O Mecânico e o "Doutor". Imagem: Construindo História Hoje.
Isaac Asimov
Quando
eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados,
e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota
dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada –
no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – Kitchen Police).
Durante
toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu
uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava
que as outras pessoas também achavam isso.
Porém,
na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom
para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas
pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que
provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?
Por
exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste
desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei
muito mais inteligente que ele.
Mas,
quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar
um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a
situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem
oráculos divinos. No fim, ele sempre consertava meu carro.