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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Movimento Zapatista na atualidade: atividades e expansão.



Guerrilheiros Zapatistas. Imagem: EZLN

O Movimento Zapatista, conhecido também por EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional), tem nos últimos anos desenvolvido projetos em várias áreas de atividade. Dentre elas citarei algumas como o JRA (Jovenes em Resistencia Alternativa) que busca o apoio da juventude mexicana aos zapatistas. A Radio Insurgente que trabalha dentro das comunidades divulgando em ondas curtas e longas as transmissões dos revolucionários para as regiões de Chiapas. Outro meio utilizado na atualidade pelos revolucionários é a Revista Rebeldia que tem seu enfoque na atuação e filosofias do movimento.

Dentro da temática em questão trataremos da elaboração de Cooperativas, Clínicas e Escolas dentro das comunidades governadas pelos revolucionários. Abordaremos também as atividades dos simpatizantes do Movimento Zapatista que procuram através da adesão à Declaração da Selva afirmar seu apoio às convicções zapatistas.

JRA. Jovenes en Resistencia Alternativa

Formada em 2002 a JRA é uma organização mexicana composta principalmente de jovens estudantes na Cidade do México. Seus membros tem em comum um forte processo de organização em torno do movimento zapatista e as suas iniciativas. Afirmam ser uma organização radical de esquerda de ação pacífica que não busca o poder político tradicional. O grupo organiza festivais de música de expressão político, passeatas, processos de educação popular, e um projeto editorial. Também procuram organizar-se em coordenação com outras lutas e movimentos sociais em solidariedade com os seus processos locais. Seu espaço surge na busca de uma participação política alternativa fora do estado e suas partes, mas também como uma alternativa às formas tradicionais de política.

Radio Insurgente. La Voz de Los Sin Voz.

Desde fevereiro de 2002, a equipe da Radio Insurgente, composto por rebeldes, tem divulgado as idéias e conteúdo da luta zapatista através de FM, ondas curtas. A partir de várias estações nas montanhas do sudeste mexicano. É uma estação produzida pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional, totalmente independente do governo mexicano. A Rádio Insurgente tem divulgado o avanço do processo de construção da autonomia nas áreas zapatistas, e promove a divulgação de discursos e músicas nas comunidades indígenas. Seus operadores são treinados dentre a população, incluindo bases de apoio zapatistas, para assumir as estações FM que operam como rádio comunitária. O objetivo é cobrir as cinco áreas de Chiapas controladas pelos Zapatista com  rádios comunitárias que produzem seus próprios programas de acordo com as necessidades e as línguas de cada região..

Revista Rebeldia

Santos Dumont comemora 139o aniversário com homenagem de um Google Doodle


Imagem: Hypescience

Santos Dumont comemoraria hoje 139 anos. O Google está homenageando este grande gênio com o doodle acima na sua página inicial de buscas. Naturalmente o doodle aparece apenas para o Google Brasil, já que os norte-americanos adoram afirmar que foram os irmãos Wright que inventaram o avião. 

Criar uma máquina “mais pesada que o ar” que pode decolar e voar sozinha não é um feito qualquer. E Santos Dumont foi indubitavelmente o primeiro a realizá-lo já que a máquina voadora original dos irmãos Wright foi em realidade catapultada já que não conseguia decolar por si só.

O mais curioso é que desde o 14 Bis apenas recentemente foi descoberto à causa real pela qual os aviões conseguem voar...e não é pelo motivo que você pensa que sabe.

 Imagem: Hypescience

Dumont também foi quem popularizou os relógios de pulso entre os homens. Ele era grande amigo do famoso relojoeiro Louis Cartier e reclamou para o mesmo que tinha muita dificuldade em cronometrar os voos de suas máquinas malucas usando relógios de bolso ao mesmo tempo que as pilotava. Cartier em seguida o presenteou com um relógio de pulso com pulseira de couro com o qual cronometrava seus recordes voadores.


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Estados Unidos e América Latina: doutrinas, ideários, corolários e os enunciados.



Quais são as reais intenções dos Estados Unidos em relação ao Brasil. Imagem: Plano Brasil.

O historiador Voltaire Schilling nasceu em Porto Alegre, em 1944. Leciona História há mais de 30 anos em diversas instituições de ensino. Em seu livro Estados Unidos e América Latina: Da Doutrina Monroe á ALCA (Editora Leitura XXI, 2002, 144p) ele procura levar seus leitores há uma visão interpretativa das diferenças culturais entre os norte-americanos e seus vizinhos do sul. Fixando as idéias bases que nortearam as relações dos Estados Unidos com a América Latina. Relações estas que ataram o destino dos latinos americanos a um processo de subserviência neocolonial.

Voltaire Schilling aborda as relações entre Estados Unidos e América Latina de forma muito resumida nas idéias bases como: as doutrinas, os ideários, os corolários e os enunciados, não levando em consideração a complexidade envolvida em cada uma destas idéias que envolvem contextos temporais e regionais. Do mesmo modo que enfatiza a admiração dos latinos pelo sucesso dos Estados Unidos o autor nos mostrar o ressentimento com as constantes intromissões dos mesmos nos assuntos da América Latina, demonstrando uma plena lucidez sobre os fatos que envolvem os interesses dos Estados Unidos e suas intervenções.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

A escravidão nos pampas gaúchos. Fato ou Ilusão!

 Escravo e o Feitor. Imagem: Enciclopédia Delta Larousse 1967.

Para a historiografia sulina durante décadas o escravo africano inexistiu, sendo esse um consenso entre os historiadores a pouca importância que teria tido o escravo na formação do Rio Grande do Sul. Avaliavam ser o homem livre o fator preponderante na formação de nosso Estado.

Acreditavam que os escravos eram pouco utilizados, e quando se falava neles era para ressaltar que aqui, se houve escravismo, ele foi paternal, benigno. Pelo conceito vigente acreditavam que havia sido pequena a contribuição de sangue africano na etnia rio-grandense. Diante desses fatos cria-se então o difuso mito da Província libertária, obra do braço livre, inocente, ou quase, da pecha da escravidão. Mas os primeiros escritos sérios sobre o assunto irão provar o contrário. Participando do amplo movimento da década de 30, que reiniciará o estudo mais sistemático da “africanologia” brasileira, aparecerão os primeiros trabalhos do advogado Dante de Laytano que procurará, nos documentos, relatos e mapas estatísticos do século XVIII e XIX, o traço da passagem da escravidão pelo Rio Grande do Sul. Tece duras palavras sobre a benignidade do tratamento aos escravos, pois enquanto os negros estavam no pastoril do Rio Grande tiveram um tratamento mais humano, mas ao habitar a senzala dos granjeiros ou as charqueadas esse tratamento foi modificado pelas chicoteadas do feitor e pela barbárie escravagista.


Nelson Mandela completa 94 anos: O ícone da liberdade da África do Sul foi o primeiro presidente negro!




Foto: Debbie Yazbek/ Mandela Foundation/AFP/Arquivo

Nelson Mandela completa 94 anos nesta quarta-feira, 18 de julho, uma data importante na África do Sul, ocasião para multiplicar as homenagens, as boas ações e também os debates críticos sobre a melhor maneira de prosseguir com seu combate e com seu trabalho de reconciliação.

Herói da luta contra o regime da segregação racial, "Tata" Mandela ou "papai" Mandela, como é chamado com respeito e afeto, é notícia frequentemente por motivos de saúde. Mas agora esta data, que significava festas na presença de estrelas ou de dignitários estrangeiros, é celebrada em família.

Em janeiro de 2011, Mandela foi hospitalizado por uma infecção respiratória, e em fevereiro precisou se submeter a alguns exames.

As últimas notícias, fornecidas pelo presidente Jacob Zuma, que se encontrou recentemente com ele, afirmam que Mandela encontra-se "bem de saúde".

"Foi um prazer vê-lo, como sempre. Eu estava particularmente feliz por poder felicitá-lo antes de seu próximo aniversário. Também o informei de que, como sempre, todos os sul-africanos esperam o dia 18 para poder desejá-lo um feliz aniversário de todas as maneiras possíveis", declarou o presidente sul-africano em um comunicado.

Zelda la Grange, que foi sua secretária particular, também declarou à rádio que o encontrou "em forma" e "mimado por sua família e pela equipe média que o rodeia".


terça-feira, 17 de julho de 2012

O processo de industrialização e a ascensão da burguesia.


Fábrica de Tecelagem (Imagem: Enciclopédia Larousse).

Abordando o desenvolvimento da burguesia gaúcha ao longo da República Velha temos por premissa o fato que o país não reproduz, ao industrializarem-se, os padrões europeus, o empresariado que decorre desse processo é o agente de uma nova ordem, mas não o seu introdutor; não cabe a ele o nascer do capitalismo no Brasil. Porque a mesma já nasce subordinada a um contexto agrário predominante.

À herança colonial/escravista e à dependência do capital estrangeiro, a burguesia somaria mais um condicionante no seu processo formativo: a ambivalência da mescla de uma tradição senhorial, dos longos anos de predomínio da ordem agrária na sociedade.

Por meio da afirmação classista procuram sua identidade por meio da dominação do capital sobre o trabalho e da viabilização dos interesses do empresariado no interior da sociedade civil. Definindo os pontos de vista e interesses específicos do setor e da sua organização classista. A burguesia industrial busca firmar-se em um contexto agropastoril dentro do qual se desenvolve um setor industrial.

No Rio Grande do Sul as primeiras fábricas ligadas ao meio de acumulação de capital comercial na área do chamado complexo colonial imigrante. A liderança empresarial, com origens sociais marcadas pela influência imigrante e do capital mercantil, constitui-se basicamente de grupos familiares ligados pelo casamento.

Em relação aos aspectos sociais e políticos buscavam a dominação do capital sobre o trabalho, obtendo o domínio e disciplina do operário na empresa e expropriando o trabalhador do seu “saber” particular.

Quando o Rio Grande do Sul começou a industrializar-se a Europa já exportava máquinas para a América Latina. Este processo de mecanização altera a planta industrial obrigando a criação de métodos de fiscalização do trabalho, a imposição de normas reguladoras das tarefas fabris e o treinamento dos operários para a nova situação.

A maquinaria além de aumentar a produtividade destitui o trabalhador de seu controle sobre o próprio trabalho. Com a mecanização aplicasse técnicas como o taylorismo que difundia-se entre a burguesia gaúcha, que visa racionalizar a produção, aumentar a produtividade, economizar tempo, suprimindo gastos desnecessários e comportamentos supérfluos, aperfeiçoar a divisão social do trabalho e o controle do tempo do trabalhador pela classe dominante.

Mesmo diante dessa pratica desumana os burgueses procuravam fazer propaganda positiva sobre o trabalhador do novo modelo criando no proletariado um “relógio moral interno” que orientaria seu comportamento pelos padrões fabris.

Mas isso não significou que no Rio Grande do Sul o trabalhador abandonou de imediato suas características artesanais, as quais permaneceram por muito tempo antes de progressivamente irem se combinando com o uso das máquinas.

O pensamento fordista veio completa o taylorista no Rio Grande do Sul com as idéias de que os operários devem ser os seus melhores consumidores.

Periódicos do inicio do século XX divulgam os interesses empresariais, mostrando as fábricas como modernas e higiênicas e o trabalho era harmônico e cordial e os operários referidos como sadios e ordeiros, mas não era o retrato completo da verdade.

Surge a necessidade de pessoal técnico para operar e montar as máquinas que cada vez mais estão atuantes na industria gaúcha. Desencadeando o processo qualificação/desqualificação do operariado. A lógica técnica faz com que ocorra uma divisão entre o trabalho manual e o intelectual, acentuando o controle hierárquico do processo de trabalho.