Clio é uma das musas gregas
que habitam o monte Hélicon, segundo a mitologia. A cultura do Ocidente está
profundamente marcada pelo legado helênico, ou seja, pelos costumes e
ensinamentos deixados pelos homens da Grécia Antiga. Esta, por sinal, é
considerada o berço da civilização, de lá veio a ideia de organização e também
a de democracia, tão citada atualmente. Na mitologia grega havia as musas, que
eram deusas irmãs que viviam no monte Hélicon. Segundo a tradição, eram nove
musas, filhas de Zeus com Mnemósine e que recebiam a assistência de Apolo para
presidir as artes e as ciências e inspirar os governantes a estabelecer a paz
entre os homens.
As musas eram festejadas a
cada quatro anos no monte Hélicon e na Piéria. Inicialmente, inspiravam os
poetas, mas, depois, passaram a influenciar todas as artes e ciências. Segundo
Homero, as nove musas são: Clio, Euterpe, Talia, Melpômene, Terpsícore, Érato,
Polímnia, Urânia e a líder de elas, Calíope. A mitologia grega alegava que as
musas eram virgens ou, pelo menos, não casadas.
Entre essas nove musas está
Clio, a musa da história e da criatividade. É conhecida por divulgar e celebrar
as realizações. Por sua eloquência, ela é a fiadora das relações políticas
entre homens e nações. As representações feitas pelos artistas de Clio a
demonstra como uma jovem mulher coroada de louros que carrega na mão direita
uma trombeta e na mão esquerda um livro de Tucídides. Em algumas ocasiões, as
representações de Clio indicam que ela porta um pergaminho e uma pena, mas esses
são atributos mais identificados com sua musa irmã Calíope.
O nome Clio significa
“Proclamadora”. Ela é a grande deusa da História para os Historiadores. Embora
seja uma referência ilustrativa, possui a capacidade de chamar para uma
reflexão nos múltiplos domínios da História. Se considerarmos o livro que
carrega em suas mãos, de Tucídides, nos remetemos a escrita da História, ou
seja, nos atentamos para a historiografia e como se dá o relato das
realizações. Por outro lado, há o outro objeto que Clio porta em suas mãos, que
é a trombeta. Este sim é o responsável pela anunciação, o que pode-se entender
como a fama do acontecimento, a fama da História.