Nesta terceira e última
parte dos relatos referentes a vida de Edgar Allan Poe, conheceremos a última
etapa da vida de um homem que sua genialidade é inspiração ainda hoje e com
toda certeza o será no futuro para milhares de escritores e fascínio para
milhões de leitores. Mas não deixou de lembra aos amigos do Construindo
História Hoje que para uma contemplação plena desse texto leia antes a primeira
e segunda parte: “A vida de Edgar Allan Poe. PARTE I”
e “A
vida de Edgar Allan Poe. PARTE II”. Que
realizem uma excelente construção de conhecimento por meio destas leituras.
Após o casamento com Vírgina,
a alegria de Edgar
Poe não perdurou, pois depressa a
melancolia se reapossa dele, e não pode passar sem o álcool e a droga. Após
violentas e frequentes crises nervosas, cai em terríveis fases de depressão e
desinteressa-se totalmente da sua profissão. Então White despede-o
definitivamente. Em julho de 1883 a
família Poe vai instalar-se em Nova
Iorque. O poeta publica o romance “As
Aventuras de Arthur Gordon Pym”, mas não consegue encontrar um emprego
fixo. É à Maria
Clemm que incumbe agora a manutenção
dos ‘seus filhos’. Saturado de Nova Iorque, onde se sente incompreendido e se
julga mesmo perseguido, Poe vai instalar-se em Filadélfia, onde colabora não “Gentleman’s
Magazine” de W. Buston, que lhe publica alguns dos seus mais célebres contos.
Em junho de 1840 a sua colaboração no “Gentleman’s Magazine” é interrompida.
Começa então para o poeta um dos períodos mais sombrios da sua existência. Não
tem trabalho, Virgínia cai doente, é a miséria negra. Após várias tentativas
goradas para remar contra a maré, Poe instala-se de novo em Nova Iorque e colabora no “New York Sun” e no “Evening Mirror”, que publica,
em 19 de janeiro de 1845, o seu poema “O Corvo”.
“O Corvo”, arauto do sucesso
É o triunfo. O público está
literalmente galvanizado por tão insólita poesia. O sucesso literário faz-se
acompanhar de um sucesso mundano. Após ter relegado para o campo, em Fordham, a pobre Virgínia, que precisa de ar puro, “Poe,
o Corvo”, começa a levar uma vida caótica, percorrendo todos os
Estados da União para declamar o seu grande sucesso nos salões elegantes. É o
período dos deslumbramentos e das paixões literárias. A mais notória das suas
ligações, com a poetisa Frances Osgood, termina de uma forma lamentável.
Ela não tarda a preferir-lhe o Reverendo Griswold, rival
literário e mundano de Poe e, ironia do destino, seu futuro executor
testamentário. Em outubro de 1845,
Poe alcança a orientação exclusiva do “Broadway
Journal” de Nova Iorque, que
o editor Briggs imprudentemente lhe confiou. Tendo investido na
operação todo o capital de que dispunha,
Poe encontra-se dentro em breve impossibilitado de prosseguir a publicação do
jornal. Durante dos longos meses vagueia como um obcecado em busca de fundos,
mas, devido a não ter podido liquidar uma letra de 50 dólares, tem de acabar
por desistir. É a derrocada final. Uma vez mais a mamãe Clemm
acorre em seu auxilio e leva-o com ela para o campo.
Em Fordham a família habita uma casa modesta, vivendo, na mais
completa indigência, da caridade dos vizinhos e dos donativos de algumas
pessoas generosas. Para Poe, os períodos de trabalho alternam com fugas para os
lugares mais estranhos, onde vai cortejar antigas e novas amásias ou
emborrachar-se. A 30 de janeiro de 1847
Virgínia morre. Em sua memória, Poe escreve o dolorido “Ulalume”.
A asa negra da morte
Tendo abandonado Fordham, Poe entrega-se mais uma vez à
vida caótica de declamador. Após ter declarado inutilmente o seu amor a uma
amiga de Virgínia,
a senhora
Shew (depressa esquecerá a
mulher), faz a corte simultaneamente à senhora Richmond e
à senhora
Whitman. Depois de breve indecisão, a sua escolha recai na última. A
senhora Whitman, ao que parece, o aceita com entusiasmo. Muito menos
entusiastas se mostram os seus parentes próximos, constrangidos a pôr pela
porta fora o peta bêbado. Poe desata
então a escrever cartas inflamadas à senhora Richmond, e em 1 de julho de 1849
parte a juntar-se-lhe em Lowell, no Massachusetts. Porém, em Filadélfia
vai reencontrar antigos camaradas dos copos, embebeda-se sistematicamente,
sofre uma crise de “delirium tremens”, tenta por duas vezes suicidar-se.
Em 7 de julho volta a Fordham, para junto de mamã Clemm.
Mas imediatamente o recupera a agitação. Em julho mesmo já se encontra em Richmond, onde reencontra a sua antiga
namorada, Elmira
Royster, tornada viúva Shelton. Na sequência de uma corte
rápida, mas impetuosa, a data do casamento é fixado para 17 de outubro. Edgar
deixa de beber e de se intoxicar. Chega mesmo a inscrever-se na Liga dos Filhos
da Temperança. É a calma aparente antes da tempestade final.
A 27 de setembro, desse
mesmo ano, parte para Nova Iorque.
Vai convidar Mamã
Clemm a assistir ao casamento. Em Baltimore, embriaga-se. Volta a partir,
mas num comboio desmaia e um fiscal reenvia-o a Baltimore. Jamais se virá saber
o que foram os últimos dias de sua vida. A 3 de outubro descobrem-no numa
valeta, perto de Hight Street, sujo,
andrajoso, inconsciente. Transportado para o Hospital Washington, morre em 7 de outubro de 1849, às 5 horas da
manhã.
“Eu não fui desde a infância
jamais
Semelhante aos outros. Nunca
vi as coisas
Como os outros as viam.
Nunca logrei
Apaziguar minhas paixões na
fonte comum
Nem tão-pouco extrair dela
os meus sofrimentos.
Nunca pude em conjunto com
os outros
Despertar o meu peito para
as doces alegrias,
E quando eu amei fi-lo
sempre sozinho.
Por isso na aurora da minha
vida borrascosa
Evoquei com fonte de todo o
bem e todo o mal
O mistério que envolve,
ainda e sempre,
Por todos os lados, o meu
cruel destino (...)”
Edgar Allan Poe
ORLANDI,
Enzo (Org.). Gigantes da Literatura Universal: Edgar Poe. Lisboa: Editora
Verbo, 1972, pg.18-21.
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