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terça-feira, 23 de julho de 2013

Efeito Lazaro. Parte III. Hospitais de SP testam método para tratar pacientes que tiveram ataque do coração.


Os procedimentos básicos de desfibrilação com a aplicação de uma corrente elétrica em um paciente, através de um desfibrilador, um equipamento eletrônico cuja função é reverter um quadro de fibrilação. Imagem: HC/SP.

Uma técnica que permite o resfriamento do corpo em até 5ºC  é utilizada em hospitais de São Paulo para diminuir o risco de sequelas em vítimas de paradas cardíacas. A cada dez pacientes tratados com o novo método no Hospital Municipal Doutor Moysés Deutsch, no M'Boi Mirim, na zona sul, pelo menos oito recuperaram totalmente a consciência e tiveram alta. Nos casos em que o procedimento não foi utilizado, de 60% a 90% das vítimas morreram. Dos sobreviventes, 80% tiveram sequelas. O sistema é adotado desde 2008 no local.

A parada cardíaca interrompe repentinamente o bombeamento de sangue, que leva oxigênio para o resto do organismo. O alto número de mortes está relacionado à ausência de oxigênio no cérebro e ao gasto excessivo de energia por parte das células. Os neurônios morrem quando ficam sem oxigênio por mais de três minutos, o que pode provocar danos irreversíveis a atividades cerebrais e motoras do paciente.

Esses sintomas podem ser evitados baixando a temperatura do corpo de 37ºC para 32ºC, o que gera diminuição do metabolismo (conjunto de reações químicas) do cérebro em 30%, segundo o coordenador da UTI do Hospital do M'Boi Mirim, administrado pelo Hospital Albert Einstein, Antonio Cláudio Baruzzi. A redução de 5ºC só pode ser feita depois que o paciente recuperar os batimentos cardíacos.

Bolsas de gelo são colocadas sobre pescoço, axilas e virilha. Soro gelado pode ser aplicado no paciente, diz Baruzzi. 

– É um procedimento barato que pode salvar vidas. Antes dele, vítimas de parada cardíaca morriam ou ficavam em estado vegetativo.
O paciente é mantido sedado e resfriado na UTI por 24 horas. Após uma análise médica, é iniciado o processo de aquecimento, que pode contar com cobertores ou mantas térmicas e leva mais 24 horas.
Gerente médico da UTI do Hospital Sírio-Libanês, Guilherme Schettino lembra que nem toda vítima de parada cardíaca pode ser submetida à hipotermia.
– Usamos apenas quando a pessoa apresenta alguma disfunção neurológica, como diminuição de consciência ou coma.
No hospital em que Schettino trabalha, a redução e o aumento na temperatura são obtidos por meio de um colchão térmico, que tem água fria ou quente circulando no interior.
– Podemos ajustar a temperatura automaticamente.
O Instituto do Coração (Incor) e o Hospital do Coração (HCor) informaram que a hipotermia terapêutica é utilizada "apenas em casos específicos", como cirurgias do coração. O procedimento é autorizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, embora ainda não tenha se transformado em padrão no país. A técnica, estudada no exterior há 20 anos, pode entrar para o protocolo de atendimento em casos de parada cardíaca a partir de outubro, quando será discutida pela Sociedade Internacional de Cardiologia.

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Você quer saber mais? 


EFEITO LAZARO, PARTE I. Manter o cérebro resfriado após parada cardíaca podepermitir ressuscitação.



EFEITO LAZARO, PARTE II.  Resfriamento do cérebro pode permitir ressuscitaçãoapós 5 horas depois de um ataque cardíaco.







































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