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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Concepção do Estado Integralista. Capitulo II. Summario: Definição, Phases e Especies

O Chefe Nacional Plínio Salgado discursando durante Solenidade Comemorativa do Jubileu de Prata do Integralismo (1957). Ao fundo se vê Integralistas de Camisa Verde, representando a antiga geração, e outros envergando Camisas Brancas, representando a nova geração, os chamados Águias Brancas (integrantes dos Centros Culturais da Juventude).

1.° - Definição. – A revolução é aquela passagem definitiva de um certo equilíbrio social, que não mais poderá ser mantido, para um novo equilíbrio. Como na chimica há reacções que por sua própria natureza terão que ser violentas – com perda ás vezes de calor (exógenas), com ganho ás vezes de calor (endógenas) – a revolução, guardando uma certa semelhança com o phenomeno chimico, se apresenta ao mesmo tempo participando de uma caracterização exógena e logo em seguida endógena – quando não mais se tratar como na chimica do agente caloria – tomarmos a somma de energia vital, econômica, financeira e moral que uma revolução exige de despender para se processar, como exige de compensação quando attingido o novo equilíbrio social collimado. D’onde sermos obrigados a encarar a revolução como se desenvolvendo por três etapas conseqüentes uma das outras e sempre na mesma direcção.

2.° - Suas phases. – São estas etapas períodos de opinsurreição, de insurreição e de reconstrucção. A primeira realiza-se lentamente no seio da sociedade. Começa imperceptivelmente. Surge no sub-consciente da massa e marcha em ordem crescente. Vimos no capitulo I que na sociedade estão sempre em acção três ordens de forças: as políticas ( fundo intellectual), as econômicas, as Moraes. Todas as vezes que estas forças se conflictarem origina-se um brechamento da sociedade. Surgem oppressores e opprimidos. Explode a luta de classes. Inicia-se a revolução. Começam a trabalhar as idéas. As que deram causa ao desequilíbrio reagindo contra as que se focalizam como contra-peso á hypertrophia do poder d’aquellas. Desaggregam-se pouco os liames que vinham mantendo o equilíbrio social. Presentem-se surdos rumores no sub-consciente das massas. Sobem para o palco político nacional apóstolos de novas idéas. Gritam-se novas doutrinas. E’ o presente, e, ás vezes, o próprio futuro, reagindo contra o passado. Revolucionarismo e reaccionarismo. E’ o período da agitação dos espíritos. Da caça ao proselytismo. De apostolado e de evangelização. Estamos, então, diante da insurreição dos espíritos.

E’ a opinsurreição.

A sociedade até aqui, mesmo trabalhando pelo choque de idéas antagônicas, mantinha-se em equilíbrio. Conseguindo o tônus revolucionário preciso, a revolução que até somente vinha agindo como phenomeno subjectivo projecta-se no espaço. Explode a insurreição da massa que, em desordem marcha rumo a um novo equilíbrio social. A distancia entre o termino do período de opinsurreição e a conquista do novo equilíbrio social é o que se denomina propriamente a insurreição. Empós, virá a situação de calma e de socego para a massa. Conquistou a insurreição uma nova cultura, novos direitos, novos códigos para a sociedade. A massa encaminha-se para a terceira e ultima phase da revolução: a de reconstrução.

Marcha Integralista pela Rua do Príncipe, em Joinville (1935).

Si tivéssemos retido o que para trás nos ensinou a chimica, isto é, que as reacções que se processam quer artificialmente dentro dos cadinhos dos laboratórios, quer num campo natural, são ás vezes exógenas, outras endógenas e applicar este principio nas que se passam no laboratório social, constataremos que da primeira phase da revolução (opinsurreição) ao fim da segunda phase (insurreição) – a revolução vai se processando como uma reacção social caracteristicamente exógena.

A sociedade, - quando no entrechoque das idéas que possibilizam a passagem violenta de uma estação social á nova – perde, pelo conjuncto de toda a população irrequieta ou em armas, energias de todos os matizes, como parte dos fructos do seu trabalho e das suas próprias reservas culturaes. São pertubações de ordem econômica e de ordem financeira, como de ordem sanitária ou espiritual cujas conseqüências ás vezes são bem imprevisíveis. Em seguida o terceiro e ultimo estagio – o de reconstrucção – será francamente de compensação. Compensação, com superabit, sobre todo o esforço de natureza material, econômica e moral despendido durante as duas phases precedentes. Aqui a reacção social é caracteristicamente endógena. Assim os dois primeiros estágios são objetiva e subjetivamente negativos. Porque, a revolução em marcha, em plano ascendente, a cata de um novo equilíbrio para a sociedade, nada mais fez que negar. Que destruir. Assim já no terceiro plano – cessa a insurreição, se inicia uma outra reacção em que a sociedade adquirirá tudo quanto perdeu anteriormente. Estará a sociedade, face a face, com um novel clima político que se lhe abre como um período de sua restauração econômica, política e moral. Essa marcha, francamente positiva, deve superar em benefícios para a collectividade, - a situação de equilíbrio anterior. Si não consegue isso, si não opera a reforma política e social do status precedente, do que deu causa á opinsurreição e á insurreição, não houve revolução . Houve um movimento revulsivo de todos os quadros sociaes, mas sem affectar a estructura intima da sociedade naquelles apparelhos que são de ordem normativa da Nação e cujo conjuncto forma o Estado, isto é, a super-estructura que regula o governo da sociedade. Houve uma simples insurreição de quadros. Uma troca violenta de governantes. Um cambio de homens no poder. Uns o abandonando pela força, outros o assaltando e esposando os mesmos princípios e as mesmas doutrinas sociaes d’aquelles. Ludibriou-se a massa. O povo foi enganado pela demagogia de políticos sequiosos de posições officiaes. Fallecem, então, apparentemente, as revoluções.

Do exposto logicamente havemos de concluir:

1.° - Onde não houve transformações do Estado, não houve revolução.

2.° - Para que um movimento de idéas se desenvolvendo a principio no espírito da massa, como phenomeno opinsurrecional, possa attingir á phase insurrecional e desta passar a uma phase de realizações uteis á sociedade – torna-se necessário que este movimento – que deve ser banhado por princípios philosophicos seguros, possibilitando ser catalogado pela historia como uma verdadeira revolução social – torna-se necessário, repetimos, que, d’antemão, tracem, os seus organizadores, os seus realizadores – uma programmação político-social para , galgando o Poder – ser esta programação transformada, immediatamente em medidas normativas do desenvolvimento das actividades nacionaes em todos os seus múltiplos desdobramentos de ordem econômica, educacional e cultura.

3.° - Uma philosophia espiritualista só legitimará um revolvimento da sociedade, si esse revolvimento de facto for uma revolução social, mesmo na hypothese que a transformação do Estado se der para pior sob o ponto de vista espiritual, como no caso da revolução russa, porque, então, errada de bôa fé a solução – o futuro se ecarregará de corrigir os defeitos e falhas que apresentar um regime político que tal.

Chegamos assim á parte final deste ensaio que é como concepcionar, - na hora que passa, dentro da necessidade premente em que nos encontramos, - a melhor maneira das Nações pôrem ordem nas sociedades, em cada caso, todas agitadas e com a vida perturbada neste agonizar de terço do século em que vivemos.

Você quer saber mais?

MELLO, Olbiano de. Concepção do Estado Integralista, Rio de Janeiro: Shmidt-editor, 1935, pp.23-27, 30-31.

http://construindohistoriahoje.blogspot.com/search/label/INTEGRALISMO

http://construindohistoriahoje.blogspot.com/search/label/F%C3%89


http://historia-do-prp.blogspot.com/2011/02/carta-de-principios-do-partido-de.html

http://osigmareluzente.blogspot.com/2011/02/bens-brasileiros-sao-vitais-para-eua-e.html

http://cristianismopatriotismoenacionalismo.blogspot.com/2011/02/cruzado-sou-poema-de-antonio-sardinha.html

http://integralismo.blogspot.com/2011/01/capitalismo-versus-comunismo.html

domingo, 20 de fevereiro de 2011

ALLAN SANDAGE (1926 -)


Teve desde sua infância uma fascinação pelas estrelas e pelo funcionamento do mundo. Era uma criança religiosa, que freqüentava a Igreja Metodista enquanto seus pais dormiam. Obteve seu Bacharelado em Física na Universidade de Illinois (EUA) em 1948, e fez seu doutorado em Física no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Posteriormente fez o pós-doutorado na Universidade de Princeton. Em 1952 começou a trabalhar com um grupo de pesquisadores dos Observatórios do Monte Palomar e do Monte Wilson, e como assistente do famoso Edwin Hubble. Hubble morreu um ano depois, deixando Sandage encarregado da tarefa de continuar a cartografia estelar da expansão do universo. Em 1997 aposentou-se, porém continuou como Astrônomo Emérito do Grupo de Pesquisa dos Observatórios (em Pasadena, Califórnia) pertencente à Instituição Carnegie de Washington.

A continuidade dada por Sandage à disciplina de observação cosmológica que Hubble havia iniciado lançou a base para responder as perguntas fundamentais da Cosmologia: idade, tamanho, forma e, talvez, destino do universo. Para isso, era necessário achar o verdadeiro valor da constante de Hubble, Ho (ou seja, a velocidade da expansão do universo) e o parâmetro de desaceleração (ou seja, como decresce essa velocidade). Em 1929 o valor que Hubble obteve para Ho era 500 km/seg/Mpc, porém com novas técnicas usadas entre 1960 e 1970, Sandage e G. Tammann (suíço) reduziram este valor para 50. Isto trouxe a idade do universo para cerca de 20 bilhões de anos. A constante de Hubble se baseia em dois valores: a) o deslocamento para o vermelho da luz das galáxias, o que é relativamente fácil de determinar, e b) a distância até essas galáxias, o que é muito mais difícil. Tem havido muitas controvérsias acerca desses valores, porém os últimos dados são mais consistentes com o valor de Ho determinado por Sandage.

Além de trabalhar com a constante de Hubble, Sandage tem também investigado as pulsações das estrelas variáveis, a evolução estelar, a primeira identificação óptica dos quasares e a classificação, formação e evolução de galáxias. Sandage escreveu mais de 400 artigos e cinco livros. Foi premiado com as mais altas honrarias pela Inglaterra, Estados Unidos e Suécia (esta última equivalente ao prêmio Nobel).

Sandage ressalta que a ciência pode tratar somente de uma área limitada dos problemas. A astronomia não pode nos dizer o porquê, nem indicar-nos o propósito. A ciência não pode nos dar base para compreendermos a existência, o propósito, o valor moral, e o livre arbítrio. A ciência não tem significado em si mesma, porém a religião é plena de significado.

Por volta dos seus cinqüenta anos, Sandage veio a compreender que deve haver algum princípio organizador e de ordenação, que chamou de Deus. O mundo era demasiado mágico para ser um acidente. As "conexões delicadas" necessitavam de um programa de ação. A astronomia mostrava evidências de planejamento, e mesmo a vida podia ser melhor explicada como milagre do que como casualidade. A "tremenda complexidade do equilíbrio químico do corpo humano" tinha que ser um milagre, não poderia ser causada pela "progressiva seleção do mais apto". Temos que "inclinar-nos ante o mistério da existência".

Entretanto, o fato da existência de planejamento levou Sandage ao "Deus dos filósofos e não ao Deus das Escrituras". Reconheceu que identificar a força organizadora como o Deus da Bíblia requeria um salto de fé. Não bastava somente o caminho da razão. Apenas um ato de vontade lhe poderia trazer paz, e finalmente decidiu dar o salto de fé. "Finalmente decidi usar minha vontade para crer", diz Sandage. "As respostas às perguntas da vida requerem um ato da vontade e este ato da vontade não encontra lugar no método científico. No cristianismo nós cremos antes de ter todas as evidências, e então esperamos o que acontece. A fé precede a compreensão; e temos que crer para poder entender. Esta trajetória religiosa, às vezes, é um salto demasiado grande para alguns homens de ciência."

A conversão completa de Sandage foi no ano de 1980 e deu-se com a ajuda do testemunho de cristãos dedicados que ele admirava por outras razões. Uniu-se a uma comunidade de fé, e passou a pertencer aos "Fundamentalistas Evangélicos."

Sandage afirma: "o evento da criação está fora do campo da ciência e somente pode ser entendido através do sobrenatural. A expansão do universo é uma predição científica que aponta para o evento da criação. As flutuações quânticas como fontes de criação são uma especulação vazia. A física não provê nenhum modo de predizer este evento sobrenatural." Ele considera que a ciência e a religião devem relacionar-se mutuamente com seriedade, porém devem-se fixar claramente seus limites. A ciência responde o que, quando e como, e a religião responde por quê.

Sandage se considera um homem religioso. Suas vigílias à noite no telescópio são-lhe inspiradoras. Contudo, a ciência encerra muitos mistérios para ele: por que a matemática explica tão bem o mundo; o porquê da ação à distância da gravidade de Newton; o eletromagnetismo de Maxwell e como funciona; e a mecânica quântica.

Em seu escritório há um frasco que ele chama de "Vitaminas Bíblicas Superpotentes", contendo 365 cápsulas plásticas com versos da Bíblia. Dentre eles "Porquanto sois filhos, Deus enviou a vosso coração o Espírito de Seu Filho" (Gálatas 4:6). "Oh Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda terra é o Teu nome! Pois expuseste nos céus a Tua majestade" (Salmo 8:1).

Referências
Durbin, William A. 2003. "Negotiating the Boundaries of Science and Religion: The Conversion of Allan Sandage." Zygon 38 (Março): 71-84.
Sandage, Allan. 2002. Entrevista com Philip Clayton, e "Science and religion: Separate closets in the same house." In Science and the Spiritual Quest: New Essays by Leading Scientists, ed. W. Mark Richardson, Robert John Russel, Philip Clayton, and Kirk Wegter-McNelly, 52-63. New York: Routledge.
Thompson, Francis. 1881. "The Hound of Heaven" - http://www.cin.org/liter/hound.html e http://sandhwak.tripod.com/adtxt/astronomy.html

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Professores do Unasp debatem origem da vida com evolucionistas

Imagem fonte: Sociedade Criacionista Brasileira

por Wendel Lima


Cerca de 200 alunos de Biologia da Universidade de Taubaté (Unitau) tiveram uma aula diferente. Eles puderam conferir o que pensam os criacionistas sobre a origem da vida. O encontro, que foi organizado por um universitário adventista, contou com a participação de dois professores do Unasp, a Dra. Márcia de Oliveira e Dr. Nahor de Souza Jr. Além de realizarem palestras, os professores adventistas debateram o tema numa mesa redonda com dois evolucionistas.

O mini-curso sobre criacionismo marcou o último dia da 18ª. Semana de Biologia da Unitau. A Dra. Márcia de Oliveira, coordenadora do curso de Biologia do Unasp, falou sobre algumas falhas da teoria evolucionista. Já o Dr. Nahor de Souza Jr., coordenador do curso de Engenharia Civil, palestrou sobre o modelo criacionista para a idade da Terra. Segundo ele, o planeta teria alguns milhares de anos, ao invés dos bilhões de anos defendidos pelos evolucionistas.

Os resultados

O professor evolucionista da Unitau, Dr. Júlio Voltolini destacou que os cientistas que defendem os dois lados devem trabalhar juntos. Ele argumenta que a discussão sobre a origem da vida deve ser realizada com o confronto dos modelos, para que ambos percebam as lacunas das duas teorias. “Eventos como este são importantíssimos, já que precisamos de espaço para os dois opinarem”, ressaltou.

Para a Dra. Márcia Oliveira o encontro serviu para que os alunos conhecessem uma teoria que não é explicada em sala de aula. “De acordo com o conceito de ciência atual, o criacionismo é considerado religião, pois aceita o sobrenatural, porém, ele também se vale de evidências científicas”, acrescenta. Para o professor Nahor, o evento mostra uma tendência no meio acadêmico brasileiro: a discussão do criacionismo. Mesmo assim ele lamenta a lenta abertura da comunidade científica: “ainda existe muito preconceito entre os cientistas, por isso debates assim são raros”.

O aluno do 2º. ano, Davi Martins, após conhecer um pouco da teoria criacionista, disse que ela parece ter base científica. O estudante aprovou o debate: “Todas as faculdades deveriam ter esses eventos, pois tem muita gente que desconhece as bases dessa controvérsia”. A aluna do 3º ano, Beatriz Borges, acredita que o criacionismo também apresenta evidências científicas. Mas destaca que os dois modelos têm falhas: “as coisas que o evolucionismo não consegue explicar são argumentadas com teorias, e as que o criacionismo não tem resposta, são remetidas a Deus”.

Preconceitos

Para o estudante Edson Soares, organizador do debate, o universitário cristão enfrenta dificuldades nas universidades seculares. Ele relata que principalmente nos cursos da área de biológicas o evolucionismo é currículo obrigatório, por isso os alunos criacionistas são obrigados a estudarem aquilo que contestam. “Esta grade não permite ao aluno uma segunda opção, não permite questionar”, lamenta Edson. Para ele o debate ajudou os alunos e professores a compreenderem que é possível conciliar ciência e religião.

O encontro era planejado há três anos pela professora de Biologia do Colégio Adventista de Taubaté, Alessandra Campana. Ela, que se formou pela Unitau, não conseguiu na época de estudante promover o evento, devido aos empecilhos colocados pela universidade. No entanto, o também adventista Edson Soares, que cursa o 3º. ano de Biologia na mesma instituição, por participar da liderança do diretório acadêmico, articulou o debate. Alessandra comemorou o encontro: “para nós foi uma vitória, pois esse debate foi muito esperado, inclusive pelos ex-alunos”.

O modelo evolucionista defende que a vida não surgiu de modo sobrenatural, mas do acaso. Já os criacionistas procuram conciliar a ciência com o relato da Bíblia, aceitando Deus como o originador do universo. O debate sobre a origem da vida tem ganhado cada vez mais espaço na imprensa e no meio acadêmico. As principais discussões são quanto à base científica do criacionismo, e se o mesmo deve ser ensinado nas escolas públicas. Fonte: Sociedade Criacionista Brasileira

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sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Livro de Concórdia e as confissões luteranas.


A primeira confissão da fé cristã foi o Credo Apostólico. Divergências posteriores levaram à formulação do Credo Niceno (325) e do Credo Atanasiano (451). Essas três confissões são conhecidas como Credos Ecumênicos ou Universais.

Contudo, com o passar do tempo, a Igreja foi se desviando da verdade bíblica. Vozes que clamavam contra o erro foram silenciadas. Martinho Lutero, monge agostiniano, doutor em Teologia e professor da Bíblia na Universidade de Wittemberg, Alemanha, constatou que a Igreja estava desviando da verdade bíblica. Reconhe-cemos em Lutero um instrumento de Deus para reconduzir a igreja às verdades bíblicas. Deus preparou outros homens fiéis que participaram da causa da Reforma.

Os seguintes documentos formam as Confissões Luteranas:
- O Catecismo Menor (1529), um resumo das principais verdades bíblicas, escritas para o povo.
- O Catecismo Maior (1529), as mesmas verdades detalhadamente explicadas para adultos.
- A Confissão de Augsburgo (1530), a principal confissão luterana.
- A Apologia (1531), uma defesa da Confissão de Augsburgo.
- Os Artigos de Esmalcalde (1537) reafirmam os ensinamentos da Confissão de Augsburgo e expõem, com mais profundidade, a doutrina da Santa Ceia.
- A Fórmula de Concórdia (1577), define o pecado original, a impossibilidade de o homem salvar-se por suas próprias forças e a pessoa e obra de Cristo.

As Confissões foram reunidas no Livro de Concórdia, em 1580, que é aceito hoje por muitas igrejas luteranas no mundo. Essas igrejas afirmam: "Aceitamos todos os livros canônicos das Escrituras Sagradas do Antigo e Novo Testamentos, como palavra infalível de Deus e, como exposição correta da Escritura Sagrada, aceitamos os livros simbólicos reunidos no Livro de Concórdia." A Escritura ou Bíblia Sagrada é a única norma na igreja para doutrina e praxe.

A 10 de novembro de 1483, em Eisleben, na Alemanha, nasceu Martinho Lutero, um jovem que decidiu tornar-se monge, contrariando a vontade dos pais. No mosteiro, Lutero vivia em angústia e desespero porque nunca sabia se já havia feito boas obras suficientes para garantir o perdão dos seus pecados, como ensinava a Igreja. Quanto mais se penitenciava, mais cresciam suas dúvidas e incertezas. Não tinha, por isso, paz de alma e via Deus como um severo juiz pronto a castigar os pecadores.

Lutero tornou-se Doutor em Teologia e passou a lecionar na Universidade de Wittenberg. Era um dos poucos privilegiados que tinham acesso a uma Bíblia. Lutero, guiado pelo Espírito Santo, descobriu a verdade do evangelho e a paz de sua alma lendo as palavras de Romanos 1.17: "O justo viverá por fé". Compreendeu que o perdão e a vida eterna não são conquistados mediante boas obras, mas nos são dados gratuitamente por meio da fé em Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou para perdão de toda a humanidade.

Não podendo ficar calado, Lutero, a 31 de outubro de 1517, afixou na porta da igreja do castelo de Wittenberg suas 95 Teses contra os abusos da Igreja e especialmente contra a venda de indulgências. Logo o conteúdo destas Teses explodiu por todos os lados.

Lutero passou a participar de vários debates teológicos com autoridades civis e eclesiásticas que tentavam fazê-lo abrir mão da verdade e retratar-se de suas críticas à Igreja e ao Papa. Em 1520, Lutero foi excomungado pelo Papa e, no mesmo ano, queimou a Bula de Excomunhão em praça pública. Ele rompia assim seus laços com a Igreja Católica da época. Em 1530, surgiu a Confissão de Augsburgo que foi escrita por Lutero e Melanchton, seu fiel companheiro. Este documento trazia um resumo dos ensinos luteranos. Pouco a pouco, o ideal de reforma da Igreja Católica que Lutero possuía foi sendo sufocado. O Reformador viu-se obrigado, juntamente com seus seguidores, a formar um grupo separado de cristãos que queriam permanecer fiéis às verdades bíblicas do Evangelho. Surgia assim a Igreja Luterana.

Todas as confissões luteranas, presentes no livro de Concórdia, já estão online e podem ser acessado no link que encontra-se no final desta página.

Lutero morreu a 18 de fevereiro de 1546, após ter traduzido a Bíblia para o alemão popular e ter escrito inúmeras obras e tratados teológicos. Após sua morte, os luteranos, que já eram um bom número, passaram a discordar em alguns pontos de doutrina. Para solucionar os problemas, foi escrita, em 1577, a Fórmula de Concórdia. Em 1580, 50 anos após a publicação da Confissão de Augsburgo, surgiu o Livro de Concórdia que reúne todas as Confissões de Fé da Igreja Luterana.

Você quer saber mais?

Leia o livro de Concórdia online.

http://www.bookofconcord.org/

Acesse a página oficial da IELB

http://www.ielb.org.br/

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

“Getúlio Vargas perde a cabeça”

O Memorial Getulio Vargas, localizado na Praça Luiz de Camões, na Gloria, nos próximos dias deverá perder o busto de bronze, financiado com verba pública, em homenagem ao Ditador, que se suicidou em 1954.

O busto, localizado próximo a entrada do museu, motivou diversas reclamações entre moradores e freqüentadores da praça pela sua aparência grotesca. Além das reclamações, outro fato motivou o pedido de retirada da escultura, segundo o superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPAHAN no Rio, Carlos Fernando Andrade, a construção do memorial nunca recebeu o “habite-se” e não teve a planta original devidamente aprovada pelo órgão, para que se regularize o Memorial é necessária a retirada da escultura, condição sine qua non para sua liberação.

Na época do lançamento, o busto de três toneladas e 2,5 metros de altura, esculpido em bronze, causou polêmica na mídia por ocupar um importante espaço de lazer aos moradores da região, porém não foi possível impedir a sua inauguração.

A seção fluminense da Frente Integralista Brasileira, através da sua Direção Estadual, e a associação de moradores do bairro da Gloria, enviou diversos pedidos ao IPAHAN e à Secretaria Estadual para a retirada da escultura da localidade por ela interferir de forma indevida com a praça. Finalmente, após continuas reclamações, o pedido defendido pela FIB-RJ obteve resultado, sendo sua retirada, segundo os órgãos responsáveis, imediata.

Autor: Jorge Figueira

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Concepção do Estado Integralista - Summario: Na matéria, nos seres vivos, na sociedade.

Imagem do livro Harmonice Mundi onde Kepler associou os movimentos planetários às escalas musicais.

*A grafia original foi mantida.

1.° - Na Materia. – A concepção mechanica da unidade das forças physicas, após a descoberta do ether, firmou definitivamente que na natureza tudo é movimento, diz que, si pudéssemos nos transportar para um determinado ponto de um raio solar e perceber o que alli realmente se passa, nada mais constataríamos – sinão uma vibração, infinitamente raida e infinitamente reduzida, de uma partícula do ether.

Objectivamente verifica-se que é destas vibrações que surgem para o ser vivo as diversas manifestações sensoriaes. Si essas vibrações do raio solar incidem sobre uma retina, eis uma sensação de luz; si sobre uma parte do organismo animal onde afloram terminações nervosas, typadas num sentido thermico, eis uma sensação de calor. Si sobre uma placa photographica eis, ainda, uma reacção chimica. Vê-se assim do exposto, um mesmo raio apparecido, como agente de luz ou de calor, por vezes promovendo uma mudança molecular da matéria. Deduz-se também que, em ultima analyse, o que houve, no caso em apreço, foram modificações diversas oriundas das differentes occurrencias de um mesmo agente physico em campos por sua vez diversos. Não se afastou, pois, de um phenomeno vibratório do ether. Da movimentação de um fluido imponderável. Si, porém, as differentes manifestações do ether se dão graças ao movimento, estará a de força. Força e movimento, eis os dois termos que condicionam a existência do mundo objectivo.

Si partimos, também da concepção do Universo, deste aos diversos systemas planetários, destes a um dos seus centros de gravitação, deste aos planetas que compõem cada systema, destes á Terra que habitamos, desta ao ser vivo, deste á matéria e ainda á molécula ou ao átomo – haverá sempre a lógica como o experimentalismo scientifico de encontrar esses dois agentes – Força e Movimento – condicionando o equilíbrio dos mundos e da vida atravéz de uma perfeita harmonização de contrários.

Dest’artes, á margem de uma unidade das forças physicas, silhuetam-se as diversas differenciaes que possibilizam o principio de universalidade eterna da ordem quer nos macro-organismos, como nos micro-organismos. Do universo, que para a Thermo-dynamica é um campo fechado, isto é, d’onde não fugirá nenhuma unidade calorífica da que nelle sempre existiu, descermos por todas as escalas inferiores até ao átomo , verificaremos igualmente que a todo o complexo formado por tantos organismos heterogêneos preside uma mesma e idêntica ordem de ser, resultante de uma harmonização natural de forças contrarias.

Tomemos dois systemas: o solar e o atômico. N’aquelle deparar-nos-á Kepler, depois de cinco annos de meticulosas observações, aperfeiçoando a explicação scientifica que Copernico lhe dera, constatando que os diversoso planetas descrevem ellpses em torno do sol e não círculos. Firmou-se desde então que os diversos planetas e alguns com os seus satellites, como a serie de planetóides que se situam entre Marte e Jupiter – que todos ( Mercurio, Venus, Terra, Marte, Jupiter, Saturno, Urano, Neptuno e Plutão) percorrem, cada qual, as suas trajectorias ellipsoides próprias, sempre na mesma direcção, sem choques, realizando-se todo o equilíbrio do systema sob o sygno duma differencial que é achada como a relação dos differentes movimentos das partes que compõem o todo. Neste, no atômico, subjetivamente seremos levados á mesma conepção do equilíbrio que para o primeiro. Hoje assente está, pela physica, que o átomo é um micro-systema de força contrarias em equilíbrio, girando em torno de um mesmo centro de gravitação. Forças anions e forças cathions gravitando cada partícula de ether, negativa ou positiva, em torno do núcleo-atomico.

Resumindo, pois, podemos affirmar que a vida só será possibilizada dentro de um equilíbrio de forças em movimento continuo e perpetuo.

2.° - No ser vivo. – A vida que para Bichat era morte, não poderá ser tão simples e paradoxalmente encarada. O organismo animal (racional ou não) para o chimico não passa de um constante e perfeito laboratório onde se verificam, de instante a instante, reacções de todos os jaezes. Para o physico, porém, a concepção da vida já se dilata para uma explicação do facto mais ampla, porque, para elle essas reacções são filhas do movimento, de forças cynergeticas, de compensações rythmicas da energia desenvolvida pela combustão dos diversos materiaes que reagem, como agentes chimicos, no meio interno. Já aqui apparece o elemento energia-força, o que equivale a dizer um systema de movimento. Por outro lado o biologista que não olha o phenomeno vital como uma simples reacção chimica, nem tão pouco como um jogo de forças – appella para uma e outra sciencia e com facilidade affirma, sem unilaterismo, que a vida resulta do equilíbrio de dois systemas de forças contrarias: as que incidem num sentido negativo de fora para dentro, num sentido do meio exterior, contra o campo fechado, sob o ponto de vista thermo-dynamico que é o animal e ao que de dentro, para fora do meio multicellular, em franco metabolismo, conflictam –se com aquellas na defesa da existência do organismo em questão. Estamos ainda aqui diante uma unidade de forças chimicas; como de um systema de equilíbrio de forças ou de uma harmonização de contrários.

A resultante do conflicto destas forças em direcção positiva (vegetativas), umas e outras em direcção negativa (destructivas), é a vida.

Porque, a saúde do corpo vivo só existirá até o momento em que não houver predomínio de um desses jogos de forças sobre o outro. Rompido o equilíbrio do systema surge a doença. Não restabelecido mais como finalidade do plano inclinado que será formado pelo quadro patlhologico próprio: a morte.

Resumindo, pois, podemos affirmar que a vida só será possibilizada dentro de um equilíbrio de forças em movimento continuo e perpetuo.

Foi da necessidade de um habitat intermediário em que podia viver a Familia e a impossibilidade de aproveitamento da grandeza territorial onde vive a Humanidade que nasceu a idéa de Patria

3.° - Na sociedade. - Antes de examinarmos a sociedade á luz dos pincipios de que nos temos servido até aqui para a comprehensão da matéria inorgânica, como da orgânica, procuremos saber si a sociedade humana (já que não entram nas cogitações deste ensaio as formadas pelos seres irracionaes) é ou não um facto natural.

Para a philosophia materialista, começando por Hobbes que proclamou que o estado natural é o estado de guerra (Homo lupus) e terminando em Karl Marx que affirmou ser o estado natural uma eterna lucta de classes – (Homo homini economicus) - á, sociedade nega-se a condição formalista, isto é, de uma coordenação de vontades visionando o bem commum para se lhe conceder tão somente a condição de multidão. E Rousseau proclamando, por sua vez, que o homem nasce bom, mas que a sociedade é quem o torna mau, não só reaffirmou todo levianthanismo de Hobbes como, doutrinariamente,influiu poderosamente para plasmar, na declaração dos Direitos da Revolução Franceza, os seguintes preceitos de direito publico que erradamente haviam de vazar todo o século XIX e ainda se apresentar para muita gente, nos nossos dias, como dogmas infalliveis:

a) – As pessoas e os bens de cada um só podem ser protegidos por uma sociedade resultante de um pacto social;

b) – Os cidadãos associados alienam parte dos seus direitos, espontaneamente, arcando com certos deveres a bem dos interesses de todos;

c) – Os cidadãos em conjuncto e que são a própria sociedade, não podendo totalitariamente exercer o governo da communhão, escolhem aquelles que deverão ser os seus mandatários no Poder Publico;

d) – D’aqui decorre o conceito de soberania popular. Mas como na pratica não se pode nunca conseguir a unanimidade dos cidadãos na escolha dos dirigentes – espouso-se os princípios de maioria – e como conseqüência:

1.° – O systema de voto por suffragio universal;

2.° – O pluripartidarismo político;

3.° – A soberania do numero, do homem e do povo substituindo a soberania de Deus. Ou simplificando: o poder não vem por inspiração de Deus aos homens, mas parte e se origina tão unicamente da vontade destes.

Como conseqüência ainda:

1.° – O Estado Leigo (agnosticismo)

2.° – A luta dos partidos (liberalismo político).

Entretanto, tudo isso é falso. Falso o ponto de partida escolhido por Hobbes, com por Rousseau ou Marx. Logicamente falsa toda a estructuração político-social que se originou de uma tal philosophia. Falso porque a sociedade é um facto natural. E’ um facto natural, argumenta, sem sophisma e com a verdade, Sortais, porque Ella é da própria natureza do homem. E sinão bastassem o facto da criança “ser incapaz de subsistir e, por si mesma, conseguir a educação physica, intellectual e moral durante um lingo período de sua vida; o instincto de sympathia pelos semelhantes e a faculdade de fallar – bastaria se attentar que o homem foi levado a constituir uma família e mais que Ella uma sociedade devido a uma dupla tendência natural e irresistivel. O instincto de conservar o próprio ser e o de desenvolve-lo o mais possível. Foi a necessidade de segurança para o exercício dos seus direitos e a necessidade de progresso material, intellectual e moral que o levaram a viver em sociedade”. D’ahi nasceu a Familia, nasceu a Escola, nasceu a União de classe, nasceram a diversas crenças religiosas que na ordem natural se silhuetam pelos diversos templos onde o homem, elevando-se em espiritualidade, ajoelhando-se dente dos altares, ou de mãos postas para as alturas ou de pensamento voltado para o sobre-natural, num anseio de aperfeiçoamento moral, num approximar manso e suave do grande ideal de Perfeição que é Deus!

A sociedade, pois, é um facto natural. Como deduzimos, também, contrariamente de Rousseau, que Ella não pode ser expressa simplesmente por um numero, porque é de facto formada por grupos que são: Na ordem patriarcal: a família; Na ordem educacional: a escola; Na ordem econômica: o syndicato de classe; Na ordem moral: o espírito de crença de cada um dos seus membros numa existência sobrenatural.

Ainda três ordens de forças agindo para o condicionamento da dynamica social e que são decorrentes da própria natureza do homem nos seu tríplice desdobramento como simples unidade biológica, como unidade affectiva e como unidade espiritual. Desse tríplice fácies com que realmente se apresenta a pessoa humana há de apparecer, forçosamente, no seio do conglomerado humano, de forças sociaes que são:

a) - forças de ordem econômica;

b) - as forças de ordem intellectual;

c) – as forças de ordem moral;

E, si nos servimos dos mesmos princípios que nos deram a razão de ser da matéria bruta, do organismo vivo e saltamos para o campo onde pontifica um sciencia social, plasmada nos postulados de uma sadia philosophia espiritualista –mais uma vez concluiremos que o principio de harmonização das forças que preside a ordem universal, e em particular a dos soes, a dos planetas, a da vida, a do átomo, ainda se imporá como condição primordial ao equilíbrio social, á própria vida da sociedade.

Vimos o absurdo da philosophia (individualista) em definir a sociedade como um numero. Quantitamente.

A philosophia racionalista nada mais fez que chumbar o homem no plano social como o centro deste pequeno systema de forças que em socilogia se chama sociedade. Para o encyclopedismo dos fins do século XVIII, como para toda a estructuração jurídico-social do século seguinte, do individuo saltava-se para a Humanidade com uma parada forçada e a contra gosto na Idéa vazia e abstrata de nacionalidade. Daqui firmou-se ainda outro absurdo sociologista: a negação da idéa de Patria. Quando a razão natural indica que si a Familia nasceu de uma necessidade para a conservação e transmissão da própria vida - o homem de principio percebeu que ella era, todavia, um campo muito limitado para assegurar com perfeição a sua existencia e a da sua prole. Olhou para fora do âmbito patriarchal e enxergou a Terra. Viu a Humanidade. E de relance percebeu, também, que a Terra como a Humanidade que a habitava, era um campo geographico e social por demais illimitado para nelle actuar no sentido de preservar-se a si mesmo e a sua família. Saltou-lhe deante dos olhos a necessidade premete de um âmbito intermediário. Nem tão limitado como o da Familia, nem tão illimitado como o da Humanidade. Possibilizou um meio razoável. Foi da necessidade de um habitat intermediário em que podia viver a Familia e a impossibilidade de aproveitamento da grandeza territorial onde vive a Humanidade que nasceu a idéa de Patria.

E tão imperiosa foi esta necessidade, tão premente esta verdade, que o homem desde que appareceu sobre a Terra nada mais tem feito do que criar Patrias. Fundar nacionalidades. Traças as cartas geographicas dos diversos paizes. Pacificamente ou de armas na mão. Donde pois, ainda, uma philosophia espiritualista partindo da pessoa humana, seguindo para a Familia, prolongando-se na Escola, tangenciando no Syndicato de Classe, affirmar a idéa de Patria para depois abranger a de Humanidade e zenithar-se por fim no sobre-natural em procura de um Ente Supremo, d’onde tudo vem e onde tudo acaba, como a ultima e verdadeira unidade de ordem que preside o equilíbrio da vida e do mundo.

A philosophia espiritualista, pois, affirma o Homem Integral, isto, é, o homem matéria, o homem-sentimento, o homem-razão. Affirma todas as forças que promanam desta tríplice natureza: forças Moraes, intellectuaes e materiaes. Affirma a Patria Integral, a Nação Integral. Não mais uma multidão, como numero. Mas sub-dividida em grupos de natureza diversa, correspondentes cada qual ás três tendências que se manifestam sempre como característico que se manifestam sempre como característico da própria natureza humana. Forças econômicas, traduzidas pela necessidde de agglutinação do homem com outro homem com outro homem dentro de uma associação de classe (o syndicato) quando exercendo uma mesma profissão para defesa dos interesses communs; forças intellectuaes, traduzidas pela necessidade de órgãos de educação publica que possam permittir o desenvolvimento das artes e das sciencias – as escolas ( a Universidade); forças moraes que são traduzidas pelo cuidadeo que é posto na criação e manutenção da família, dentro de verdadeiros princípios Moraes que só podem ser bebidos na fonte dadivosa e perenne das religiões verdadeiras ou não, mas todas boas porque todas ellas demandam Deus.

Do exposto poderemos concluir que, também, para os diversos grupos sociaes acima descriptos, como para a somma de todos que nada é mais que a Nação, como para a própria Humanidade que é todo o aggregado de raças e nacionalidades – necessário se torna um perfeito equilíbrio de forças já agora não somente de ordem physica, mas também uma complexidade crescente de ordem econômica, cultural e moral. Pois que, rompido o equilíbrio que preside o sentido patriarchal da família, eis a sua destruição; destruída esta, eis a dissolução dos costumes, o anarchismo na sociedade, a hypertrophia de grupos econômicos em detrimento da existência digna de outras classes profissionaes; eis todo o systema social, pois, em pânico; e por fim rompido o equilíbrio que deve presidir as relações de povo com outro povo, de nações com outras nações – eis toda a ordem internacional interrompida. Consequentemente: no primeiro caso (para a Familia) a anarchia do costumes; no segundo, que será uma conseqüência do desequilíbrio anterior, as revoluções; no terceiro caso, as guerras.

Particularmente para a sociedade interfere, quando deixou de haver o equlibrio necessário para o status em que vivia, o phenomeno revolucionário. A sociedade adoece. Ou reage, e se salva. Ou fallece domindad por uma mais forte. D’onde a philosophia espiritualista ainda não condemnar o phenomeno revolucionário, todas as vezes que elle se apresentar como uma necessidade imperiosa e indispensável como garantia da continuação da existência das Nações em situações taes.

Encaremos, pois, já que fomos levados a isso, si uma revolução é ou não justificável perante os princípios finalistas de uma philosophia christã. Tentaremos em seguida expor a Theoria da Revolução.

Você quer saber mais?

MELLO, Olbiano de. Concepção do Estado Integralista, Rio de Janeiro: Schmidt-editor ,1935, pp. 7-21.

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