Autor:
Leandro Claudir Pedroso
Dedico esse trabalho a minha esposa Camila, uma leitora dedicada
aos estudos dos saberes antigos, um pequeno trabalho sobre aquela que era a luz
do saber da antiguidade e que ainda hoje inspira mentes como a sua!
A
cidade de Alexandria foi construída a pedido de Alexandre o Grande da Macedônia
que começou a ser construída em 331 a.C.
Cleomenes se encarregou de edificar a cidade que foi projetada pelo
arquiteto Dinócrates de Rodas. Alexandre nunca conheceu sua cidade.
Os
faraós Ptolomeu I, Sóter e Ptolomeu II, Filadelfo trabalharam para converter
Alexandria em um centro de saber. Eles próprios eram homens do saber, Ptolomeu
I era escritor e elaborou uma biografia de Alexandre Magno. Ptolomeu I herdou a
biblioteca do filosofo grego Aristóteles e não mediu esforços para amplia-la.
Contratou um erudito ateniense para supervisionar a organização de uma grande
biblioteca que com o tempo se tornou a maior e mais famosa biblioteca do mundo
antigo. Sua grandeza só foi superada 17 séculos depois com a invenção da
imprensa que generalizou o uso do livro. Junto a biblioteca havia um templo
dedicado as musas (Mouseion em grego, Museum em latim, que conhecemos por
museu) aonde os sábios podiam trabalhar em paz e sem incômodos, livre de
impostos e mantidos pelo Estado. Havia 14.000 estudantes no museu, era como uma
universidade. Foi em Alexandria que Euclídes elaborou sua geometria,
Eratostenes mediu a circunferência da Terra, Herófito e Erasístrato realizaram
enormes progressos em anatomia, Ctesibio aperfeiçoou o relógio mais engenhoso
dos tempos antigos, que funcionava a água. A ciência alexandrina era de
inspiração grega, mas a tecnologia era egípcia que a influenciava. Foi graças a
Ptolomeu II, que trouxe da Judeia os estudiosos para assessorar a tradução das
escrituras ao grego. A tradução grega da Biblia é conhecida como a dos setenta,
pois segundo a tradição foi traduzida por 70 sábios.
O primeiro
grande incêndio ocorreu em 48 a.C que tomou conta da Biblioteca de Alexandria
do qual encontramos a narração dos fatos graças a Plutarco: “Quando
o inimigo se esforçou para interromper sua comunicação pelo mar, ele foi
forçado a desviar esse perigo, incendiando seus próprios navios, que, depois de
queimarem as docas, se espalharam e destruíram a grande biblioteca."
(Plutarco, Vida de César, 49.6). Segundo todas as fontes a tragédia do
grande incêndio se deu dentro do cenário da perseguição de Júlio César ao seu
rivalPompeu.
Durante
o governo do imperador romano Caracalla (211-217
d.C), foi posto fim aos investimentos estatais do Império Romano para a
biblioteca de Alexandria, nesses cortes incluíram as verbas para os estudiosos
que ali desenvolviam vários trabalhos voltados para as mais variadas áreas do
pensamento à medicina. Mas esse não foi um golpe isolado para a nossa mãe guerreira
e guardiã dos saberes antigos, pois já fazia um século que a biblioteca estava
em decadência e desde o ano 100 d.C
havia contribuído pouco ao conhecimento do mundo. Ptolomeu foi o ultimo
cientista de renome que trabalhou nela, realizando o resumo das principais
obras dos primeiros astrônomos, uma obra de grande referencia na antiguidade a
julgar pela escassez que informação e complexidade desigual para seus pares ou
letrados de outras áreas. Os estudiosos de todo mundo ficaram ofendidos com a
decisão do imperador que custaria a vida da biblioteca e impediria os
estudiosos de continuarem com seus trabalhos devido a ausência de verba para
seus trabalhos e ajuda de custo para sua subsistência enquanto pesquisavam e
desenvolviam trabalhos junto a biblioteca.
Em 273 d.C as tropas do imperador romano Aureliano
invadem o Egito para expulsar a rainha Zenobia de Palmira que havia à 3 anos ocupando o pais que era uma província
romana. Aureliano persegue as tropas de Zenobia até Palmira aonde as destrói.
Enquanto isso nesse inteirem no Egito um homem rico, chamado Firmo
aproveitou-se da confusão e se declarou imperador. Aureliano ao retornar de
Palmira e ficar sabendo do ocorrido, invade Alexandria (então capital da
província do Egito) e crucifica Firmo. Mas a gloriosa biblioteca de Alexandria
sofreu um abalo com isso tudo, pois no decorrer dessas contendas entre Firmo e
Aureliano foram destruídos alguns edifícios da biblioteca de Alexandria, a
pérola da dinastia Ptolomaica que havia perdurado por 600 e sobrevivido á 300
anos o fim da dinastia. E sem dúvida em
tudo se perdeu inumeráveis rolos de papiro que existiam na biblioteca e com
eles o seu conhecimento e sabedoria acumulados de 1000 anos de cultura grega.