Parte do Muro original de Jebus (atual Jerusalém).
Jerusalém foi fundada há 4200 anos por um dos povos que
constituem a estirpe palestina: os jebuseus, pertencentes ao tronco cananeu. O seu
nome original, Jebusalem,
incorpora a palavra Salem (Salam) que
significa paz. Os cananeus partilharam o seu território em completa harmonia
com os filisteus, que se estabeleceram na costa e se misturaram racialmente com
outros povos do mar, sobretudo com as ilhas gregas, especialmente Creta. Alguns
historiadores confundiram-se e consideram os filisteus originários dessa ilha,
mas isso foi uma integração posterior. Outros, equivocadamente, consideram os
filisteus e os cananeus como povos camitas. Basta ver os seus idiomas para
reconhecer a origem semita, aparentados com o idioma árabe. Mil anos mais tarde,
os hebreus chegaram à Palestina, conquistando-a a sangue e fogo; os hebreus não
foram os povoadores originais da Palestina e não fundaram Jerusalém.
Há mais de 5.000 anos, depois que um período de seca
assolou a Península Arábica, os cananeus, tribos dos árabes semitas, vieram se
estabelecer nos territórios a leste do Mar Mediterrâneo que formam, hoje, a
Síria, o Líbano, a Jordânia e a Palestina. Os jebusitas, um subgrupo cananeu,
fundaram Jebus – Jerusalém – no lugar onde ela está localizada hoje e
edificaram o primeiro muro a seu redor, dotado de 30 torres e sete portões.
Aproximadamente 2.000 anos mais tarde, os filisteus, vindos de Creta, chegaram
na terra de Canaã. Misturaram-se com as tribos cananeias e viveram na área que
agora se estende da Faixa de Gaza até Ashdod e Ashkelon. Os cananeus deram aos
territórios que eles habitaram o nome bíblico de “A Terra de Canaã”, enquanto os filisteus deram-lhe o nome de
Filistina ou ‘Palestina’.
Os cananeus descobriram que estavam numa localização
estratégica e cercada por poderosos impérios originários do Egito a sudoeste,
através do Mediterrâneo a oeste, e Mesopotâmia e Ásia a nordeste. Mais de um
milênio antes do nascimento de Cristo, egípcios, assírios, babilônios, persas,
mongóis, gregos e romanos cresceram ao redor da terra dos cananeus e filisteus
e a governaram por variados períodos de tempo. A posição geográfica da área
significava que ela servia tanto como um ponte entre os vários impérios
regionais, como uma arena para as lutas e conflitos entre eles. Em consequência,
os cananeus nunca puderam estabelecer um estado forte e unificado, e suas
organizações políticas tomaram a forma de cidades independentes dotadas de
governos ligados por relações federativas.