Ainda que o desenvolvimento das pessoas com deficiência se processa de
forma deficitária e lenta, se comparado com a evolução que realmente deveria
ter. Mas não é impossível conseguir que eles atinjam o mesmo nível de
conhecimentos e capacidades das pessoas consideradas normais em praticamente
todas as atividades. Por isso, estas ditas limitações não conseguem atrapalham
a força de vontade humana de se superar a cada dia. Mostrando eles que podem
sim avançar nos níveis de educação a seu ritmo, com conhecimentos sociais e intelectuais.
A partir dos projetos de inclusão social/educacional os alunos
se sentiram incluídos por terem sido aceitos pelos outros, pois a inclusão
possibilitou que essas crianças e jovens pudessem sonhar com um futuro, uma
profissão, uma continuidade em seu aperfeiçoamento educacional. Até alguns anos
atrás as crianças com necessidades especiais eram guardadas em casa ou
colocadas em uma classe especial. A inclusão social deve ser um trabalho em
conjunto com o poder público e as famílias de modo que sejam resolvidas em
todas as áreas onde essas crianças e jovens devem atuar na sociedade junto com
aqueles ditos ‘normais’. Algo importante sobre a inclusão social e a Educação
Especial é que a criança não é avaliada com a turma, mas consigo mesma, pois a
inclusão é uma questão humanística de dar a essas pessoas dignidade. Não é
responsabilidade só de o professor fazer a inclusão, mas de todos os profissionais
que se envolvem com os sujeitos na sociedade. O processo de inclusão é muito
novo aqui no Brasil, mas está andando de forma rápida e com resultados
positivos. Devemos construir uma escola para todos onde não há discriminação, onde
as crianças com deficiência participam das atividades, um desses meios é a sala
de recursos, que é importantíssima, porque ela equipara as condições desse
aluno em sala de aula. Uma sala aonde tem os mesmos materiais dos colegas só
que adaptados as suas necessidades, o aluno só aprende se o professor tiver o
desejo de ensinar.
O paradigma da educação inclusiva é consolidado nos
documentos legais, como o Decreto nº. 6.571/2008 que institui a política de
financiamento para o atendimento educacional especializado - AEE, e a Resolução
CNE/CEB nº 4/2009, que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional
Especializado na Educação Básica.
I
-
Implantação de sala de recursos multifuncionais;
O ensino de crianças e jovens com necessidades especiais
deve ser prioritariamente, feito na sala de recursos multifuncionais da escola
ou em outra escola de ensino regular, não sendo substitutivo às classes comuns,
podendo ser feito, em locais de Atendimento Educacional Especializado da rede
pública ou de instituições comunitárias, pois incluir é coloca-los em igualdade
com os demais, tanto em meios como em recursos didáticos. E isso é dever da
Escola com a comunidade e o Estado, dando condições de acesso à educação a
todos.
II
-
Formação continuada de professores para o atendimento educacional especializado;
Na perspectiva da educação inclusiva, cabe destacar que a
educação especial tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com
deficiência, e a formação continua de professores para o atendimento
educacional especializado e aos demais profissionais da educação, para a
inclusão. Incluindo o constante aperfeiçoamento por parte desses profissionais
conforme as novas tecnologias e os novos processos pedagógicos de aprendizagem
vão surgindo para o melhor desempenho dos alunos com necessidades especiais.
III
-
Formação de gestores, educadores e demais profissionais da escola para educação
inclusiva;
A transversalidade da educação especial desde a educação
infantil até a educação superior e a oferta do atendimento educacional
especializado exige a formação de professores para o atendimento educacional especializado
e aos demais profissionais da educação, para a inclusão e do mesmo modo a
participação da família e da comunidade;
IV
-
Adequação arquitetônica de prédios escolares para acessibilidade;
A acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários,
nas comunicações e informações; e a articulação intersetorial na implementação
das políticas públicas.
V
-
Elaboração, produção e distribuição de recursos educacionais para
acessibilidade;
A promoção de acessibilidade aos programas de
distribuição de livros didáticos e paradidáticos do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação - FNDE, em formatos acessíveis Braille, Libras,
além de dicionários trilíngue Português/Inglês/Libras para alunos com surdez e
de laptops para alunos cegos.
VI
-
Estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação
superior (MEC/SEESP, 2008).
A implantação dos núcleos de acessibilidades no contexto
do Programa Incluir, para a promoção da acessibilidade na educação superior. A
realização do PROLIBRAS, em parceria com o INEP, para a certificação de
profissionais para o ensino e para a tradução e interpretação da Língua
Brasileira de Sinais – Libras. Orientando os sistemas de ensino para garantir o
acesso ao ensino comum, a participação, aprendizagem e continuidade nos níveis
mais elevados de ensino; a transversalidade da educação especial desde a
educação infantil até a educação superior.
Através dessa breve explanação vemos que as pessoas que
são consideradas ‘deficientes’, podem sim avançar nos estudos através dos novos
recursos didáticos e das novas tecnologias bem como do respeito a sua
‘velocidade’ de aprendizado. Alcançando eles os mesmos níveis de aprendizado
que as outras crianças para isto basta a sociedade como um todo começando pelo
Estado, escola e família respeitar seus limites iniciais e aplicar soluções
educativas para esses limites conforme sua capacidade de aprendizado/tempo. É
uma jornada fantástica rumo a inclusão social e educacional, mas que vale muito
a pena, tanto para o aluno como para o professor, felizes aqueles que
participam desse processo.
Autor: Leandro Claudir. Criador e administrador do Projeto Construindo
História Hoje e Acadêmico de História.
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DUTRA,
Claudia Pereira; SANTOS, Martinha Clarete Dutra dos. Os rumos da educação
especial no Brasil frente ao paradigma da Educação Inclusiva. “Inclusão, o
paradigma do século 21”. Inclusão: Revista da Educação Especial. V. 5, N° 2,
Julho/Dezembro de 2010, pg. 19-21.
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