Nascida
em 1819, a princesa Alexandrina Vitória de Hanôver teve uma infância solitária,
marcada pelos rigores de uma educação extremamente moralista e pelas desavenças
da família real britânica. Ascendeu ao trono quando tinha 18 anos e imediatamente
impressionou seus súditos por revelar um caráter forte e uma férrea vontade de
dirigir os negócios de Estado. Inicialmente auxiliada por Lorde Melbourne,
então primeiro-ministro, a jovem rainha começou a desempenhar seu papel de
monarca constitucional, enfrentando com dificuldade os avatares da política.
Em 1840,
Vitória casou-se com seu primo, o príncipe alemão Alberto de
Saxe-Coburgo-Gotha, que se tornou seu principal conselheiro nos assuntos de governo,
e moderador de seu obstinado e explosivo temperamento.
O
longo reinado de Vitória, que ficou conhecido como “Era Vitoriana”,
caracterizou-se por um enorme esforço produtivo – concentrado no
desenvolvimento das indústrias pesadas, de mineração e têxteis – e pela
expansão colonialistas na Ásia e na África, fatores que fizeram da Grã-Bretanha
a maior potência econômica do século XIX. Entretanto, internamente todo esse
esplendor mascarava graves problemas sociais, como a violenta diferenciação de
classes e a exploração do trabalho infantil. Assim, convivendo com a riqueza e
a miséria, com a glória imperialista e a brutalidade colonialista, a era
vitoriana gerou uma sociedade de valores duplos, sedimentada na aparência, cujo
bondoso aspecto externo de Dr. Jekyll escondia a monstruosidade de Mr. Hyde.
Referência:
SHEARMAN, Deirdre. Grandes Líderes:
Rainha Vitória. São Paulo: Nova Cultura, 1987.