desde que nos entendemos como humanos. Matamos indiscriminadamente, não respeitamos a natureza e os limites impostos, e construímos em lugares inapropriados, nossos lideres nunca se entenderam, pois sempre desejaram mais poder do que o bem de seus cidadãos. A população leiga no geral esta sempre esperando por um político, líder comunitário, uma nova ordem ou um caudilho azul como cita o nosso “ilustre” Mago Ladino para lhes livrar dos males que na verdade a própria sociedade cria para si. Fora os nossos governos corruptos que infelizmente muitas vezes são reflexo do próprio desejo do povo, que não valorizam o poder que tem em mãos como cidadãos com direitos e deveres.

Somente no final de suas “profecias” vem um pequeno momento de paz para a humanidade e depois o “fim absoluto”. É um padrão quase uniforme para todos esses falsos profetas que iludem, mente em busca de dinheiro, poder e fama. Esses “Profetas” extra-bíblico como Mago Ladino somente servem para confirmar o quão sucessível o povo é ao domínio de charlatões. Tenho uma pergunta. Como fazem tanto sucesso entre os cristãos, judeus e muçulmanos? Será que seus seguidores nunca leram na Bíblia (no caso para os cristão e judeus) que esse tipo de profecia é condenada tanto no AT como no NT , e que do dia e hora do Fim, nenhum humano tem direito de saber, somente o Criador.

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BASCHERA, Renzo. Os Grandes Profetas. São Paulo, Ed. Nova Cultural Ltda, 1985.

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