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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Um breve resumo da Pré-história

Autor: Leandro Claudir Pedroso

Idade da Pedra

Paleolítico: 2,5 m.a.a (milhões de anos atrás) até 12 mil AP (Antes do Presente). Surgimento do Homo habilis (primeira espécie humana) na África. Termina com a substituição da economia baseada em caça, pesca e coleta para produção de alimentos e criação de animais.

Paleolítico Inferior: 2,5 m.a.a até 300 mil AP.

Inicia com o surgimento do Homo habilis, e termina com o surgimento do Homo sapiens neanderthaliensis.

Homo habilis, desenvolve cultura material e sistemática. Capacidade craniana de 750 cc (centímetros cúbicos), pesavam em torno de 40 Kg. Sua indústria lítica era a Olduvaiense, eram necrófagos (carniceiros).

Homo erectus, também surge na África neste período. Instrumentos líticos, ossos de animais, estruturas de habitação, produção de instrumentos, vida em sociedade. Surgiu a 1,5 m.a.a até 300 mil AP, possuía uma capacidade craniana de 1100 cc e tinha uma estatura de 1,70 m. Sua indústria lítica era a Acheulense, confecção de instrumentos (lanças endurecidas), expansão para regiões mais frias, defesa contra predadores, agregador social. Dominaram em 1,4 m.a.a. Caminhavam grandes distâncias, cozinhavam tubérculos, nem todos os grupos erectus utilizavam o fogo e nem todos tinham lanças com pontas endurecidas.

Principal atividade do Paleolítico Inferior era a obtenção de alimentos, caça, coleta de frutas, raízes, tubérculos e sementes.

Paleolítico Médio: 300.000 AP até 40.000 AP.

Inicia com o surgimento do Homo sapiens neanderthalensis (desenvolve-se na Europa e Oriente Médio) em torno de 300.000 AP. Neste período também surge o Homo sapiens arcaico (África e Ásia). A característica deste período que justifica o sapiente no nome das espécies hominídeas é a Cultura Imaterial (religiosidade).

Também surgiu na África nesta mesma época o Homo sapiens sapiens, há mais ou menos 10.000 anos AP. Sem grandes distinções culturais até as mudanças climáticas da transição do Pleistoceno para o Holoceno teve que se adaptar, seu processo cultural fica significativo a partir de 40.000 AP no início do Paleolítico Superior.

Homo sapiens Neanderthalensis:  1,65 m de altura, 1450 cc de capacidade craniana (mesmo do sapiens sapiens), utilizava a técnica de lascamento Levallois e Mustierense.

Homo sapiens arcaico: iniciou o Paleolítico Médio com sua indústria lítica vinculada a Acheulense (do Homo erectus), mas gradativamente passou para a Mustierense, no Norte da África usou a Ateriense. Praticavam necrofagia. Tinham as mesmas características físicas do Homo sapiens neanderthalensis, com a diferença de serem mais altos e menos corpulentos. Caçavam animais de pequeno porte e sepultavam seus mortos. Sua economia era baseada na caça, coleta e pesca. No final do Paleolítico Médio a caça já estava especializada, caçavam manadas de herbívoros. Seus acampamentos eram próximos de água e afloramentos rochosos, onde retiravam matéria prima para seus instrumentos, utilizavam também grutas como acampamentos. Em sítios a céu aberto construíam cabanas rusticas, havia divisão de tarefas por meio do sexo, homens caçavam e mulheres coletavam, cuidavam de seus feridos e enfermos. Possuíam um elevado grau de consciência social e solidariedade, tinham agrupamentos familiares presentes no Paleolítico Superior, mas poderiam existir desde o Médio.      

A cultura imaterial define o Paleolítico Médio, neste período os grupos humanos sapiens sepultavam seus mortos e mais ou menos em 100.000 A.P começaram a preparar os corpos para sepultamento, estabeleceram locais específicos para sepultamento (cemitérios) no fundo de cavernas, realizavam ritos fúnebres com oferendas de flores.

Neste período houve o desenvolvimento de arte móvel com objetos decorados. O Homo sapiens sapiens conviveu por 60.000 anos com os Neanderthais e os Sapiens arcaicos. Mas com o domínio dos Sapiens sapiens os outros grupos humanos foram desaparecendo até a extinção.

Paleolítico Superior: 40.000-12.000 AP

O Homo sapiens sapiens é a espécie dominante, sua produção tecnológica está vinculada as mudanças ambientais, e justamente a produção tecnológica lítica é o marco deste período. Os humanos começaram a observar o ciclo da vida dos animais e plantas, os grupos de caçadores-coletores já dominavam técnicas de cultivo e pastoreio, mas por várias razões não viviam delas. Sua economia era baseada inicialmente na caça e progressivamente complementada com a pesca e coleta de mariscos.

Culturas:

Cultura Chatelperronense (Europa): de transição para o Paleolítico Superior, instrumentos elaborados incluíam buris, facas, cinzéis e outras ferramentas leves.

Cultura Aurinhacense (Oriente Médio, Ásia, Norte da África): 40.000 A.P, relacionada também ao homem de Cro-magnon.

Cultura Gravettense: relacionada a arte rupestre e arte móvel.

Cultura Salutrense (Oeste da Europa): 20.000 – 15.000; período mais frio da última glaciação. Objetos finamente talhados, pontos bifaciais feitos com percussão talha lítica e pressão descamação, as batidas eram feitas com bastões de chifres ou madeiras.

Cultura Madalenense: pontas de projeteis microcristalinos, surgimento dos propulsores de lança (azagaia). Os povos desta cultura estocavam sementes. Utilizavam as úmidas cavernas como locais de rituais, cozinhavam alimentos, mas também ingeriam crus, possuíam assentamentos de curta duração, o esquartejamento da caça indicava a distribuição de carne e a solidariedade social, possuíam adornos corporais.

Arte rupestre ou parietal (pintura de paredes): era o suporte para ritos religiosos, eram realizadas em abrigos sob rochas e cavernas.

No final do Paleolítico Superior já tinham o domínio das técnicas de domesticação de plantas e animais.

Mesolítico: 30.000 – 9.000 AP

Período de transição da economia baseada na caça, pesca e coleta, para a produção de alimentos e criação de animais. Esse processo de transição ocorreu ainda o Paleolítico Superior, por isso muitos pesquisadores preferem usar o termo Paleolítico Superior Final.

Neolítico: 12.000 – 5.000 AP

Inserção de ferramentas e instrumentos que facilitam agricultura e pastoreio. Produção de alimentos e domesticação de animais, passam a viver de agricultura e pastoreio, coleta e caça completam a economia. O Mesolítico havia sido concluído, a transição foi efetivada para a agricultura.

A transição do Pleistoceno para o Holoceno gerou mudanças climáticas, alterando flora e fauna, tais mudanças influenciaram diretamente o modo de vida do homem.

Produção de alimentos

Processo muito gradativa, quando ocorre a transição caçador-coletar para produção de alimentos, vislumbramos um novo período. Domesticação de plantas começou com o conhecimento. Difusão da agricultura e muitos casos fruto da dispersão dos agricultores e não pela propagação de ideias. Caçadores coletores eram botânicos por experiência com enorme conhecimento botânico. Muitos grupos apesar de terem condições de ampliar a produção de alimentos, optaram por continuar com a economia baseado na caça e coleta.

Domesticação de animais

Observação e conhecimento das espécies caçadas. Domesticar não significa amansar e sim alterar a genética, o habitat e o comportamento do animal.

Domesticação preferencial de animais mais jovens.

Castração dos considerados ineptos.

Selecionar os que irão cruzar.

Etapas da domesticação: 1- cativeiro, 2- criação.

Não tinham apenas em mente a obtenção de carne para consumir, mas também em ter mais peles, lãs, leite e outros derivados destes.

O motivo que levou estes grupos a necessidade de capturar e depois criar animais deve estar relacionada a redução da caça do final do Pleistoceno, ocasionada pela mudança climática.               

Diante das espécies caçadas, começaram a criar os animais. Começou como um complemento e foi aos poucos se tornando a economia principal. Os caçadores do Paleolítico Superior já eram botânicos e zoológicos experientes, mas tinham outras alternativas para se alimentar na caça coleta que ainda era abundante. Tecelagem, polimento de certos artefatos líticos. Agora o estilo de vida sedentário predominava.

Da produção de alimentos aos Estados

Agricultura

Pastoreio

Olaria

Tecelagem

Polimento de artefatos líticos.

Sedentarismo.

Aldeias com crescente divisão entre categorias sociais. Surgiram especialistas, resultado direto do sedentarismo e da divisão de tarefas (criador de animais, oleiro, tecelão etc). Divisão do trabalho relacionado ao sexo. Mulheres trabalhavam olaria, cestaria e até certo momento a agricultura, com a invenção do arado, a agricultura e criação de animais passou a ter atividade do homem. O chefe a ser o monarca, passando a ter funções militares e com cargo hereditário. A agricultura pós fim a solidariedade, substituída pela competição e pela posse de maior número de recursos. Cada agricultor com seu campo, gado, casa e utensílios. Sepultamentos dentro da casa, não mais em cemitérios comuns. Junto a propriedade privada veio a pilhagem, roubo, guerras e saques. Surge a classe de guerreiros profissionais.

O desenvolvimento das aldeias para cidades foi determinado por três fatores: Primeiro foi uma serie de invenções e avanços técnicos posteriores a produção de alimentos, como irrigação, drenagem, arado, meio de transporte aperfeiçoado. Segundo foi o fim da autossuficiência da aldeia neolítica. E terceiro a concentração de poder econômico e político nas mãos da classe militar e sacerdotal.

Você quer saber mais?

PUHL, Juliane Maria. Pré-história. Canoas: Ed. Ulbra, 2013.

COTRIM, Gilberto. História Geral: Brasil e Geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.

ARRUDA, José Jobson de A; PILETTI, Nelson. Toda História. São Paulo: Editora Ática, 1999. 

     

terça-feira, 24 de maio de 2016

Los guanches


Los nueve menceyes que gobernaban los nueve menceyatos (reinos prehispánicos) de Tenerife.

Actualmente son estatuas de bronce, las cuales sustituyeron a otras esculpidas en piedra volcánica que fueron trasladadas a otra avenida de la población a finales del siglo XX. Concretamente fue el 13 de agosto de 1993 cuando se inauguraron las nuevas figuras de los menceyes, obra del escultor José Abad. Estas estatuas son muy apreciadas por todos los canarios, pues representan una parte muy esencial de su cultura.

Estas estatuas de bronce, representan a los nueve líderes guanches y eran los hijos del Mencey Tinerfe el Grande, hijo del Mencey Sunta, que tenía su corte en el Menceyato de Adeje (cien años antes de la conquista) y gobernaba toda la isla. Tuvo 9 hijos legítimos y uno ilegítimo, que posteriormente se rebelaron y dividieron la isla en 9 menceyatos (reinos). Estos nueve menceyes son:

Acaimo: Mencey de Tacoronte.

Adjona: Mencey de Abona.

Añaterve: Mencey de Güímar.

Bencomo: Mencey de Taoro.

Beneharo: Mencey de Anaga.

Pelinor: Mencey de Adeje.

Pelicar: Mencey de Icode.

Romen: Mencey de Daute.

Tegueste: Mencey de Tegueste.



Siglo XV, el mundo está aún por descubrir. Los europeos empiezan a surcar los mares más allá de las Columnas de Hércules. Lejos de ellas, cerca de la costa africana, existen unas islas conocidas y exploradas por los antiguos, pero desconocidas y olvidadas por la sociedad del momento. Sólo los marinos más viejos hablan sobre ellas, repiten historias oídas a sus abuelos y que éstos oyeron a los suyos. Hablan de dragones y cíclopes, de monstruos marinos y montañas de fuego… De unas islas vomitadas por la tierra y olvidadas por Dios.

Cíclope y dragón, con mapa antiguo de Canarias al fondo
En estas siete islas, conocidas en el futuro como Islas Canarias, habita un pueblo llegado del otro lado del mar y que con el paso de los años ha olvidado cómo navegarlo, evolucionando y creciendo ajeno a los cambios producidos en los últimos siglos en el resto del mundo. Cada isla ha permanecido ajena la una a la otra, desarrollando una cultura diferente que comparte una misma raíz común.

Muchos de estos pueblos son trogloditas, aprovechan el cobijo que les da la lava ya fría para acondicionarla y construir sus viviendas. Otros excavan en la roca caliza y construyen sus propias cuevas, decorándolas con pinturas y grabados misteriosos. Algunos levantan cabañas con piedra seca formando poblados enormes.

Mencey y pastor con sus cabras, con cueva de habitación al fondo
La ganadería es su principal forma de vida. Cuidan principalmente de cabras, y éstas se convierten en su principal aliado: de ellas lo aprovechan todo. Su piel les sirve para confeccionar prendas con las que cubrirse, su carne y leche les provee de alimentos, incluso sus huesos les sirven para confeccionar algunas herramientas.

Todos comparten un mismo Dios, aunque con diferentes nombres. Abora en la isla de Benahoare (La Palma), Achaman en la isla de Achineche (Tenerife) y Acorán en la isla de Tamarán (Gran Canaria), son sólo algunas de las formas con las que se conoce al Dios Sol, su divinidad suprema. Una religión común a todos ellos que ha sufrido diferentes transformaciones en cada isla.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

El Misterio de los Guanches y las Pirámides de Tenerife


Pelicar – Un Mencey (rey) Guanche (Fotografía:  cinetech)

Tenerife, una de las Islas Canarias, es bien conocida como destino de vacaciones, pero muchos turistas visitan la isla ignorando que allí hay pirámides y un misterio sin resolver. ¿Quién construyó las pirámides, cuándo fueron construidas y por qué? Existen tres teorías distintas y un gran debate en torno a todo ello.

Pirámides de Güímar



Güímar es una población del sur de Tenerife en la que se ubican 6 de las pirámides descubiertas. Actualmente se concentran en el Parque Etnográfico creado por el explorador Thor Heyerdahl con el apoyo financiero del magnate naviero Fred Olsen.



Thor Heyerdahl 

La primera noticia que tuvo Heyerdahl de las pirámides la obtuvo en 1990 al leer un artículo escrito por Francisco Padrón y publicado en el periódico local " Diario de Avisos. " Terminó por ir a la isla a ver las pirámides por sí mismo, y quedó tan impresionado que estableció su casa en Güímar, donde vivió durante el resto de su vida.

El aventurero noruego pensó que dichas construcciones eran similares a otras pirámides escalonadas que había visto en sus muchos viajes por todo el mundo. Teorizó con que podían haber sido construidas a la vez, cuando los pueblos surcaban los océanos y con la existencia de un eslabón entre las pirámides egipcias y las centroamericanas. También pensaba que era posible que los Guanches, habitantes de Tenerife antes de la conquista castellana, pudieran haber sido los responsables de construir estas pirámides.

La Explicación Académica

Los académicos, sin embargo, no estuvieron de acuerdo con él y propusieron la teoría alternativa que defiende que las pirámides no son más que amontonamientos de rocas volcánicas que los agricultores habrían realizado al preparar sus tierras para el cultivo. Asimismo defienden que fueron construidas en el siglo XIX ya que la cerámica descubierta en las excavaciones realizadas por arqueólogos de la Universidad de La Laguna se remonta solamente hasta esa época.

Philip Coppens

Philip Coppens, autor y último investigador que visitó Tenerife en el año 2.009, quiso investigar in situ el tema y tras hacerlo realizó las siguientes declaraciones en su página web  con respecto a la explicación académica:

"El hecho es que sobre una explanada entre dos pirámides, los arqueólogos cavaron en dirección a la estructura, pero pararon en un nivel que ellos asimilaban al siglo XVIII - y que estaba entre los 50 y 150 centímetros de profundidad-. De ello se deduce la equivocada conclusión a la que llegaron, ya que todo lo cavado dedujeron que databa de hace dos siglos como máximo. Nada más lejos de la realidad."

Alineamientos con el Solsticio de Verano

Heyerdahl y quienes defienden que fueron los guanches los constructores de estas  pirámides, han argumentado que las construcciones están minuciosamente  diseñadas con escaleras y alineaciones realizadas con posibles objetivos ceremoniales, como los que se llevarían a cabo durante el solsticio de verano. En 1991, Juan Antonio Belmonte Avilés, Antonio Aparicio Juan, y César Esteban López,  investigadores del Instituto de Astrofísica de Canarias, demostraron que los lados más largos de algunas de las terrazas que rodean a las pirámides de Güímar marcan la dirección de los solsticios de invierno y verano.



Pirámide de Güímar en la que puede observarse una de las escaleras (Fotografía: Raphael Biss)

Una de las pirámides dispone de una escalera incorporada y se ha sugerido que dicha escalera era el medio por el que el celebrante ascendía para así poder alcanzar el nivel superior de la pirámide donde adorarían al sol naciente.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

A “Ponte de Adão” ou “Ponte de Rama” citada no Ramáiana é localizada.


"Ponte de Adão" ou "Ponte de Rama."

A NASA capturou imagens de uma misteriosa e antiga ponte entre a Índia e o Sri Lanka. A ponte era transitável a pé supostamente até 1480 d.C, quando um ciclone de  areia  a destruiu.

Esta ponte recém-descoberta tem-se verificado ser feita de uma cadeia de calcário. Sua curvatura única e composição por idade revela que é feita pelo homem. Atualmente, a ponte nomeada como Ponte de Adão (mais popularmente conhecido como Setubandha) possuí cerca de 18 milhas (30 km) de comprimento.


A "Ponte de Rama" fica entre a ilha de Pamban na Índia e a Ilha de Mannar no Sri-Lanka.

A ponte de Adão também é chamada ponte de Rama porque está escrito no Ramáiana que foi construída para permitir a Rama atingir a ilha de Lanka onde a sua esposa Sita estava prisioneira do rei-demônio Ravana.

Esta informação é um aspecto crucial para uma visão sobre a lenda misteriosa chamada Ramayana, segundo a qual a ponte foi construída sob a supervisão de Rama.


Ilha de Danush Kodi, fim do subcontinente indiano frente ao Sri Lanka.

Esta ponte começa na Índia, na ilha de Dhanushkodi Pamban e termina na ilha de Mannar no Sri Lanka. A profundida entre a Índia e o Sri Lanka é de apenas 3 a 30 pés (1-10 metros) de profundidade. Devido às águas rasas, esta ponte apresenta um problema para a navegação de grandes navios que não podem viajar nas águas rasas do canal Pamban.

A ponte foi mencionada por Ibn Khordadbeh no seu Livro de Estradas e Reinos chamando-lhe Set Bandhai ou "Ponte do Mar". Mais tarde surge referida em trabalhos do século XI, por Al-Biruni.


Vista aérea da "Ponte de Adão".

O nome Ponte de Adão provavelmente provém de uma lenda islâmica, de acordo com a qual Adão teria usado a ponte para atingir o Pico de Adão no Sri Lanka, onde ficou apoiado sobre um só pé durante um milhar de anos, deixando uma grande marca que se assemelha a uma pegada. Tanto o pico como a ponte receberiam, pois o nome de Adão por causa desta lenda. O nome Ponte de Rama ou Rama Setu (sânscrito; setu: ponte) foi dado a esta ponte de baixios em Rameshwaram, na mitologia hindu identificando-a com a ponte construída pelo exército de Rama formado por homens-macacos ditos Vanara, usado para chegar a Ceilão para salvar a sua esposa Sita do rei Rakshasa, Ravana, como descreve o épico sânscrito Ramáiana


Índia ao norte, Sri Lanka ao sul.

O mar que separa Índia e Ceilão é chamado Sethusamudram "Mar da Ponte". Mapas de um cartógrafo neerlandês de 1747, disponíveis em Tanjore na biblioteca Saraswathi Mahal designam a área de Ramancoil, forma coloquial do termo tamil Raman Kovil (templo de Rama) Outro mapa da Índia Mogol de J. Rennel em 1788, na mesma biblioteca, chama a área de "Rama Temple". Muitos outros mapas presentes no atlas histórico Schwartzberg's  e outras fontes chamam à área nomes como Koti, Sethubandha e Sethubandha Rameswaram, entre outros. Valmiki Ramayan chamou à ponte construída por Rama Setu Bandhanam no verso 2-22-76.


Vista geral da "Ponte de Adão" ou "Ponte de Rama."

O mapa mais antigo que chama à zona "Ponte de Adão" foi concebido por um cartógrafo britânico em 1804.

Há um impasse entre os geólogos. Alguns geólogos argumentam que esta estrutura é natural enquanto outros sustentam que é feita por mão humana. O Supremo Tribunal de Madras afirmou numa ocasião que a estrutura era artificial.
A descoberta desta ponte não é apenas importante para os arqueólogos, mas também dá uma oportunidade para que o mundo saiba uma história antiga ligada à mitologia indiana.


quinta-feira, 30 de julho de 2015

Investigando nossa origem:


Quem acompanha o Blogue Construindo História Hoje, sabe que eu como seu administrador, possuo a postura de que tanto a Teoria Criacionista como a Evolucionista seja ensinada nas escolas. Por isso não omito de postar trabalhos que possuem por base a Teoria Evolucionista de Charles Darwin, ainda que discorde dela pela falta de evidências científica que a comprovem.
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Quando surgiu a vida na Terra? Quando apareceram os primeiros seres humanos? Para os cientistas o Universo possui aproximadamente 15 bilhões de anos, o planeta Terra em torno de 4,5 bilhões de anos, o surgimento das primeiras formas de vida datam de 3 bilhões de anos atrás, já os dinossauros perambulavam no planeta entre 230 milhões a 65 milhões de anos atrás. Os primeiros primatas surgiram logo após a extinção dos dinossauros e entende-se que os primeiros hominídeos (nossos ancestrais) apareceram a 7 milhões de anos, os primeiros ancestrais de nossa espécie teriam surgido e se expandido por volta de 1,5 milhões de anos e há apenas 200 mil anos os seres humanos como nós conhecemos sobrevivem. A maioria dos animais primitivos não existe mais. Não conseguiram sobreviver por causa das mudanças climáticas, da disputa por comida e dos ataques de outros animais. Ao longo de milhões de anos foram substituídos por outras espécies, que por sua vez também se extinguiram. Somente os que tiveram descendentes mais adaptados puderam evoluir e sobreviver.

A Teoria da Evolução: A explicação para a evolução das espécies começou a ser dada pelo cientista inglês Charles Darwin (1809-1882), autor da famosa Teoria da Evolução das Espécies. Darwin provou que ao longo de milhares de anos todas as espécies de seres vivos se transformaram, ou seja, evoluíram. Algumas espécies não conseguiram sobreviver e extinguiram-se. Outras espécies foram evoluindo, ou seja, foram se modificando através de milhões e milhões de gerações. Há cerca de 32 milhões de anos surgiram os primatas. São animais mamíferos com capacidade de agarrar coisas com as mãos. Nos dias atuais, os macacos e os seres humanos são considerados primatas. Há 7 milhões de anos, os primatas começaram a evoluir para 2 espécies diferentes. Uma parte deles teve descendentes que deram origem aos macacos. Outra parte desses primatas teve descendentes que evoluíram até se tornarem a espécie humana. Portanto não é verdade que o ser humano evoluiu a partir do macaco. O que acontece é que seres humanos e macacos têm um antepassado comum. Os seres humanos e seus antepassados são chamados de hominídeos. Há dois milhões de anos havia três ou mais espécies de hominídeos. Depois elas desapareceram, substituídas por espécies de hominídeos. Os nossos antepassados hominídeos até que eram bem parecidos com macacos. O Australopitecus tinha um cérebro pequeno como o do chimpanzé, maxilares salientes e era coberto de pêlos. Mas andava sobre dois pés e não tinha uma cauda como os macacos. O fóssil mais antigo de Australopitecus foi encontrado na Etiópia (África) em 1974. Ele tinha 3,5 milhões de anos. Era uma fêmea adulta e recebeu o nome de Lucy. Não se sabe exatamente por que os Australopitecus desapareceram. Mas, centenas de milhares de anos antes de isso acontecer, surgiu outro gênero de hominídeos: o HOMO. O homo tem inteligência, isto é, tem capacidade de raciocinar, de fabricar utensílios, de articular uma linguagem e de se comunicar. Mas estas capacidades foram surgindo aos poucos. Os cientistas constataram que o gênero Homo dividiu-se em 4 espécies distintas (nós pertencemos a uma delas), sendo que uma não gerou a outra e algumas delas podem ter convivido entre si em curtos períodos de tempo. Foram elas: Homo habilis, Homo erectus, Homo Sapiens neanderthalensis, Homo sapiens e Homo Sapiens sapiens.

Pré-história geral: A Pré-História corresponde ao período que vai do surgimento do homem (hominídeo) até a invenção da escrita. O termo Pré-História tem sido criticado, pois pode sugerir que o homem desse período não deva ser incluído na História. Ora, o homem, desde seu aparecimento, é um ser histórico, ainda que ele não utilizasse a escrita. Outras expressões foram propostas para denominar os povos sem escrita, como: povo pré-letrado, povo ágrafo etc. O emprego dessas expressões, entretanto, não se generalizou. Como o termo Pré-História é de uso universal, vamos também empregá-lo, mas conscientes de que esse período integra a História, em sentido amplo.

Fontes para o estudo da pré-história: Atualmente utilizamos diferentes fontes históricas para reconstituir nosso passado, utilizamos documentos escritos ou mesmo fotografias, como fizemos em aula. E se quiséssemos reconstituir a Pré-História, que fontes utilizaríamos? O homem pré-histórico deixou uma série de vestígios de sua existência e de modo de vida: fósseis, instrumentos, pinturas etc. Entre as ciências que pesquisam essas fontes pré-históricas destacam-se a Paleografia Humana e a Arqueologia Pré-Histórica. A Paleografia Humana estuda os fósseis dos corpos dos homens pré-históricos, geralmente ossos e dentes, partes mais resistentes, que se preservaram ao longo do tempo. A Arqueologia Pré-histórica estuda objetos feitos pelo homem pré-histórico, procurando descobrir como eles viviam. Instrumentos de pedra e metal, peças cerâmicas, sepulturas são alguns desses objetos. DIVISÃO DA PRÉ-HISTÓRIA. As fontes pré-históricas indicam que nesse período, existiram diferentes culturas. Deduz-se que os objetos inicialmente tiveram formas variadas e foram feitos de diferentes materiais: madeira, osso, pedra lascada, pedra polida, metal. A partir de constatações dessa natureza, dividiu-se a Pré-História em três grandes períodos: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada, Neolítico ou Idade da Pedra Polida e Idade dos Metais.

Como saber se os hominídeos eram inteligentes? Supõe-se que a inteligência esteja relacionada ao tamanho do cérebro. A medição do espaço interno dos crânios encontrados indicou que o cérebro do Austrophitecus tinha 450 cm³; do Homo habilis, 500 cm³; o do Homo erectus, entre 825 e 1,2 mil cm³ e o do Homo sapiens sapiens, 1,5 mil cm³.  Cultura: modo de vida de cada povo, transmitido de geração a.geração. Abrange tanto a produção material (instrumentos, vestimentas, edificações etc.) quanto a produção a não-material (crenças, artes, ciência, linguagem religião, leis, costumes etc.) do ser humano.   Fóssil: resto ou traço visível da matéria original de um organismo morto há muito tempo.

domingo, 26 de julho de 2015

A América antes dos europeus:



Estudar a história da América antes da invasão europeia é uma tarefa difícil, pois muitas sociedades ameríndias não deixaram textos escritos, e os documentos encontrados até hoje sofreram diversas interpretações, o que dificulta um percepção adequada de como os nativos americanos viviam. Devemos destacar ainda que inúmeros povos desapareceram sem deixar muitos vestígios, tornando o estudo complexo e sujeito a constantes revisões.

A procura e interpretação desses vestígios feitos pelos arqueólogos que buscam, em objetos, pinturas e outros registros, indícios de costumes, cultos religiosos, hierarquia social, alimentação, hábitos funerários, entre outras pistas possibilita-nos entender melhor as sociedades ameríndias anteriores à chegada dos europeus. Durante um longo período, o continente americano foi povoado por caçadores e coletores. Somente por volta de 5000 a.C. iniciou-se na região um processo que culminou na agricultura. Esse processo não abrangeu todas as sociedades, e aquelas que desenvolveram a agricultura não o fizeram da mesma forma.

Enquanto alguns grupos de nativos americanos mantiveram a caça e a coleta como atividades principais – como foi o caso dos esquimós, que habitavam as regiões geladas, outros incorporaram também a agricultura a suas atividades, por exemplo, algumas sociedades indígenas brasileiras. Outras sociedades, como a dos maias, astecas e incas, por sua vez, organizaram-se em torno de Estados, com uma hierarquia bem definida e construção de grandes centros habitacionais e áreas agrícolas capazes, inclusive, de produzir excedentes utilizados em relações de troca de produtos.

Quando os europeus chegaram à América no século XV, encontraram sociedades organizadas vivendo na região da América do Norte, da Mesoamérica (terras do atual México e parte da América Central) e na região andina (atuais territórios do Peru, Equador, norte do Chile e Bolívia). Algumas  dessas culturas apresentavam sistemas de escrita, desenvolvimento matemático e astronômico, calendários (muitos deles mais precisos que os dos europeus) e grandes centros habitacionais que chegaram a surpreender os recém chegados.

►Os maias: A civilização maia desenvolveu-se na Península de Yucatán, onde hoje é o sul do México, Guatemala, Belize e partes de El Salvador e Honduras. A data mais antiga de uma inscrição maia e de 292 a.C., e foi encontrada em Tikal, atual Guatemala. Contudo, sabe-se que essa civilização começou a se desenvolver muito antes e foi influenciada culturalmente por povos que os antecederam na região, destacando-se os olmecas, zapotecas e teotihuacanos. Sabe-se da existência de mais de 50 centros maias que se sucederam em importância durante vários períodos.

De 250 a 900, denominado pelos historiadores de Período Clássico: Tikal, Uaxactún e Piedras Negras, na Guatemala; Nakum, em Belize; Copán, em Honduras; Palenque, Bonampak e Yaxchilán, no estado mexicano de Chiapas.

De 900 a 1250,  (Período Pós-Clássico), destacaram-se, na Península de Yucatán, os centros de Chichén Itzá e Uxmal. A hegemonia de Chichén Itzá foi quebrada por volta de 1250 d.C. pela cidade de Mayapán.

A base da economia maia era a agricultura. As terras eram cultivadas coletivamente, porém os camponeses tinham de pagar tributos pelo seu uso, já que, em última instância, elas pertenciam ao Estado. Do ponto de vista político, os centros urbanos estavam ligados a vários tipos de ‘confederações’ ou ‘reinos’. Uma elite de sacerdotes e militares detinha o poder e executava as cerimônias religiosas. Á frente dos ‘reinos’, estava o halac uinic (o ‘homem verdadeiro’), uma espécie de rei-sacerdote. Corporações de artistas, artesãos, camponeses e escravos completavam o quadro social. Os maias eram politeístas, sua religião deificava a natureza e seus cultos eram singulares. Em falta de registros precisos, não podemos afirmar com segurança quais foram os motivos que levaram ao declínio da sociedade maia. Mas acreditasse que um processo de desestruturação social iniciado em 900 d.C, levou a população a abandonar os grandes centros urbanos e a dispersar-se. Somado isso a um período de seca que assolou a América Central nesse período a fragmentação gradativa da sociedade maia foi uma questão de tempo.

►Os astecas: ao chegar ao México, vindos da região de Aztlán, os astecas (ou mexicas), guerreiros conquistadores, foram paulatinamente influenciados pelas culturas toltecas e zapotecas, que já estavam em declínio. Por volta de 1325, os mexicas fundaram Tenochtitlán, que se tornou uma das mais importantes cidades astecas. Depois de violentas lutas durante o reinado de Itzcoatl (Serpente de Obsidiana), este, em aliança com o governador de Texcoco, formou a Tríplice Aliança (Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopán). O fortalecimento militar, combinado com a confiança que tinham em seu próprio destino, possibilitou a contínua expansão política e econômica. Povos de línguas e costumes diferentes foram submetidos pelos mexicas (Astecas). Com relação a estrutura social sabe-se que a sociedade asteca era estratificada e diretamente relacionada com a hierarquia política e econômica. O grupo dominante, dividido em vários níveis hierárquicos, referencias e cargos e títulos diversos, controlava os altos cargos administrativos e não pagava tributos. Ciosos de seus privilégios, os nobres teriam forjado a imagem de que eles eram os responsáveis pela urbanização e embelezamento da cidade, pelo estabelecimento de rotas comerciais, por artes e ofício, pela propagação da língua náhuatl, pela boa administração e pela manutenção e renovação do Sol e da humanidade por intermédio das oferendas, cujo objetivo era a restauração da energia divina. O poder político era centralizado e o tlatoani (aquele que comanda) era eleito vitaliciamente pela elite mexica. Os mexicas estabeleceram uma intensa área de comércio. Os comerciantes chamados pochtecas, constituíam um grupo social a parte, que, além dos produtos trazidos pelos mercadores recebiam tributos pagos pelos povos dominados.

Os astecas adotavam um calendário solar com 18 meses de 20 dias, mais um décimo nono mês de cinco dias, perfazendo 365 dias.

Sua arquitetura era grandiosa sofisticada. A cidade de Tenochtitlán tinha pontes, canais, calçadas, praças e avenidas. Os manuscritos hieroglíficos e pictográficos (chamados códices) atestam a habilidade dos escribas-pintores.

Já a religião mexica caracterizou-se pela variedade de manifestações, pelo politeísmo, pela origem heterogênea e pelos sacrifícios aos deuses. Os astecas empreendiam as chamadas ‘guerras floridas’ para conseguir prisioneiros que, depois, seriam sacrificados.

►Os incas: Na região da Cordilheira dos Andes, na costa oeste da América, desenvolveu-se um grande império: ou Império de Tawantinsuyu – que significa ‘quatro caminhos’ -, também chamado de Império Inca. A origem dos incas é incerta, mas sabe-se que eles estabeleceram na região a partir do século XIV, tendo Cuzco como o centro de seu império. Ao longo do século XIV, uma série de monarcas guerreiros conquistou a hegemonia local e Cuzco passou a ser o centro do mundo incaico. A maioria da população inca vivia em uma multiplicidade de pequenas coletividades agropastoris. O chefe do ayllu era o kuraka, que, entre outras funções, distribuía terras, organizava os trabalhos coletivos e era responsável pela resolução dos conflitos. O território do ayllu chamava-se marca. Cada família tinha, para usufruto, lotes de terra. Extensas áreas de estepes eram utilizadas coletivamente para a atividade agropastoril, com a criação da alpaca e da lhama animais típicos da região. A terra, em última instância, pertencia ao Império Inca, que recebia parte da produção e tinha o direito de exigir a prestação de serviços dos súditos. Todos tinham de trabalhar, somente os inválidos e doentes estavam dispensados. Os instrumentos de trabalho eram simples, como a enxada de madeira chamada taclla. Cultivavam cerca de 300 variedades de batatas, plantavam milho nos vales mais quentes, produziam uma bebida chamada chicha. Nas áreas úmidas produziam a coca, a mastigação dessa planta reduzia a fome e o cansaço e possuía importância em seus rituais religiosos. Produziam a quinoa o arroz andino. As técnicas agrícolas eram avançadas, com a construção de terraços e canais. O guano (excremento de ave marinha) era utilizado como fertilizante.

A sociedade inca era hierarquizada e subdividia-se: No topo da pirâmide social estava o sapa inca ( o ‘único inca’), soberano absoluto e adorado como um deus. Os incas construíram estradas pavimentadas, criaram um sistema de correio. Os templos e palácios bem como as fortalezas, destacavam-se, ainda hoje, pelas técnicas de construção. Os incas integraram as construções às paisagens andinas, como podemos observar em Machu Picchu e Ollantaitambo. Produziam cerâmica e tecidos. Quanto a religião, os incas eram politeístas e idólatras. Cultuavam o deus Sol (Inti) que ocupava um lugar de destaque no panteão andino. Acreditavam em um deus criador Viracocha, cultuavam os mortos e realizavam sacrifícios principalmente de animais, mas também de humanos. Os soberanos eram mumificados e guardados no templo do Sol. Procissões, sacrifícios, danças, jejum e abstinência sexual caracterizavam o ritual dos diversos festivais religiosos.


quarta-feira, 18 de março de 2015

A droga invade a faculdade


Quase 50% dos 18 mil universitários entrevistados no país admitem ter usado entorpecentes. No DF, a situação se repete, segundo professores e alunos. Com medo de represálias, docentes se calam. A Secretaria de Justiça e Cidadania pretende ensiná-los a lidar com o problema

Autores: Saulo Araújo , Ariadne Sakkis

"Parece uma coisa distante do universo universitário, mas não é. São recorrentes os casos de professores ameaçados por tentarem enfrentar estudantes dependentes químicos" Rodrigo de Paula, presidente do Sindicato dos Professores das Entidades de Ensino Particulares

"Volta e meia, prendemos um estudante universitário envolvido com quadrilhas especializadas em tráfico de drogas. É triste para os pais, que ficam muito surpresos e decepcionados".

Luiz Alexandre Gratão, delegado-chefe da Cord O flagelo das drogas não se restringe ao universo das escolas. Nas faculdades públicas e privadas do Distrito Federal, o problema se repete. Em muitas delas, combater o consumo é mais complicado do que nos centros educacionais. Por lidar com um público adulto e que paga pelos estudos, a maioria dos professores tem dificuldade para controlar a entrada de substâncias ilícitas em sala de aula.

A mais recente pesquisa feita pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) mostra que quase 50% dos 18 mil universitários entrevistados admitiram ter usado algum tipo de entorpecente. O estudo não faz um recorte por unidade da Federação, mas especialistas, professores e alunos ouvidos pelo Correio confirmam a realidade na capital. Numa faculdade privada de Taguatinga, a polícia teve de agir para acabar com o tráfico explícito na entrada da instituição. O episódio ocorreu em janeiro. Na ocasião, dois homens, sendo um estudante, foram presos acusados de vender maconha e cocaína.

O presidente do Sindicato dos Professores das Entidades de Ensino Particulares (Sinproep), Rodrigo de Paula, confirma a rotina de medo. Segundo ele, é comum alunos sob efeito de drogas ameaçarem servidores. Mas, por medo de represálias, a maioria dos trabalhadores prefere não comunicar o episódio à polícia e ao sindicato da categoria. “Parece uma coisa distante do universo universitário, mas não é. São recorrentes os casos de professores ameaçados por tentarem enfrentar estudantes dependentes químicos. O problema é que ficamos sabendo desses episódios por meio do boca a boca, pois é natural que eles (professores) fiquem com receio de fazer uma denúncia formal”, explica Rodrigo.

Na tentativa de mudar essa realidade, a entidade sindical, em parceria com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), abriu inscrições para um curso no qual educadores aprenderão como lidar ao se deparar com alunos drogados. A primeira turma deve ser formada em outubro. “Percebemos que muitos professores não sabem o que fazer diante de um problema tão sério. Com uma abordagem direcionada e correta, acreditamos que as soluções para esses conflitos possam ser encontradas de forma mais tranquila”, frisou Rodrigo de Paula.



Festas badaladas

As universidades mais tradicionais e caras de Brasília não estão livres das drogas. Cientes do alto poder aquisitivo dos estudantes, traficantes seduzem jovens para festas badaladas promovidas em mansões situadas em bairros nobres. Nesses eventos, predomina o consumo de drogas sintéticas, como o ecstasy e o LSD. A cocaína escama de peixe, quase 100% pura, também é bastante procurada por estudantes universitários com bom padrão financeiro.

No primeiro semestre deste ano, a Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) apreendeu 397 kg de cocaína. Desse total, aproximadamente 4kg eram do tipo escama de peixe. O quilo desse pó chega a custar R$ 100 mil nos bairros nobres. Nas cidades mais pobres, o preço cai para R$ 40 mil pela mesma quantidade. Parte desse narcótico é consumido por aspirantes a médicos, engenheiros, administradores, entre outros profissionais. “Volta e meia, prendemos um estudante universitário envolvido com quadrilhas especializadas em tráfico de drogas. É triste para os pais, que ficam muito surpresos e decepcionados quando descobrem que seus filhos estão envolvidos com esses grupos”, afirma o delegado-chefe da Cord, Luiz Alexandre Gratão.

Estudo interrompido

Foi justamente numa festa de fim de ano promovida por estudantes do curso de publicidade que o jovem Luiz*, 26 anos, entrou no submundo das drogas. Começou com a maconha, passou para a cocaína e, por muito pouco, não chegou ao fundo do poço com o crack. “Teve um dia que cheirei (cocaína) tanto que criei coragem para experimentar coisas novas. Estava disposto a conhecer o crack e só não comprei uma pedra porque um amigo meu que cheirava comigo impediu”, afirma.

O vício fez Luiz interromper uma promissora carreira. Os pais trancaram a matrícula do rapaz no terceiro semestre e o internaram numa clínica de reabilitação. Há seis meses, ele não usa nenhum tipo de substância ilícita, mas ainda não se sente preparado para voltar a estudar e encontrar os amigos que lhe ofereceram a primeira carreira de pó. “Acho melhor esperar mais um tempo. Quero me desligar dessa turma, sair dessa faculdade e começar uma vida nova”, vislumbra Luiz.

Para a titular da Promotoria de Educação, Márcia Pereira da Rocha, a prevenção ao uso de drogas deveria ocorrer desde os primeiros anos da criança na escola, com uma participação bem mais ativa do Estado e da família. “A escola, no Brasil, é um palco da visualização da violência que ocorre na cidade. Não foi ela (escola) que estimulou o uso e ela não é culpada pelo que está ocorrendo dentro dela. Se não houver uma ação multidisciplinar para o enfrentamento desse problema, não podemos esperar que apenas os professores tenham condições de mudar esse cenário”, analisa a promotora.
*Nome fictício a pedido do entrevistado

Alunos da UnB detidos

Em novembro de 2008, uma operação desencadeada pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), da Polícia Civil, terminou com a prisão de sete pessoas, entre elas dois estudantes da Universidade de Brasília (UnB). Pedro Ivo Vianna e Rogério Fenner Santos foram apontados como integrantes de uma quadrilha envolvida com o tráfico de drogas interestadual. O grupo compraria os entorpecentes no Rio de Janeiro e em Mato Grosso do Sul e revenderia no Distrito Federal, inclusive dentro da UnB. Estima-se que o comércio movimentava pelo menos 10kg de haxixe por semana, além de LSD e ecstasy. Pedro Ivo foi condenado a 15 anos de prisão. O processo de Rogério ainda tramita no Superior Tribunal de Justiça.

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